“Ó
profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão
insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Por que
quem compreendeu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe
deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele, e
para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém”.
(Rm 11.33-36)
Mesmo faltando palavras
para descrever Deus em toda a sua essência, o apóstolo Paulo tenta descrever
algo sobre Deus que se torna um texto clássico da Bíblia. Em primeiro lugar Paulo
deixa claro que a mente finita do ser humano é incapaz de conhecer Deus em sua
totalidade. Mas a Bíblia também nos fala que um dia esta finitude irá acabar
quando estivermos na glória e veremos a Deus como realmente ele é (1Jo 3.2).
1 – A Profundidade das riquezas. Em Rm 2.4, 9.23 Paulo cita alguns
aspectos destas riquezas: bondade, tolerância, longanimidade, misericórdia.
Porém em Romanos 10.12,13 está o fechamento da total riqueza do nosso Deus: a
salvação. Só a salvação em Cristo Jesus enriquece o homem de forma completa,
eterna e verdadeira, tudo o mais é passageiro e ficará nesta terra.
2 – A inescrutável sabedoria de Deus – A sabedoria é o uso correto do
conhecimento. Todo conhecimento pertence a Deus e é usado para o cumprimento de
seus santos propósitos. Sua sabedoria planejou a salvação e a riqueza a
concedeu.
3 – O conhecimento de Deus – A Bíblia nos mostra que Deus é Onisciente:
conhece todas as coisas e nele está a pré-ciência. Com nossa mente finita
conseguimos olhar de frente para trás, ou seja, do presente para o passado.
Deus olha do futuro para o presente e para o passado, Ele conhece tudo com
antecedência. Nada lhe foge do conhecimento. Daí tantas vezes a Bíblia nos
alertar a descansarmos nele, não andarmos ansiosos. Deus já nos conhece e
conhece a nossa história. Todo crente fiel pode descansar em Deus, pois ele
tudo sabe e seu conhecimento aliado à sua sabedoria usará tudo sobre nós para
cumprir em nós seus santos propósitos.
4 – Insondáveis juízos – Estamos vivendo uma crise no judiciário
brasileiro. O que é justo e ajuizado já está em crise nos tribunais humanos de
maior instância. Porém, em Deus, não há nenhuma sombra de variação (Tg 1.17).
Sua justiça e juízo continuam intactos. Ainda que a justiça humana seja falha,
o homem não escapa da justiça divina.
5 – Inescrutáveis seus caminhos – A palavra inescrutável significa
impossível, incompreensível à mente humana. O fato de não compreendermos Deus
ou seu modo de agir não nos dá o direito de questioná-lo ou sugerir-lhe
melhores caminhos. Por vezes ouço servos tentando dizer a Deus como ele deveria
agir, levar determinada situação. Como um ser finito, com conhecimento e
sabedoria finitas pode tentar dizer a este Deus por onde ir e como ir? É o cego
tomando o comando da trilha. A soberba do homem o leva ao campo do ridículo. Eu
determino, eu ordeno, se não acontecer... Oh profundidade da ignorância e da
pobreza humana. Deixemos Deus agir em nossas vidas, cumprir seus santos
propósitos e sermos levados por ele da forma, hora e modo que ele quiser. Os
caminhos do Senhor são perfeitos, o fato de não entendê-los não tira deles a
sua perfeição.
6 – Conhecer a mente de Deus – O próprio ser humano não conhece todo o
potencial de sua mente finita; como poderíamos então entender e conhecer a
mente infinita de Deus? Nossa incompreensibilidade de Deus deve nos levar a
aceitação dele e nunca a dúvida e falta de fé. O que não conheço, com certeza
Deus conhece, tem um propósito e tudo coopera para o bem daqueles que amam a
Deus e andam segundo o seu propósito.
O que Deus não revelou
nos é no momento incompreensível. É como dar um livro de Shakespeare a uma
criança recém alfabetizada e esperar que ela entenda e aprecie a obra.
Certamente, ainda que apresentada, não entenderá e não gostará. Muitos andam
desgostosos de Deus por não o entender. Deus deve ser aceito e não entendido em
sua mente inapreensível. A fé nos faz entender e ter intimidade com Deus e isto
basta.
7 – Seu conselho – Quem poderia dar conselho a um Deus, depois de tudo
que o apóstolo Paulo expôs? Mas infelizmente estamos vendo cada vez mais
pessoas dizendo a Deus como agir, fazer, a que horas, de que modo. E não é só
conselho, são ordens. Depois de lermos o que Paulo escreveu aqui em Romanos
11.33-36, depois de lermos como Paulo descreve a sabedoria de Deus, como
podemos pensar em dar conselhos a Deus? Depois de ler tudo o que Paulo descreve
o sentimento é de total impotência e de total dependência dele.
8 – Quem primeiro deu? – A salvação é gratuita. Não damos nada. Tudo já
foi pago na cruz do Calvário. Nem fui eu quem escolheu a Deus, mas foi ele quem
me escolheu! Estávamos mortos em nossos delitos e pecados. Morto fala, anda,
escolhe, dá algo a alguém? Não! Tudo parte de Deus, nossa salvação vem dele.
Foi dele a iniciativa de se reconciliar com o homem através de Jesus Cristo na
cruz do Calvário. Ele é o princípio e o fim, o primeiro e o último. “O que
daremos a Deus pelos grandes benefícios que nos tem feito?” (Sl 116.12), resume
bem a nossa incapacidade de dar algo a Deus. Nada nos é possível dar porque
tudo em Deus é através de sua misericórdia e graça.
E o verso 36 deste
capítulo resume as quatro verdades excelentes de Deus:
Porque
dele
– ele é a origem de tudo. Todas as coisas são de Deus, ele é o autor de tudo,
sua vontade é a origem de toda existência.
Por
meio dele – Ele é o sustentador de tudo. Todas as coisas
continuam a existir por intermédio dele. Na passagem que diz: “Louco! Esta
noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” (Lc 12.20),
é o exemplo claro do Deus sustentador.
Para
ele
– Deus é o herdeiro de tudo. Deus é a fonte, o meio e o fim. Tudo deve ser para
sua glória. Por que se vangloriar de coisas passageiras e que não são para ele?
Não passam de palha. Tudo o que realmente tem valor é para Deus. Nossa adoração
é para ele e só dele, todas as coisas tendem à sua glória como seu objetivo
final.
A
ele pois – Deus é o alvo de tudo. Porque tudo vem dele,
através dele e para ele é que a glória só pode pertencer a ele. A ele não
somente devemos tributar toda a glória, mas para ele redundará toda a glória.
Soli Deo Gloria!
Todo joelho dobrará, toda
língua confessará ao seu tempo que só o Senhor é Deus! Aceite-o antes deste
grande e terrível dia.
Que Deus nos abençoe!
Por Cláudia Castor
Fonte: http://ministeriobbereia.blogspot.com
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