Londonderry,
24 de Abril 1767
'O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está
próximo.
Arrependei-vos e crede no Evangelho'. (Marcos 1:15)
I. Em que sentido nós devemos nos arrepender?
II. Supondo que nos arrependamos, então, seremos
chamados a 'crer no Evangelho?'
III. Nós somos totalmente santificados, quando
somos justificados, e nossos corações são limpos de todo o pecado?
1. Supõe-se
geralmente, que o arrependimento e fé são apenas o portal da religião; que eles
são necessários, apenas no começo de nossa trajetória cristã, quando nós
estamos de fora do caminho para o reino. E isto pode ser confirmado pelo grande
Apóstolo, quando, exortando aos cristãos hebreus a 'buscarem a perfeição', ele
os ensina a deixar esses primeiros 'princípios da doutrina de Cristo; não
colocando novamente o fundamento do arrependimento das obras mortas, e da fé,
em direção a Deus'; o que pode significar, por fim, que eles deveriam deixar, comparativamente,
esses, que, a principio, tomaram todos os seus pensamentos, com o objetivo de
seguir adiante, em direção à recompensa do grande chamado de Deus em Jesus
Cristo.
2. E é
indubitavelmente verdade que existe um arrependimento e uma fé que são, mais
especialmente, necessárias, no início: o arrependimento que é a convicção de
nossa mais extrema pecaminosidade, culpabilidade, e impotência; e que precede
nosso recebimento do reino de Deus que, nosso Senhor, observa, está 'dentro de
nós'; e uma fé, por meio da qual recebemos aquele reino; até mesmo, retidão,
paz e alegria no Espírito Santo.
3. Não obstante
isso, existe também um arrependimento e uma fé (tomando as palavras em outro
sentido; um sentido não completamente o mesmo; nem ainda, inteiramente,
diferente) que são requisitados depois de termos 'acreditado no Evangelho'; e,
em cada estágio subseqüente de nossa trajetória cristã, ou nós não poderemos
'correr a corrida que se coloca diante de nós'. E esse arrependimento e fé são
tão necessários, com o objetivo de nossa continuidade e crescimento na graça,
como a fé e o arrependimento anteriores foram, com o objetivo de nossa entrada
no Reino de Deus.
Mas, em que sentido
nós devemos nos arrepender e acreditar, depois de sermos justificados? Esta é
uma importante questão. E vale a pena ser considerada com a mais extrema
atenção.
I
E, primeiro, em que
sentidos nós devemos nos arrepender?
(1) Arrependimento
freqüentemente significa uma mudança interior de mente, do pecado, para a
santidade. Mas nós agora falamos em um sentido completamente diferente, como se
fosse uma espécie de autoconhecimento: o conhecer a nós mesmos pecadores;
pecadores culpados, e impotentes, ainda que saibamos que somos filhos de Deus.
(2) De fato, quando
nós, primeiro, sabemos disso; quando nós primeiro encontramos redenção no
sangue de Cristo; quando o amor de Deus é primeiro derramado em nossos
corações, e seu reino colocado neles; é natural supor que nós não seremos mais
pecadores, que todos os nossos pecados, não apenas foram cobertos, mas foram
destruídos. Como se nós, então, não sentíssemos qualquer mal em nossos
corações; nós rapidamente imaginamos que não existe coisa alguma neles. Mais
ainda; alguns homens bem-intencionados têm imaginado que isto não é apenas,
naquele momento, mas o será para sempre; tendo persuadido a si mesmos, que,
quando eles foram justificados, eles foram inteiramente santificados: sim; que
eles tinham colocado como uma regra geral, a despeito das Escrituras, razão e
experiência. Esses sinceramente acreditam; e, honestamente, afirmam que todo o
pecado foi destruído, quando nós fomos justificados; e que não existe pecado,
no coração do crente; mas que ele está completamente limpo, dali em diante.
Mas, embora, nós rapidamente reconheçamos 'que aquele que crê é nascido de
Deus' , e 'que aquele que é nascido de Deus não comete pecado'; ainda assim,
nós não podemos permitir que ele não o sinta dentro de si: ele pode não reinar,
mas ainda permanece. E a convicção do pecado que permanece em nosso coração, é
o grande motivo do arrependimento do qual nós estamos falando a respeito.
(3) Já que, dificilmente,
muito tempo antes que ele imaginasse que todo pecado tinha desaparecido, ele
sentiu que ainda havia orgulho em seu coração. Ele está tão convencido, que, em
muitos aspectos, pensa, sobre si mesmo, mais altamente do que deveria, e tem
dado, a si mesmo, mérito por alguma coisa que tenha recebido, e se gloriado,
naquilo que ainda não recebeu; e ainda assim, ele sabe que está no favor de
Deus. Ele não pode, e não deve 'atirar fora sua confiança'. 'O Espírito' ainda
'testemunha com' seu 'espírito, que ele é um filho de Deus'.
