Já faz algum
tempo que tenho me aproximado de alguns “desigrejados” e só após algumas
conversas surgiu esse texto. A conclusão que cheguei ao me aproximar deste
movimento de pessoas que bateram de frente com um sistema eclesiástico e se
frustraram, é que eles não perceberam o que é a Igreja de Cristo a luz das
Escrituras. Confesso que não é fácil ouvir alguns depoimentos de pessoas que se
feriram e se frustraram com o “sistema”. Eles reclamam bastante da falta de
base bíblica de muitos pastores e igrejas, mas se esquecem que viver fora da
comunhão dos santos também não tem base bíblica. Relatam dos abusos de muitos
falsos líderes (e isto é um fato), todavia, esquecem que Deus deu pastores a
sua igreja (Efésios 4). Igreja saudável não quer dizer perfeita, igreja
saudável é aquela que é bíblica, acredito que este seja o ponto que muitos
desigrejados não perceberam. A evangelização de desigrejados demostra o grande
desafio que temos neste tempo, e além desses problemas temos alguns mitos
também:
a) Mito da igreja oculta: Muitos desigrejados
alegam que não pertencem a nenhuma igreja física, que não precisam ir à igreja,
pois eles são “templo e morada do Espírito Santo”. Tal afirmação é perigosa e
sem base bíblica, estão fazendo da filiação em Cristo um assunto particular,
místico, um relacionamento separado de qualquer prática, instituição ou
cerimônia terrena.
b) O mito da igreja como prédio: Dizem que
Bíblia jamais faz uso da igreja em relação a um prédio físico, uma denominação
ou influência na sociedade.
c) Mito da igreja primitiva: Esta visão é
deturpada pelo primitivismo, muitos alegam que a igreja de Atos é a única
verdadeira e modelo para as igrejas de hoje. É preciso lembrar que a igreja de
Atos também tinham pecadores e que a mesma também tinha problemas, é só lembrar
de Ananias e Safira. O texto de Atos 2.42,47 nos fornece uma base necessária
para pesarmos sobre igreja e como devemos agir como comunidade local, mas, a
igreja primitiva também tinha seus problemas, igreja saudável não quer dizer
perfeita.
d) Mito da igreja doutrinária: Essa visão fica
obscurecida pelo intelectualismo e também é uma distorção, a igreja precisa de
ortodoxia (doutrina correta), ortopraxia (ação correta) e ortopatia (sentimento
correto).
Podemos
perceber que esses problemas e mitos acabam influenciando o desenvolvimento
saudável da igreja local. Muitas influencias acabam entrando e se hospedando
dentro das igrejas e são uma grande ameaça à saúde da igreja. Onde podemos
encontrar um padrão estabelecido para regimento da Igreja de Cristo? Na Bíblia!
Sola Scriptura.
I – O QUE É
A IGREJA SEGUNDO AS ESCRITURAS?
Esse é um ponto onde toda igreja precisa se ater.
Toda definição sobre a igreja de Cristo deve ser oriunda de sua revelação. A
Bíblia é a comunicação de Deus que declara sua verdade e doutrinas, e nosso
dever é cumprir a vontade do Dono da igreja. Há dois aspectos a se observar na
igreja: ela é uma associação de crentes, em contraposição aos indivíduos
crentes, é representada nas Escrituras sob dos aspectos 1) é o “corpo de
Cristo”. Acaba aqui toda individualidade defendida pelos desigrejados, nenhum
cristão solitário pode dizer que é corpo de Cristo. Podemos dizer que a igreja
e não indivíduos é que são o corpo de Cristo, então a habitação de Cristo em
sua igreja capacita de dons, graças e poderes que nenhum crente individualmente
possui. 2) A igreja é também habitação do Espírito Santo, é verdade que o Espírito
Santo habita em cada crente individualmente, fazendo o corpo e alma como seu
templo, mas num sentido mais elevado não leva o verdadeiro cristão a viver uma
vida de individualidade. James Bannerman[1]
faz o seguinte comentário sobre essa questão:
Como o corpo do Filho de Deus, como o lugar da
habitação terrena do Espírito de Deus, a igreja, mais do que o cristão – a
associação mais do que o indivíduo – nos é apresentada como a mais alta e a
mais gloriosa personificação e manifestação do poder divino e da graça sobre a
face da terra. E é à associação, e não aos indivíduos que compõe – à igreja e
não aos seus membros individuais – que muito da linguagem bíblica se dirige.
