Por Pr. Alan Kleber
“Não
tenho ouro nem prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus
Cristo!”
Com
essas palavras o papa Francisco, Bispo de Roma, impactou o povo brasileiro com
seu primeiro discurso no Brasil, por ocasião da XXVIII Jornada Mundial da
Juventude (JMJ2013). Até mesmo os evangélicos contagiados com tanta empolgação
fomentada pela imprensa, espalharam sua célebre frase nas redes sociais, “twitando”
ou postando no Facebook. De fato, se tomássemos apenas esta única afirmação do papa
poderíamos acreditar que para ele, somente Cristo (i.e, Solus Christus)
é o único, suficiente, soberano e primaz cabeça da Igreja, certo?
O
problema é que o papado não é somente não cristão, mas também abertamente
anti-cristão. Historicamente, os papas ensinam aos seus fiéis que eles podem
com suas obras chegar ao Céu porque o papa, o vigário de Cristo na terra,
entende a Escritura para ensinar a verdade acerca da fé e prática. Para ele
Cristo simplesmente não é suficiente. Os homens devem fazer sua parte também.
Veja por exemplo, o dogma romano encontrado nas seções 10 a 12 sobre a doutrina
da justificação do Concílio de Trento:
Cân. 10. Se alguém disser que os homens são
justificados sem a justiça de Cristo, pela qual ele mereceu por nós; ou que é
por ela mesma que eles são formalmente justos — seja excomungado.
Cân. 11. Se alguém disser que os homens são
justificados ou só pela imputação da justiça de Cristo, ou só pela remissão dos
pecados, excluídas a graça e a caridade que o Espírito Santo infunde em seus
corações e neles inerem; ou também que a graça pela qual somos justificados é
somente um favor de Deus — seja excomungado.
Cân. 12. Se alguém disser que a fé que justifica
não é outra coisa, senão uma confiança na divina misericórdia, que perdoa os
pecados por causa de Cristo ou que é só por esta confiança que somos
justificados — seja excomungado.
Seria
Cristo ou o papa Francisco o verdadeiro Cabeça da Igreja?
Ao
aceitar o pontificado, o papa Francisco reivindicou ser o Cabeça da Igreja. Sua
teologia romana é consistente com a doutrina romana. Os Concílios da Igreja de
Roma ensinam que:
- A “jurisdição sobre a igreja universal de Deus”
pertence ao papa (Vaticano I, Capitulo 1);
- Que essa autoridade deve “permanecer
ininterruptamente na Igreja” e que ele, o papa, “possui o primado sobre todo o
mundo… e [é] o verdadeiro vigário de Cristo na Terra” (Vaticano I, caps 2 e 3);
- Que o Papa é a “fonte e fundamento visíveis para
a unidade na fé e comunhão” Também se diz que “em virtude de seu oficio, isto
é, como Vigário de Cristo e pastor de toda a igreja, o Pontífice Romano tem
poder completo e supremo e universal sobre a Igreja” (Vaticano II).
Mas não
para por aí
Você
lembra do problema das indulgências que levou Martinho Lutero a publicar suas
famosas 95 Teses contra os abusos papais? Pois bem, leia um trecho abaixo do
Decreto onde o papa Francisco concede o “dom das indulgências” aos
participantes da JMJ2013:
“O Santo Padre Francisco, desejando que os
jovens, em união com as finalidades espirituais do Ano da Fé, proclamado pelo Papa Bento XVI,
possam obter os esperados frutos de santificação através da «XVIII Jornada Mundial da Juventude», …
manifestando o coração materno da Igreja, do Tesouro das satisfações de nosso
Senhor Jesus Cristo, da Bem-Aventurada Virgem Maria e de todos os Santos,
concordou que os jovens e todos os fiéis adequadamente preparados pudessem
usufruir do dom das Indulgências”.
“a. — concede-se a Indulgência plenária, que pode
ser obtida uma vez por dia nas habituais condições (confissão sacramental,
comunhão eucarística e oração segundo a intenção do Sumo Pontífice) e também
aplicadas como sufrágio pelas almas dos fiéis defuntos, para os fiéis
verdadeiramente arrependidos e contritos, que com devoção participarem nos
ritos sagrados e nos exercícios piedosos que se realizarão no Rio de Janeiro”.
Segundo
a teologia romana, as indulgências são: "…a remissão diante de Deus da
pena temporal merecida pelos pecados, já perdoados quanto à culpa, que o fiel,
em determinadas condições, adquire para si mesmo ou para os defuntos, mediante
o ministério da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui o
tesouro dos méritos de Cristo e dos Santos" (Catecismo da ICAR, n.
312).
Como
vimos, Roma não mudou. Seus anátemas contra todo aquele que crê em Cristo como
seu único e suficiente Salvador permanecem. A salvação somente pela graça
mediante a fé (Ef 2.8,9) é trocada pelo esforço humano, por obras meritórias. O
Senhorio do Rei dos reis continua sendo usurpado pelo papado. Logo, a Palavra
de Cristo, infalível e verdadeira permanece substituída por dogmas, tradição e
superstição humanas.
Conclusão
Quanto a
nós, protestantes, cristãos herdeiros da Reforma, resta-nos lembrar o
fundamento da nossa fé e doutrina, vida e piedade, alicerçado no fundamento dos
apóstolos e profetas, tendo Jesus como sua pedra fundamental. Concluo com esta
última citação de algumas das Teses de Lutero:
32 -
Irão para o diabo juntamente com os seus mestres aqueles que julgam obter
certeza de sua salvação mediante breves de indulgência.
33 - Há
que acautelasse muito e ter cuidado daqueles que dizem: A indulgência do papa é
a mais sublime e mais preciosa graça ou dadiva de Deus, pela qual o homem é
reconciliado com Deus (33a tese).
34 -
Tanto assim que a graça da indulgência apenas se refere à pena satisfatória
estipulada por homens.
35 -
Ensinam de maneira ímpia quantos alegam que aqueles que querem livrar almas do
purgatório ou adquirir breves de confissão não necessitam de arrependimento e
pesar.
36 -
Todo e qualquer cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados,
sente pesar por ter pecado, tem pleno perdão da pena e da dívida, perdão esse
que lhe pertence mesmo sem breve de indulgência.
37 - Todo e qualquer cristão verdadeiro, vivo ou
morto, é participante de todos os bens de Cristo e da Igreja, dádiva de Deus,
mesmo sem breve de indulgência.
Solus Christus.
Fonte de pesquisa:
http://www.monergismo.com/textos/credos/lutero_teses.htm
http://www.catequisar.com.br/texto/materia/fe/144.htm
http://tottustusmaria.com/maria/downloads/trento.pdf
http://www.vatican.va/roman_curia/tribunals/apost_penit/documents/rc_trib_appen_doc_20130709_decreto-indulgenze-gmg_po.html
Fonte: E a Bíblia com isso
Via: Despertar de um avivamento
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