(4) Nem foi muito
tempo antes que ele sentisse vontade própria, em seu coração; mesmo uma vontade
contrária à vontade de Deus. Uma vontade que todo homem deve inevitavelmente
ter, por tanto tempo quanto ele tiver entendimento. Esta é uma parte essencial
da natureza humana; realmente, da natureza de toda existência inteligente.
Nosso abençoado Senhor, por si mesmo, tinha vontade própria como qualquer
homem; do contrário ele não teria sido um homem. Mas sua vontade humana estava
invariavelmente sujeita à vontade de seu Pai. Em todos os momentos, e em todas
as ocasiões, mesmo na mais profunda aflição, ele pode dizer: 'Não como eu
quero, mas como Tu queres'. Mas este não é o caso, todo o momento, mesmo com
respeito ao crente verdadeiro em Cristo. Ele freqüentemente certifica-se que
sua vontade, mais ou menos, exalta a si mesmo contra a vontade de Deus. Ele
deseja alguma coisa, porque isto é agradável à sua natureza, mas que não é
agradável a Deus, e ele é avesso a alguma, que seja dolorosa à sua natureza,
mas que é da vontade de Deus com respeito a ele. De fato, supondo-se que ele
continue na fé, ele luta contra ela com toda sua força; mas essa mesma coisa
implica que ela realmente existe, e que ele está consciente dela.
(5) Agora, a
vontade própria, assim como o orgulho, é uma espécie de idolatria, e ambos
estão diretamente contrários ao amor de Deus. A mesma observação pode ser feita
com respeito ao amor do mundo. Mas isso, igualmente, mesmo os verdadeiros
crentes são capazes de sentir em si mesmos; e cada um deles sente isso, mais ou
menos, cedo ou tarde, de um modo ou de outro. É verdade que, quando ele
primeiro 'passa da morte para a vida', ele deseja nada mais do que Deus. Ele
pode verdadeiramente dizer: 'Todo meu desejo está junto a Ti, e junto à memória
de Teu nome: quem eu tenho nos céus, a não ser a Ti? E não existe nenhum nome
sobre a terra, que eu deseje, além de Ti'. Mas isto não acontece sempre assim.
No decurso do tempo, ele irá sentir novamente, embora, talvez apenas por alguns
poucos momentos, tanto 'o desejo da carne', ou 'o desejo dos olhos', ou 'o
orgulho da vida'. Mais ainda. Se ele não vigiar e orar continuamente, ele
poderá encontrar a luxúria reavivando-se; sim, e levando-lhe aflição, para que
ele possa cair, até que escassamente tenha alguma força restante em si. Ele
pode sentir os assaltos da afeição desordenada; uma forte propensão a 'amar a
criatura mais do que o Criador'. Ele pode sentir, de milhares de maneiras
diferentes, um desejo das coisas mundanas ou prazerosas. Na mesma proporção,
ele irá esquecer-se de Deus; não buscando sua felicidade nele, e,
conseqüentemente sendo um 'amante do prazer, mais do que de Deus'.
(6) Se ele não se
resguardar, a todo o momento, ele irá sentir novamente o desejo dos olhos; o
desejo de gratificar sua imaginação, com alguma coisa grande, bonita, ou
incomum. E em quantas maneiras esse desejo assalta a sua alma! Talvez, com
respeito a poucas ninharias, tais como vestuário, mobílias; coisas nunca
designadas a satisfazer o apetite de um espírito imortal. Ainda assim, quão
natural é para nós, mesmo depois de termos 'testado os poderes do mundo a vir',
mergulhamos novamente nessas tolices; desejo vil de coisas que perecem ao uso!
Quão difícil é, mesmo para aqueles que sabem em quem eles têm crido, vencer um
ramo do desejo do olho, a curiosidade; constantemente, para esmagá-la debaixo
de seus pés; para desejar nada, meramente porque é novo!
(7) E quão difícil
é, mesmo para os filhos de Deus, dominar totalmente o orgulho da vida! João
parece querer dizer, através disso, aproximadamente o mesmo que a palavra
denomina 'o senso de honra'. Este não é outro que um desejo, e deleita-se 'na
honra que vem dos homens'; um desejo e amor da exaltação; e, que vem sempre
junto com ela; o temor proporcional da repreensão. Quase aliada a isso é a
vergonha diabólica; o estar envergonhado daquilo da qual deveríamos nos
gloriar. E isto é raramente separado do medo do homem que traz milhares de
armadilhas à alma. Agora, onde está aquele que, mesmo em meio aos que parecem
fortes na fé, não encontra, em si mesmo, um grau de todos esses temperamentos
diabólicos? Assim sendo, mesmo esses não estão — a não ser em parte
—'crucificados para o mundo'; já que as raízes do mal permanecem em seus
corações.
