A teologia é sem dúvida uma bênção
do Senhor na vida do crente. É através do labor teológico que nós podemos
conhecer melhor o Deus a quem servimos e adoramos. É por isso que soa muito
estranho quando alguém afirma: “eu só quero Jesus, não doutrina.” Mas não é
esse o ponto que pretendo tratar aqui. Que há cristãos que negligenciam o
estudo teológico é fato, mas há também aqueles que gostam de teologia, porém
não a fazem da maneira correta e pelos motivos corretos. É sobre estes que eu
quero falar.
Se por um lado a igreja do Senhor
sofre porque há muitos que deixam de lado o estudo doutrinário, há também, cada
vez mais, cristãos que, apesar de se dedicarem a teologia, agem de uma maneira
inadequada a respeito. Gostaria de citar alguns dos problemas a respeito destes
últimos.
O primeiro problema é sobre
aqueles que ao começarem a estudar um pouco de teologia, acham que podem opinar
sobre todos os assuntos com propriedade. Eu vejo isso com muita frequência nas
redes sociais, especialmente no Facebook. Alguém posta algo sobre
pentecostalismo e o ex-pentecostal, que se tornou reformado depois de ler dois
ou três artigos em sites e blogs, critica ferrenhamente o post sobre este
movimento como se fosse conhecedor o suficiente dele (quando na verdade não é).
Isso se aplica a outros tópicos teológicos também. Mas a questão é que essas
pessoas têm sede por criticar ou opinar sobre qualquer coisa que diz respeito à
teologia, quando elas mesmas não tem propriedade o bastante para falar.
As consequências disso são
inúmeras. Um exemplo disso é uma divisão radical no corpo de Cristo por
questões secundárias, ao ponto de muitos se comportarem de forma semelhante aos
coríntios: “Eu sou de Paulo”, e outro “Eu sou de Apolo” (1
Coríntios 3.4). Tal divisão acarreta ainda outras consequências como até mesmo
xingamentos!
Não é assim que as coisas devem
funcionar. O cristão que tem começado a se dedicar a teologia deve sempre ter
em mente que muitas coisas não são tão simples como ele pensa que é. E quando
isso não ocorre, é uma clara evidência de imaturidade.
Outro problema associado a este é
o motivo pelo qual eles estudam teologia. Há muitos cristãos que “teologam”
simplesmente por amor a debates. Eles são ávidos por confrontar posições
opostas às suas, a fim de derrubar os argumentos contrários e sair como
vencedor. Eu não estou aqui dizendo que debates são de tudo ruins. Eu mesmo
aprecio isso em alguns casos. Porém, o ponto é: eles não estão preocupados em
se aquele debate vai render algum fruto de piedade ou amadurecimento ao seu
irmão, ou até mesmo (por que não?) se o debate vai proporcionar troca de
conhecimentos e uma interação saudável. Isso pode levar uma das partes a
repensar aquilo que ele tem defendido e a amadurecer.
Além disso, e talvez mais
importante ainda, é o fato destes cristãos não usarem a doutrina para o
benefício da igreja. Eu mesmo já fui muito tentado a isso e tenho errado
bastante. A teologia virou algo que não tem mais nenhuma relação com a igreja
local. Estuda-se apenas para benefício próprio, não para instruir seus irmãos.
Isso é egoísmo!
É aqui que o trabalho do pastor
como teólogo-orientador entra. Ele precisa aconselhar as suas jovens ovelhas
que, embora amem a teologia, precisam saber se comportar de forma adequada em
relação a ela. Elas precisam entender que teologia não é algo banal, mas algo
sério, pois lida com as coisas do Senhor. Além disso, precisam estar cientes do
motivo pelo qual elas querem aprender mais da palavra de Deus. Eu penso que
isso terá impacto significativo tanto na igreja local quando na igreja do
Senhor como um todo.
Fonte: http://blogelectus.blogspot.com.br
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