Todos nós falamos
de “unção”, mas poucos compreendem o que isso significa. Confundimos unção com
carisma, com capacidade humana de tocar o sentimento das pessoas e com poder
natural. No entanto, unção é a manifestação sobrenatural do Espírito Santo que
habita em nós, sobre passando nossos limites e capacidades humanas e
manifestando em nossas vidas a graça de Deus.
Um dos símbolos
bíblicos do Espírito Santo e consequentemente da sua unção é o azeite. O
processo artesanal de produção do azeite em Israel é uma perfeita ilustração de
como a unção é liberada em nossas vidas e de que maneira ela deve ser usada.
Cada detalhe nesse processo de fabricação do azeite tem um significado muito
especial.
É interessante
observar a produção das azeitonas. A Terra Santa é coberta por oliveiras, a
ponto delas serem um dos símbolos de Israel. Estas árvores produzem por muito
tempo. No Jardim do Getsêmani há ainda hoje uma oliveira da época de Jesus e
ela ainda é produtiva! Isto nos fala da possibilidade de que, em nossas vidas,
a fonte de unção nunca se esgote.
Depois de
produzidas e colhidas, começa a moagem das olivas. Essas azeitonas são
postas num moinho e uma roda pesada é deslocada sobre elas, amassando-as e
fazendo com que se tornem uma massa úmida, uma lama escura.
Não consigo pensar
sobre isso sem fazer uma ligação com a necessidade de quebrantamento em nós.
Não haverá unção em nossa vida, a não ser que aceitemos perder o individualismo
e submeter-nos ao tratamento de Deus com nossa carne. Ele nos pressiona pela
Palavra, pelas circunstâncias adversas, pela ação das autoridades sobre nossa
vida, até que possamos revelar o nosso melhor.
Essa prensagem nos
fala também (e acima de tudo) da obra da Cruz. Você se lembra de Jesus, no
Getsêmani, suando sangue, aceitando ser esmagado pelo Pai para liberar depois o
seu Espírito sobre a igreja? É daí que vem a verdadeira unção.
Voltemos ao
processo de extração do azeite. Depois de completamente moídas as azeitonas, a
massa é colocada em cestas de fibra vegetal e prensada por três vezes, para que
o azeite vaze pelos poros da fibra, ficando retida apenas a parte sólida.
Aqui há uma
peculiaridade muito interessante. A massa é prensada três vezes, com níveis
crescentes de pressão, produzindo qualidades diferentes de óleo. Esse processo
é utilizado desde os tempos bíblicos e pode ser uma maravilhosa parábola para
nós. Na primeira prensagem, é coletado um óleo de qualidade excelente,
puríssimo, usado em Israel exclusivamente para o serviço religioso. Na segunda,
se produz um ótimo azeite, utilizado para medicamento e alimentação. Na
terceira, já com mais elementos da fibra vegetal que funciona como filtro, se
produz o azeite usado para combustível e cosmética.
O que todo esse
processo pode nos sugerir ou ilustrar para nossa vida espiritual? Em primeiro
lugar, é muito rico entendermos que a melhor porção da unção em nossa vida deve
ser consagrada ao Senhor, usada na nossa devoção.
No Antigo
Testamento, se utilizava desse azeite mais nobre, não para beneficiar aos
homens, mas para honrar ao Senhor. Era esse óleo que mantinha a luz do
tabernáculo (e depois, do templo) acesa todo o tempo, era com ele que se
consagrava objetos e pessoas e que se fabricava o incenso aromático. Tudo
para Deus!
A não ser que haja
unção em nossa adoração, intercessão e ministério ao Senhor, não passaremos de
religiosos secos. Sem óleo, nosso relacionamento com Deus se torna rotineiro e
enfadonho. E quando pensamos em oferecer algo ao Senhor, precisamos sempre
reservar a primeira porção, a melhor.
O azeite extraído
na segunda prensagem, usado para alimento e medicina, pode representar a unção
que empenhamos em servir aos outros. Também nessa dimensão, para ganhar vidas,
fazer discípulos, consolar os fracos, curar os enfermos (na alma e no corpo)
precisamos do óleo do Espírito Santo. Nosso ministério aos homens não pode ser
desenvolvido apenas baseado em esforço, em suor. Tem que trazer azeite, graça,
poder sobrenatural.
Óleo da
terceira prensagem era usado para combustível nas casas e fabricação de
cosméticos. Isso fala de também desfrutarmos da unção. Após oferecer o melhor
ao Senhor e aos homens, podemos também nos beneficiar, abastecendo-nos e
renovando-nos na alegria do Espírito Santo.
Decida que sua vida
cristã não será seca e rotineira. Cultive a unção diariamente e use-a para tudo
o que você vai fazer. Lembre-se que Jesus foi moído no Calvário, para que
tivéssemos esse óleo preciso. Porque depender do suor, se podemos nos mover no
azeite?!!
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Danilo Figueira é um dos pais da
Comunidade Cristã de Ribeirão Preto onde tem exercido um ministério profético e
de ensino, liderando a equipe de pastores juntamente com sua esposa Mônica. Ele
tem atuado como conferencista pelo Brasil e exterior, com forte
ênfase na formação de liderança, e provido cobertura apostólica para muitos
ministérios. Os escritos do Pr. Danilo, especialmente a série de livros
"LIDERANÇA PARA A ÚLTIMA COLHEITA", têm sido ferramenta para inúmeras
igrejas e suas Escolas de Líderes, já tendo sido traduzidos para outros idiomas
como o Inglês, o Francês e o Espanhol.
Fonte: regenerados.com.br
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