Não é pecado ser tentado. Jesus foi tentado, mas não pecou (Mateus 4:1; Hebreus 4:15). Eva foi tentada no jardim, e ela definitivamente achou o fruto proibido atraente, mas parece que não pecou de fato até que pegou o fruto e comeu (Gênesis 3:6-7). A luta contra a tentação pode levar ao pecado, mas a luta em si não é um pecado.
A luxúria heterossexual é um pecado (Mateus 5:27-28), mas a atração heterossexual não é um pecado. É normal e natural que os machos se sintam atraídos pelas fêmeas e vice-versa. Não há absolutamente nada de errado em as pessoas acharem o sexo oposto atraente. Só se torna pecado se essa atração se transformar em luxúria. Uma vez que a atração se expande para o desejo de fazer algo sexualmente imoral, então torna-se pecado no coração.
A homossexualidade é diferente. O comportamento homossexual em qualquer contexto é uma ação que a Bíblia proíbe. Não obstante, deixando de lado o comportamento, será que a atração pelo mesmo sexo é pecaminosa? De um modo geral, qualquer desejo por algo que Deus proibiu é resultado do pecado desta forma: o pecado infectou tanto o mundo e a nossa natureza que o que é mau muitas vezes parece bom para nós. Estamos infectados com o pecado, e o pecado faz com que tenhamos pensamentos, desejos e tendências distorcidas e deformadas. Somos pecadores por natureza (Romanos 5:12). Os sentimentos de atração pelo mesmo sexo, por si só, nem sempre são um pecado ativo e voluntário, mas ainda estão enraizados na natureza decaída. A atração pelo mesmo sexo é, em algum nível, uma expressão da natureza do pecado.
O pastor e teólogo John Piper tem algumas palavras perspicazes sobre a questão da atração pelo mesmo sexo: “Seria correto dizer que os desejos do mesmo sexo são pecaminosos no sentido de que são desordenados pelo pecado e existem contrários à vontade revelada de Deus. Entretanto, o fato de que são causados pelo pecado e enraizados no pecado não torna esses desejos o mesmo que pecar. Pecar é o que acontece quando a rebelião contra Deus se expressa através de nossas desordens” (do sermão “Que o casamento seja honrado”, 16 de junho de 2012).
Um momento passageiro de atração pelo mesmo sexo, mesmo que repetido com frequência, é melhor categorizado como uma tentação, não como um pecado. Se permitirmos que aquele momento espontâneo e fugaz se transforme em algo mais – a tentação passageira se torna uma intenção lasciva – nesse caso, tornou-se um pecado. Em que ponto a tentação se torna um pecado do coração? Para perguntar de outra maneira, por quanto tempo podemos entreter uma tentação antes que se transforme em um pensamento errado? A resposta é impossível de identificar. Nós sabemos disso: todos devemos ser transformados pela renovação de nossas mentes (Romanos 12:2) e levar “cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Coríntios 10:5).
Por causa da natureza pecaminosa que a humanidade possui, a atração pelo mesmo sexo pode parecer “natural” para alguns, mas é absurdo dizer que o pecado, se vier “naturalmente”, deve ser abraçado. É certo que uma pessoa com propensão à raiva ataque os outros com sua ira? É certo um cleptomaníaco roubar? É certo que um marido cometa adultério simplesmente porque um forte desejo sexual faz parte da sua natureza? Claro que não. As pessoas nem sempre podem controlar como ou o que sentem, mas podem controlar o que fazem com esses sentimentos (1 Pedro 1:5-8). E todos nós temos a responsabilidade de resistir à tentação (Efésios 6:13).
Os filhos de Deus devem pensar e agir de forma diferente do mundo. Muitos no mundo aceitam a atração pelo mesmo sexo e a homossexualidade como uma norma social, mas os padrões de vida de um cristão devem vir da Bíblia, não da sabedoria convencional (2 Timóteo 3:16-17). Vivemos no mundo e, portanto, experimentamos tentações todos os dias. Temos naturezas caídas e pecaminosas, e assim lutamos contra desejos ímpios. Alguns cristãos lutam contra a tentação de agir com base na atração pelo mesmo sexo. A boa notícia é que a vitória é possível. “… todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 João 5:4).
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Fonte: GotQuestions.org
Imagem: Google
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