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quinta-feira, 7 de março de 2013


Apocalipse 6.9, 10, a imortalidade da alma e a seita Adventista do Sétimo Dia

Sabemos que o assunto não está no cerne da autenticidade cristã. Não se trata de um assunto nevrálgico para determinar se um grupo é ou não cristão. Dito isto, deixo claro que se um cristão erroneamente crê que alma não é imortal, ele deve ser ensinado, na medida do possível, mas jamais perdendo o status de ‘cristão’ por esse motivo. Erro de interpretação nem sempre é uma heresia (Veja o que é uma seita AQUI).


No caso dos Adventistas do Sétimo Dia, bem como dos filhos espirituais dos mesmos, As Testemunhas de Jeová, trata-se de (mais um) erro entre as heresias condenatórias. Quero tratar especificamente a respeito de Apocalipse 6.9,10. Levando em consideração o comentário de um adventista no blog.


I. A EXPLICAÇÃO


Segundo o adventismo, bem como o jeovismo, sendo o livro de Apocalipse um livro simbólico, citar um texto para construir a doutrina, como da imortalidade da alma é insuficiente, visto que, DIZEM, toda a Bíblia não ensina.


A palavra simbólico qualifica a direção interpretativa do texto. Para o Adventista e para o TJ, alma em Apocalipse 6.9 deve simbolizar o sangue dos mártires que clama por justiça. Essa seria uma interpretação mais salutar, pois não estaríamos atribuindo tristeza aos salvos na glória celestial.


Veja o que explicou um adventista em um comentário aqui no blog, baseado em um livro Adventista, sobre Apocalipse 6.9,10:

“A passagem descreve simbolicamente os eventos que ocorrem sob o quinto selo (Ap 6:9-11). Relata o destino dos mártires cristão, cujo sangue inocente derramado ainda não foi vingado por Deus. Como sangue do inocente Abel que clama ao Céu por ajuda (Gn 4:10), assim o sangue desse mártires, simbolicamente fala, pedindo a Deus que defendam o seu caso. A imagem do sangue é familiar na Bíblia (cf. Hb 12:24). Refere-se à voz da vida representada por esse sangue. Ele pode falar de justiça e vingança (no caso de Abel e dos santos debaixo do altar)ou de graça e perdão no caso de Cristo). O que clama desde o altar pedindo a Deus por justiça na Terra não as almas desencarnadas, mas o sangue, a vida inocente desses mártires tirada injustamente. A resposta que se dá traz uma garantia dupla. Primeiro, a cada um entrega-se uma vestidura branca, que indica que Deus os não esqueceu, que a justiça de Cristo os envolveu, e que não serão deixados para traz na ressurreição (cf. Ts 4:15). Em segundo lugar, é dito a eles para aguardar ( visto que ainda faltam dois selos para abrir) e repousam ainda por um pouco de tempo em sua sepultura (Ap 6:11). Nessa apresentação simbólica da esperança da ressurreição alimentada por aqueles que morreram a muito tempo, os mortos não desempenham nenhum papel ativo, devendo apenas esperar pacientemente pelo o tempo estabelecido por Deus. Isso confirma a concepção bíblica de os mortos repousam na sepultura até serem despertados no dia da ressurreição." (Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia,Cap.9, Origem, Natureza e Erradicação. pag. 368 e 369.)


II. NOSSA RESPOSTA

A explicação erra em muitos pontos cruciais:

1º) A tentativa de dizer que a alma representa o sangue, e esse sangue está clamando por vingança do PRÓPRIO sangue, ou da alma, coloca o texto em uma redundância desnecessária e confusa.


2º) O clamor do sangue de Abel e de Jesus Cristo é uma metáfora por natureza e definição. São sempre seres conscientes (autores bíblicos) que falam de coisas inanimadas como se estas fossem vivas.