(8) E nós não
sentimos outros temperamentos que são tão contrários ao amor de nosso
próximo,assim como são para o amor de Deus? O amor de nosso próximo 'não pensa
o mal'. Nós não encontramos coisa alguma desse tipo? Nós nunca encontramos
algum ciúme; alguma conjectura diabólica; alguma suspeita infundada ou
irracional? Ele que é claro nesses aspectos, que atire a primeira pedra, em seu
próximo. Quem, algumas vezes, não sente outros temperamentos ou movimentos
interiores, que ele
sabe são contrários ao amor fraterno? Se nada de malícia, ódio, ou amargura; se
não existe toque algum de maldade; particularmente, em direção àqueles que
desfrutam de um bem real ou suposto, que nós desejamos, mas não podemos obter? Nós
nunca encontramos algum grau de ressentimento, quando nós estamos injuriados ou
somos afrontados; especialmente por aqueles a quem, particularmente, amamos, e
a quem nós temos mais trabalhado para ajudar ou obsequiado? A injustiça ou
ingratidão nunca despertou em nós algum desejo de vingança?Algum desejo de
pagar o mal com o mal; em vez de 'dominar o mal com bem?' Isto também mostra o
quanto há de tranqüilidade em nossos corações, o que é ao contrário ao amor de
nosso próximo.
(9) A cobiça, em
qualquer grau, é certamente tão contrária a isto, quanto é para o amor de Deus;
se o amor ao dinheiro, que é tão freqüentemente 'a raiz de todo o mal'; ou
redundância, literalmente, o desejo de ter mais, ou aumentar em substância. E
quão poucos, mesmo os reais filhos de Deus, estão inteiramente livres de ambos!
De fato, um grande homem, Martinho Lutero, costumava dizer, que ele 'nunca teve
qualquer cobiça nele' (não apenas em seu estado de convertido, mas) 'desde que
ele nasceu'. Mas, se for assim, eu não tenho escrúpulos em dizer que ele era
apenas um homem nascido de uma mulher (exceto aquele que era Deus, tanto quanto
homem), que não tinha, que nasceu sem isto. Mais ainda, eu acredito, que nunca
houve alguém nascido de Deis, que viveu algum tempo consideravelmente depôs,
que não sentiu, mais ou menos, disso, muitas vezes; especialmente, no último
sentido. Nós podemos, por conseguinte, colocar, como uma verdade indiscutível,
que a cobiça, junto com o orgulho, e vontade-própria, ou ira, permanecem nos
corações, mesmo daqueles que estão justificados.
(10) Está em
experimentar isto, que tantas pessoas sérias têm se inclinado entender a última
parte do sétimo capítulo para os Romanos; não aqueles que estão 'debaixo da
lei', e que foram convencidos do pecado, que é indubitavelmente o significado
do Apóstolo, mas aqueles que estão 'debaixo da graça'; daqueles que são
'justificados livremente, através da redenção que está em Cristo'. E é mais
certo, que eles estão assim agindo corretamente, — que ainda resta, mesmo
nestes que estão justificados, a mente que é, em alguma medida, carnal (assim
diz o Apóstolo; até mesmo, aos crentes em Corinto: 'vocês são carnais'); um
coração propenso à apostasia; ainda sempre pronto a 'se afastar do Deus vivo';
uma propensão ao orgulho, vontade própria, ira, vingança, amor do mundo; sim, e
todo o mal: a raiz da amargura, que, se o impedimento fosse tirado fora, por um
momento, iria instantaneamente brotar; sim, tal a profundidade da corrupção; o
que, sem a luz clara de Deus, nós não podemos possivelmente conceber. E uma
convicção de todo esse pecado, permanecendo em seus corações, é o
arrependimento que pertence a eles que estão justificados.
(11) Mas nós
podemos igualmente ser convencidos, que como o pecado permanece, em nossos
corações, então ele se adere a todas as nossas palavras e ações. De fato, deve
ser temido que muitas de nossas palavras estejam mais do que misturadas com o
pecado; que elas sejam um pecado completamente; já que tal é indubitavelmente
toda conversa não generosa; toda aquela que não brota do amor fraternal; toda
que não concorda com a regra dourada: 'o que você gostaria que os outros
fizessem a você. O mesmo, então, faça aos outros'. Desse tipo são todas as
apostasias; todo o mexerico; todo boato; toda maledicência; ou seja, repetindo
as
faltas de pessoas
ausentes; já que ninguém teria ouros repetindo suas faltas, quando ele está
ausente. Agora, quão poucos existem, mesmo entre os crentes, que não são, em
algum grau, culpados disso; que prontamente observam a boa e velha regra: 'do
morto, e do ausente, nada, a não ser o bem!'. E suponham que eles façam; eles
igualmente se abstêm da conversa improdutiva? Isto ainda é um pecado
inquestionável, e 'aflige o Espírito Santos de Deus': Sim, e 'para cada palavra
inútil que os homens possam falar, eles deverão fazer um relato no dia do
julgamento'.
(12) Mas, vamos
supor, que eles continuamente 'vigiam e oram', e então, 'não caem' nessa
'tentação'; que eles constantemente colocam um vigia, diante de suas bocas, e
mantêm a porta de seus lábios, fechada; suponha que eles exercitam, em si
mesmos, que toda 'conversa deve ser na graça, temperada com sal, e
contentando-se em ministrar graça aos ouvintes'; ainda assim, eles não
escorregam diariamente no discurso inútil; não obstante toda sua precaução? E
mesmo quando eles se esforçam para falar por Deus, as suas palavras são puras;
livres de misturas profanas? Eles não encontram nada errado em suas intenções?
