1. Qual a diferença entre ambição e ganância?
Ambição é o desejo veemente (de poder,glória, riqueza, etc); aspiração
imoderada; pretensão; cobiça. A ganância é uma ambição desmedida
(portanto patológica = doentia); é o desejo de obter riquezas, poder,
glória ou honras, sem qualquer atitude ética. O próprio termo em si
reforça o conceito acima: gana desejo, impulso ou ímpeto por algo.
Ganância é a gana em ação.
2. Esse problema de ambição desmedida só atinge a sociedade secular ou
pode também atingir a sociedade religiosa dos nossos dias?
O mundo religioso moderno também não fugiu a esta lógica e, para
justificar práticas gananciosas, criou um sustentáculo teológico que
ficou conhecido como teologia da prosperidade. Perdemos contato com
nossas necessidades e entramos em uma compulsão (entenda-se compulsão,
aqui, como uma repetição exagerada de querer sempre e sempre mais não
importa o quê, nem como conseguimos).
3. Um cristão que diga a si mesmo tenho ambições pessoas como posso atingir meus ideais sem que se tornem atitudes gananciosas?
Com certeza, ambições, desejos, todos nós temos. Todavia, precisamos
estar atentos para que eles não se tornem um comportamento ganancioso.
Devemos entender que nossas ambições precisam estar em sincronia com
nossas necessidades pessoais. O que vai além de nossas necessidades é
ganância.
4. Que exemplo bíblico o irmão poderia citar de pessoas demonstrou ambições pessoais que se transformou em atitudes gananciosas?
O filho de Davi chamado Absalão. A forma como ele demonstrou ambição
gananciosa está apontado em (2SM 15.1) “E ACONTECEU depois disto que
Absalão fez aparelhar carros e cavalos, e cinqüenta homens que corressem
adiante dele.”(2SM 15.2) “Também Absalão se levantou pela manhã, e
parava a um lado do caminho da porta. E sucedia que a todo o homem que
tinha alguma demanda para vir ao rei a juízo, o chamava Absalão a si, e
lhe dizia: De que cidade és tu? E, dizendo ele: De uma das tribos de
Israel é teu servo;” (2SM 15:3) “Então Absalão lhe dizia: Olha, os teus
negócios são bons e retos, porém não tens quem te ouça da parte do
rei.”(2SM 15.4) “Dizia mais Absalão: Ah, quem me dera ser juiz na terra,
para que viesse a mim todo o homem que tivesse demanda ou questão, para
que lhe fizesse justiça!”(2SM 15.5) “Sucedia também que, quando alguém
se chegava a ele para se inclinar diante dele, ele estendia a sua mão, e
pegava dele, e o beijava.”(2SM 15.6) “E desta maneira fazia Absalão a
todo o Israel que vinha ao rei para juízo; assim furtava Absalão o
coração dos homens de Israel.”(2SM 15.7) “Aconteceu, pois, ao cabo de
quarenta anos, que Absalão disse ao rei: Deixa-me ir pagar em Hebrom o
meu voto que fiz ao SENHOR.”
5. Interessante a passagem que o irmão leu sobre o filho do rei Davi,
Absalão e da expressão onde se diz assim furtava Absalão o coração dos
homens de Israel. Sei que pode alguém roubar dinheiro, jóias, animais,
carros, mas nunca li de alguém que furtasse o coração de pessoas. Que
estratégia diabólica movida pela ambição gananciosa do filho que queria
tomar o trono do pai, sendo o pai ainda vivo. Isso pode repetir-se nas
igrejas hoje?
Você usou a palavra certa:a estratégia política de Absalão era
conquistar o coração das pessoas com sua boa aparência, uma entrada
triunfal, uma aparente preocupação com a justiça e muitos abraços
amigos. Muitos se deixaram enganar e mudaram sua submissão. Mais tarde,
entretanto, Absalão revelou ser um governante cruel. Precisamos avaliar
cuidadosamente os nossos pastores para termos a certeza de que seu
carisma não é uma máscara que encobre a desejo de tomar o lugar do
pastor dirigente de qualquer igreja, porque isso está na moda. Chegam
como cooperadores, trabalham com aparente fidelidade à direção da Igreja
onde são recebidos de braços abertos, ganham confiança do pastor
dirigente, são indicados para pastores e quando vêem que o coração dos
membros está voltado para eles, então, com o engano e ambição pelo poder
retiram-se com acusações levianas e levam parte dos membros para os
quais se mostraram tão atenciosos. Isso é furto de corações. É ambição
gananciosa. Absalão esperou nada menos do que quarenta anos furtando
corações com afagos, com beijinhos e depois deu o golpe. Hoje existem
aqueles que não esperam tanto: com 5,10,15 anos já dão o golpe. Devemos
certificar de que sob seu estilo e carisma está alguém capaz de tomar
boas decisões e cuidar sabiamente do povo.
6. Que outros exemplos podem ser colhidas da Bíblia?
Nos seguintes textos podemos perceber que, tanto na espiritualidade
judaica corno na cristã, a ganância não condiz com os valores do reino.
1.Jeremias 22.1-7 – Aqui o profeta Jeremias condena o rei Jeoaquim por sua ambição desmedida, que gera a morte de inocentes, violência e extorsão.
2. Hebreus 13.5-6 – O autor do livro de Hebreus critica a avareza e realça a total confiança na providência divina, no suprimento de nossas necessidades.
3. Mateus 5.3-10 – O texto das bem-aventuranças nos mostra que os valores do reino têm a ver com o SER e não com o TER. Por exemplo: “Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça”. Eles são perseguidos pelo que são: Justos.(MT 5:3) “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;” “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados; “Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;” “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;” “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;” “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;” “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;”
(TG 4.1-2)
“DE onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a
saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?”
“Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis
alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes…
Fonte: CACP
Imagem: Google
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