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terça-feira, 6 de julho de 2021

A Igreja Perfeita


Conta-se que numa de suas conferências evangelísticas o Pr. Billy Graham foi abordado por uma senhora que lhe perguntou: “Rev. Graham, com sua vasta experiência o senhor poderia me dizer qual é a igreja perfeita?” ao que ele respondeu: “Sim, claro que lhe digo, mas, só com uma condição”. A mulher então prontamente concordou com ele e atenta à resposta ouviu o seguinte: “A condição que exijo da senhora é: não entre nessa igreja, pois, no dia em que a senhora lá entrar, ela deixará de ser perfeita”.

 

Isso ilustra muito bem o que tem acontecido com a Igreja de Cristo. Muitos mudam de igreja dizendo que a igreja da qual saíram era problemática e imperfeita. Ao chegarem numa nova igreja sentem-se como se estivessem entrando num paraíso; mas, em pouco tempo verão defeitos na mesma, e logo cogitarão deixa-la para saírem à procura de outra igreja “melhor”. É claro que isso não se aplica a alguém que estava numa igreja que ensina heresias, coisas contrárias à Palavra de Deus, e foi para outra Igreja que busca pureza doutrinária. O caso que nos referimos aqui é o de pessoas que buscam uma igreja perfeita para elas. Uma igreja que as agrade em tudo e que jamais lhes traga algum desconforto. Em se tratando da Igreja de Cristo, a verdadeira Igreja, isso é impossível pelo fato de que é a Igreja que tem de agradar a Cristo e estar-Lhe submissa, e não o contrário (veja Ef 5.22-24).

 

Porém, quero chamar a sua atenção para a seguinte verdade: a Igreja perfeita existe! Não se trata de uma Igreja que não tenha pecados, onde as pessoas se entendem muito bem e não há atritos, onde a disciplina corretiva não precisa ser aplicada porque a disciplina preventiva e formativa é sempre levada com dedicação tanto por quem instrui quanto por quem é instruído. Um texto que é muito importante sobre o assunto é Hb 10.14: “Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados”.

 

O que está verso nos ensina? Basicamente, duas verdades maravilhosas: (1) somos tão perfeitos quanto o sacrifício de Cristo pode nos aperfeiçoar; (2) estamos em constante processo de aperfeiçoamento. Vejamos cada uma dessas verdades e no que cada uma implica para nós como Igreja.

 

(1)     Somos tão perfeitos quanto o sacrifício de Cristo pode nos aperfeiçoar.

 

O escritor da carta aos Hebreus está mostrando desde o Cap.7 a superioridade do sacrifício de Cristo em relação aos sacrifícios levíticos os quais eram apenas “sombras” do que seria o sacrifício de Cristo. Os sacrifícios levíticos eram repetidos constantemente pelo motivo de que eram limitados, ou seja, cada sacrifício era feito por um pecado específico; por isso mesmo se repetiam. Aqui no Cap.10 ele passa a mostrar que o sacrifício de Cristo é infinitamente superior porque é único e eterno. Por isso mesmo ele disse: “…com uma única oferta aperfeiçoou para sempre quanto s estão sendo santificados” (v.14). Não há nada mais a ser acrescentado ao sacrifício de Cristo, como ensina a heresia Adventista do Sétimo Dia, que segundo sua profetiza Ellen White, em 1844 o Senhor Jesus entrou no santuário celeste para fazer o tal “juízo investigativo”, e ali também Ele expiou os pecados do Seu povo; ou ainda como ensina a Igreja Romana com a missa, a qual não é um culto, mas, sim, uma nova ocasião em que Cristo é “novamente” oferecido em sacrifício. Tais ensinamentos contradizem o que a Bíblia diz e por isso mesmo são heresias.

 

Não se deixe enganar. Tudo o que precisava ser feito para que você fosse justificado diante de Deus, Cristo fez de uma vez por todas lá na cruz. Nada mais se acrescentará ao Seu sacrifício que nos torna perfeitos aos olhos de Deus. Nesse sentido, a Igreja de Cristo é perfeita, e se você é um crente em Cristo Jesus e O recebeu como seu único e suficiente salvador, você é tão perfeito quanto o sacrifício Dele pode torna-lo, isto é, você é perfeitamente perfeito.

 

(2)     Estamos em constante processo de aperfeiçoamento.

 

A parte final do v.14 diz: “aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados”. Isto quer dizer que aqueles que foram escolhidos por Deus e justificados pelo sacrifício de Cristo, jamais perderão a condição de filhos de Deus, justificados e salvos. Porém, enquanto estiverem nesse mundo estarão em constante processo de aperfeiçoamento, que aqui é chamado de santificação (“estão sendo santificados”). Os eleitos convertidos já são perfeitos no sentido eterno e final, mas, no sentido temporário e presente, ainda lutam contra seus pecados, contra suas imperfeições, suas inclinações para o mal. É por essa razão que dentro da Igreja encontramos pessoas se atritando, irmãos cometendo pecados dos quais deveriam estar longe. São filhos de Deus de fato, mas, se esquecem de sua real condição diante de Deus (são filhos!) e por isso cedem ao pecado. Se todos nós nos lembrássemos o tempo todo de que a nossa condição hoje é a de filhos de Deus, de herdeiros da Sua Glória eterna, coparticipantes da Sua santidade, olharíamos para os nossos pecados não com a mesma complacência de sempre, mas, sim, com tristeza, com pesar e correríamos para os braços do nosso Pai buscando o seu perdão.

 

Lembre-se de que seu irmão, assim como você, está sendo trabalhado, aperfeiçoado e limpado dos seus pecados (processo de santificação). Lembre-se de ser misericordioso com ele, sem deixar de ser firme na luta contra o pecado.

 

A Igreja de Cristo é perfeita por causa do sacrifício Dele; a Igreja de Cristo está em processo de aperfeiçoamento (santificação) por meio do lavar regenerador do Espírito Santo através da Palavra de Deus (Tt 3.5,6). Se você está em Cristo, então está na Igreja perfeita, que enquanto estiver neste mundo está sendo aperfeiçoada, inclusive você.

 

Rev. Olivar Alves Pereira

 

Fonte: http://www.noutesia.com.br

Imagem: Google

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