Interessante é observar como o tempo
está passando rápido. Até ontem, brincávamos na rua em frente a nossa casa,
dávamos bom dia aos nossos vizinhos, íamos muitas vezes a pé para a escola,
sempre na companhia de um amigo, e nem sentíamos a hora passar. Época de muitas
recordações maravilhosas, as quais guardamos no coração até hoje.
Só que o tempo não perdoa. Quando nos
damos conta estamos já adultos, com a correria diária dos filhos e trabalho, os
benditos boletos de contas que não param de chegar, compromissos a toda hora,
problemas e dilemas diários para resolver, tudo em questão de segundos. Tudo
acontecendo tão rápido que às vezes não conseguimos acompanhar o ritmo
acelerado do tempo que se chama hoje.
Estamos tão intimamente envolvidos com
as nossas demandas que acabamos deixando, como se diz, a guarda aberta. Não
estamos preparados para esperar o inesperado. Não adianta. Por mais vividos que
sejamos, sempre surge algo novo para nos surpreender, seja de maneira positiva
ou negativa, sendo a segunda maneira a que mais nos choca, num primeiro
momento.
Nosso amigo Jó que o diga. O
protagonista do seu livro na Bíblia, o justo Jó, que habitava em Uz, no norte
da Arábia, tem sua história contada neste cenário dito “não judaico”. Alguns
estudiosos traduzem seu nome como “aquele que se volta” (para Deus, no
caso), traço característico de sua pessoa. Algumas teorias defendem que este é
o livro mais antigo das Escrituras, cuja autoria se atribui a Moisés, que o
escreveu durante o tempo que passou entre os midianitas. Viveu por longos dias,
segundo a Bíblia (Jó 42.17), ou seja, com certeza, experiência de vida é o que
não lhe falta.
Mas o que esse personagem tão fascinante
tem a nos ensinar? Da mesma forma que queremos viver tranquilamente e desejamos
permanecer assim por muitos anos, nós também, assim como Jó, somos
surpreendidos pelo inesperado. Como se preparar, já que o inesperado não avisa
quando vem? Circunstâncias que se apresentam tais como, perdas materiais,
pessoais e sentimentais nos causam assombro e abalam nossas estruturas
emocionais e psicológicas. É como navegar num mar de calmaria e, de repente,
vem os vendavais. Não nos preparamos para um passeio no barco da vida para
enfrentar as tragédias. Só que tem um pequeno “porém”: querendo ou não, elas
vêm.
Satanás surge em meio à história. Ele se
apresenta ao Senhor Deus e põe em dúvida a sinceridade de Jó em serví-Lo
desinteressadamente. O Senhor concede certa liberdade para provar a Jó, que não
somente perde seus bens e filhos, mas também é acometido de uma enfermidade
mortal. Como se não bastasse, perde também o apoio de sua esposa. Tudo
cooperando para que se desenhe um cenário de aparente derrota e frustração, nos
levando a seguinte pergunta: Ainda há esperança? Todos nós queremos uma
resposta. A nossa alma precisa dela.
O ritmo do mundo nos leva a não crer
mais em esperança alguma. As pessoas entregam suas almas deliberadamente ao
pecado. Afinal de contas, como diria a personagem “Gabriela”, do romance de
Jorge Amado: eu nasci assim, cresci assim e sou mesmo assim, vou ser sempre
assim. O mundo vive este estilo de vida sem esperança de que algo irá
mudar. É ensinado: “Siga seu coração!”, mas a Palavra de Deus diz que
ele é enganoso e perverso (Jr 17.9). E, se queremos uma resposta para a
pergunta se ainda há esperança, a Bíblia nos garante que sim, ainda há. Como
diz o próprio Jó:
“Porque há esperança para a
árvore que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos.
Se envelhecer na terra a sua raiz, e o seu tronco morrer no pó, ao cheiro das
águas brotará, e dará ramos como uma planta.” (Jó 14.7-9)
Brotam rios de esperança em meio ao
deserto de Jó. Somente a fé, a perseverança e a paciência em meio à tribulação
fazem a diferença no dia mal. Paulo nos ensina que, quando esse dia vem, é a
oportunidade que se tem para crescer mais e mais na dependência do Deus
Todo-Poderoso. Ele diz:
“E não somente isto, mas também
nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a
paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz
confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo
Espírito Santo que nos foi dado.” (Rm 5:3-5).
Através da experiência de Jó aprendemos a
ter paciência, a qual nos conduz à experiência e a ter esperança. Somos
conduzidos a ela (esperança) pelas duas primeiras virtudes (paciência e
experiência). A paciência nos dá controle emocional, nos acalma e nos ajuda a
suportar as dificuldades. A experiência nos ensina e nos concede conhecimento
através da vivência, o que nos aprimora com o tempo. Já a esperança, quando é
alcançada, da parte de Deus, nos traz a expectativa das coisas eternamente
boas, agradáveis e perfeitas, assim como é a vontade do nosso Deus (Rm 12.2).
Depois de passar por todas as provações
que Deus permitiu, Jó alcança a prosperidade em dobro. Seu cativeiro é virado
pelo Senhor quando ele estava orando pelos seus amigos. Viveu e experimentou
Deus em sua vida, a maior fonte de esperança, quando declarou em meio à
tribulação: “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se
levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, contudo ainda em
minha carne verei a Deus.” (Jó 19:25,26). Quem pode dar uma declaração
dessas sem ter plena confiança em Deus?
O dia mal nos ajuda a ver Deus em nossas
vidas, como disse o mesmo Jó: “Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora
te vêem os meus olhos” (Jó 42:5) e também nos concede a oportunidade de ver
a misericórdia e a piedade de Deus sobre nós (Tg 5.11). Que a vida e o exemplo
de Jó nos sirva de inspiração para que tenhamos fé no Senhor Jesus a cada dia
mais. Porque só Ele é refúgio e fortaleza no dia da angústia (Sl 16.1). Sim,
ainda há esperança!
Fonte: NAPEC
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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020
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Leitor da Bíblia e apaixonado por suas incontáveis lições de vida, também um conselheiro e amigo.


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