Eles falam meramente para agradar a Deus, e não parcialmente para satisfazer a
si mesmos? Eles fazem totalmente a vontade de Deus, e não suas próprias
vontades também? Ou, se eles começam com o olho único, eles continuam, em
frente, 'olhando junto a Jesus', e falando com ele, todo o tempo, que eles
estão falando com seu próximo? Quando eles estão reprovando o pecado, eles não
sentem ira, ou temperamento indelicado para com o pecador? Quando eles estão
instruindo o ignorante, eles não encontram algum orgulho; não priorizam a si
mesmos? Quando eles estão confortando o aflito, ou induzindo um outro a amar e
fazer as boas obras, eles nunca percebem qualquer auto-aprovação interior:
'Agora, você falou bem?'. Ou alguma vaidade — um desejo que outros possam
pensar assim, e estimá-los, por este motivo? Em alguns desses, ou em todos
esses aspectos, quantos pecados se aderem às melhores conversas. Até mesmo dos
crentes! A convicção disso é outro motivo do arrependimento que pertence
àqueles que estão justificados.
(13) E quanto
pecado, se a consciência deles está totalmente desperta, eles podem encontrar,
aderido às suas ações também! Mais ainda; não existem muitas dessas, que,
embora sejam tais, que o mundo não poderia condenar, ainda assim não podem ser
confiadas; não, nem desculpadas, se nós julgamos pela Palavra de Deus? Não
existem muitas dessas ações que, eles mesmos sabem, não são para a glória de
Deus? Muitas, nas quais, mesmo eles não tendo intenção disso; não foram
empreendidas com um olho para Deus? E dessas que foram, não existem muitas, nas
quais o olho único deles não está somente fixado em Deus — na qual eles estão fazendo
a sua própria vontade; pelo menos, tanto quanto a do Senhor; e buscando agradar
a si mesmos, tanto quanto, se não, mais do que agradam a Deus? — E, enquanto
eles estão se esforçando para fazer o bem a seu próximo, eles não sentem esses
temperamentos errados de várias espécies? Assim sendo, suas boas ações, assim
chamadas, estão longe de serem estritamente tais; estando poluídas com tal
mistura de mal: tais são as obras da misericórdia. E não existe a mesma mistura
nelas? Enquanto eles estão ouvindo a palavra que é capaz de salvar suas almas,
eles não encontram freqüentemente tais pensamentos que os tornam temerosos, com
receio de que elas os conduzam à condenação, em vez de sua salvação? Este não é
sempre o mesmo caso; enquanto eles estão se esforçando para oferecer suas
orações a Deus, se em público ou privado? Mais ainda, enquanto eles estão
engajados no serviço mais solene; mesmo enquanto eles estão na mesa do Senhor,
quantas maneiras de pensamentos surgem
neles! Não estão
seus corações, algumas vezes, vagueando nas extremidades da terra; algumas
vezes, cheios de tais imaginações, que os tornam receosos de que todo o
sacrifício deles seja uma abominação para o Senhor? Assim sendo, eles estão
agora mais envergonhados de suas melhores obrigações. Do que eles estiveram,
uma vez, de seus piores pecados.
(14) Novamente: de
quantos pecados de omissão estão eles encarregados! Nós conhecemos as palavras
do Apóstolo: 'Para aquele que conhece o bem, e não o pratica, isto se constitui
em pecado'. Mas eles conhecem os milhares de exemplos, em que eles poderiam ter
feito o bem aos inimigos, aos estranhos, para seus irmãos, tanto com respeito
aos seus corpos, ou almas, e eles não o fizeram? De quantas omissões eles têm
sido culpados, em suas obrigações em direção a Deus! Quantas oportunidades de
comunicação, de ouvir Sua palavra, de orar em público ou privativamente, eles
têm negligenciado! Tão grande motivo teve, mesmo aquele homem santo, Arcebispo
Usher, depois de todo seu trabalho para Deus, clamar em alta voz, em seu último
suspiro: 'Senhor, perdoe meus pecados de omissão!'.
(15) Mas, além
dessas omissões exteriores, eles não podem encontrar, em si mesmos, um sem
número de defeitos interiores? De todos os tipos? Eles não têm o amor, o medo,
a confiança que eles deveriam ter, em direção a Deus. Eles não têm amor para
com seu próximo; eles não amam o filho do homem; não, nem mesmo têm o amor que
é devido aos seus irmãos; não amam cada filho de Deus: os que estão distantes
deles, ou com os quais estão imediatamente conectados. Eles não têm
temperamento santo, no grau que deveriam. Eles são defeituosos em tudo — em uma
consciência profunda de que eles estão prontos a gritar, com M. De Renty: 'eu
sou uma terra coberta com espinhos'; ou, com Jó, clamar: 'Eu sou vil; eu abomino
a mim mesmo, e me arrependo, e me reduzo a cinzas'.
