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quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Nós Cremos na Bíblia

Trata-se de um livro incomum. Escrito durante um período de mais de 1500 anos por homens que, na maioria dos casos, sequer se conheceram, ela permanece hoje, mais de 2000 anos depois que sua última porção foi escrita, como o maior best-seller da literatura mundial. Não que seus assuntos sejam particularmente atraentes. Embora contenha páginas de grande beleza literária e forte dose de emoção, a maior parte de seu conteúdo seria rejeitada por qualquer editor moderno como “destinada ao fracasso”.

Além disso, seus autores dificilmente concorreriam a algum prêmio Nobel de literatura. Entre eles, perfilam-se uns poucos reis, alguns lavradores, alguns pescadores, um coletor de impostos, um pequeno número de religiosos vocacionados e um médico que virou jornalista. Novamente, há algumas páginas de arrebatamento literário, capazes de emocionar até às lágrimas; a maioria descreve em linguagem perfeitamente natural aspectos pouco mencionados da História e prediz de maneira não sensacionalista eventos futuros. Algumas páginas, com o devido respeito, são tão emocionantes quanto a leitura de uma lista telefônica.

O que torna a Bíblia um livro tão especial? Por que afirmar, nesta segunda década do século XXI, que nós cremos na Bíblia? O que nos leva a distingui-la dos demais livros que reivindicam para si o direito de regular o comportamento e o destino eterno dos homens? O que justifica a afirmação “Nós cremos na Bíblia como a Palavra de Deus?

A Bíblia − um livro soprado por Deus

Ao longo da história da Igreja, crentes piedosos sempre reconheceram na Bíblia um livro humano, uma obra que reflete situações humanas e traz as marcas de seus autores. Embora umas poucas passagens sejam um “ditado” de Deus aos Seus servos, a maior parte da Bíblia apresenta as marcas do raciocínio, das emoções e até da pesquisa humana (Lc 1.3).

Isto não quer dizer, todavia, que a Bíblia é um livro exclusivamente humano, pois a posição histórica da Igreja é a de que as Escrituras são divinas em sua origem. O termo usado desde o final do segundo século é que a Bíblia é um livro inspirado por Deus. Como devemos entender essa palavra, encontrada uma só vez nas Escrituras, em 2Timóteo 3.16?

Seu sentido normal na língua grega é o de soprar, mais expirar do que inspirar. Falar de inspiração da Bíblia significa, então, afirmar que ela foi originada por Deus, usando como veículos (ou filtros) os autores humanos das Escrituras, com todas as suas características pessoais, à exceção do erro, do qual foram preservados pela atuação do Espírito Santo.

A inspiração como característica das Escrituras nos fala de sua origem divina e de sua produção como resultado do controle do Espírito Santo sobre os autores humanos de modo a preservá-los do erro sem, contudo, roubar-lhes qualquer das características de personalidade. É lógico que esta verdade contém um mistério psicológico que nem toda a ciência humana pode desvendar. Trata-se, sem dúvida, de uma questão de fé naquilo que a própria Bíblia afirma: Sabendo primeiramente isto: nenhuma profecia da Escritura jamais surgiu de interpretação pessoal, pois a profecia jamais foi trazida ao homem por simples vontade humana, mas homens santos da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo (2Pe 1.20-21 – tradução do autor).

Razões para crermos na origem divina da Bíblia

Além da declaração direta mencionada acima, que já seria base suficiente para nossa fé, há indicações firmes de que devemos crer nessa autorreivindicação da Bíblia quanto à sua origem divina. Outros livros também o fazem, mas nenhum deles com as credenciais da Bíblia.

1. A origem divina é reivindicada através de toda a Bíblia

Moisés, o legislador e estadista, indicou a origem divina de seus escritos (Lv 1.1); Davi, o rei salmista, tinha plena consciência de que era um porta-voz do Espírito de Deus (2Sm 23.2); Isaías e os demais profetas afirmavam categoricamente que suas mensagens ao povo de Israel provinham de Deus (Is 1.2Jr 1.2 e outras mais); os autores do Novo Testamento igualmente reivindicaram origem e autoridade divina para seus escritos (1Co 14.372Pe 3.15-16Ap 1.1-2).

É claro que, num tribunal, as palavras do próprio acusado são ouvidas e consideradas pelo juiz e pelos jurados. As declarações bíblicas quanto à sua origem divina são fatos ou fenômenos bíblicos, tal como as parábolas, as profecias e os milagres. Elas devem ser ouvidas e analisadas pelos que querem, com imparcialidade, assumir uma opinião sobre a Bíblia.

2. A unidade de pensamento e propósito indicam origem divina

Do Gênesis ao Apocalipse, a Bíblia nos fala do propósito divino de compartilhar Sua glória com o homem (através de uma reconciliação iniciada por Deus, suprida por Deus e sustentada por Deus) e manifestar Sua perfeita justiça na condenação do pecado.
Embora tenha havido progresso na quantidade de revelação oferecida por Deus à humanidade, a natureza básica dessa revelação permaneceu inalterada e ela jamais se contradiz.

