Desde a Segunda Guerra Mundial, a Watchtower
Society tem tentado tirar o máximo de dividendos possíveis da morte de 635
Testemunhas nos campos de concentração e prisões de Hitler, antes e durante a
guerra.
Aparentemente pouco satisfeitos com o número de
mortos, desde aquele tempo eles têm tentado aumentar este número sempre que
podem. A motivação subjacente a isto parece ser que apenas 635 mortos ainda não
é o suficiente para suscitar a quantidade exata de boa vontade, de que eles tão
desesperadamente precisam.
Qualquer pessoa que lide com as Testemunhas de
Jeová ouvirá mais cedo ou mais tarde a história de como eles sofreram
horrivelmente na Alemanha Nazi. Este argumento é trazido à discussão, embora
muitas vezes completamente fora do contexto e sem qualquer ligação com o
assunto discutido. Na correspondência com funcionários governamentais,
jornalistas, etc., vemos muitas vezes este argumento usado, embora esteja
completamente fora de qualquer contexto.
Parece que encaram essa história como uma espécie
de argumento mágico, que abrirá imediatamente todas as portas e invalidará tudo
o resto. "Ninguém nos pode acusar de mentirmos, de sermos fraudulentos e
de matarmos pessoas, porque nós sofremos durante a Era Nazi." Parece ser
esta a lógica por detrás do raciocínio da Watchtower.
E com esse tipo de pensamento, o número real de
Testemunhas que morreram, não parece ser suficiente. 635 vidas humanas parecem
tão insignificantes em comparação com o elevado número de Judeus, Ciganos e até
homossexuais que morreram durante os anos em que Hitler governou! Por isso eles
tentam elevar o número de Testemunhas mortas. Quanto mais, melhor. Mais mortos,
mais credibilidade.
Já em 1950 eles começaram a exagerar o número de
mortos:
"Já durante o regime de Hitler, cerca de 1.000
testemunhas de Jeová foram executadas como traidores, porque não só recusaram
servir na guerra, mas também se opuseram abertamente à autoridade de Hitler.
Outras 1.000 testemunhas de Jeová morreram em prisões e campos de
concentração." (The Watchtower, 15 de Dezembro de 1950, p. 500.)
Como vemos, eles arredondaram o número para 2.000
mortos.
"É por essa razão que durante o regime Nazi na
Alemanha, de 1933 a 1945, as Testemunhas de Jeová naquele país recusaram
reconhecer Hitler como o seu Fuehrer ou Líder, e foram mandadas para campos de
concentração e prisões, onde 2.000 tiveram uma morte cruel, e das 8.000 que
voltaram com vida, 2.000 ficaram inválidas para o resto das suas vidas." (The
Watchtower, 15 de Fevereiro de 1951, pp. 105-106.)
Aqui, em 1951, eles voltam a mencionar o número
redondo que já tinham referido no ano anterior, 2.000 mortos.
"Hitler, um Católico Romano, o braço da sua
igreja na Alemanha, proibiu as Testemunhas de Jeová de pregar o reino de Deus,
e estes Cristãos hodiernos tiveram de dizer à Gestapo, a polícia de Hitler: Se
é justo à vista de Deus escutar-vos antes que a Deus, julgai por vós mesmos.
Eles continuaram a pregar, embora 10.000 deles tenham sido postos em campos de
concentração e mais de 4.000 tenham morrido ali. Os restantes praticamente
morreram à fome. O fim da guerra contribuiu para que sobrevivessem." (The
Watchtower, 1.º de Janeiro de 1964, p. 13.)
Conforme podemos ver aqui, em 1964, eles duplicaram
outra vez o número de mortos, agora já eram 4.000.
Portanto, desde o fim da guerra em 1945 até 1964,
em 19 anos, eles conseguiram transformar 635 em 4.000 mortos!
Depois, em 1974, o Anuário das Testemunhas de
Jeová continha a história das actividades deles na Alemanha, e como o
Armagedom estava anunciado para o ano seguinte, 1975, um bocadinho de
honestidade vinha a calhar, portanto aqui temos o número mais fiável de baixas
durante os anos em que durou o regime Nazi:
"Mas, apesar das condições difíceis, como se
regozijavam os que adoravam a Jeová! Tiveram o privilégio de provar sua
integridade ao Regente Soberano do universo. Durante o regime de Hitler, 1.687
deles perderam seus empregos, 284 seus negócios, 735 os seus lares e 457 não
obtiveram permissão de exercer sua profissão. Em 129 casos, sua propriedade foi
confiscada, a 826 pensionistas se negou o pagamento de suas pensões, e 329
outros sofreram outras perdas pessoais. Houve 860 crianças que foram retiradas
do convívio dos pais. Em 30 casos, dissolveram-se casamentos devido à pressão
por parte das autoridades políticas, e, em 108 casos, foram concedidos
divórcios quando solicitados por cônjuges opostos à verdade. Um total de 6.019
foram presos, vários deles duas, três ou até mesmo mais vezes, de modo que,
somando-se tudo, 8.917 prisões foram registradas. Juntando-se tudo, foram
sentenciados a 13.924 anos e dois meses de prisão, duas e um quarto vezes o
período desde a criação de Adão. Um total de 2.000 irmãos e irmãs foram
lançados nos campos de concentração, onde gastaram 8.078 anos e seis meses, uma
média de quatro anos. Um total de 635 pessoas morreram na prisão, 253 tendo
sido sentenciadas à morte e 203 delas tendo realmente sido executadas. Que belo
registro de integridade!" (1974 Yearbook of Jehovah's Witnesses, p. 212.
