Desejo chamar sua atenção, leitor, para o título
acima. Pensam alguns que a profecia de Daniel 8 estabeleceu, para 1844, um
movimento de restauração da verdade na terra, e o inicio de um juízo
investigativo no Céu. Observe o que disse o falecido líder Adventista do Sétimo
Dia Sr. Walter Schubert: “Como já temos visto, no final do período dos 2.300
anos, em 1844, começou a purificação do santuário no Céu, ou seja o juízo
investigativo que precede a segunda vinda de Cristo. Então, como predito pela
mesma profecia do capítulo 8 de Daniel, a verdade do evangelho, que tinha sido
lançada por terra, seria vindicada” (Sermões, página 251).
De acordo com o autor, a purificação do santuário
celestial significava o inicio de um juízo investigativo no Céu. Mas é pena que
ele não tenha dito em que lugar a profecia o diz. Lembro-me perfeitamente da
dificuldade que tinha, no passado, para esclarecer aos outros esta questão.
Quando eu abordava o assunto, apelava para todos os engenhos teológicos
imagináveis, laçava mão de silogismos, de maiores a menores, utilizava-me de
corolários e suposições, para provar que a data “milagrosa” de 1844, começava a
purificação de um santuário no Céu. E que esse processo de purificação
implicava, ao mesmo tempo, no inicio de um juízo investigativo no Céu, e a
restauração da verdade aqui na terra. Minha dificuldade era grande, porque a
Bíblia em nada me ajudava na revelação do complicadíssimo enigma. Eu tinha
mesmo era que apelar para o jogo de tabelas. Algumas vezes estive ao ponto de
exclamar como Albion Fox Ballenger: “Se Deus quiser, nunca mais pregarei até
estar sabendo sobre o que estou pregando”. Mas o medo, que é o oponente da
coragem, não me permitia faze-lo.
Pretender estabelecer qualquer relação entre o
termo “purificado” ou outro ponto qualquer da profecia de Daniel com a
vindicação de uma verdade e início de um juízo no Céu é forçar a natureza dos
fatos. É entrar por um desvio incerto. O que a rigor aconteceu é que a nação
judaica fora proibida de praticar a verdade de que dispunha. Porém, com a
expulsão dos exércitos de Antíoco, o serviço diário do Templo foi
restabelecido, e os judeus estavam, outra vês, livres para adorar a Deus,
através de seu culto. Que diremos pois? Que a verdade seria destruída para ser
posteriormente restabelecida? Não. Ela é indestrutível, e continuará intata,
seja qual for a atitude assumida pelo homem a seu respeito. A luz do sol poderá
ser, por algum tempo, encoberta pelo nevoeiro escuro, mas ele continuará,
indiferente, emitindo sua luz com a mesma intensidade. No caso da profecia, um
povo fora proibido, temporariamente, de praticar a verdade que Deus lhe havia
concedido. É neste sentido que a verdade foi lançada por terra. Quando a
proibição foi retirada, o mesmo povo voltou a praticar a verdade que tinha. Repetindo:
retirado o “contínuo”, profanando o Templo, impedida a leitura das Escrituras,
removido o Sábado como dia de guarda, imposto um culto pagão, estava o povo de
Deus impossibilitado de viver a verdade que possuía. Expulso o invasor, o
Templo foi logo purificado, e os judeus voltaram à prática da verdade. Foi o
que aconteceu.
Início do
Adventismo.
A seita religiosa que dava os seus primeiros passos
no começo do século XIX, tendo se formado sobre alicerces de fraca
consistência, não foi um movimento de restauração da verdade. Apenas surgia no
horizonte, mais uma igreja, como tantas outras, com erros e acertos, mais erros
do que acertos, mas de certo modo diferente das demais, pelo seu conteúdo
judaizante, pois reclamava para si uma pesada bagagem de preceitos subtraídos
do judaísmo.
Quanto ao início de um juízo investigativo no Céu
em 1.844, as Escrituras não dão notícias. Homens extremamente habilidosos no
manuseio da coisa sagrada é que chegaram a esta conclusão canhestra. O que se
sabe é que Cristo, após a ressurreição, começou no santuário celestial, Sua
obra de intercessão em benefício do pecador arrependido. E isto não se deu em
1.844, mas por ocasião de Sua chegada à presença do Pai. Certifique-se deste
fato, lendo 1 João 2:1 2 e os capítulos 7,8,9 da carta aos Hebreus. Acerca do
juízo divino sobre os homens, basta que nos limitemos ao que diz o Livro
Sagrado.
Fonte: Graça Maior - Verdades Bíblicas
Fonte: Graça Maior - Verdades Bíblicas
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