Ou seja, o grego traz a mesma coisa que a tradução em português e em inglês. Josefo cita adelphos em relação a Tiago irmão de Jesus, e anepsios em relação ao parentesco de outras pessoas que eram primas, mas não irmãs. Agora que todas as possibilidades de refutação já foram demolidas de antemão, só restará ao apologista católico apelar ao truque final: dizer que Josefo estava redondamente mal-informado. Isso se tornaria ainda mais irônico se vindo de certos apologistas católicos preteristas que interpretam o Apocalipse 100% baseados no testemunho de Josefo, que por conveniência se torna “não-confiável” quando o que escreve é algo que confronta diretamente suas crenças pessoais – o que só mostra mais uma vez a desonestidade desse tipo de gente.
Todos os evangelistas e apóstolos disseram que os irmãos de Jesus eram adelphos mesmo, e não primos – mas mesmo assim eram primos. Josefo se refere a Tiago como sendo irmão-adelpho de Jesus em vez de primo (mesmo tendo por hábito chamar os primos de primos), mas mesmo assim Tiago era um primo. Mesmo quando a arqueologia descobre o ossuário de Tiago datado exatamente do século I com a inscrição aramaica “Tiago, filho de José, irmão de Jesus” (Ya'akov bar Yosef achui d'Yeshua) e é provada verdadeira em tribunal (veja aqui), ainda assim Tiago continua sendo “apenas um primo”. Não importa quantas provas sejam acumuladas – sejam elas bíblicas, históricas ou arqueológicas –, nada poderá mudar a mente de alguém que a tem cauterizada para não escutar verdades desagradáveis e inconvenientes.
Fonte: lucasbanzoli.com
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