(16) A convicção de
suas culpas é um outro ramo daquele arrependimento que pertence aos filhos de
Deus. Mas isto deve ser cuidadosamente entendido, e em um sentido peculiar. Já
que é certo que 'não existe condenação para aqueles que estão em Jesus Cristo';
que acreditam nele, e no poder daquela fé que 'caminha não segundo a carne, mas
segundo o Espírito'. Contudo, eles não podem mais suportar a estrita justiça de
Deus agora, do que suportavam, antes de acreditarem. Isto declara que eles
ainda são merecedores da morte, sobre todos os relatos precedentes. E isto
absolutamente os condenaria por isso, não fosse pelo sangue redentor. Por
conseguinte, eles são totalmente convencidos que eles ainda merecem punição,
embora ela seja colocada, por isso, aparte deles. Mas aqui existem extremos, de
um lado e de outro, e poucos se desviam claramente deles. A maioria dos homens
lança-se para um, ou para o outro extremo; tanto pensando que estão condenados,
quando eles não estão; quanto pensando que eles merecem ser inocentados. Mais
do que isto. A verdade fica no meio termo: eles ainda merecerem, estritamente
falando apenas na condenação do inferno. Mas o que eles merecerem não cai sobre
eles, porque eles 'têm um advogado com o Pai'. Sua vida, morte e intercessão
ainda se interpõem entre eles e a condenação.
(17) A convicção da
mais extrema impotência é ainda outro ramo desse arrependimento. Eu quero
dizer, com isso, duas coisas: primeiro, que eles não estão mais capazes de
pensarem alguma coisa boa, de formar um bom desejo, de falar alguma boa
palavra, ou de realizar uma boa obra, do que antes de terem sido
justificados; de
que eles não têm ainda espécie ou grau algum de força, em si mesmos; ou poder
algum, tanto para fazer o bem, quanto para resistir ao mal; habilidade alguma
para conquistar, ou mesmo opor-se ao mundo, ao mal, e à sua própria natureza
diabólica. Eles podem, é certo, fazer essas coisas; mas não pelas suas próprias
forças. Eles têm poder de dominar todos esses inimigos; uma vez que 'o pecado
não mais domina sobre ele'; mas isto não é da sua natureza, tanto no todo,
quanto na parte; este é meramente o dom de Deus; nem é dado todo,
imediatamente, como se eles tivessem um suprimento disposto, durante muitos
anos; mas a cada momento.
(18) Mas, por esta
impotência, eu quero dizer, em segundo lugar, uma inabilidade absoluta para
livrar a nós mesmos da culpa ou do deserto da punição, da qual nós ainda
estamos conscientes; uma inabilidade para remover, através de toda a graça que
temos (para não dizer coisa alguma de nossos poderes naturais), tanto o
orgulho, a vontade-própria, o amor do mundo, a ira, e a predisposição geral a
se separar de Deus, o que nós experimentalmente sabemos permanece, em nossos corações;
mesmo daqueles do qual estamos regenerados; ou do mal que, a despeito de todos
os nossos esforços, adere-se a todas as nossas palavras e ações. Acrescente a
isto, uma inabilidade extrema e total, para evitar a não generosidade, e, muito
mais, a conversa inútil; uma inabilidade para evitar os pecados de omissão, ou
suprir os inúmeros defeitos dos quais estamos convencidos; especialmente, da
necessidade de amor, e outros temperamentos certos, ambos para Deus e homem.
(19) Se algum homem
não está satisfeito com isso; se alguém acredita que quem quer que esteja
justificado é capaz de remover esses pecados para fora de seu coração e vida,
deixe-o fazer o experimento. Deixe-o tentar se, pela graça que ele já tem
recebido, ele pode expulsar o orgulho, a vontade-própria, ou o pecado inato, em
geral. Deixe-o tentar, se ele pode limpar suas palavras e ações, de toda
mistura do mal; se ele pode evitar toda falta de generosidade e conversa sem
proveito, com todos os pecados de omissão; e, por fim, se ele pode substituir
os inúmeros defeitos que ele encontra em si mesmo. Deixe-o não ser
desencorajado, por um ou dois experimentos, mas repita a tentativa novamente e
novamente; e, quanto tempo mais ele tentar, mais profundamente ele será
convencido de sua total impotência em todos esses aspectos.
