1 – O NOME DE DEUS
‘Qual é o nome de Deus ?’ Essa é uma das perguntas que as Testemunhas de Jeová mais gostam de
fazer no trabalho de distribuição de publicações. Após essa indagação, a
Testemunha de Jeová (TJ) geralmente lê o Salmo 83.18 para o morador.
Nessa introdução o TJ aproveita, geralmente, da tradução Almeida Revista e
Corrigida, para mostrar na Bíblia da própria pessoa que o nome de Deus é
“Jeová”. Logo, concluem eles, a religião ‘Testemunha de Jeová’ seria uma
representação fiel do próprio Deus. Desenvolvendo ainda mais esse assunto, o TJ
levaria o morador a ler Mateus 6.9, ou mesmo recitar a oração do Pai-Nosso.
No trecho que a oração diz ‘santificado seja o Teu nome’ o TJ inferiria a
conclusão; ‘esse nome é Jeová !’. Para título de promoção religiosa, o
TJ terminaria com Atos 15.14, onde é dito que Deus tiraria ‘um povo para o Seu
nome’. Talvez milhões de pessoas, se tornaram adeptos da religião ‘Testemunhas
de Jeová’ por essa simples abordagem. Essa é uma doutrina peculiar e distintiva
da religião, por isso eles trabalham bem o tema:
“O que está
errado é deixar de usar o nome. Por quê? Porque os que não o usam não
poderiam ser identificados com os que Deus toma como “povo para seu nome”.”
(A Verdade que conduz a vida eterna, p.18).
“Quem,
então, atualmente trata o nome de Deus como santo e o torna conhecido em toda a
terra? As religiões em geral evitam o uso do nome Jeová. Algumas até mesmo o
tiraram de suas traduções da Bíblia. [...] Existe apenas um povo que realmente
segue o exemplo de Jesus neste respeito. [...] de modo que adotaram o nome
bíblico “Testemunhas de Jeová”. (Poderá Viver para sempre, p. 185).
“O nome
impar de Deus, Jeová, serve para diferenciá-lo de todos os outros deuses [...]
o nome Jeová tem um rico significado. Invocar a Jeová como seu Deus e
Libertador pode conduzi-lo a infindável felicidade.” (Conhecimento que conduz a
vida eterna, pp. 25,27).
“A verdade é
que o nome de Deus aparece milhares de vezes nos manuscritos bíblicos antigos.
Portanto, Jeová deseja que você saiba qual é o nome dele e que o use.” (Bíblia
Ensina, pp. 13,14).
Sem dúvida
alguma esse tema é a base de sustentação da religião das Testemunhas de Jeová
desde o ano de 1931. Antes a religião TJ era conhecida apenas como ‘Estudantes
da Bíblia’ (Testemunhas de Jeová - Proclamadores do Reino de Deus, pp. 151-156;
As Testemunhas de Jeová, unidas em fazer mundialmente a vontade de Deus, p.10),
e no geral, a concepção que eles tinham do nome de Deus até então, não era
muito diferente das igrejas protestantes. Três exemplos em suas publicações
podem confirmar essa informação.
“A Bíblia demonstra que o nome de quem exerce poder
supremo na criação e em todas as coisas, é Deus. Ele tem também outros
nomes que se encontram na Bíblia, todos os quais tem um significado
profundo acerca do seu propósito para com as suas criaturas.” (Criação, p. 10)
“O nome Deus quer dizer o Altíssimo, o criador de todas as
coisas. O nome Jeová significa os propósitos do Eterno para
com as suas criaturas. O nome Deus todo-poderoso quer dizer que seu
poder é ilimitado. O nome Altíssimo dá entender que ele é o
Supremo e que além dele não existe nenhum outro E o nome Pai
quer dizer o Doador da vida.” (Riquezas, p.135).
