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terça-feira, 1 de outubro de 2019

SATANÁS E AS ENFERMIDADES

A crueldade exibida pelo Movimento da Fé, quando se trata dos enfermos, é quase além da nossa compreensão. Aqueles que ficam enfermos só podem culpar a si mesmos, conforme lhes é dito. Por proferir palavras de temor, em lugar de palavras de fé, deram a Satanás autoridade para criar confusão em suas vidas. Kenneth Copeland põe a questão nestes termos: “A língua de vocês é o fator decisivo na sua vida...”; “Vocês podem controlar Satanás aprendendo a controlar a própria língua”.

Diz ainda:

Vocês têm sido condicionados, desde o nascimento, a falar palavras negativas, carregadas de sentimentos de morte. Inconscientemente, em sua conversação diária, vocês usam palavras que se referem a morte, enfermidade, ausência, temor, dúvida e incredulidade: Quase morri de susto! Estou morrendo de vontade de fazer isso ou aquilo. Pensei que ia morrer de tanto rir. Ainda morro disso! Isso me deixa doente! Essa confusão está acabando comigo. Acho que vou pegar um resfriado. Não aguento mais isso. Duvido que... Quando proferem essas palavras vocês nem suspeitam do que acontece, mas estão trazendo sobre si mesmos forças negativas e brasas incandescentes... Suas palavras liberam os poderes de Satanás...

Finis Dake, que exerceu profunda influência sobre muitos curandeiros da Fé, chegou mesmo a dizer:

Germes patogênicos, que são rigorosamente aliados da obra dos demônios... são, na realidade, agentes materiais de Satanás que corrompem os corpos de suas vítimas. Nenhum remédio já foi encontrado que possa curar as enfermidades fora do sangue de Jesus Cristo. Nenhuma droga pode curar uma única enfermidade. Qualquer médico honesto admitirá que não há poder curativo nos medicamentos.

Tão Fácil Quanto 1-2-3

É tudo tão fácil como um, dois, três. Primeiro, se você está enfermo, a falta é toda sua. Segundo; a solução não é algum medicamento. Até mesmo mestres da Fé mais circunspectos do que Finis Dake continuam dizendo, basicamente, a mesma coisa: “Os medicamentos não são o que Deus tem de melhor ou de mais alto. Use sua fé e não precisará de medicação”, afirma Frederick Price. E acrescenta: “Os médicos estão combatendo os mesmos inimigos que nós; a única diferença é que eles estão usando palitos de dentes e nós bombas atômicas!”. Em terceiro lugar, se você acha que não tem fé suficiente, Deus levantou uma classe especial de curandeiros da Fé, ungidos, que podem fazer o trabalho por você.

Kenneth Hagin reivindica ser um desses curandeiros ungidos. Em seu livro, I Believe in Visions (“Creio em Visões”), ele conta história após história de como tem sido miraculosamente usado para curar pessoas. Em todos os casos, o problema era demoníaco. Certa ocasião, menos de um mês depois que Jesus lhe aparecera, Hagin curou uma menina adolescente de câncer no pulmão esquerdo.

Aconteceu em meio a um culto de curas. Então, conforme ele contou:
“De súbito, o Espírito de Deus me envolveu como se fosse uma nuvem... A menina e eu estávamos de pé, no meio da nuvem branca. Quando olhei para ela, vi agarrado, do lado de fora de seu corpo, sobre seu pulmão esquerdo, um espírito mau, ou um diabinho. Parecia-se muito com um pequeno macaco”.

Hagin curou a menina expulsando o espírito maligno. De acordo com Hagin, o demônio caiu no chão e então correu pelo vão central da igreja, saindo pela porta.

Hagin também conta a história de como, noutra ocasião, Deus lhe permitiu espiar o mundo dos espíritos. Dessa vez ele viu um espírito maligno sentado no ombro dum homem. “Os braços do espírito”, explicou, “estavam sobre a cabeça do homem, formando uma chave de braço”. Imediatamente, Hagin entrou em ação. Ordenou ao espírito que fosse embora, no nome de Jesus, e o homem foi miraculosamente curado.

Essas histórias deveriam deixar claro que, de acordo com as tradições da Fé, os demônios não estão apenas por trás de cada arbusto, mas também por trás de cada enfermidade. Eis a razão pela qual você pode sintonizar a “televisão evangélica”, seja em que dia da semana for, e ouvir os curandeiros da Fé gritando com demônios. Abaixo damos uma transcrição de Robert Tilton a ralhar com o que acredita serem as forças demoníacas que atacam seus seguidores, na televisão:

Satanás, espíritos demoníacos da AIDS e vírus da AIDS - eis que eu os amarro! Vocês, espíritos demoníacos do câncer, da artrite, das infecções, da enxaqueca, da dor - saiam já desse corpo! Saiam dessa criança! Saiam desse homem... Satanás, eu o amarro! Vocês, espíritos demoníacos das enfermidades e das doenças. Enfermidades no interior do ouvido, nos pulmões e nas costas. Vocês, espíritos demoníacos da artrite, das enfermidades e das doenças. Vocês, espíritos de enfermidades que atormentam o estômago. Satanás, eu amarro você! Vocês, espíritos da nicotina, eu os amarro! No nome de Jesus!

Tá Amarrado?