(20) De fato, isto
é uma verdade tão evidente, que quase todo filho de Deus, espalhado, por todos
os cantos, embora difiram em outros pontos, ainda assim, eles geralmente
concordam nesse: — que, embora nós possamos, 'pelo Espírito, mortificar as
ações do corpo'; resistir e dominar sobre o pecado exterior e interior; embora
possamos enfraquecer nossos inimigos dia a dia; — ainda assim, não podemos
extirpá-los. Mesmo que vigiemos e oremos sempre muito, não podemos limpar totalmente,
tanto nossos corações, quanto nossas mãos. Mais certo de que não podemos, até
que agrade nosso Senhor falar para nossos corações novamente; falar pela
segunda vez: 'Sejam limpos': e, então, nossa sujidade será limpa. Somente
assim, a raiz má, a mente carnal, será destruída; e o pecado inato não
subsistirá mais. Mas, se não houver uma segunda chance; se não houver um
livramento instantâneo, depois da justificação; se não houver, a não ser uma
obra gradual de Deus (já que existe um trabalho gradual que ninguém pode
negar), então, nós devemos ficar satisfeitos, tanto quanto for possível, de
permanecermos cheios do pecado, até a morte; e, assim sendo, devemos permanecer
culpados, até a morte, e continuamente merecendo punição. Já que é impossível
que a culpa ou o deserto da punição sejam removidos de nós, por quanto tempo
todos esses pecados permanecerem em nossos corações, e se aderirem
às nossas palavras
e ações. Mais do que isto, na justiça rigorosa, todos nós pensamos, falamos, e
agimos, aumentando todos eles continuamente .
II
(1) Neste sentido,
nós devemos nos arrepender, depois de sermos justificados. E até que façamos
isto, nós não poderemos seguir adiante. Já que, até que estejamos sensíveis de
nossa enfermidade, não poderá haver cura. Mas, supondo-se que nos arrependamos;
então, nós seremos chamados 'a crer no Evangelho'.
(2) E isto também
deve ser entendido, em um sentido peculiar, diferentemente daquilo, no qual nós
acreditamos, com o objetivo da justificação. Acreditar nas boas novas da grande
salvação, a qual Deus tem preparado para todas as pessoas. Acreditar que ele
que é 'a luz da glória de seu Pai, e expressa a imagem de sua pessoa', é 'capaz
de salvar, ao extremo, todos que vêm junto a Deus, através dele'. Ele é capaz
de salvar você de todo o pecado que ainda permanece em seu coração. Ele é capaz
de salvar você de todo o pecado que adere a todas as suas palavras e ações. Ele
é capaz de salvar você de todo o pecado de omissão, e substituir o que quer que
seja necessário em você. É verdade que isto é impossível com o homem; mas com o
grande Deus, todas as coisas são possíveis. O que pode ser mais difícil para
ele que tem 'todo o poder dos céus e terra?'.
De fato, o mero
poder do homem para fazer isto não é um poder suficiente, a menos que Ele
tivesse prometido isto. Mas ele não o fez: ele tem prometido isto, sempre e
sempre, em condições mais fortes. Ele nos tem dado essas 'promessas excedentes,
grandes e preciosas', tanto no Velho, quanto no Novo Testamento. De modo que
lemos na lei, na parte mais antiga da Palavra de Deus: 'E o Senhor, seu Deus,
circuncidará o teu coração, e o coração de tua semente, para amares ao Senhor
teu Deus, com todo teu coração, e com toda a tua alma, para que vivas'. (Deut.
30:6). Assim como nos Salmos: 'Ele irá redimir Israel', a Israel de Deus, 'de
todo pecado'. Como nas palavras do profeta: 'Então, espalharei água pura sobre
vós, e ficareis purificados; de todas vossas imundícias e de todos os vossos
ídolos vos purificarei. E vos darei um coração novo, e porei dentro de vós, um
espírito novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne, e vos darei um
coração de carne. Porei dentro de vós o me Espírito, e fareis com que andeis em
meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis... E vos livrarei de
todas as suas imundícias'. (Ezequiel 36:25-29). Assim, igualmente, o Novo
Testamento, em (Lucas 1:68-75) 'Bendito o Senhor Deus de Israel; porque ele tem
redimido seu povo, e tem erguido uma salvação poderosa na casa de Davi, seu
servo, para nos livrar dos nossos inimigos, e das mãos de todos aqueles que nos
aborrecem; e para manifestar misericórdia a nossos pais, e para lembrar-se do
seu santo concerto, e do juramento que jurou a nosso pai Abraão, de que ele
iria garantir a nós que seríamos libertos das mãos de nossos inimigos, se o servíssemos,
sem temor, na santidade e retidão, diante dele, todos os dias de nossas vidas'.
(3) Você tem,
entretanto, bons motivos para acreditar que ele não apenas é capaz, mas, de
boa-vontade, fará isto; para limpar você de toda sujidade da carne e espírito;
para 'salvar você de toda imundícia'. Está é a coisa que você agora espera;
esta é a fé que, particularmente, precisa, ou seja, que o Grande Médico, o
grande Amor de sua alma, esteja disposto a tornar você, limpo. Mas ele de
bom-grado fará
isto, amanhã, ou
hoje? Deixe que ele mesmo responda: 'Hoje, se você ouvir' minha 'voz, não
endureça seu coração'. Se você deixar isto de fora, até amanhã, você endurecerá
seu coração; você se recusará a ouvir sua voz. Acredite, entretanto, que ele
quer salvar você, hoje. Ele de boa vontade quer salvá-lo agora. 'Observe,
agora, que o tempo chegou'. Ele diz: 'Seja limpo!'. Apenas acredite, e você irá
se certificar também 'que todas as coisas são possíveis para aquele que crê'.