Uma
verdadeira teologia bíblica sobre a igreja é a única solução para termos uma
igreja saudável, o ensino correto da doutrina levará aqueles que estão pensando
ser desigrejados a se arrependerem, é perceptível em nosso tempo a falta de
identidade de muitas comunidades locais, tudo isso é um afastamento das
Escrituras - nossa regra de fé e prática.
1.1 A Igreja
definida nas Escrituras
Nosso ponto
de partida será a partir de uma eclesiologia numa estrutura pactual,
compreendendo o desenvolvimento da revelação progressiva, dentro do processo de
criação, queda, redenção e consumação. Abaixo segue tabela comparativa entre o
Israel do A.T e a Igreja do N.T[2].
O ISRAEL
do AT e a IGREJA de Deus do NT
|
|||
Santos
|
Nm 16:3; Dt 33:3
|
Santos
|
Ef 1:1; Rm 1:7
|
Eleitos
|
Dt 7:6, 7; 14:2
|
Eleitos
|
Cl 3:12; Tt 1:1
|
Amados
|
Dt 7:7; 4:37
|
Amados
|
Cl 3:12; Ts 1:4
|
Chamados
|
Is 41:9; 43:1
|
Chamados
|
Rm 1:6, 7; 1 Co 1:2
|
Assembleia
|
Sl 89:5; Mq 2: 5; At 7:38; Hb 2:12
|
Assembleia
|
Ef 1:1; At 20:28
|
Rebanho
|
Ez 34; Sl 77:20
|
Rebanho
|
Lc 12:32; 1 Pe 5:2
|
Nação Santa
|
Ex 19:5, 6
|
Nação Santa
|
1 Pe 2:9
|
Reino de sacerdotes
|
Ex 19:5, 6
|
Reino de sacerdotes
|
1 Pe 2:9
|
Propriedade exclusiva
|
Ex 19:5, 6
|
Propriedade exclusiva
|
1 Pe 2:9
|
Povo de Deus
|
Os 1:9, 10
|
Povo de Deus
|
1 Pe 2:10
|
Povo Santo
|
Dt 7:6
|
Povo Santo
|
1 Pe 1:15, 16
|
Povo da propriedade
|
Dt 7:6
|
Povo da propriedade
|
Ef 1:14
|
Tabernáculo de Deus
|
Lv 26:11
|
Tabernáculo de Deus
|
Jo 1:14
|
Deus anda entre eles
|
Lv 26:12
|
Deus anda entre eles
|
2 Co 6:16-18
|
Doze patriarcas – liderança do povo de Deus na
antiga Aliança
|
Is 54:5; Jr 3:14; Os
2:19; Jr 6:2; 31:32
|
Doze Apóstolos – liderança do povo de Deus na
nova Aliança
|
Ef 5: 22; 23; 2 Co 11:2
|
Diferente do
pensamento dispensacionalista[3]
defenderemos uma continuidade do povo de Deus, o interesse principal da Bíblia
é o povo de Deus na terra. Somos instados a nos unir a comunidade visível de
Deus neste planeta e promover seu avanço. Primeiro em Israel e depois na igreja
cristã, é possível ver o desenvolvimento da história bíblica mostrando unidade
entre o povo de Deus e uma comunidade visível – a Igreja. Nas palavras de Bruce
L. Shelley[4]
podemos ver o seguinte:
Esta comunidade é especial justamente por causa de
Jesus Cristo. A frase “igreja de Deus” (ekklesia theou) ou “igreja de Cristo”
(ekklesia Christou) revela o significado essencial da igreja. A palavra
(ekklesia) por si só não significa mais do que simplesmente “reunião”. Mas,
“igreja de Deus” indica que o caráter desta assembleia não está em seus membros
mas em seu cabeça. É assembleia ou reunião de Deus.
Uma
eclesiologia sustentada pela ideia da unidade do pacto, além de ser mais clara,
à luz das Escrituras, nos mostra seu desenvolvimento dentro da revelação
progressiva e nos mostra onde estamos como povo de Deus, podemos ver nas
palavras de Jonathan Leeman[5]
a seguinte afirmação:
Com efeito, não é preciso olhar além da estrutura
pactual da Bíblia para ver o elemento corporativo da nossa conversão. É verdade
que todas as alianças do Antigo Testamento encontram o seu cumprimento no
descendente (singular) de Abraão. Jesus é o novo Israel. Contudo, é também verdade
que todos aqueles que são unidos a Cristo por meio da nova aliança também se
tornam o Israel de Deus e os descendentes (plural) de Abraão (Gl 3.29; 6.16).
