Muitos
cristãos se impressionam com qualquer coisa. Os modismos evangélicos são como
ondas na praia, vem e vão e não produzem nada de extraordinário. Por mais de
duas décadas envolvido nesse meio pude perceber que grande parte dos clichês
gospels são como um “abracadabra” que os mágicos antigos usavam para ludibriar
os incautos. Ou a senha “abre-te sésamo” que Ali-Babá utilizava em “As Mil e
uma Noites” para abrir a porta automaticamente do esconderijo do tesouro que os
40 ladrões roubavam. O grande problema é que os 40 se multiplicaram em
milhares.
Quando um pregador cita algumas
palavras, parece que o raciocínio dos fieis fica embotado. E o que este disser
a partir da palavra-senha, será quase que a voz do próprio Deus falando. Como
se fosse proibido pensar. Deixe-me ser mais claro. Houve época que a palavra
mais citada era “tremendo”. O culto é “tremendo”; a revelação agora é
“tremenda”; louvor “tremendo”, etc.
Outro
tempo a palavra-senha foi “Deus purinho”. Quando o que se falava era “Deus
purinho” não se questionava mais nada. Mesmo que o que se dizia não tinha nada
de Deus e muito menos de puro. Outra palavra-frase muito dita, inclusive ainda
hoje, é: “coisa grande”. Isso é grande, e o que se escuta depois, geralmente
enfeitado com algum arrepio ou emoção alterada, também não tem nada de grande,
é só mais uma “coisa”.
Esses
clichês são utilizados em vários momentos e nas mais variadas denominações para
produzir, em muitos casos, um clima de espiritualidade aparente. Verdadeiro
pavoneamento do suposto profeta. Em tempos recentes, em alguns grupos, a
palavra-chave agora é “forte”. Culto “forte”; oração “forte”; pregação “forte”.
Isso e aquilo é muito “forte” igreja – é o que dizem. Pastor “forte”; profeta
“forte”; missionário “forte”. São os halterofilistas da fé. Paulo, ao
contrário, se gloriava nas fraquezas (2Coríntios 12.9).
Alguns,
para justificar certa autoridade e espiritualidade, pregam aos berros, como se
o grito fosse transformar heresia em verdade. Dizer mentiras aos berros não a
torna mais crível. Gritar não vai fazer com que a heresia dita se transforme em
verdade. Uma heresia será sempre uma heresia, seja dita em qualquer tom.
Saiba:
não é proibido pensar. Não me leve a mal. Digo isso com tristeza no coração por
ver o povo de Deus sendo enganado com discursos rasos e cheios de promessas vãs
que não tem nada a ver com o evangelho de Jesus. Nenhuma dessas coisas se
encontra nos lábios do Senhor e muito menos na boca dos apóstolos da Igreja
primitiva.
Que
saudade dos crentes bereanos que examinavam as Escrituras mesmo ouvindo um
baluarte da fé como o apóstolo Paulo: “Os bereanos eram mais nobres do que os
tessalonicenses, porquanto, receberam a mensagem com vívido interesse, e
dedicaram-se ao estudo diário das Escrituras, com o propósito de avaliar se
tudo correspondia à verdade” (Atos 17.11). Estes eram mais
nobres porque examinavam as Escrituras e não se impressionavam com qualquer
oratória. Leia a Palavra e não se deixe enganar.
O
apóstolo Pedro também advertiu que nos últimos tempos: “Assim como, no meio do
povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres,
os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de
renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina
destruição. E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles,
será infamado o caminho da verdade; também, movidos por avareza, farão comércio
de vós, com palavras fictícias…” (2Pedro 2.1-3). Percebe? O
apóstolo Pedro adverte sobre essas pessoas cuja única finalidade é arrancar
dinheiro dos fiéis. Portanto, já estamos todos avisados.
Pare
e pense enquanto você pode. Tremendo (e não soberbo) ficou Isaías, e todo
aquele que reconhece a grandeza do Eterno, ao se ter a visão daquele que é
Santo, Santo, Santo. Grande é Cristo que foi crucificado, morto e sepultado por
nossos pecados e ressuscitou ao terceiro dia para a nossa justificação. Forte é
o nosso Deus em cuja presença só podemos nos humilhar, o adorar, chorar,
lamentar nossas misérias e dizer como o publicano: “Tem misericórdia de mim que
sou pecador” (Lucas 18.13).
Fonte: Napec.org
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