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sábado, 14 de março de 2020

Conhecer a Deus: muitos caminhos inventados pelos cristãos, mas apenas um certo.

Conhecer profundamente a Deus. Essa sempre foi a meta suprema da maioria dos cristãos. Embora o objetivo seja comum, a concepção do que significa possuir o conhecimento de Deus bifurcou-se em duas correntes antagônicas ao longo da história da Igreja. 

Uma delas é conhecida pela tentativa de acessar o Ser Supremo através de experiência místicas. Já podemos identificá-la nos primeiros séculos da era cristã, através do gnosticismo, uma heresia sincrética que quase se mimetizou completamente com o cristianismo, mas foi poderosamente rechaçada pela vigorosa ortodoxia. Os seus adeptos, prescindindo de todo recurso racional, alegam que podem conhecer a Deus através de um conhecimento puramente intuitivo e transcendental. Esse tipo distorcido de espiritualidade retornou com toda força nos últimos tempos através de movimentos bizarros no meio pentecostal, nos quais se enfatiza as experiências de transe. O indivíduo acabam entrando num estado de completa inconsciência, tremendo, rindo, chorando e se jogando ao chão. "É mistério" é o "slogan" preferido deles.

A outra corrente é identificada pela tentativa de alcançar o conhecimento da divindade exclusivamente pela instrumentalidade de razão. Essa espécie de cristianismo racionalista foi influenciado por pensadores como  Hegel, Friedrich Schleiermacher, Albrecht Ritschl, Ernst Troeschl e outros, e alcançou a sua maior expressão na chamada teologia liberal, popular entre os séculos XVIII e início do século XX.  Nesse período a teologia foi naturalizada. Todo o sistema judaico-cristão foi considerado o resultado de uma longa evolução histórica da religião que teria iniciado com os rituais animistas dos primitivos hebreus até alcançar o ápice da revelação através de Jesus Cristo, que não era mais Deus, mas um simples sábio que após ter transmitido ensinamentos éticos, acabou morrendo como qualquer outro. Seus adeptos alegam que Deus se revela exclusivamente através das categorias da razão, da natureza e, principalmente, através dos acontecimentos históricos. 

Se analisarmos essas duas correntes, veremos que ambas são insuficientes como meios para se alcançar o conhecimento de Deus. 

As experiências místicas carecem da objetividade necessária. Se, em um grupo de pessoas, cada um afirma ter recebido uma revelação diferente, conflitando uma revelação com a outra, como decidir qual é a revelação verdadeira? Ademais, não podemos presumir que Deus possa revelar aspectos importantes do seu caráter nessas experiências tão voláteis, como se o cérebro recebesse um "download" maciço de informações divinas em poucos minutos. As evidências mostram que isso não acontece. Grande parte desses pretensos "profetas" não demonstram nenhum tipo de progresso moral, pois  quase sempre estão envolvidos em escândalos que dão ocasião aos infiéis para que blasfemem do nome de Deus.

Também é certo que ninguém chegará ao conhecimento pleno de Deus somente através de exercícios intelectuais, justamente porque a Bíblia afirma a total incapacidade do homem de se aproximar de Deus através de seus próprios recursos. O entendimento do homem caído encontra-se embotado pela força do pecado que o escraviza e o impede de enxergar a manifestação da glória de Deus.  As duas grandes guerras foram muito importantes no sentido de destruir a crença da teologia liberal na bondade inerente do homem. Esses dois eventos históricos revelaram quão perversa é a mente humana. 

Mas agora surge a pergunta? Como, então, o homem pode conhecer verdadeiramente a Deus? A resposta é que esse conhecimento vem pela obediência, como disse Kierkegaard: 

"Somente o homem em obediência tem um verdadeiro conhecimento de Deus"

O conhecimento de Deus é algo que se constrói com o tempo, que se desenvolve com a prática, precisamente porque Deus não é um objeto, mas um Sujeito. Assim como não podemos conhecer qualquer pessoa completamente de um dia para o outro, também não podemos conhecer as coisas de Deus sem termos um relacionamento diário com Ele. Mas a obediência é condição primordial para que o ser humano tenha esse relacionamento duradouro com Ele. Muito mais do que isso: a obediência é a prova inquestionável de que realmente O conhecemos, como diz o apóstolo João: 

"Aquele que diz: Eu conheço-o e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade". I Jo 2:4

Concluindo, podemos afirmar que todo movimento religioso que ensine qualquer doutrina de revelação que não passe pelo caminho do relacionamento com Deus, como Sujeito e não como coisa, e através da obediência contínua, esse movimento é mentiroso. Deus não se revelará a qualquer um, e de qualquer jeito. É preciso pagar um preço.



Autor: Cristiano Santana

Fonte: cristisantana.blogspot.com
Imagem: Google

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