“Já fez a sua fezinha hoje?” Esta pergunta é comum em nossa sociedade, marcada por tantos jogos, sorteios e promessas de prêmios milionários. A cada dia se multiplicam as modalidades de loteria e crescem as formas de fazer aposta, aumentando nos espectadores da fortuna a ânsia cada vez maior de ver a riqueza bater à sua porta, trazendo quem sabe um carro importado.
Os
jogos e prêmios oferecidos têm nomes criativos e atraentes: bingo,
bingão e bolão, loto, sena e foneloto, loteria, telesena e tantos
outros, com cartela premiada, prêmio acumulado e tudo mais, garantindo
cada vendedor a riqueza do seu produto. Prometem a felicidade,
instigando as pessoas ao exercício da sorte, criando assim um festival
de ambição desenfreada, onde prevalece o pague um e ganhe um milhão.
A
riqueza não é condenável, mas apego ao materialismo é abominável.
Muitos depositam nos jogos a esperança de se tornar afortunado e feliz.
Julgam ser uma bondade a distribuição de bens e dinheiro a alguns poucos
ganhadores. Quem está na jogatina não consegue discernir que isso é
produto de injustiça, pois muito se ajunta do pouco de gente que não têm
nada. Alguns ficam ricos entre milhares de jogadores, tirando o
dinheiro também de pobres e miseráveis iludidos pela tal sorte grande.
Tudo sob o sorriso cínico dos organizadores, que vão edificando seus
impérios à custa da ambição de quem joga.
Ora,
o dinheiro deve ser a digna recompensa pelo trabalho de cada um. Deve
ser o fruto agradável do esforço em atividade honesta. Tanto é que Deus,
ao tirar o homem do Jardim do Éden por ter pecado, sentenciou: “Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra;” (Gênesis 3.19). Ademais, o Apóstolo Paulo escreveu: “Porque
o amor do dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; Manda aos ricos
deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza
das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas
para delas gozarmos” (I Timóteo 6. 10 e 17).
Enfim,
há no lucro fácil o quociente da injustiça e no ganho sem esforço a
multiplicação da desigualdade. O jogo é fator da usura e expoente do
amor materialista. Quem a ele se entrega nutre a mais infame das
esperanças: ver a riqueza chegar um dia trazendo consigo toda a
felicidade...
Adiel Teófilo
Fonte: http://adielteofilo.blogspot.com
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