[...] Não é surpreendente que as promessas do Antigo Testamento acerca de uma
nova aliança tenham sido feitas a um povo: “Não ensinará jamais cada um ao seu
próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao SENHOR, porque todos me
conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o SENHOR. Pois perdoarei as
suas iniquidades e dos seus pecados jamais me lembrarei” (Jr 31.34). A nova
aliança promete perdão (vertical) assim como promete uma comunidade de irmãos
(horizontal).
É dentro da
estrutura do pacto que podemos ver a sustentação e preservação do povo de Deus,
é no texto de Efésios 2 que podemos que o povo de Deus, judeus e gentios se
tornam um “Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo
derribado a parede da separação que estava no meio, a inimizade” Efésios
2.14. Podemos encontrar nas Escrituras algumas definições de Igreja:
Igreja
invisível e católica: Corpo de
crentes que estejam no céu ou na terra, que já estão ou que serão unidos a
Cristo como seu unigênito salvador. É uma associação que nenhum homem pode
contar ou identificar por sinais exteriores, não pode ser restringida
geograficamente e não pode ser visível aos olhos humanos. (Associação dos
eleitos, igreja espiritual e invisível, esposa de Cristo, templo do Espírito
Santo, corpo de Cristo).
Igreja
Visível e católica: Grupo de eleitos que professam visivelmente a fé em Cristo, essa igreja
visível conhecida pelos homens tem uma confissão de fé, pratica as ordenanças e
é externamente unida a Cristo por causa da igreja invisível. O livro de Atos
2.47 “enquanto isso acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo
salvos”. A Bíblia sempre descreve este grupo visível de cristãos e o descreve
como igreja (União viva e união morta).
Tratando de
igreja visível e invisível temos um comentário da confissão de fé de
Westminster[6]:
I. A Igreja Católica ou Universal, que é invisível,
consta do número total dos eleitos que já foram, dos que agora são e dos que
ainda serão reunidos em um só corpo sob Cristo, seu cabeça; ela é a esposa, o
corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todas as coisas.
Ef. 1: 10, 22-23; Col. 1: 18.
II. A Igreja Visível, que também é católica ou
universal sob o Evangelho (não sendo restrita a uma nação, como antes sob a
Lei) consta de todos aqueles que pelo mundo inteiro professam a verdadeira
religião, juntamente com seus filhos; é o Reino do Senhor Jesus, a casa e
família de Deus, fora da qual não há possibilidade ordinária de salvação.
I Cor. 1:2, e 12:12-13,; Sal .2:8; I Cor. 7 :14; At. 2:39; Gen. 17:7;
Rom. 9:16; Mat. 13:3 Col. 1:13; Ef. 2:19, e 3:15; Mat. 10:32-33; At. 2:47.
III. A esta Igreja Católica Visível Cristo deu o
ministério, os oráculos e as ordenanças de Deus, para congregamento e
aperfeiçoamento dos santos nesta vida, até o fim do mundo, e pela sua própria
presença e pelo seu Espírito, os torna eficazes para esse fim, segundo a sua
promessa.
Ef. 4:11-13; Isa. 59:21; Mat. 28:19-20.
IV. Esta Igreja Católica tem sido ora mais, ora
menos visível. As igrejas particulares, que são membros dela, são mais ou menos
puras conforme neles é, com mais ou menos pureza, ensinado e abraçado o
Evangelho, administradas as ordenanças e celebrado o culto público.
Rom. 11:3-4; At. 2:41-42; I Cor. 5:6-7.
Igreja que
adora a seu Deus: Na Palavra de Deus podemos ver claramente um grupo de crentes, em
qualquer lugar que se reúne para adoração a Deus.
Igreja como
pluralidade de congregações: Grupo de congregações associadas a um governo comum.
1.2 Igreja
Instituição Divina e Espiritual
Outro ponto
de grande destaque e que dá um norte é saber que Cristo é o dono e
fundador da igreja, e a comunidade de cristãos não é feita de acordos humanos,
mas pela determinação de Deus, o problema de muitos pastores e líderes é que
olham para a igreja com lentes do marketing e da administração e se esquecem de
seu caráter espiritual. Bannerman[7]
faz o seguinte comentário sobre esta natureza de relacionamento espiritual
entre o cristão e Cristo:
A íntima e misteriosa união que se estabelece pela
fé entre o crente e o seu salvador é uma união que o liga por meio desse
salvador a todos os outros cristãos. Ao torna-se um com Cristo, ele ao mesmo
tempo também se torna um, em certo sentido, com todos aqueles que são de
Cristo. A comunhão espiritual que o crente goza com seu Redentor não é alegria
solitária nem egoísta, mas uma alegria que ele não tem como manter sozinho ou a
parte de outros crentes.
