Conta-se
que numa de suas conferências evangelísticas o Pr. Billy Graham foi abordado
por uma senhora que lhe perguntou: “Rev. Graham, com sua vasta experiência
o senhor poderia me dizer qual é a igreja perfeita?” ao que ele respondeu:
“Sim, claro que lhe digo, mas, só com uma condição”. A mulher então prontamente
concordou com ele e atenta à resposta ouviu o seguinte: “A condição que exijo
da senhora é: não entre nessa igreja, pois, no dia em que a senhora lá entrar,
ela deixará de ser perfeita”.
Isso
ilustra muito bem o que tem acontecido com a Igreja de Cristo. Muitos mudam de
igreja dizendo que a igreja da qual saíram era problemática e imperfeita. Ao
chegarem numa nova igreja sentem-se como se estivessem entrando num paraíso;
mas, em pouco tempo verão defeitos na mesma, e logo cogitarão deixa-la para
saírem à procura de outra igreja “melhor”. É claro que isso não se aplica a
alguém que estava numa igreja que ensina heresias, coisas contrárias à Palavra
de Deus, e foi para outra Igreja que busca pureza doutrinária. O caso que
nos referimos aqui é o de pessoas que buscam uma igreja perfeita para elas. Uma
igreja que as agrade em tudo e que jamais lhes traga algum desconforto. Em se
tratando da Igreja de Cristo, a verdadeira Igreja, isso é impossível pelo fato
de que é a Igreja que tem de agradar a Cristo e estar-Lhe submissa, e não o
contrário (veja Ef 5.22-24).
Porém,
quero chamar a sua atenção para a seguinte verdade: a Igreja perfeita
existe! Não se trata de uma Igreja que não tenha pecados, onde as pessoas
se entendem muito bem e não há atritos, onde a disciplina corretiva não precisa
ser aplicada porque a disciplina preventiva e formativa é sempre levada com
dedicação tanto por quem instrui quanto por quem é instruído. Um texto que é
muito importante sobre o assunto é Hb 10.14: “Porque, com uma única oferta,
aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados”.
O
que está verso nos ensina? Basicamente, duas verdades maravilhosas: (1) somos
tão perfeitos quanto o sacrifício de Cristo pode nos aperfeiçoar; (2) estamos
em constante processo de aperfeiçoamento. Vejamos cada uma dessas verdades e no
que cada uma implica para nós como Igreja.
(1) Somos tão perfeitos
quanto o sacrifício de Cristo pode nos aperfeiçoar.
O
escritor da carta aos Hebreus está mostrando desde o Cap.7 a superioridade do
sacrifício de Cristo em relação aos sacrifícios levíticos os quais eram apenas
“sombras” do que seria o sacrifício de Cristo. Os sacrifícios levíticos eram
repetidos constantemente pelo motivo de que eram limitados, ou seja, cada
sacrifício era feito por um pecado específico; por isso mesmo se repetiam. Aqui
no Cap.10 ele passa a mostrar que o sacrifício de Cristo é infinitamente
superior porque é único e eterno. Por isso mesmo ele disse: “…com
uma única oferta aperfeiçoou para sempre quanto s estão sendo santificados”
(v.14). Não há nada mais a ser acrescentado ao sacrifício de Cristo, como
ensina a heresia Adventista do Sétimo Dia, que segundo sua profetiza Ellen
White, em 1844 o Senhor Jesus entrou no santuário celeste para fazer o tal
“juízo investigativo”, e ali também Ele expiou os pecados do Seu povo; ou ainda
como ensina a Igreja Romana com a missa, a qual não é um culto, mas, sim, uma
nova ocasião em que Cristo é “novamente” oferecido em sacrifício. Tais
ensinamentos contradizem o que a Bíblia diz e por isso mesmo são heresias.
Não
se deixe enganar. Tudo o que precisava ser feito para que você fosse
justificado diante de Deus, Cristo fez de uma vez por todas lá na cruz. Nada
mais se acrescentará ao Seu sacrifício que nos torna perfeitos aos olhos de
Deus. Nesse sentido, a Igreja de Cristo é perfeita, e se você é um crente em
Cristo Jesus e O recebeu como seu único e suficiente salvador, você é tão
perfeito quanto o sacrifício Dele pode torna-lo, isto é, você é perfeitamente
perfeito.
(2) Estamos em constante
processo de aperfeiçoamento.
A
parte final do v.14 diz: “aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo
santificados”. Isto quer dizer que aqueles que foram escolhidos por Deus e
justificados pelo sacrifício de Cristo, jamais perderão a condição de filhos de
Deus, justificados e salvos. Porém, enquanto estiverem nesse mundo estarão em
constante processo de aperfeiçoamento, que aqui é chamado de santificação (“estão sendo santificados”).
Os eleitos convertidos já são perfeitos no sentido eterno e final, mas, no
sentido temporário e presente, ainda lutam contra seus pecados, contra suas
imperfeições, suas inclinações para o mal. É por essa razão que dentro da
Igreja encontramos pessoas se atritando, irmãos cometendo pecados dos quais
deveriam estar longe. São filhos de Deus de fato, mas, se esquecem de sua real
condição diante de Deus (são filhos!) e por isso cedem ao pecado. Se todos nós
nos lembrássemos o tempo todo de que a nossa condição hoje é a de filhos de
Deus, de herdeiros da Sua Glória eterna, coparticipantes da Sua santidade,
olharíamos para os nossos pecados não com a mesma complacência de sempre, mas,
sim, com tristeza, com pesar e correríamos para os braços do nosso Pai buscando
o seu perdão.
Lembre-se
de que seu irmão, assim como você, está sendo trabalhado, aperfeiçoado e
limpado dos seus pecados (processo de santificação). Lembre-se de ser
misericordioso com ele, sem deixar de ser firme na luta contra o pecado.
A
Igreja de Cristo é perfeita por causa do sacrifício Dele; a Igreja de Cristo
está em processo de aperfeiçoamento (santificação) por meio do lavar
regenerador do Espírito Santo através da Palavra de Deus (Tt 3.5,6). Se você
está em Cristo, então está na Igreja perfeita, que enquanto estiver neste mundo
está sendo aperfeiçoada, inclusive você.
Rev. Olivar Alves Pereira
Fonte: http://www.noutesia.com.br
Imagem: Gloogle
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