A Teologia da Prosperidade usa este texto para falar que você pode pedir qualquer coisa ao Senhor “com fé” que ele responde. Caso não haja resposta, o problema não está em Deus e na sua Palavra, mas na suposta “falta de fé” da pessoa que está pedindo. Para os adeptos deste tipo de pregação (prosperidade) a culpa de não termos respostas de oração, de não termos milagres e de não curarmos os enfermos, está diretamente ligada ao “pecado”, “demônios” ou “falta de fé”.
Se você orou e pedir a Deus alguma coisa que não aconteceu, no entendimento destas pessoas você deve estar em pecado, ou provavelmente é obra de demônios, pois para eles esta palavra “e tudo quanto pedirdes” é totalmente literal e abrange todas as coisas.
Com o mínimo de teologia, e com um pouco de conhecimento da Bíblia, sabemos claramente que Deus não responde TODAS as orações, mesmo que todas elas sejam feitas EM NOME DE JESUS. E isso não quer dizer que o nome de Jesus não tenha poder, nem que a pessoa que está pedindo não tenha fé.
Vamos entender um pouco mais sobre esta questão:
Paulo pediu a Deus por três vezes que lhe fosse afastado aquele espinho da carne, e Deus recusou (2 Co 12:8-9).
Há limitações sobre o que Deus dará, indicadas tanto pelo contexto como por outros textos e pelas leis da própria natureza de Deus e do universo.
Primeiro, Deus não pode nos dar qualquer coisa. Há coisas que são realmente impossíveis. Por exemplo, Deus não atenderá ao pedido de uma criatura para ser Deus. Nem pode atender a quem peça que aprove um pecado que tenha cometido. Deus não nos dará uma pedra se lhe pedirmos pão, nem nos dará uma serpente se lhe pedirmos um peixe (cf.Mt 7:9-10).
Segundo; todas as passagens difíceis devem ser interpretadas em harmonia com outras passagens claras das Escrituras. E está claro que Deus não promete, por exemplo, curar todas as pessoas por quem orarmos com fé. Paulo não foi curado, embora tenha orado ardentemente e com fé (2 Co 12:8-9). Jesus ensinou que não foi a falta de fé daquele cego que impediu a sua cura, mas explicou que ele tinha nascido cego "para que se manifestem nele as obras de Deus" (Jo 9:3).
Apesar da capacidade dada por Deus ao apóstolo Paulo para curar outros (At 28:9), aparentemente ele não pôde curar, mais tarde, Epafrodito (Fp 2:25ss) nem Trófimo (2 Tm 4:20). Com certeza não foi a falta de fé que trouxe a doença a Jó (Jó 1:1). Além disso, se a fé do recebedor fosse a condição para que um milagre fosse recebido, então nenhum dos mortos que Jesus ressuscitou teria voltado à vida, pois os mortos não podem crer!
Finalmente, quando se considera o restante das Escrituras, além da fé há muitas condições colocadas na promessa de Deus para a resposta a uma oração. Temos de "permanecer nele" e permitir que a sua Palavra permaneça em nós (Jo 15:7). Não podemos "pedir mal", segundo o nosso egoísmo (Tg 4:3). Além disso, temos de pedir "segundo a sua vontade" (1 Jo 5:14). Até mesmo Jesus orou: "Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice!” (Mt 26:39).
Com efeito, sempre essa condição - "se for da tua vontade" - tem de ser afirmada ou estar implícita, exceto nas promessas incondicionais de Deus. Porque a oração não é um recurso mediante o qual Deus nos serve. A oração não é um meio pelo qual conseguimos que toda a nossa vontade se faça nos céus, mas um meio pelo qual Deus faz com que a sua vontade se faça na terra.
Autor: Bp. Tarles Elias
Bibliografia
GEISLER, Normam
HOWE, Thomas – Manual Popular
Fonte: www.teologaroficial.com.br
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