Os pastores (e outros
líderes) inclusivos que ainda não “saíram do armário”, por causa de sua
dissimulação — muitos até travestidos de conservadores —, são um enorme
perigo porque que agem de modo articulado e estratégico, quase que
imperceptivelmente, para desconstruir valores e apresentar às suas
igrejas, por meio de um discurso suave e “contextualizado”, um
“evangelho” palatável e adequado às suas convicções e intenções
sórdidas.
“Tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder” (2 Timóteo 3:5 — NVI).
A expressão “sair do
armário” é tradução da gíria americana “come out of the closet”, que
teria surgido a partir de outras duas expressões. Nos séculos 19 e 20,
“come out” (“sair”, “surgir”, “se revelar”) era usado quando os pais
organizavam os famosos bailes de debutantes que serviam para apresentar
as adolescentes à sociedade. Era nestas festas de quinze anos que as
meninas “se revelavam” adultas. Já a expressão “skeletons in the closet”
(“esqueletos no armário”) era usada como sinônimo de algum segredo
vexaminoso. Foi assim que “come out of the closet” passou a ser uma
metáfora para aqueles que assumiam a homossexualidade, ou, como se diz
hoje em dia, a sua “orientação sexual” ou “identidade de gênero”.
Creio que “sair do
armário” seja uma expressão também adequada para ser usada em relação
àqueles que resolveram sair do “armário teológico”, ou seja, abandonaram
a teologia conservadora e as interpretações bíblicas históricas e
assumiram publicamente outras convicções. Muitos líderes e autoridades
religiosas — teólogos, pastores, padres etc. — têm trocado a fé
tradicional pela chamada Teologia Inclusiva. Adotaram um novo
posicionamento em relação a temas como pecado, arrependimento, novo
nascimento, amor, justiça etc., e passaram a sustentar um discurso
complacente em relação a certos valores e comportamentos. Algumas
práticas antes consideradas pecaminosas agora são aceitas como sendo
normais, dentre elas comportamentos (ou “orientações”) sexuais
alternativas ao padrão tradicional. Para fundamentar “biblicamente” tais
padrões resolveram ignorar, revisar ou ressignificar certos textos
bíblicos e estabeleceram uma nova hermenêutica em que a Bíblia passou a
ser interpretada não mais a partir da perspectiva de Seu Autor, mas das
experiências, anseios e conveniências humanas. Eles passaram a fazer a
“leitura pública da Bíblia” que consiste em sua interpretação a partir
de certos grupos sociais: LTGBTs, mulheres (feministas), negros,
indígenas e outros, sempre tratando de adequar os “mandamentos” às suas
demandas. Certos textos, principalmente dentre os escritos paulinos,
passaram a ser considerados “interditivos” de mulheres e homossexuais.
Por esta nova leitura a Palavra de Deus deixou de ser normativa, e
assumiu posição de submissão à Teologia Inclusiva para servir às suas
finalidades.
Estes pastores que
saíram do armário teológico, porque adotaram uma postura “politicamente
correta” têm encontrado espaço na mídia e atraído multidões. Para os
pecadores nada melhor que este “evangelho” que ao mesmo tempo em que
autoriza o viver na carne aplaca suas consciências em relação a Deus. É
como se a Nicodemos não tivesse sido dito “que aquele que não nascer de
novo, não pode ver o reino de Deus” (João 3:3), nem à mulher adúltera
“vai-te, e não peques mais”, (João 8:11), ou que João Batista e Jesus
não tivessem iniciado seus ministérios com uma exortação ao
arrependimento (Mateus 3:3; 4:17), ou ainda que não houvesse nas
Escrituras nenhuma exigência à santidade, porque à luz desta teologia,
como seus expoentes ensinam, o único pecado é “não amar”.
Muitos pastores que têm
saído do armário teológico expõem suas ‘convicções inclusivas’ a partir
de seus púlpitos e por meio de todas as mídias possíveis; escrevem
livros, promovem congressos e festivais, criam páginas e blogs onde
publicam seus textos, coordenam movimentos etc. Geralmente investem e
conseguem exercer grande influência sobre os mais jovens. Por isso
muitas igrejas com perfil histórico se desviaram da Sã Doutrina, se
desligaram ou foram desligadas de suas denominações, e passaram a
interagir com outras igrejas e movimentos inclusivos. Outras ainda estão
no rol de denominações históricas, mas sem compromisso doutrinário e
teológico. É o caso de algumas igrejas onde pastores inclusivos, LGBTs,
teólogos feministas, defensores do aborto, dentre outros, têm trânsito
livre para pregar e ensinar.
Apesar da naturalidade como alguns pastores estão “saindo do armário”
— de fato perderam a vergonha —, há outros que, mesmo abraçando tais
convicções, não tiveram, ainda, a mesma coragem. Eles continuam no
“armário teológico”. Alguns, talvez, estejam também naquele outro
“armário”. Sei de pastores que não tendo assumido publicamente a
Teologia Inclusiva procuram se cercar de ministros auxiliares (indicados
por eles mesmos) e líderes inclusivos. Alguns encenam uma performance
conservadora, porém agem sutilmente por meio de seu corpo de líderes
para perverter a doutrina e desviar suas igrejas — tudo é uma questão de
tempo. Por que eles continuam no armário? Talvez não haja uma única
resposta, mas, provavelmente, por alguma conveniência ainda não tenham
“se revelado”: porque estão numa zona de conforto, pastoreando boas
igrejas e ganhando ótimos salários; porque ocupam cargos denominacionais
e fazem de sua posição instrumento de militância (ainda que velada);
porque não querem se indispor com líderes conservadores na igreja ou
denominação; porque “ainda não é hora”; ou por outros motivos.
Os pastores (e outros
líderes) inclusivos que ainda não “saíram do armário”, por causa de sua
dissimulação — muitos até travestidos de conservadores —, são um enorme
perigo porque que agem de modo articulado e estratégico, quase que
imperceptivelmente, para desconstruir valores e apresentar às suas
igrejas, por meio de um discurso suave e “contextualizado”, um
“evangelho” palatável e adequado às suas convicções e intenções
sórdidas. Tenham cuidado, “pois certos homens, cuja condenação já estava
sentenciada há muito tempo, infiltraram-se dissimuladamente no meio de
vocês. Estes são ímpios, e transformam a graça de nosso Deus em
libertinagem e negam Jesus Cristo, nosso único Soberano e Senhor” (Judas
1:4 — NVI).
Por Pr. Cleber Monteiro
Fonte: http://ministeriobbereia.blogspot.com
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