Recuso-me
a chamar de “apóstolo” quem não viveu nos dias apostólicos do Novo Testamento,
sendo uma testemunha ocular dos feitos do Senhor Jesus encarnado, que O tenha
apalpado com suas próprias mãos, que com seus ouvidos ouviram Seus ensinamentos
os quais deveriam ser transmitidos à Igreja Cristã em seu nascedouro (cf. 1João
1.1-3).
Recuso-me
a chamar de “apóstolo” quem não recebeu a revelação do Evangelho tal como
aconteceu com o apóstolo Paulo nos três anos que esteve no deserto da Arábia
para depois se encontrar com os demais apóstolos e mostrar-lhes que o que
ele recebera de Cristo e pregava aos gentios era exatamente igual ao que Pedro,
Tiago e João (apóstolos que andaram pessoalmente com Jesus) também do Mestre
receberam e pregavam (cf. Gálatas 1 e 2).
Recuso-me
a chamar de “apóstolo” quem usa desse título sem atentar para o ministério que
este traz consigo, a saber, o apostolado foi dado exclusivamente àqueles a quem
seriam dados os mistérios do Evangelho e assim, por obra do Espírito Santo
fossem escritos os livros do Novo Testamento, ao que nos estudos teológicos
chamamos de “Cânon do Novo Testamento”. O ministério apostólico foi usado por
Deus para revelação das Escrituras do Novo Testamento, logo, quem se intitula
“apóstolo” hoje, deveria acrescentar “herege-maldito” ao título, pois, segundo
Apocalipse 22.18,19 ao texto das Escrituras nada se acrescenta e nada se
retira. Como o ofício apostólico já passou (porque o Cânon do NT já está
fechado), qualquer coisa extra que esses ditos apóstolos autodenominados
disserem que não estiver em acordo com a Bíblia, estão acrescentando, e
qualquer coisa que deixarem de pregar estarão omitindo; e se
pregassem exatamente o que a Bíblia diz, nunca cometeriam esse ato insano
de vaidade de se autodenominarem apóstolos.
Recuso-me
a chamar de “apóstolo” quem assim se intitula mas nunca saiu de sua terra e
país para levar o Evangelho num país e cultura diferentes (e lá viver nem que
seja por poucos anos); que pensa que realizar “campanhas evangelísticas” (que
mais são um show de horrores do que qualquer outra coisa) é o mesmo que fazer
discípulos de Cristo. Sim, recuso-me chamar esses tais de “apóstolos” porque só
querem a “lã” e a “gordura” das ovelhas de Cristo.
Recuso-me
a chamar de “apóstolo” quem diz que realiza milagre, mas, que longe está de ser
como os que foram realizados por Cristo e por Seus verdadeiros apóstolos;
milagres verdadeiros e não coisas forjadas, manipuladas e mentirosas como o que
estes tais “milagreiros” fazem. Além disso, os milagres que os
verdadeiros apóstolos fizeram glorificavam a Deus e O exaltavam por
Sua Graça e Misericórdia, algo muito, muito diferente do que fazem
esses enganadores ludibriando as pessoas com suas mentiras e astúcias
roubando toda a glória para si mesmos, pois, alguns já não se contentando mais
com o título de “apóstolo” já foram além e se intitularam “pais-póstulo” (não
sei o que é isso e nem adianta me perguntar, pois, a coisa mais próxima seria
“Pais apostólicos” o que na verdade não se trata de pessoas, mas, sim de
escritos teológicos dos primeiros séculos da Era Cristã), e por fim, até um
desses envaidecidos cheios de si mesmos, se intitulou “Patriarca” (só essa que
faltava para os evangélicos brasileiros: ter um papa!), e pasmem, o que não tem
faltado é gente para apoiar tal asneira.
Recuso-me
a chamar de “apóstolo” quem não se contentando com o título (e o cargo) de
“pastor”, “presbítero (bispo)”, olha para os seus companheiros de trabalho
eclesiástico e os vê como inferiores e não como iguais, como subalternos e não
como companheiros amados cuja autoridade veio também de Deus por meio das
Escrituras com o fim de pastorear o rebanho de Cristo não por ganância ou
orgulho, mas, por amor ao Senhor Jesus e pelas Suas ovelhas (cf. 1Pedro 5.1-4)
sabendo que o Supremo Pastor é o Senhor Jesus.
Recuso-me
a chamar de “apóstolo” quem está preocupado em expandir seu “império de
ilusão” estampando sua foto na entrada dos seus templos, do que em
propagar o Verdadeiro Evangelho do Senhor Jesus Cristo e plantar igrejas
verdadeiramente bíblicas (se eles fizessem isso, jamais cometeriam tantos erros
e abusos!).
Por
esses motivos me recuso chamar de “apóstolo” estes tais que estão por aí se
vangloriando e até mesmo zombando de Cristo com suas atitudes malignas
travestidas de “autoridade divina”. E antes que alguém me critique por me
apresentar como “Reverendo” digo que a reverência aqui evocada não é à
minha pessoa, mas, sim, à tarefa que Deus incumbe homens como eu, pecadores
redimidos por Cristo. Além disso, “reverendo” é pronome de tratamento e não um
título que uso para me diferenciar dos meus presbíteros que comigo labutam no
cuidado do Rebanho de Cristo. Mas, se este pronome de tratamento lhe causar
algum desconforto, me chame de “pastor”, ou melhor ainda, “irmão”.
Rev.Olivar Alves Pereira
Fonte: http://www.noutesia.com.br
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