“O criador é imortal. De eternidade a eternidade, e o nome dele é
Deus(Salmo 90.2; 1Timoteo 6.15,16). Deus criou o céu e aterra. (
Gênesis 1:1). Deus significa o “Todo-Poderoso”. Ele revela-se a si mesmo, como
a saber: “ Deus Todo-Poderoso”, que significa aquele cujo poder é ilimitado;
“Senhor”, significando supremo Governador; “ Jeová” significando seu propósito para
com suas criaturas; “ Pai” ”, significando doador de vida; “ Altíssimo” , o que
é sobre tudo.” (Inimigos, p. 22).
Embora esse
ensino dentro da própria literatura da religião TJ possa ser muito embaraçoso
para uma mente inquiridora, os adeptos da seita TJ estão condicionados a ver
isso como uma evolução rumo à verdade. A única coisa que deixa-os embaraçado
nessa diminuição do problema é que, o que hoje eles condenam em outras religião
como ‘mentira do diabo’, foi ensinado por eles por mais de 60 anos, como
ficou provado acima !
Mas como
podemos mostrar ao TJ que a concepção ensinada a ele, como passaporte para
salvação, está equivocada? Faça a seguinte pergunta:
1º) Se o uso
do nome Jeová é um requisito para salvação, por que esse nome não aparece em
nenhum dos quase 6000 manuscritos do Novo Testamento ?
Ao fazer
essa pergunta, será bom saber se o TJ acha que antes de 1931 os Estudantes da
Bíblia (antigo nome das Testemunhas de Jeová) morreram sem salvação, pois
somente desde o ano de 1931 é que eles passaram a ter essa doutrina!?
Muitos
adeptos tem lido erroneamente o que a própria Liderança TJ tem mostrado em sua
literatura, e geram uma argumentação do tipo: ‘Foram os tradutores que
tiraram da bíblia o nome de Deus!’ Você deverá enfatizar que o Novo
Testamento possui milhares de cópias e nenhuma daquelas cópias tem qualquer
uso do nome de Deus.
“[...] nenhum
antigo manuscrito grego dos livros de Mateus a Revelação hoje disponível
contém o nome de Deus por extenso.” (O Nome Divino, p.23).
Isso deverá
constituir um empasse muito sério. Pois se o Novo Testamento não testemunha a
favor da principal doutrina da religião TJ, ela está ‘malhando com ferro frio’
e criando expectativas falsas em um fundamento ilegítimo.
Se o TJ
tiver a correta concepção desse assunto, exposta pela liderança TJ, ele
responderá :“Os manuscritos hoje existentes foram adulterados logo no inicio
do segundo século.” Peça a ele alguma prova para essa acusação. Caso cite
um estudioso George Howard (Tradução do Novo Mundo com Referências, p. 1504)
diga ao TJ que naquele artigo o professor George afirmou ser uma ‘tese’,
e que alguns anos depois ele mesmo abandonou-a, dizendo:
“"As
Testemunhas de Jeová foram longe demais com meus artigos. Eu
não apoio as teorias delas.”
“http://testemunha.orgfree.com/nome.htm#Conspiração”
A Liderança
TJ nega em uma nota no apêndice da ‘Tradução do Novo Mundo com Referência’ que
se tratava de uma tese, contrariando o próprio autor que afirmou ser uma
tese. Visto que foi encontrado MSS do Velho Testamento, que datam do primeiro
século, deduzem eles, que Jesus e os apóstolos devem ter usado, nos escritos, o
nome de Divino. Embora alguns manuscritos da LXX contenham o nome na forma
hebraica, isso não prova em nada, que por causa desses os autores do NT tenham
usado! A Tradução do Novo Mundo com Referências, de 1986 lista uma
quantia de 10 manuscritos, e conclui assim:
“Estes dez
fragmentos de manuscritos indicam que os tradutores do texto hebraico para o
grego usavam o nome divino onde ocorria no texto hebraico.” (p.1504).
Ou seja, a
liderança TJ possui provas que algumas traduções do VT para grego, a versão
LXX, continha o nome divino, com uma quantia de 1500 MSS (Provas Documentais,
p.175), então ela conclui o que não pode ser encontrado em quase 6.000 MSS do
Novo Testamento!!! Com esse tipo argumento, baseado em provas e contra provas,
podemos chegar à conclusão a qualquer coisa...
