Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria
concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado;
e o pecado, sendo consumado, gera a morte. (Tiago 1:14-15)
Já tenho dito muitas vezes que
nosso maior inimigo é o pecado. Mais do que Satanás e o império de trevas que
comanda, ele tem o poder de quebrar a comunhão do homem com Deus e lançá-lo no
inferno.
Não há como vivermos uma
realidade de excelência no Senhor, a não ser que mantenhamos uma vida de
santidade. Portanto, vencer diariamente o pecado é um desafio do qual não
podemos esquivar-nos.
É muito importante que
entendamos a dinâmica do pecado, ou seja, o processo pelo qual ele se
estabelece na vida de alguém. Para tanto, os ensinos de Tiago são reveladores.
Ele começa dizendo que somos
tentados pela nossa própria concupiscência, ou seja, nossos desejos interiores.
Nosso maior problema, não é externo (as coisas erradas que Satanás e o mundo
nos oferecem), mas interno (uma força carnal que opera em nós e milita contra a
natureza de Deus, recebida através do Espírito Santo).
Essa carnalidade com a qual
teremos que lutar até nossa completa redenção, seja pela morte ou pela volta de
Jesus, opera em três frentes, segundo o apóstolo João: “a concupiscência da
carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (I Jo 2:16). Em outras
palavras, os desejos gerados pelos nossos apetites humanos, os desejos
despertados por aquilo que vemos e o orgulho, quando não dominados, nos levam à
queda.
É como se houvesse dois ímãs
dentro de nós, um nos puxando para a comunhão com Deus e outro nos induzindo a
pecar. São duas naturezas que militam uma contra a outra. A vitória é
determinada pela força que cada um tem (elas podem ser robustecidas ou
enfraquecidas) e pelos ambientes e situações a que nos expomos. Melhor
explicando, se cultivamos nossa vida espiritual e evitamos cenários de pecado,
temos uma chance maior de manter a santidade. Se, por outro lado, alimentamos
nossa carnalidade e nos expomos ao pecado, certamente cairemos.
Voltando às palavras de Tiago,
fica claro que há um processo pelo qual o pecado opera. Ele diz que o ser
humano é “atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a
concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera
a morte” (Tg 1:14-15). Perceba que há fases descritas por essas palavras.
Eu as definiria na seguinte ordem: atração, engano, concepção, consumação e
consequência. Toda queda, grande ou pequena, segue este caminho. O processo
pode consumir segundos ou anos, mas a sequência é sempre essa.
A primeira fase do pecado
é a atração. De alguma maneira temos a nossa atenção chamada para uma
possibilidade. Aqui, é bom dizer que Satanás é um mestre em montar vitrines
convidativas. Desde o Éden ele se exercita em tirar o foco do homem da palavra
de Deus para colocá-lo numa alternativa proibida. Até com Jesus, no deserto,
ele ousou fazê-lo.
Para piorar nossa situação,
vivemos num mundo absolutamente permissivo, onde as imagens, os cheiros, os
sons, enfim, quase tudo tenta nos atrair ao pecado, seja ele qual for, desde a
mentira até a imoralidade, passando por toda sorte de desobediência a Deus.
A melhor forma de não cairmos é
evitarmos a atração. Quando mais distantes e fechados estivermos para aquilo
que pode nos seduzir ao erro, mais santos seremos. Não quer cair em
maledicência, evite os fofoqueiros. Não quer ser dominado pela imoralidade,
escolha bem os filmes, as pessoas, os ambientes que você frequenta. Se não for
suficiente, jogue fora a TV, cancele a conta da Internet. É mais ou menos isso:
não quer se queimar, afaste-se do fogo!
Quando não evitamos a atração,
uma segunda fase começa, que é a sedução ou o engano. A partir daí, atraídos
por algo errado, sofismas tentarão nos convencer de que a palavra de Deus não é
absoluta, de que o erro não trará consequências, de que vale à pena arriscar...
Se cedermos a esses argumentos, começaremos a despencar no abismo.
Contra a mentira, a única arma
eficaz é a verdade. “Guardo a tua palavra em meu coração para não pecar contra
ti”, disse o salmista (Sl 119:11). Se negociarmos o que Deus disse, rompemos o
limite e entramos num nível muito mais terrível do processo que é a concepção.
Ou seja, o pecado já está dentro de nós. Não foi consumado ainda, quem sabe por
falta de oportunidade, mas logo será. Está pronto para vir à luz... Neste caso,
somente um encontro impactante com Deus pode nos levar a abortá-lo, a impedir
que ele se torne prático.
Se não corrermos para a Cruz,
daremos à luz o pecado e, aí, teremos que enfrentar as suas consequências.
Segundo Tiago, uma vez consumado, o pecado sempre gera morte. Isso pode ser
entendido em sua forma absoluta, em sua forma definitiva e em sua forma
parcial. Algo em nós morre quando pecamos, seja nossa comunhão com Deus, nossa
paz, nossa autoridade, nossos relacionamentos, nossa unção, nossa família,
nossa fé e até mesmo, em última escala, nossa salvação.
Sabedores disso, o melhor que
podemos fazer é defender-nos sempre e lutar, antes que seja tarde demais...
Danilo Figueira é um dos pais da Comunidade Cristã de
Ribeirão Preto onde tem exercido um ministério profético e de ensino, liderando
a equipe de pastores juntamente com sua esposa Mônica. Ele tem atuado como
conferencista pelo Brasil e exterior, com forte ênfase na formação de
liderança, e provido cobertura apostólica para muitos ministérios. Os escritos
do Pr. Danilo, especialmente a série de livros "LIDERANÇA PARA A ÚLTIMA
COLHEITA", têm sido ferramenta para inúmeras igrejas e suas Escolas de
Líderes, já tendo sido traduzidos para outros idiomas como o Inglês, o Francês
e o Espanhol.
Fonte: regenerados.com.br
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