Em Português: Anuário das Testemunhas de Jeová de 1975, p. 214.)
Como de costume, Brooklyn dá mostras do seu amor
aos números ao despejar aqui uma série de números completamente irrelevante.
Tudo isto para criar uma imagem de algo realmente gigantesco. Faz lembrar exatamente
os relatórios que se ouvem nas assembleias, em que eles nos informam quantas
toneladas de batatas, etc., foram consumidas durante a assembleia.
Passemos à frente. Durante os anos setenta eles
ficaram-se por estes números, mas depois começaram outra vez os exageros. Agora
a tendência é para usar fontes do exterior, não-Testemunhas, supostos
"cientistas" e vários escritores e historiadores, para fazer subir
outra vez os números. Eis um exemplo:
"O livro Mothers in the Fatherland
relatou: "[As Testemunhas de Jeová] foram mandadas para campos de
concentração, um milhar delas foram executadas, e outro milhar morreu entre
1933 e 1945.... Católicos e protestantes ouviram os seus clérigos instarem com
eles para que cooperassem com Hitler. Se resistiram, fizeram-no contra as
ordens tanto da igreja como do estado." (The Watchtower, 1.º de
Janeiro de 1989, p. 21.)
Esta artimanha de citar uma fonte exterior, que por
sua vez está a usar a Watchtower como fonte, não é nova. A fonte de
informação do livro Mothers in the Fatherland é evidentemente a Watchtower
de 1950, que disse:
"Já durante o regime de Hitler, cerca de 1.000
testemunhas de Jeová foram executadas como traidores, porque não só recusaram
servir na guerra, mas também se opuseram abertamente à autoridade de Hitler.
Outras 1.000 testemunhas de Jeová morreram em prisões e campos de
concentração." (The Watchtower, 15 de Dezembro de 1950, p. 500.)
Assim, usando esta artimanha, em 1989 eles
conseguem aumentar outra vez o número para 2.000 mortos. O tempo dirá se eles
farão nova tentativa de elevar o número outra vez para 4.000, ou se se
contentam com 2.000 mortos.
Os factos mostram a absoluta desumanidade e falta
de escrúpulos da Watchtower Society quando se trata de usar o destino horrível
das vítimas dos Nazis, numa tentativa de conseguir a simpatia e a aceitação das
autoridades e do público em geral. Isto verifica-se em especial na Alemanha,
onde eles estão a tentar ser reconhecidos como uma Igreja pelo Estado Alemão.
Em 1994 e 1995, a Watchtower Society encenou várias
sessões de propaganda, nas quais tentaram tirar o máximo de dividendos
possíveis daquilo que aconteceu durante os anos do regime Nazi. Em 1994, eles
realizaram um seminário no museu do Holocausto em Washington DC, em 29 de
Setembro. Em 1995, foram feitos mais dois na França. O primeiro em Estrasburgo,
em 28 de Março e o segundo em Paris, dois dias depois. Do ponto de vista da
propaganda, o mais importante foi o realizado em Brandenburg, Alemanha, em 27
de Abril. A Watchtower Society tinha montado uma exposição com o tema
"Memoire de Témions" ("Memórias de Testemunhas"). A revista
Awake! [Despertai!] de 8 de Junho de 1996, que relatou estes
acontecimentos, parece ter ficado muito satisfeita com os resultados. Com o
objetivo de conferir um pouco mais de credibilidade a esta propaganda, eles
convidaram historiadores e políticos! Em França eles até conseguiram ter um
antigo governante a dizer algumas palavras. Aqueles de nós que leram na Watchtower
durante tantos anos as tiradas infindáveis de desprezo dirigidas aos políticos
e a outros que não são Testemunhas de Jeová, não podem senão sorrir perante uma
táctica tão transparente como esta.
Eles devem estar mesmo desesperados em Brooklyn, ao
convidarem representantes do sistema de Satanás para estar presente, para
tornar a sua propaganda mais credível.
Seja como for, nenhuma destas tentativas de dar uma
imagem mais mainstream, de igreja estabelecida e "normal,"
teve qualquer efeito visível. Em França as Testemunhas de Jeová saborearam um
decréscimo de 2% em 1996, e na Alemanha o seu número estagnou. As autoridades
Alemãs também não ficaram muito impressionadas, pois não deram à Watchtower
Society o estatuto que esta fazia questão de ter. Esse caso está agora pendente
do Supremo Tribunal Alemão e será provavelmente resolvido em 1998.
Por: Norman Hovland
Fonte: http://corior.blogspot.com


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