domingo, 3 de julho de 2022

O JOGO DA FELICIDADE


“Já fez a sua fezinha hoje?”
Esta pergunta é comum em nossa sociedade, marcada por tantos jogos, sorteios e promessas de prêmios milionários. A cada dia se multiplicam as modalidades de loteria e crescem as formas de fazer aposta, aumentando nos espectadores da fortuna a ânsia cada vez maior de ver a riqueza bater à sua porta, trazendo quem sabe um carro importado.

Os jogos e prêmios oferecidos têm nomes criativos e atraentes: bingo, bingão e bolão, loto, sena e foneloto, loteria, telesena e tantos outros, com cartela premiada, prêmio acumulado e tudo mais, garantindo cada vendedor a riqueza do seu produto. Prometem a felicidade, instigando as pessoas ao exercício da sorte, criando assim um festival de ambição desenfreada, onde prevalece o pague um e ganhe um milhão.

A riqueza não é condenável, mas apego ao materialismo é abominável. Muitos depositam nos jogos a esperança de se tornar afortunado e feliz. Julgam ser uma bondade a distribuição de bens e dinheiro a alguns poucos ganhadores. Quem está na jogatina não consegue discernir que isso é produto de injustiça, pois muito se ajunta do pouco de gente que não têm nada. Alguns ficam ricos entre milhares de jogadores, tirando o dinheiro também de pobres e miseráveis iludidos pela tal sorte grande. Tudo sob o sorriso cínico dos organizadores, que vão edificando seus impérios à custa da ambição de quem joga.

Ora, o dinheiro deve ser a digna recompensa pelo trabalho de cada um. Deve ser o fruto agradável do esforço em atividade honesta. Tanto é que Deus, ao tirar o homem do Jardim do Éden por ter pecado, sentenciou: “Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra;” (Gênesis 3.19). Ademais, o Apóstolo Paulo escreveu: “Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos” (I Timóteo 6. 10 e 17).

Enfim, há no lucro fácil o quociente da injustiça e no ganho sem esforço a multiplicação da desigualdade. O jogo é fator da usura e expoente do amor materialista. Quem a ele se entrega nutre a mais infame das esperanças: ver a riqueza chegar um dia trazendo consigo toda a felicidade...  
Adiel Teófilo

 

Fonte: http://adielteofilo.blogspot.com

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