Além disso,
a nova versão da Tradução do Novo Mundo da Bíblia Sagrada, de 2014, trás
uma afirmação em relação à preservação do texto fidedigno, que serve para seus
interesses proselitistas, perceba:
“(1) Os
manuscritos gregos que temos hoje não são originais. A maioria dos milhares de
cópias existentes foi produzida pelo menos dois séculos depois de os originais
terem sido escritos. (2) nessa época, os que copiavam os manuscritos
substituíam o Tetragrama por Kyrios, palavra grega para “Senhor”, ou
copiavam de manuscritos onde isso já tinha sido feito.” (Tradução do Novo Mundo
da Bíblia Sagrada – Apêndice 5, p. 1800).
Deve ser
lembrado ao TJ o seguinte; que se ele acredita que a Bíblia é a Palavra de
Deus, e se essa palavra foi preservada fiel. Note o contrassenso do que foi
escrito anteriormente em relação a esse assunto, da preservação da Escritura. A
Liderança TJ afirmou:
“hoje temos
um texto [do NT] autêntico e fidedigno” (Estudo Perspicaz, Vol. 2, pg. 757).
“Qual é,
então, a avaliação fundamental quanto à integridade e à autenticidade textual,
após esses muitos séculos de transmissão? Não só existem milhares de
manuscritos para se comparar, mas as descobertas de manuscritos mais antigos da
Bíblia durante as últimas décadas fazem remontar o texto grego a uma data tão
antiga quanto por volta do ano 125 EC, somente duas décadas depois da morte do
apóstolo João, que ocorreu em 100 EC, mais ou menos. As evidências provenientes
desses manuscritos fornecem forte garantia de que temos hoje um texto grego
fidedigno, em forma acurada.” (Toda Escritura, p. 319).
A Liderança
TJ, quando para defender o uso do nome Jeová no texto do Novo Testamento, lança
mão da dúvida da preservação e confiabilidade do texto grego. Mas, por outro,
lado contrariando a isso, diz que o texto é fidedigno! Uma forma dissimulada,
com uma confecção dissimulada.
O próprio
Deus não protegeu a transmissão do texto, perdendo-se uma importantíssima
doutrina. Duas conclusões conflitantes: A) Ou o uso do nome de Deus,
conforme destacado pela Liderança TJ, não tem apoio neotestamentário
comprovado, ou B) o que temos em matéria de manuscritos está longe da
verdade, estamos sem orientação. Ambas as opções ele não aceitará, mas ambas
alternativas são decorrentes dos fatos que a Liderança TJ apresenta.
Nós cristãos
aceitamos que Deus preservou a Sua verdade nos manuscritos existentes. E
ele mesmo, não manteve o uso do nome divino, tão recorrente no VT, presente no
NT na linguagem prevalecente dos autores do NT. A doutrina da preservação da
Escritura entende-se a tudo que é necessário para a salvação e edificação da
Igreja, está contido e preservado nas páginas da Bíblia, não faltando nada (II
Tm 3.15-17).
Ainda nesse tema pergunte ao TJ :
2) Por que a
ênfase no uso do nome ‘Jeová’ sendo que se sabe que tal forma do nome de Deus é
errônea !?
Deve-se
esclarecer que a forma do nome de Deus, “Jeová” é hibrida, onde tentou-se
combinar as letras vogais da palavra em hebraico Adonay, com as quatro
consoantes do nome divino, ao que surgiu Jeová (Dicionário Bíblico, John L.
McKenzie, p.231; Introdução ao Antigo Testamento, p. 764, nota 13). Com uma
insignificante possibilidade de ter qualquer ligação com o nome divino, nem
mesmo, uma adequação legítima de uma pronúncia exata para outro dialeto
(Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento,
vol 1, pp. 559,560). De fato, a forma do nome divino Jeová, no período bíblico,
é “um termo que na verdade nunca existiu” (Quem é Quem na Bíblia Sagrada,
p.598).
