A religião dos seguidores do Evangelho de Jesus tem se transformado em manifestação da cultura pop.O
número de evangélicos no Brasil cresceu bastante nos últimos anos. É
raro encontrar alguém que não conheça pelo menos um evangélico. Mas, e a
prática do Evangelho de Jesus, vem crescendo na mesma proporção? Será
que temos hoje mais crentes em Cristo ou muitos evangélicos nominais?
Diante disso é preciso examinar se estamos seguindo a Cristo ou as
influências do meio sócio-religioso.
Aliado
ao crescimento numérico, o segmento evangélico tornou-se conhecido
ultimamente mais como manifestação da cultura pop, que propriamente
religião dos seguidores de Jesus. A contribuição vem até de emissora de
televisão que era fechada para o Evangelho. Alguns
encaram essa popularização como visibilidade e propagação do reino de
Deus, contudo a realidade mostra-nos que a Palavra de Deus é pouco
conhecida e menos praticada pelos neoconversos.
É
lamentável que essa falta de conhecimento e prática seja ocupada por um
cristianismo liberal, materialista e adaptado ao mundanismo hodierno.
Que tolera as paixões carnais e vários pecados condenados pela Palavra
de Deus. Que não aponta a necessidade de disciplina pessoal,
impulsionada pelo temor do Senhor, e nem denuncia o apego às coisas
terrenas: "Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele" (I João 2.15).
Isso
tem ofuscado a genuína obra de evangelização, que conduz pecadores ao
arrependimento e à vida de comunhão com Cristo, tal como patenteado nas
Escrituras: "Arrependei-vos,
pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e
venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor" (Atos
3.19).
Infelizmente, a conversão transformadora sucumbiu
na onda desse evangelho pop, influenciado pela decadência cultural dos
últimos tempos. Valendo-se da massificação dos meios de comunicação e
das estratégias de marketing, arregimentou fãs e agregou atrações
midiáticas ao seu roteiro. A pregação ousada das Boas Novas se curvou a
shows e eventos sociais, e o povo se tornou plateia. Os púlpitos foram
transformados em palcos, concorrendo estrelas da música gospel, animadores
de auditório e celebridades, que protagonizam verdadeiros espetáculos e
glorificam mais a criatura que o Criador. Falta-lhes a essência
inconfundível da espiritualidade Cristocêntrica.
Esse cristianismo cultural oferece o evangelho popularizado, que mostra o caminho da fama, fortuna e facilidades. Não
exige qualquer esforço de reflexão bíblica e nenhum tipo de renúncia
pessoal aos prazeres da sociedade secularizada. Concorre desse modo para
reduzir as diferenças entre a igreja e o mundo, entre adoradores de
Cristo e veneradores de si mesmos. Por outro lado, Jesus nos adverte: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me" (Mateus 16.24).
Ademais,
esse evangelho pop é incapaz de fazer novos discípulos de Jesus. Não
produz seguidores que realmente guardam os Seus ensinamentos (Mateus
28.19-20) – característica principal do autêntico evangélico.
Como predito nas Escrituras: "Mas nem todos têm obedecido ao Evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem creu na nossa pregação?" (Romanos 10.16). E assim, o que produz, não são relacionamentos virtuosos com Cristo, mas envolvimento com lazer espiritual dentro dessa cultura de massas.
Por tudo isso, cabe aos evangélicos crescer em quantidade, sem perder a qualidade que os identifica: “Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo” (II Pedro 3.18). Também reconhecer que
o Evangelho deve ser semeado entre todos os povos (Marcos 16.15),
sem renunciar sua simplicidade ou se misturar ao joio da cultura
popular: "Mas
temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim
também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se
apartem da simplicidade que há em Cristo" (II Coríntios 11.3).
Por fim, compreender que o Evangelho não se destina a status social, mas para a conversão de almas e transformação de vidas: "Porque
o nosso Evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em
poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza, como bem sabeis quais
fomos entre vós, por amor de vós" (I Tessalonicenses 1.5). E ainda, não é
glória humana, prazer carnal e nem riqueza efêmera, mas “é o poder de
Deus para salvação de todo aquele que crê" (Romanos 1.16). Portanto,
deixe de ser pop e seja de Cristo, pois Ele não chamou fãs, mas
imitadores!
Adiel Teófilo
Fonte: http://adielteofilo.blogspot.com
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