(4) Continue a
acreditar nele que o amou, e deu a si mesmo por você; que carregou todos seus
pecados, em seu próprio corpo, no madeiro; salvou você de toda condenação,
através de seu sangue continuamente consagrado. Assim é que nós continuamos em
um estado justificado. E, quando nós seguimos 'de fé em fé', quando nós temos
fé para sermos limpos do pecado que habita em nós; para sermos salvos de toda
nossa imundícia, nós estamos igualmente salvos daquela culpa; daquele deserto
de punição, que sentimos antes. De modo que, então, podemos dizer, não apenas:
'Todo o momento, Senhor, eu quero o mérito de tua morte; mas igualmente, na
certeza plena da fé, todo o momento, Senhor, eu tenho o mérito de sua morte!
Porque, através
dessa fé, na vida, morte e intercessão Dele por nós, renovadas a todo o
momento, nós estamos limpos, e, não apenas, não existe condenação alguma para
nós, mas também, o tal deserto de punição, como havia antes, já que o Senhor
limpou nossos corações e nossas vidas.
(5) Através da
mesma fé nós sentimos o poder de Cristo, a todo o momento, descansando sobre
nós; pelo que, sozinhos, somos o que nós somos; pelo que somos capacitados a
continuar na vida espiritual, e sem o que, não obstante toda nossa santidade
presente, nós devemos ser demônios, no momento seguinte. Mas, por quanto tempo
retemos nossa fé nele, nós'estamos puxando água para fora dos poços da
salvação'. Inclinando-nos sobre nosso Amado; igualmente Cristo, em nós, a
esperança da glória; que habita em nossos corações pela fé; que, do mesmo modo,
está sempre intercedendo por nós, do lado direito de Deus; nós recebemos sua
ajuda para pensar, falar e agir; o que é aceitável a seus olhos. Assim, ele
'impede' aqueles que crêem, em todos os seus 'feitos e os favorece com sua
ajuda contínua'; de maneira que todos os seus desígnios, conversas, e ações são
'começadas, continuadas e terminadas nele'. Assim sendo, ele 'limpa os
pensamentos de seus corações, através da inspiração do seu Santo Espírito, para
que eles podem amá-lo perfeitamente, e merecidamente magnificar seu santo
nome'.
(6) É assim que,
nos filhos de Deus, arrependimento e fé respondem exatamente um ao outro. Pelo
arrependimento, nós sentimos o pecado, permanecendo, em nossos corações, e
aderido às nossas palavras e ações; pela fé, nós recebemos o poder de Deus em
Cristo, purificando nossos corações, e limpando nossas mãos. Pelo
arrependimento, nós ainda estamos sensíveis de que nós merecemos punição, por
todos os nossos temperamentos, palavras e ações; pela fé, nós estamos cônscios
que nosso Advogado está pleiteando, junto ao Pai, continuamente por nós, e,
dali em diante, continuamente, colocando de lado toda condenação e punição
sobre nós. Pelo arrependimento, nós temos uma convicção permanente de que não
existe socorro em nós; pela fé, nós recebemos, não apenas, misericórdia, 'mas a
graça para ajudar', em todo o tempo de necessidade. O arrependimento desaprova
a mesma possibilidade alguma outra ajuda; a fé aceita toda a ajuda que
necessitamos dele, que tem todo o poder nos céus e terra. O arrependimento diz:
'Sem ele, eu não posso fazer coisa
alguma': A fé diz:
'Eu posso todas as coisas, através de Cristo que me fortalece'. Através dele,
eu posso não apenas dominar, mas eliminar todos os inimigos de minha alma.
Através dele, eu posso 'amar o Senhor meu Deus, com todo meu coração, mente,
alma e forças'; sim, e 'caminhar na santidade e retidão, diante dele, todos os
dias de minha vida'.
III
(1) Do que tem sido
dito, nós podemos facilmente conhecer a maldade daquela opinião: a de que nós
estamos totalmente santificados, quando somos justificados; de que nossos
corações estão limpos, então, de todo o pecado. É verdade que nós somos, assim,
libertos, como foi observado antes, do domínio do pecado exterior; e, ao mesmo
tempo, o poder do pecado interior é tão afligido, que nós não precisamos mais
seguir, ou sermos conduzidos por ele: mas não é, de maneira alguma, verdade,
que o pecado interior foi, então, totalmente destruído; que as raízes do
orgulho; da vontade própria, da ira, e do amor do mundo foram, assim,
arrancadas do coração; ou que a mente carnal e o coração, inclinado à
apostasia, foram inteiramente extirpados. E, supor o contrário, não é, como
alguns podem pensar, um erro inocente e inofensivo. Não: ele causa muito dano:
ele bloqueia inteiramente o caminho para alguma mudança posterior; já que
manifesta que, 'nem todos precisam de um médico, a não ser os que estão
doentes'. Se, entretanto, nós pensamos que estamos completamente saudáveis, não
existe espaço para buscar alguma cura posterior. Sobre essa suposição é absurdo
esperar algum livramento do pecado, mais tarde, se gradual ou instantâneo.