“Provavelmente
a forma Yahweh (em português geralmente transliterado e pronunciado Javé) seja
o mais próximo que poderemos chegar da pronúncia original. A forma tradicional
Jeová não pode estar certa, pois simplesmente reflete a prática dos escribas
judeus de sobrepor os sinais das vogais, de ‘Adonay às consoantes Y-H-W-H
[...]” (Comentário Bíblico NVI – Antigo e Novo Testamento, pp. 217,218).
Essa forma
de traduzir o nome de Deus está perpetuado mais pela tradição do que por
pesquisas linguísticas atuais. Vale lembrar que a tradição protestante, desde
seus Reformadores, depois pelas traduções protestantes tradicionais, usaram de
forma muito mais abundante o nome Jeová, do que vemos hoje no arraial
protestante. A religião da Torre de Vigia, porém, como vimos, faz disso um
sinal da religião verdadeira. O que agora deve ser destacado, é que apesar de
não termos nada contra o uso da forma “Jeová”, essa insistência está construída
sobre um aspecto muito incerto.
Veja o que a
Liderança TJ já admitiu a respeito:
“Na Bíblia
Hebraica o nome de Deus é representado pelas quatro letras ... correspondendo a
YHWH. Séculos antes da rebelião protestante contra a autoridade religiosa dos
papas de Roma no século dezesseis, os clérigos católicos romanos
pronunciavam Ieová a combinação sagrada das quatro letras... Todas
as evidencias disponíveis indicam que foram os clérigos católicos romanos que
introduziram a pronúncia. Dizia a Enciclopédia Americana no Volume 16, páginas
8,9 (edição de 1929): A tradução de “Jeová” remonta aos princípios da
Idade Média e até recentemente se dizia que ela foi inventada por Peter
Gallantin (1518), confessor do papa Leão X. Escritos modernos, entretanto,
atribuem-na a uma data mais antiga, segundo se acha no “PugeoFidei” de Raymond
Martin (1270). Isto se deu porque hebraístas cristãos consideravam superstição
substituir o nome divino por qualquer outra palavra... – Raimundo Martim
(ou Raymundus Martini) foi um monge espanhol da Ordem Dominiciana.”
(Santificado Seja teu Nome, pp. 18,19).
Deve ser bem
enfatizado essa informação ao TJ que estiver sendo evangelizando. Essa doutrina
é a pedra fundamental dessa religião, se ela for corretamente exposta, a
estrutura que domina a alma e a mente do TJ terá sido seriamente abalada. As
Testemunhas de Jeová são ensinadas a terem resistência a qualquer coisa que
tenha influencia da tradição cristã antiga, especialmente católica, ou mesmo
protestante, já que tais sistemas são filhas de Babilônia, ‘o império da
religião fala do Apocalipse’!
3) Se a
forma Iavé ou Javé é a mais provável, sendo Jeová uma mera tradição (até
mesmo com um certo grau de erro) por que não usar Javé?
A Liderança
TJ responde de uma maneira bem diferente de sua insistência em usar o
nome. A insistência é que use sistematicamente o nome, mas a busca pela
exatidão do nome não recebe nenhum interesse acurado:
“A pronuncia
Iavé talvez seja a mais correta, mas a forma latinizada Jeová continua a
ser usada porque é a forma mais comumente aceita de tradução em português do
Tetragrama [...]” (Toda Escritura [edição de 1966], p. 318).
“O ponto
vital não é de que maneira deve pronunciar o Nome Divino, que “Javé”,
“Jeová”, quer de outra forma, desde que a pronúncia seja comum no seu
idioma.”(A Verdade que conduz a vida eterna, p.18).
“A forma Iavé
é geralmente preferida pelos hebraístas, mas não é possível saber
atualmente a pronuncia correta. Assim a forma latinizada Jeová continua a ser
empregada por estar em uso a séculos e por ser a forma mais comumente aceita
da tradução em português do Tetragrama[...]” (Toda Escritura [edição de
1990], p. 327).
“Então, por
que esta tradução usa a forma “Jeová” do nome divino? Porque essa forma tem
uma longa história em português.”(Tradução do Novo Mundo da Bíblia Sagrada
– Apêndice 4, p. 1798).
