Cuidado para que a mornidão da religiosidade não apague a chama do Espirito Santo em nosso altar.
Existem igrejas adormecidas na rotina enfadonha das suas liturgias, apesar de alguns eventos que realizam para animar o povo. Usam também expressões como “vamos glorificar”, “Jesus está aqui”, e outras do gênero, contudo há ocasiões tão melancólicas que mais se parecem com culto fúnebre, transformando em sofrimento o prazer de congregar. Quais são as razões dessa mornidão litúrgica? Será que essas igrejas perderam o entusiasmo da adoração sincera e o fervor de espírito no clamor a Deus?
Basta observar o que está acontecendo, pois pelo fruto se conhece a árvore (Lucas 6.44). As reuniões estão cada vez mais frias e o programa dos cultos semanais se repete quase na mesma sequência: faz-se rápida oração no início e outra no término, não mais que um minuto ou dois; uma pequena leitura bíblica, seguida por outra oração curta, depois o longo período de cânticos; ora-se pelo pregador, que deve proferir rápida preleção, porque boa parte do tempo se foi com tantas apresentações musicais. Canta-se muito com os lábios, mas se adora pouco com a prática cristã. Onde estão os adoradores que adoram o Pai em espírito e em verdade? (João 4.23).
A religiosidade vai mais longe. Prevalece uma extensa agenda com repetida programação, em detrimento dos reais propósitos da Igreja de Jesus Cristo. Mais importa a data para o ajuntamento de fiéis, que propriamente o estado espiritual das ovelhas. E muitos se enveredam pelo caminho interminável dos ensaios e da preparação de adornos e apresentações. A novidade fica por conta do cantor ou pregador convidado, que consegue conduzir o povo a momentos de alegria e glorificação durante certas festividades. Depois, volta-se à monotonia das atividades habituais.
O esforço com a programação é grande, porém o fruto às vezes é escasso. Evangeliza-se pouco e praticamente não se ganha almas para Cristo. Não há alegria no céu, porque não há nesses templos pecador para se arrepender. Ninguém sai em busca das ovelhas perdidas, mas se ajuntam com aquelas que não necessitam de arrependimento (Lucas 15.7). E assim, a igreja que deveria ser uma UTI para receber pecadores vem se tornando num confortável SPA de santos.
Esse evangelho da religiosidade reflete a condição da igreja de Laodicéia (Apocalipse 3.14-22). Os seus seguidores estão enriquecidos e se vangloriam por não sentirem falta de nada, entretanto suas obras revelam o caráter insosso e a mornidão espiritual que causam ânsia de vômito na justiça do Reino de Deus (Mateus 5.20 e 6.33).
Não percebem que estão empobrecidos sem as manifestações sobrenaturais do Espírito Santo, desaparecendo profecias, curas, operação de maravilhas e salvação de almas com transformação de vida. Mas também abandonaram a riqueza da oração incessante, o temor do Senhor que faz se abster de todo mal e a indispensável santificação (I Tessalonicenses 5.17-23). Não mais realizam cultos de oração e vigílias com toda a igreja, os líderes se envolveram com políticos e a corrupção deste mundo, e as práticas de santidade foram paulatinamente substituídas pela satisfação das concupiscências da carne e o comodismo denominacional.
A verdade é que alguns sacerdotes não mais removem as cinzas do altar nem renovam o sacrifício a cada dia (Levítico 6.11-13). Porque se acomodar à rotina é mais fácil que lutar pela renovação espiritual. Desse jeito não há como o fogo arder continuamente. "Sem lenha, o fogo se apagará" (Provérbios 26.20). Resta-nos clamar: Senhor, não deixe que a religiosidade apague a chama do Espírito Santo em nosso altar!
Adiel Teófilo
Fonte: http://adielteofilo.blogspot.com/
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