Precisamos observar que o conceito de “ligar e desligar” (equivalente para alguns a “amarrar e desamarrar”), encontrado em Mateus 18.18, nada tem a ver com os demônios. O contexto dessa passagem envolve a disciplina eclesiástica, não somente isso, mas muitos dos demônios que Tilton amarra, são claramente descritos nas Escrituras como “desejos pecaminosos da carne”. (O que os demônios da nicotina faziam antes da invenção dos cigarros?) Infelizmente, porque esses vícios humanos, como a lascívia, o egoísmo e a glutonaria são tidos como provocados pelos demônios, os crentes se condicionam a interpretá-los como ataques satânicos, fugindo à sua responsabilidade pessoal. Quando um homem casado comete adultério, ele pode racionalizar convenientemente o seu pecado, ser exorcizado do “demônio” da lascívia, e seguir seu caminho sem ao menos descobrir seu verdadeiro problema espiritual — que é a raiz de tudo - e a única e real solução — o arrependimento.

Crentes com sacolinhas na mão são levados para as “sessões de libertação”, a fim de serem “exorcizados” de demônios que variam desde o alcoolismo até os contágios epidêmicos. Mas, em todo tempo, parecem ignorar a vasta diferença entre as tentações satânicas e a possessão demoníaca.

É realmente perturbador que milhares de pessoas, diante de seus gurus da Fé, acreditam estar sendo curadas “do alto da cabeça às solas dos pés”.

Em muitos casos são advertidos de que reconhecer suas enfermidades em qualquer sentido é equivalente a dar a Satanás autoridade para afligi-los de novo. Ensina Frederick Price: “Eu não olho para um câncer. Eu não olho para um tumor... Não posso olhar para o natural e... dizer... ‘estou enfermo’. Porque quando eu digo isso, estou assinando embaixo. Uma vez que o assuma, ele me pertence legalmente. Satanás pode forçá-lo contra meu corpo. E acabará me matando com o mesmo”.

Hagin desenvolveu uma ideia similar. Ele declarou: “Jesus ensinou claramente que as enfermidades são do diabo e não de Deus... Visto que Satanás é o autor da enfermidade, eu devo ficar livre dela... A saúde divina é meu direito de aliança!... Todos os curados sob o ministério de Jesus eram oprimidos pelo diabo... O diabo está por trás de toda e qualquer doença... Não existe uma tal separação entre as enfermidades tidas como naturais e as doenças impostas por Satanás...”

Devemos examinar à luz das Escrituras o que os mestres da Fé dizem. Será mesmo verdade que o autor das enfermidades é sempre Satanás e nunca Deus? A despeito da segurança sarcástica de Glória Copeland de que até sua filha de três anos de idade é esperta o suficiente para presumir que Satanás é o autor das enfermidades, pura e simplesmente, as evidências bíblicas nos encaminham noutra direção.

Deus e as Enfermidades

Vivemos numa criação maldita, onde o envelhecimento é a enfermidade primária da humanidade. Conforme envelhecemos. adquirimos rugas, alguns precisam usar óculos, nossos músculos se atrofiam e, finalmente, todos acabamos morrendo.

Apesar das Escrituras deixarem claro que Satanás é, com frequência, o agente das enfermidades, certamente nem sempre ele é seu autor. Para exemplificar, em Êxodo 4.11, o próprio Deus faz a pergunta retórica: ‘"Quem fez a boca do homem? Ou quem fez o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o Senhor?”.

Essa não é uma instância isolada. Em 2 Reis 15.5, lemos a bem conhecida história em que o Senhor feriu o rei Azarias com uma enfermidade cutânea (ao que tudo indica, lepra), da qual foi vítima até o dia em que morreu. No evangelho de Lucas lemos que o anjo do Senhor, vindo diretamente da presença de Deus, feriu Zacarias - ele ficou temporariamente mudo -, porque duvidou da palavra de Deus acerca do nascimento de João Batista (Lc 1.19,20).

Você É o Culpado

Quando os mestres da Fé amarram os demônios das enfermidades e elas não desaparecem, em lugar de submeterem a teste sua experiência, mediante a Palavra de Deus, eles apelam para a mais cruel de todas as táticas: dizem que os enfermos em seu meio certamente devem estar sofrendo por causa dalgum pecado grave e secreto.

Imagine só a crueldade de dizer a um quadriplégico ou a um cego que sua condição atrapalha seu relacionamento com Deus! Imagine ouvir Frederick Price dizer:

Como você pode glorificar a Deus em seu corpo quando ele não funciona direito? Como pode ele obter glória quando seu corpo nem mesmo funciona? O que faz você pensar que o Espírito Santo quer viver dentro dum corpo onde não possa espiar através das janelas e nem ouvir pelos ouvidos? O que leva você a pensar que o Espírito Santo queira viver dentro dum corpo físico onde os membros, os órgãos e as células não funcionam direito?... E o que faz você pensar que Ele deseje viver num templo onde não possa ver com os olhos, andar com os pés e nem mover a mão?... Os únicos olhos que Ele tem, nesta dimensão terrestre, são os olhos que estão no corpo. Se Ele não puder ver por meio deles, Deus estará verdadeiramente limitado...

Como tenho orado para que milhares de almas infelizes, pegas pelo Movimento da Fé, dalguma maneira obtenham um lampejo do verdadeiro Deus, do Deus majestoso que nos inspira respeito e, em sua glória, poder e santidade infinitos, enche os céus e a Terra! Se pudessem vislumbrar, ainda que por um instante, o seu refulgente esplendor, nunca mais se contentariam em passar um minuto sequer com o deplorável deus do Movimento da Fé.



Fonte
HANEGRAAFF, Hank – Cristianismo em Crise. Editora CPAD. Pág 207 – 211.  

Fonte: www.teologaroficial.com.br

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