Em outras
palavras, uma acomodação tradicional. Devemos dizer que não temos nada contra
uma tradição. De fato, nada que condene as pessoas por usar o nome Jeová , mas
essa forma foi superada por pesquisas mais recentes. A coluna central da
religião da Torre de Vigia, está assim, sobre um fundamento sem sustentação.
Algumas
Testemunhas são mais desprendidas ao dar respostas, pode ser que ele , por uma
mera questão de rótulo, concorde com você, e tente reverter a situação
argumentando que ‘se é Javé, a forma correta, por que os protestantes vocês
não usam ?’ Mas lembre-se que é ele que ensina a necessidade do uso
do nome de Deus para ser salvo, não você. Não que estamos negando algum ensino
bíblico. Mas o ponto nevrálgico está num uso religioso que seria o passaporte
para salvação, que os Lideres TJ tem enfatizado desde 1931.
Segundo, se ele concordou, mesmo que superficialmente, agora ele deve
refletir na próxima pergunta:
4) Se uma
Testemunha de Jeová decidir usar a forma Javé, no Salão do Reino, em seu
trabalho de casa em casa, ou adotar um versão da Bíblia que use essa forma do
nome divino, ela sofrerá represarias?
Por mais que
ele tente enfraquecer a questão, não existe nenhum TJ no mundo que faria isso,
pois a uniformidade é imposta sob a ameaça de expulsão. Nos quase 90
anos, desde 1931, religião da Torre de Vigia já imprimiu essa uniformidade na
sua existência, e na mentalidade de seus adeptos, e jamais haverá uma mudança
nesse ponto. Certa vez uma Testemunha de Jeová me disse: “o nome de Javé não
identifica o povo de Jeová, são os católicos que usam.” Pobre credulidade.
A razão
disso é que as seitas tem uma necessidade de serem diferentes e de
exclusivismo, e como se percebe, essa sensação é extraída de práticas e
doutrinas peculiares:
“Se alguém
lhe falasse sobre o Deus da Bíblia e usasse o nome Jeová, com que grupo
religioso você o associaria? Existe um só grupo no mundo que usa o nome de Deus
regularmente em sua adoração, como fizeram Seus adoradores dos tempos antigos.
São as Testemunhas de Jeová.” (O Nome Divino que durará para sempre, p. 30).
“[...] seu
povo na terminação do sistema de coisas, dedicado a divulgar o nome e o
propósito dele, devia corretamente ser chamado de Testemunhas de Jeová. Este
nome distingue devidamente os verdadeiros adoradores cristãos de jeová de todos
os outros que hoje afirmam ser cristãos.” (As Testemunhas de Jeová, unidas em
fazer mundialmente a vontade de Deus, p.11).
“Qualquer
pessoa que testemunhe publicamente sobre Jeová é geralmente identificada como
pertencente ao grupo indiviso – “Testemunhas de Jeová”. (Raciocínios a Base das
Escrituras, p. 384).
Desta forma,
jamais uma Testemunha de Jeová, fará uso do nome de Deus, Javé, por uma questão
de exatidão. Seu discurso não é levara a pessoa a usar o nome de Deus, em
termos doutrinários, mas em termos que a identifique ao grupo que segue a Torre
de Vigia.
A abordagem
desse tema talvez encontre outro caminho. A liderança TJ conseguiu firmar na
cabeça de seus adeptos que“Deus e Pai, não são nomes, mas títulos!”
(Poderá Viver para Sempre, p. 41). O problema nessa resposta é a falta de
correspondência cultural e etimológica. Em nossos dias, por certo, não
usamos ‘Deus’ como nome. Mas não era o caso nos dias bíblicos. Em nossos dias,
os nomes geralmente são dados por sua estética, nos dias bíblicos, por seu
significado e propósito.
A seguinte pergunta será importante:
5) Se os
termos ‘Deus’ e ‘Pai’ não são nomes, então por que Isaias 9.6 diz que são?
