E
disse Jesus: “Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens” (Mateus 4.19)
Jesus
está sempre em movimento nos evangelhos. Ele caminha por montes, vales,
desertos sempre fazendo o mesmo convite: “Sigam-me”. Em seu jornadear,
repetia o convite: “Sigam-me”. Através dos séculos, e ainda hoje, Jesus nos
convida para uma vida diferente: “Sigam-me”. Um convite simples, direto,
incisivo: “Sigam-se”.
A partir daquele convite
específico feito aos primeiros discípulos, em coerência com o restante do
ensino bíblico, podemos extrair lições valiosas sobre o que significa seguir
Jesus de Nazaré.
“Andando
à beira do mar da Galileia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu
irmão André. Eles estavam lançando redes ao mar, pois eram pescadores. E disse
Jesus: ‘Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens’. No mesmo instante eles
deixaram as suas redes e o seguiram” (Mateus 4.18-20).
1. Movimento: Jesus propõe uma marcha
Jesus
nos convida a andar: “Sigam-me”.
Jesus
nos tira de um imobilismo crônico, do comodismo, da vida rasa, da aceitação
passiva do status quo espiritual. Jesus apresenta uma nova maneira de viver, um
novo destino a ser trilhado, de volta para a presença de nosso Deus Criador
através de “um novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é,
do seu corpo” (Hebreus 10.20).
Antes
de Jesus estávamos “sem esperança e sem Deus no mundo” (Efésios 2.12). Sem
Jesus apenas toleramos a vida, amesquinhamos a existência. Seguimos um script
previsível: estabilidade, segurança, satisfação.
Jesus
nos convida a andar! Ele propõe uma marcha, uma caminhada. Jesus é aquele que
faz as coisas andarem, as pessoas percorrerem suas vidas, as nações se
desenvolverem, a História ter sentido.
O
convite é simples: é só seguir Jesus. É começar a andar logo atrás dele.
Caminhar e não o perder de vista. Ele sabe o que faz, ele é o próprio Deus.
No
início não há complicação alguma, confusão nenhuma, é só segui-lo.
Sigamos
a Cristo! O Caminho é nossa morada, Jesus é nosso caminho. Somos peregrinos
neste mundo. Deus nos chamou para seguirmos Jesus. Como o apóstolo Pedro
escreveu, Jesus “Cristo sofreu no lugar de vocês, deixando-lhes exemplo, para
que sigam os seus passos” (1Pedro 2.21).
Como
disse Santo Agostinho: “Prefiro me arrastar pelo caminho do que correr fora
dele”.
Afinal,
de que adiante correr, se você estiver no caminho errado?
“Portanto,
também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas,
livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolver, e
corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em
Jesus, autor e consumador da nossa fé” (Hebreus 12.1-2)
2. Relacionamento: Jesus propõe uma conexão
Jesus
nos convida a um relacionamento com ele: “Sigam-me”.
Simplesmente
basta andar após ele. É ir atrás dele. Jesus diz: “Sigam-me”.
É
um convite para estar com ele, conhecê-lo de perto, andar nos passos dele,
observar como ele é. Jesus não é uma ideia ou conceito. Jesus é uma pessoa.
Jesus é Deus, Deus encarnado, Deus pessoal, Deus que fala, sente, ama, perdoa,
salva. Jesus é o Deus verdadeiro.
É
um convite para ter uma amizade com o próprio Jesus: “Vocês serão meus amigos,
se fizerem o que eu lhes ordeno. Já não os chamo servos, porque o servo não
sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque
tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido” (João 15.14-15).
O
projeto de Jesus não é que você simplesmente o visite ocasionalmente, mas que
você esteja ligado a ele, que você habite nele. “Se alguém está em Cristo é
nova criatura” (2 Coríntios 5.10). Precisamos estar “em Cristo”.
Se
estivermos devidamente conectados com Jesus, e humildemente trilharmos o
caminho atrás dele, reconhecendo sua absoluta superioridade, poderemos perceber
a grandiosidade da mensagem do evangelho. Só então entenderemos que Jesus não é
uma tendência, ele é a Verdade. “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida” (João
14.6).
Devemos
estar conectados com Jesus! Por isso, precisamos conhecer nossas Bíblias. Ter
uma Bíblia é diferente de ler a Bíblia.
Conforme
cresce o nosso conhecimento de Jesus, cresce a nossa fé, o nosso amor, o nosso
louvor. Cresce também nossa semelhança com ele na medida de nossa obediência.
“Vivam em amor, como também Cristo nos amou e se entregou por nós como oferta e
sacrifício…” diz o texto de Efésios. Conforme lemos as páginas dos evangelhos,
aumenta a nossa compreensão desse amor de Jesus. Passamos a entender melhor
como o amor é caro, como ele custa e como ele é recompensador.
Deus
não se impressiona com quanto sabemos, mas se alegra com o quanto obedecemos.
3. Transformação: Jesus propõe mudanças na sua
identidade
Jesus
nos convida para uma transformação: “eu os farei pescadores de homens”.
A
caminhada nos leva a um relacionamento, esse relacionamento nos leva a uma
transformação. Jesus não quer simplesmente uma multidão que anda atrás dele,
ele quer discípulos, aprendizes, pessoas dispostas a serem lapidadas, forjadas,
refeitas por ele.
Jesus
convidou aqueles pescadores para uma mudança a partir de sua própria
identidade: eles seriam transformados em “pescadores de homens”. Eles já eram
pescadores, mas agora seriam aprimorados. É interessante notar que Jesus não
diz: vocês serão “carpinteiros”. Jesus não anula a nossa essência, a fé cristã
aponta para a continuidade da pessoa, porém uma continuidade histórica
regenerada. O evangelho aponta para uma experiência de ressurreição, não de
reencarnação ou aniquilamento. A partir de nossos cacos, somos refeitos por
Deus. Como um vaso na mão do oleiro.