A Bíblia é coerente com sua visão do homem (mesmo os heróis bíblicos têm suas falhas e pecados postos em destaque) como um ser totalmente dependente de Deus para redenção; a Bíblia é realista para com a situação do mundo, vendo-o como criação perfeita de Deus sujeita à corrupção do pecado, necessitado também de reconciliação com seu Criador. A Bíblia é definitiva em sua visão da origem do mal, não como um defeito das estruturas que afeta o homem, mas como uma deficiência intrínseca do homem que, por isso, afeta qualquer estrutura. A Bíblia, embora consistentemente otimista com respeito ao futuro, é realista o suficiente para afirmar que o homem jamais produzirá sua Utopia, indo antes de mal a pior, até que o próprio Deus, na pessoa de Cristo, resgate o cosmos do caos em que o homem o transformou.

Produzir um livro assim, nas condições acima descritas, é tarefa de competência exclusiva de Deus. Como já disse alguém com muita propriedade, a Bíblia não é livro que o homem quereria escrever, se pudesse, nem livro que poderia escrever, se quisesse.

3. A exatidão histórica e arqueológica indica origem divina

A partir do século XVIII, quando o racionalismo começou a minar os alicerces da fé judaico-cristã ocidental, a moda é desacreditar “cientificamente” a Bíblia. Foi assim que por muitos anos, pseudo-historiadores fizeram pouco caso do livro de Daniel, por mencionar que o último rei da Babilônia tinha sido Belsazar, que a “História” não registrava. Descobertas arqueológicas provaram a perfeita exatidão do título, pois Belsazar era o regente de Nabonido na cidade da Babilônia. Quem estava certo?

Igualmente ácidos eram os comentários a respeito das menções bíblicas aos hititas (os chamados “heteus”), pois não havia traços de tal povo nos registros arqueológicos; tratava-se de mera ficção bíblica. As ampulhetas arqueológicas deixaram cair mais um pouco de areia e eis que toda uma civilização é extraída do solo da Turquia oriental; hoje sabemos até como os hititas fabricavam pão, queijo e vinho! Quem estava certo?

Lucas, o médico amado, foi muitas vezes acusado de ser péssimo jornalista por dar informações erradas, especialmente quanto à sua geografia e aos títulos de autoridades romanas. À medida, todavia, que aumenta o conhecimento dos arqueólogos e historiadores em relação ao primeiro século da nossa era, mais que se confirma a frase Lucas é um historiador consumado, com direito a figurar entre os grandes escritores gregos (E. M. Blaiklock, professor de literatura clássica na Universidade de Auckland).

Nem mesmo as investidas do neodarwinismo (evolucionismo científico) podem provar que o aparecimento do universo não se deu conforme narrado em Gênesis; ambos são questão de fé, mas a doutrina da criação por Deus oferece uma fé mais racional do que o evolucionismo.

4. O cumprimento exato de profecias indica origem divina

Quatro quintos da Bíblia são de natureza profética, dizem os especialistas. Destes quatro quintos, uma grande parte já se cumpriu literalmente, como profetizada por servos de Deus.

Bastam-nos aqui alguns exemplos sobre a vida, morte e ressurreição de Jesus. O local de seu nascimento foi profetizado por Miqueias (5.2), seu nascimento virginal foi predito por Isaías (7.14), que igualmente predisse o local (9.1-2) e a natureza de seu ministério (61.1-3); Zacarias predisse que Jesus seria abandonado pelos companheiros (13.7) e o preço pelo qual o Senhor Jesus seria traído (11.12-13); Davi predisse a natureza da morte do Messias (Sl 22.16), e anunciou com 1000 anos de antecedência a ressurreição (Sl 16.10). Quando uma longa lista de trinta profecias referentes à vinda, vida, morte e ressurreição de Jesus foi compilada por este autor, a probabilidade de que todas elas tivessem acontecido por mero acaso foi de uma em 1.205.806.384! Não é racional e lógico crer na origem divina da profecia bíblica?

5. A contínua relevância da Bíblia indica origem divina

Um dos testemunhos mais impressionantes da origem divina das Escrituras é o fato de que ao longo dos séculos, e nas mais variadas condições socioculturais, a Bíblia tem mantido sua relevância para as grandes questões levantadas pelo homem.

A perspectiva bíblica da História, a análise bíblica da psicologia humana e do comportamento moral do homem (indivíduo e sociedade), a provisão espiritual para as necessidades temporais e eternas do indivíduo, bem como a perspectiva realista e otimista quanto ao futuro contida nas profecias não têm similar em qualquer outro livro religioso.
A esperança e o conforto, o heroísmo e a coragem, o amor e a compaixão que a leitura e a absorção da mensagem bíblica vêm produzindo ao longo da História também apontam para sua origem divina.

Este é um resumo das razões por que nós cremos na Bíblia como a Palavra de Deus!

* Dr. Carlos Osvaldo Pinto foi chanceler da Organização Palavra da Vida Brasil.

https://marceloberti.wordpress.com/2014/08/21/nos-cremos-na-biblia/

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