Seria
importante ler junto com o TJ a passagem na versão TNM:
“Porque um
menino nos nasceu, Um filho nos foi dado; E o reinado estará sobre os seus
ombros. Ele receberá o nome de Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso,
Pai Eterno, Príncipe da Paz.” (Tradução do Novo Mundo, revisão de 2014).
Não encare
isso como resolvido. Está em jogo aqui uma vítima plenamente doutrinada.
Prossiga mostrando que esse argumento não é válido. Pergunte ao TJ se ‘Brasil’
é nome de gente?(Ele sabe que essa pergunta é dúbia, pois ‘Brasil’ é nome de
país e de madeira, e mesmo assim existem pessoas com esse nome!) A palavra que
se torna identificação de uma pessoa é o seu nome. Esse é o uso bíblico.
Mostre, além disso, que quando a palavra ‘nome’ aparece na bíblia, não
necessariamente está correlacionado com uma identificação. Efésios 3.15 é um
exemplo claro de que o termo nome significa ‘existência’.
A Testemunha
de Jeová está condicionada a pensar que toda vez que aparece a expressão “nome”
de Deus, em qualquer lugar – seja na Bíblia ou em livros de referencias, para
ela tem que significar Jeová. Não há uma construção bíblica nela, mas
lavagem dogmática eficaz.
Pergunte ao TJ :
6) Por que Jesus não usou uma única vez o nome Jeová
ao orar ? Devo seguir o exemplo dele (de Jesus)?
Essa pergunta é importante, pois muitos TJ afirmam, com colaboração da
Liderança, que se alguém orar a Deus e não usar o nome Jeová outros ‘deuses’
podem responder! Insista em pedir ao TJ que procure na bíblia as orações de
Jesus, e encontrar o uso do nome de Deus.
A próxima pergunta exigirá mais atenção teórica de sua parte.
7) Com qual autoridade os tradutores da Tradução Novo Mundo colocaram
237 vezes o híbrido nome Jeová no Novo Testamento ?
Essa pergunta está acima da média. A maioria TJ responderá de forma
errada o processo que a Liderança adotou para enxertar 237 vezes o nome Jeová
no Novo Testamento. Talvez digam que os manuscritos originais do NT possuíam.
Ou algo do tipo. Se ele souber a resposta, ou mesmo recorrer ao livro Raciocínios
(que é um manual de respostas que eles possuem), ele dirá ‘que como o nome
de Deus apareceu no Velho Testamento quase 7000 vezes não seria ilógico que
sumisse abruptamente no Novo Testamento. Em especial quando citassem o VT.’ É
uma tese, não apoiada por fatos. Ao contrario, os fatos contrariam essa tese.
A verdade é que o uso do nome de Deus começou a ser substituído por
circunlóquios uns 400 anos antes do tempo do Novo Testamento. E, as traduções
do VT que recorrente entre os discípulos já não tinham a expressão lida para o
nome de Deus. O que resta como apoio para os tradutores da TNM ?Outras
versões que fizeram o mesmo. Mais nada. Se a conversa for com humildade,
pondere atenciosamente com o TJ que ao colocar 237 vezes o nome Jeová no Novo
Testamento, com quase 6000 manuscritos contra, é insistir numa ilusão. E diga
que isso vai depor contra eles no Dia Juízo Final (Ap 22.18).
A próxima pergunta tem por base esclarecer uma dúvida sincera que o TJ
possivelmente tem:
8) Substituir o nome de Deus por Senhor tem base nos escritores do Novo
Testamento. Agora, substituir Senhor por Jeová no Novo Testamento tem base
onde?
Será necessário alguns versículos para elucidar esse tema. Leia alguns
desses em sua Bíblia comparando com a TNM. Lucas 4.18,19 compare com Isaias
61.1,2. Mateus 22.44 compare com Salmos 110.1. E Romanos
10.13 compare com Joel 2.32. Na mente da Testemunha de Jeová existe
um dilema. ‘Se ali no Velho Testamento existe o nome de Deus,
necessariamente quando aquela passagem fosse citada no Novo Testamento, o nome
de Deus teria que aparecer’. Temos um delicado assunto diante de
nós. Será importante quando evangelizar uma Testemunha de Jeová, dizer que nos
dias do Novo Testamento, os Escritores inspirados não colocaram o nome de Deus
no Novo Testamento. Assim sendo, a prática atual de verter o Tetragrama por
SENHOR no Velho Testamento tem base nos Apóstolos. Além de que desde os anos
400 a.C esse estilo tomou espaço entre o povo de Deus.