O uso da
cosmovisão cristã nos fará a olharmos para a igreja de Cristo como instituição
divina, e é neste ponto que somos exortados e somos conduzidos a repensar nossa
eclesiologia como Deus revelou em sua Palavra. É da natureza do evangelho não
ser uma religião solitária, mas uma religião social (não estou falando e nem
defendo a TMI[8]).
A associação de crentes é uma criação divina e espiritual, mesmo que aos olhos
humanos possa se perceber apenas um grupo de pessoas, ela uma instituição
divina. Alguns pontos para reflexão:
Igreja não é uma mera empresa: Muitos pensam que a igreja tem a fundação apenas quando a ata de
fundação é lavrada e dão entrada no CNPJ da igreja, pelo fato de muitos
considerarem a igreja como um clube ou lugar de encontro social. Isso não é a
igreja visível de Deus.
Igreja não é uma criação do Estado: O fato da igreja como organização ter um CNPJ, ter contador, ter
tesoureiro, está debaixo de algumas regulamentações, não faz dela igreja
visível. A igreja de Cristo não costuma receber nenhum benefício do Estado,
senão perseguição e derramamento de sangue.
Igreja é uma instituição Divina: Logo, a visão correta é que Cristo é seu criador e mantenedor.
Sendo a
igreja de Cristo uma instituição também espiritual, no seu DNA principal ela é
um meio espiritual para operar o bem estar espiritual nos homens. E é por este
motivo que podemos perceber ao longo da história da igreja as grandes operações
do Espírito Santo no ceio da igreja de Deus. A ordenança bíblica é que a igreja
continue sempre a ser distinta dos reinos desse mundo, a igreja saudável
distingue bem entre as coisas civis e as coisas espirituais.
II – O QUE É
UMA IGREJA SAUDÁVEL E POR QUE DEVEMOS NOS UNIR A ELA?
O único
instrumento capaz de aferir a qualidade de uma igreja e determinar se é
saudável é a Bíblia, a Palavra de Deus revelada. Não são as estratégias e
métodos de crescimento como muitos pensam e como é amplamente divulgado. Uma
igreja saudável busca sempre adorar a Deus e glorificar seu nome entre os
povos, na proclamação fiel do evangelho, Deus salvará os perdidos. Este é um
dos maiores objetivos da igreja local. Buscando apoio nas palavras do grande
reformador João Calvino[9],
podemos observar o seguinte:
Eis então de que modo a face da igreja se manifesta
ante nossos olhos: onde a Palavra de Deus é sinceramente pregada e ouvida, e
vemos que os sacramentos são administrados segundo a instituição de Cristo, não
podemos de modo algum duvidar de que ali está uma igreja de Deus.
O pensamento
central é que para a igreja ser verdadeira e saudável a pregação tem que
obrigatoriamente ser “verdadeira e sincera”, e não vãs opiniões. Muitas igrejas
neopentecostais pregam um suposto evangelho e administram os sacramentos, mas
não são igrejas de Cristo. E neste ponto que alinhamos com a confissão Belga[10]
ARTIGO 29
Cremos que se deve discernir diligentemente e com
muito cuidado, pela Palavra de Deus, qual é a verdadeira igreja, visto que
todas as seitas, que atualmente existem no mundo, se chamam igreja, mas sem
razão l. Não falamos aqui dos hipócritas que, na igreja, se acham entre os
sinceros fiéis; contudo, não pertencem à igreja, embora sejam membros dela 2.
Mas queremos dizer que se deve distinguir o corpo e a comunhão da verdadeira
igreja, de todas as seitas que se dizem igreja.
As marcas para conhecer a verdadeira igreja são
estas: ela mantém a pura pregação do Evangelho 3, a pura administração dos
sacramentos 4 como Cristo os instituiu, e o exercício da disciplina
eclesiástica para castigar os pecados 5. Em resumo: ela se orienta segundo a
pura Palavra de Deus 6, rejeitando todo o contrário a esta Palavra 7 e
reconhecendo Jesus Cristo como o único Cabeça 8. Assim, com certeza, se pode
conhecer a verdadeira igreja; e a ninguém convém separar-se dela.