(2) Do contrário,
uma convicção profunda de que não estamos ainda inteiros; de que nossos
corações não estão completamente purificados; de que existe ainda em nós uma
'mente carnal', que é ainda, em sua natureza, 'inimiga contra Deus'; de que
todo o corpo do pecado permanece em nossos corações; enfraquecido, de fato, mas
não destruído; mostra, além de qualquer possibilidade de dúvida, que, no
momento exato da justificação, nós nascemos novamente: naquele momento, nós
experimentamos aquela mudança interior da 'escuridão, para a luz maravilhosa';
da imagem do bruto e diabólico, para a imagem de Deus; da mente mundana,
sensual e diabólica, para a mente que estava em Jesus Cristo. Mas nós estamos,
então, inteiramente mudados? Nós estamos totalmente transformados na imagem
daquele que nos criou? Longe disso: nós ainda retemos a profundidade do pecado;
e é a consciência disso que nos constrange a murmurar por um completo
livramento, a ele que é poderoso para salvar.
Assim é que todos
aqueles crentes que não estão convencidos da profunda corrupção de seus
corações, a não ser, levemente, e, dessa forma, imaginariamente convencidos,
têm algum entendimento com respeito à santificação completa. Eles podem
possivelmente ter a opinião de que tal santificação deve acontecer, tanto no
momento da morte, ou algum tempo, em que eles não sabem quando, antes dela. Mas
eles não têm grande preocupação quanto à necessidade disso; e não estão
famintos e sedentos em busca dela. Eles nem poderiam, até que conhecessem a si
mesmos melhor; até que se arrependessem, no sentido acima descrito; até que
Deus desvendasse a face do monstro inato, e mostrasse a eles o estado real de
suas almas. Então, apenas quando eles sentissem o peso, eles iriam murmurar por
livramento dele.
Então naquele
momento, e não antes, eles clamaram, na agonia de suas almas: 'Interrompe o
jugo do pecado inato, e liberta meu espírito completamente! Eu não posso
descansar até que me sinta puro; até que eu esteja completamente perdido em
Ti'.
(3) Nós podemos
aprender disso, em segundo lugar, que uma profunda convicção de nosso demérito,
depois de nós termos sido aceitos (o que, em um sentido, pode ser denominada
culpa), é absolutamente necessária, com o objetivo de buscarmos o verdadeiro
valor do sangue redentor; com o objetivo de sentirmos que precisamos disso —
tanto, antes de sermos justificados, quanto depois disso. Sem essa convicção,
nós podemos considerar o sangue da aliança, a não ser como uma coisa comum;
alguma coisa da qual nós não temos agora a mínima necessidade; vendo que todos
os nossos pecados passados foram apagados. Sim; mas se tanto nossos corações,
quanto nossas vidas, estão assim impuros, existe uma espécie de culpa que nós
estamos contraindo a todo o momento; e, em conseqüência disso, estamos a todo o
momento nos expondo à condenação; mas 'aquele que vive nas alturas, interce por
nós. E, através de seu amor redentor; seu sangue precioso advoga por nós'.
Este é o
arrependimento, a e fé que estão intimamente conectados, e que podem ser
expressos nessas fortes linhas: 'Eu peco, a cada fôlego que tomo; não faço Tua
vontade; nem mantenho Tua lei, na terra, assim como os anjos o fazem nos céus:
Mas, a fonte ainda permanece aberta, lavando meus pés, meu coração e minhas
mãos, até que eu seja perfeito no amor'.
(4) Nós podemos
observar, em terceiro lugar, que uma profunda convicção de nossa extrema
impotência, de nossa total inabilidade de reter alguma coisa que temos
recebido; muito mais para nos livrar do mundo da iniqüidade, permanecendo tanto
em nossos corações, quanto em nossas vidas, nos ensina verdadeiramente a viver
em Cristo, pela fé; não apenas, como nosso Sacerdote, mas como nosso Rei. Por
meio disto, nós somos trazidos para 'gloriarmos a Ele', de fato: para 'darmos a
Ele toda a glória de sua graça'; para 'o tornarmos nosso Salvador, por
completo; e verdadeiramente colocarmos a coroa sobre Sua cabeça'.
Como essas palavras
excelentes têm sido freqüentemente usadas, elas têm tido um pequeno, ou nenhum
significado; mas, preenchidas do forte e profundo senso; quando nós, assim como
antes, abandonamos a nós mesmos, a fim de sermos tragados Nele; quando nós
mergulhamos no nada, para que Ele pudesse ser tudo em tudo; com Sua graça
poderosa, abolindo 'toda grande coisa que exaltava a si mesma contra Ele'; todo
temperamento, pensamento, palavra e obra são 'trazidos para a obediência de
Cristo'.
Fonte: regenerados.com.br
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