Um homem simples está devendo um valor xis a um
homem proeminente. O credor então cobra-lhe a dívida dando-lhe um ultimato: Ou
se paga ou o fim do devedor será trágico. Ao homem endividado só resta temer o
seu destino, pois ele tem o número da conta do seu credor em mãos, todavia, não
conseguirá fazer nenhum depósito, ele não possui e nunca possuirá tal quantia.
Quando menos se espera, um outro homem, que não tinha nada a ver com aquela
dívida, deliberadamente paga o valor exato para livrar o devedor da sua severa
punição.
Ao ver todo aquele
dinheiro depositado em sua conta, o credor não tem mais nada para cobrar. Foi
pago tim-tim por tim-tim. E o homem que estava prestes a ser arruinado, agora
folga por não ter mais aquele débito. Estava livre. Agora imagine você, caro
leitor, que mesmo após ver a importância depositada em sua conta, o credor
mandasse um encarregado seu ir atrás de quem lhe devia e perguntasse:
- Alguém pagou a
dívida para você. Agora cabe a ti aceitá-la.
Neste momento você
deve estar achando improvável tal pergunta. E de fato é. Agora, imagine que
além disso, a resposta do endividado fosse:
- Não, eu não quero
aceitar.
Absurdo. Não há uma
outra palavra para adjetivar tal desfecho. No entanto, é assim que se baseia a
teologia arminiana quando diz que a Graça é resistível e que o homem pode
rejeitar a oferta da salvação. Para entendermos isso de uma maneira melhor, é
necessário estar ciente de outros basilares conceitos da soteriologia (doutrina
da salvação) reformada. A saber: Total Depravação e Expiação Limitada.
A depravação total
consiste em dizer que todos os homens estão numa situação decaída. Eles estão
em rebelião contra Deus e por isso estão espiritualmente mortos (Ef 2:3; Rm
3:12; Jo 8:34). Mas, Deus em Sua soberana vontade, para o louvor de Sua glória,
escolheu alguns destes pecadores mortos e os vivificou em Cristo. Por que Ele
fez isso? Efésios 1 nos diz que foi para “o louvor da Sua glória” (v. 6,
12 e 14). Seus eleitos, não tiveram mérito algum, por isso não podem se
vangloriar (Ef 2:8-9, Rm 3:27). Daí o questionamento: e quanto aqueles que não
se convertem quando anunciamos o sacrifício do calvário? Não estariam eles
resistindo?
Aparentemente eles
estão rejeitando sim. Contudo voltemos a analogia do homem endividado. Porque
ele não podia negar o pagamento feito por um terceiro elemento em seu favor?
Porque aquele pagamento salvaria sua pele. Por isso não há como rejeitar o
sacrifício de Cristo, a não ser que este não tenha morrido por aqueles que
continuam mortos. A expiação limitada ensina justamente isto: A cruz não redimiu
todos os homens, apenas os eleitos. Da mesma forma, o homem de nossa estória
pagou a dívida de um devedor e não de todos os devedores. Por isso, os que
aparentemente rejeitam a mensagem da cruz, na verdade não foram por ela
alcançados. Em outras palavras, a dívida deles não foi paga por Jesus.
Quando a Bíblia diz
que o sangue de Jesus é suficiente para nos purificar de todo o pecado (Tt
2:14, 1Pd 1:18-23 e Ap 1:5), não podemos conceber a ideia de que tais homens
desprezariam sua morte, tornando-a em vão. Se estes continuam na sua condição
pecaminosa, é porque não receberam a fé salvífica e não foram alcançados quando
Cristo expirou no gólgota. Eles são espiritualmente cegos e não enxergam que
são pecadores. Obstinados continuam devendo e acham que está tudo quite. A
revelação de que devíamos um exorbitante valor, e que nossa dívida foi paga,
chegou até nós. Regozijamos com esta boa-nova. Porém, alguns continuam com os
olhos vendados para esta realidade (2Co 4:3-4).
Dizer que Jesus
morreu por todos os homens, porém muitos não serão salvos porque vão recusá-lo
é tornar os sofrimentos do Senhor inúteis, sendo necessário fazer mais alguma
coisa. Restringir a cruz a vontade humana é tão absurdo como acreditar que o
devedor da nossa analogia escolheria continuar devendo um débito que já havia
sido quitado.
Fonte: http://blogelectus.blogspot.com.br
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