3º) O texto fala, mesmo que usando símbolos, de seres individuais. O símbolo está conectado com realidades espirituais existentes. Não importa o que pensemos do símbolo, para o assunto em questão, existe uma conexão clara entre ‘seres’ e um ‘Ser’. Quando o Adventismo interpreta Apocalipse 6.12,13 eles interpretam o texto, mesmo que levando em conta a natureza simbólica do texto, mas tendo ligação com aquilo simbolizado.


4º) A dificuldade da terminologia bíblica usada é o grande problema para os Adventistas e seus irmãos, Testemunhas de Jeová: “... vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam. Clamavam em grande voz, dizendo: Até quando... não julgas, nem vingas o nosso sangue...”


Ao contrário do que a Bíblia diz, os Adventistas dizem: “O que clama desde o altar pedindo a Deus por justiça na Terra não [são] as almas desencarnadas, mas o sangue, a vida inocente desses mártires tirada injustamente.”



5º) Apoio da mesma concepção no livro de Apocalipse. O texto de Apocalipse 20.4 deixa os que negam a imortalidade da alma em uma situação ainda mais difícil. Lembre que estamos usando o mesmo livro, isso tem prioridade, pois a concepção é a mais próxima que podemos ter de Ap 6.9,10. O texto de Ap 20.4 diz que as ‘almas passam a vivar e a reinar com Cristo.’


6º) Apoio na concepção do NT sobre a alma. Se você ler Mt 10.28; Lc 16.19-31; 23.43 ; Fl 1.20-24; Hb 1.23, entre outros, perceberá que os textos de Apocalipse 6.9,10 e 20.4 estão na mesma linha teológica, claro que resguardados os devidos contextos. Mas o assunto essencial é: existe vida consciente após a morte apoiada nesses textos.


7º) O comentário Adventista sobre o texto de Ap 6.9 conclui dizendo o que o texto não diz: "Isso confirma a concepção bíblica de os mortos repousam na sepultura até serem despertados no dia da ressurreição.” Além dele, o Nisto Cremos diz: "Não existe qualquer texto que indique a possibilidade de a alma sobreviver ao corpo, mantendo-se como entidade consciente." (p. 120)
Nunca!?!?!? Ao contrário, o texto em mira proporciona um argumento que contesta esse ‘sono da alma’.

Nem mesmo a interpretação sobre as vestes pode ser levada a sério. Se, afinal deram ao luxo de dizer que a alma ali é o sangue, deveriam também explicar como o sangue se veste ?!?!


8º) “Freqüentemente nephesh refere-se a desejos, apetites ou paixões (cf. Deut. 23:24; Prov. 23:2; Ecl. 6:7). Pode referir-se também à sede das afeições (Gên. 34:3; Cant. 1:7, etc), e por vezes o termo representa a parte volitiva do homem, como quando traduzido por ‘desejo’ (Deut. 23:24; Sal. 105:22; Jer. 34:16)... “O uso do termo grego psuche em o Novo Testamento é similar àquele de nephesh no Antigo. É utilizado tanto para a vida animal quanto para a vida humana (Apoc. 16:3)... Algumas vezes refere-se a emoções (Mar. 14:34; Luc. 2:35), à mente (Atos 14:2; Filip. 1:27), ou ao coração (Efés. 6:6)." (Nisto Cremos, p. 119,120).

A interpretação Adventista mostra algo interessante. Se a palavra alma significa sangue, que é algo concreto, material, e se a palavra ‘alma’ também significa ‘vida’, 'emoções', 'desejos', que em si são termos abstratos, logo podemos lembrá-los que a palavra alma pode significar, conotar, ‘espírito’ – ou uma parte imaterial que sobrevive após a morte, como é sugerido em Apocalipse 6.9!


CONCLUSÃO

A dificuldade adventista poderia ser resolvida de se eles aceitassem todos os dados bíblicos a respeito da alma e só aí então construir uma definição final. Eles leem Eclesiastes 9.5-10; Ez 18.4, entre outros, e deixam de considerar que a Revelação Especial, isto é a Escritura Sagrada, era uma revelação progressiva. Termina com todos os escritos canônicos cristãos, e não na antiga aliança

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