[...] Quanto à falsa igreja, ela atribui mais poder
e autoridade a si mesma e a seus regulamentos do que à Palavra de Deus e não
quer submeter-se ao jugo de Cristo 15. Ela não administra os sacramentos como
Cristo ordenou em sua Palavra, mas acrescenta ou elimina o que lhe convém. Ela
se baseia mais nos homens que em Cristo. Ela persegue aqueles que vivem de
maneira santa, conforme a Palavra de Deus, e que lhe repreendem os pecados, a
avareza e a idolatria 16.
É fácil conhecer estas duas igrejas e distingui-las
uma da outra.
1 Ap 2:9. 2 Rm 9:6. 3 Gl 1:8; 1Tm 3:15. 4 At 19:3-5; 1Co 11:20-29. 5 Mt
18:15-17; 1Co 5:4,5,13; 2Ts 3:6,14; Tt 3:10. 6 Jo 8:47; Jo 17:20; At 17:11; Ef
2:20; Cl 1:23; 1Tm 6:3. 7 1Ts 5:21;
lTm 6:20; Ap 2:6. 8 Jo 10:14; Ef 5:23; C1 1:18. 9 Jo 1:12; 1Jo 4:2. 10 Rm 6:2;
Fp 3:12. 11 1Jo 4:19-21. 12 Gl 5:24. 13 Rm 7:15; G1 5:17. 14 Rm 7:24,25; 1Jo 1:
7-9. 15 At 4:17,18; 2Tm 4:3,4; 2Jo :9. 16 Jo 16:2.
O Art. 29 da
confissão Belga mostra a distinção entre a igreja verdadeira (sadia) e a igreja
falsa, e este é o grande ponto para reflexão contextual, mesmo tendo diferenças
doutrinárias entre as comunidades, a marca fundamental é a profissão de fé em
Cristo, esta marca deve ser peculiar e comum a verdadeira igreja. Neste ponto
buscando um apoio confessional nos símbolos de fé de Westminster[11]
podemos ver o seguinte:
CAPÍTULO XXV DA IGREJA
V. As igrejas mais puras debaixo do céu estão
sujeitas à mistura e ao erro; algumas têm degenerado ao ponto de não serem mais
igrejas de Cristo, mas sinagogas de Satanás; não obstante, haverá sempre sobre
a terra uma igreja para adorar a Deus segundo a vontade dele mesmo.
I Cor. 1:2, e 13:12; Mat. 13:24-30, 47; Rom.
11.20-22; Apoc. 2:9; Mat. 16:18.
Neste ponto
destacamos a importância do constante autoexame que a comunidade local deve
submeter-se a luz das Escrituras. A Bíblia é inerrante, todas as coisas mudam,
mas, a Palavra de Deus é eterna, aqueles que abandonaram a comunhão dos santos
não enxergaram na igreja o seu caráter espiritual, ainda existem muitas igrejas
fieis no Brasil, e é bem verdade que também existem muitas sinagogas de
Satanás. O que alguém que está pensando em abandonar a comunidade local deve
considerar? As Escrituras!
Soli Deo
Gloria
[1] Bannerman, James. A Igreja de Cristo – um tratado sobre a natureza,
poderes, ordenanças, disciplina e governo da igreja cristã (vols. 1 e 2).
Recife, PE: Ed. Os Puritanos, 2014. p.25.
[3] O dogma fundamental é que a Igreja não é Israel. Essa declaração quer
dizer várias coisas, mas a mais importante é o ensino dispensacionalista que a
igreja, ou corpo de Cristo, consiste somente daqueles crentes salvos entre o
Pentecoste e o Arrebatamento. Os santos do Antigo Testamento não são parte da
Igreja, o corpo de Cristo (http://www.monergismo.com/textos/dispensacionalismo/igreja-israel-Deus_mathison.pdf)
[5]http://voltemosaoevangelho.com/blog/2013/07/o-componente-corporativo-da-conversao-jonathan-leeman-12/ Acesso em 04/10/2016
[7] Bannerman, James. A Igreja de Cristo – um tratado sobre a natureza,
poderes, ordenanças, disciplina e governo da igreja cristã (vols. 1 e 2).
Recife, PE: Ed. Os Puritanos, 2014. p.40,41.
[9] Calvin, Jean, 1509-1564. A instituição da religião cristã, tomo IV. São
Paulo: Editora UNESP, 2009. p. 474.
Por Samuel Alves
Electus
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