Informações
Adicionais:
No original
hebraico o nome de Deus aparece com quatro consoantes, geralmente chamado de
tetragrama. Formando o impronunciável nome, Yhwh. Motivo esse, que levou
os tradutores antigos e modernos, a substituírem por SENHOR. O teólogo
reformado, Louis Berkhof informa que ‘a pronúncia e origem do nome de Deus
estão mais ou menos perdidos’. (Teologia Sistemática, pg 48. Editora
Cultura Cristã). Segundo Berkhof, a interpretação teológica para o possível
significado do nome está na Imutabilidade Divina, em relação aos seus
propósitos com seu povo. O Manual Bíblico Unger (pp. 77,78) sugere que
não existe muito consenso entre os eruditos para o significado da raiz do
tetragrama, já que para alguns acham que a raiz etimológica do nome é ativo
e para outros causativo.
Mesmo com
essa incerteza quanto ao significado e pronúncia, não podemos nos esquecer que
esse é um dos nomes de Deus, que apareceu não menos de 6.828 no VT (Dicionário
W. E. Vine, pagina 288). Devemos procurar saber o que Deus mostrou ao seu povo
com a revelação desse nome. E por certo, só teremos pleno conhecimento de Deus
e de Seus atributos se tivermos, dentro das limitações desse tema, inteirados
nesse assunto. Como nos esclarece o teólogo Wayne Grudem:
“Num sentido
mais amplo, então, o “nome” de Deus se iguala a tudo aquilo que a Bíblia e a
criação nos dizem a respeito dele.”(Teologia Sistemática [Wayne Grudem], p. 106).
O que deve
ter em mira aqui, não é o uso de uma palavra que identifica uma pessoa, mas sim
o significado que abarca aquela pronúncia. O erro da teologia da Torre de Vigia
é que, ela concentra aquilo que é teologicamente correto aonde não se deve ser concentrado,
no uso da pronúncia e, diga-se de passagem, uma pronúncia errônea.
Recomendo para um resumido estudo desse importante tema o que J. I. Packer
escreveu em ‘Teologia Concisa’ no capitulo intitulado ‘Auto-Revelação’. O Nome
de Deus, é a reputação e a própria pessoa de Deus. Que em termos aparece como
Javé, Senhor, Pai, Deus, Todo-Poderoso, etc.
Toda a
controvérsia agora está em como o Novo Testamento tratou esse assunto. Existe
um notável abandono do uso do nome de Deus, o tetragrama, entre os escritos do
VT em comparação com NT. A razão, pode ser identificada pelo que aponta o
teólogo Bavink, - Deus “se fez conhecido ao seu povo por seus nomes
próprios: A Israel, como YHWH, à igreja cristã como Pai.”(Dogmática
Reformada, vol 2, p.97) Há uma revelação maior da Paternidade divina entre os
testamentos. Jesus revelou o nome de Deus a seus discípulos, como “Pai”, o que
não existiu em base individual tão clara no VT (Teologia Bíblica, Geerhardus
Vos, pp. 442, 443). E pior para a teologia do Corpo Governante das Testemunhas
de Jeová, é que, ao sustentar um nome, o Novo Testamento indica o nome do Filho
de Deus, Jesus Cristo. Que em última analise, é Deus, sendo por isso, o Próprio
Yhwh. (não o próprio Pai!). O que os Cristãos hoje querem que as
Testemunhas de Jeová entendam, é exatamente aquilo que os judeus, ouvintes de
Pedro, deveria entender:
“E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo céu nenhum outro
nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” Atos 4.12. Almeida Corrigida Fiel.
Fonte: MCA
Imagem:
Google
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