O
carpinteiro é Jesus, ele é o artesão. Repare que é o próprio Jesus quem realiza
essa transformação: “eu os farei”. A salvação não é obra de seres humanos, é
obra do próprio Deus. “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto
não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie”
(Efésios 2.8-9).
Essa
transformação veio através da morte de Jesus na cruz. Ele morreu na cruz pela
nossa salvação completa!
Foi
Deus quem nos criou e quem nos recriou através de Jesus. E Ele nos transforma
para sermos também transformadores! “Porque somos criação de Deus realizadas em
Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou de antemão para
que nós as praticássemos” (Efésios 2.10). Somos transformados para transformar!
De pescadores de peixes, para pescadores de homens.
Quando
morreu na cruz Jesus pagou o preço pela nossa transformação. Em sua
ressurreição sua vitória se apresenta incontestável. No passado fomos
transformados na cruz (justificados). No presente devemos viver de modo
transformado (santificados). No futuro seremos ressuscitados com Jesus Cristo,
teremos um corpo glorificado como o dele (glorificação). A transformação
envolve todas as áreas da nossa vida, em todos seus tempos.
Devemos
então viver de modo transformado, devemos ser parecidos com Jesus. Cristo
precisa ser mais evidente em nós! “Portanto, sejam imitadores de Deus, como
filhos amados, e vivam em amor, como também Cristo nos amou e se entregou por
nós como oferta e sacrifício de aroma agradável a Deus” (Efésios 5.1-2).
Jesus
explicou com discursos e demonstrou com ações que tipo de vida devemos viver. O
sermão do monte, por exemplo, registrado no evangelho de Mateus, capítulos
cinco a sete, é uma poderosa mensagem sobre a prática da vida cristã. Devemos
ser misericordiosos, amorosos, resolutos, honestos, fiéis. Tudo isso não
baseados em nossa própria capacidade, mas na capacidade de Jesus. E ele deixou
o Espírito dele sobre nós: O Espírito Santo nos capacita a viver como Jesus
viveu. “Deixem-se encher pelo Espírito” (Efésios 5.18).
O
evangelho é um convite para uma vida transformada: um novo caráter, novos
desejos, novas motivações. Um novo modo de ser, falar, viver. Quando caminhamos
com Jesus, somos transformados por ele. E esse é o propósito da nossa vida: nos
tornarmos parecidos com Jesus Cristo. O objetivo de Deus é que sejamos
“conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre
muitos irmãos” (Romanos 8.29).
4. Missão: Jesus propõe um novo rumo para sua vida
Jesus
nos convida para uma missão: “eu os farei pescadores de homens”.
Ao
ser transformado por Jesus, altera-se também o sentido da sua vida, o rumo da
sua existência. Será que vida é só comer para trabalhar, trabalhar para comer,
comer para trabalhar, trabalhar para comer, num ciclo insuportável, rotineiro,
tedioso?
Jesus
nos revela que não! A vida é muito mais que isso! Jesus redimensionou o sentido
da vida humana. Jesus veio nos transformar em pescadores de homens, veio nos
ensinar que o ser humano tem muito valor.
Jesus
veio reorientar nossa visão. O cristão é aquele que para de murmurar: “quem vai
me ajudar hoje?”, e passa a dizer: “quem eu vou ajudar hoje?”.
A
primeira palavra de Jesus para seus discípulos no evangelho de Mateus foi:
“sigam-me”, e a última foi: “vão por todo o mundo”. Jesus quer que todos seus
discípulos convirjam nele, e também que se espalhem em todas as direções, por
toda a parte, por todo o mundo fazendo novos discípulos.
Nós
nos tornamos a extensão da obra de Jesus, nós continuamos seu trabalho hoje.
Por isso somos chamados de “corpo de Cristo”. A igreja é o corpo de Cristo, a
continuação de sua obra hoje.
“No
mesmo instante eles deixaram as suas redes e o seguiram”.
Aqueles
pescadores realizaram uma ruptura imediata.
Seguir
Jesus envolve esse abandono inicial das redes. Mas logo, no curso da caminhada,
haverá um aprofundamento da decisão. Jesus chega a dissuadir muitos que o
seguiam apenas por oba-oba. Seguir Jesus de verdade exige um alto preço.
“Jesus
dizia a todos: ‘Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome
diariamente a sua cruz e siga-me” (Lucas 9.23).
Como
afirmou o apóstolo Paulo: “considero tudo como perda, comparado com a suprema
grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por cuja causa perdi
todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar a Cristo”
(Filipenses 3.8). Ele foi contundente: perto de Cristo, tudo o mais na vida não
passa de esterco!
Cristo
é nosso bem supremo.
Mais
do que acrescentar dias à nossa vida, Jesus veio acrescentar vida aos nossos
dias. Através de um movimento que conduz à um relacionamento, que leva à
transformação, que leva a uma nova missão!
“Um
palácio sem Cristo é um inferno, uma masmorra com Cristo é o céu” disse Lutero,
“se tivesse mil vidas, entregaria todas elas a Cristo” disse David Brainerd.
Conforme
Colossenses 2.6-7: “Portanto, assim como vocês receberam a Cristo Jesus, o
Senhor, continuem a viver nele, enraizados e edificados nele, firmados na fé,
como foram ensinados, transbordando de gratidão”.
Fonte: napec.org
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