“Não é boa a vossa jactância.
Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda?" I Coríntios 5:6
“Assim diz o Senhor dos
exércitos: Pergunta agora aos sacerdotes, acerca da lei. dizendo: Se alguém
levar na aba de suas vestes carne santa, e com a sua aba tocar no pão, ou no
guisado, ou no vinho, ou no azeite, ou em qualquer outro mantimento, ficará
este santificado? E os sacerdotes responderam: Não. Então perguntou Ageu: Se
alguém, que for contaminado pelo contato com o corpo morto, tocar nalguma
destas coisas, ficará ela imunda? E os sacerdotes responderam: Ficará imunda.
Ao que respondeu Ageu, dizendo: Assim é este povo, e assim é esta nação diante
de mim, diz o Senhor" (Ag 2:11 -13).
Que texto interessante da
Palavra de Deus! O Senhor estava querendo levar seu povo a uma profunda
reflexão sobre o estilo de vida em que estava vivendo. Para isso, Ele usa o
profeta Ageu e faz duas perguntas aos sacerdotes: Um elemento santo pode
santificar pelo contato outros elementos? E a resposta foi: Não! Segunda
questão: Um elemento imundo pode contaminar outros elementos pelo contato. E a
resposta foi: Sim!
O que Deus estava querendo
dizer? Qual a moral da história? Sua intenção era fazê-los entender o poder
contaminador do pecado. Baseado em princípios contidos na Lei, o Senhor estava
mostrando que santidade e pureza não podem ser transferidas, mas imundícia sim.
Como a saúde não pode ser
transmitida, mas a doença muitas vezes pode, o pecado e a carnalidade têm um
poder terrível de contaminação, de irradiação. Eles prejudicam não apenas o
elemento diretamente envolvido, mas comprometem tudo o que está ao redor.
Esta verdade está confirmada de
várias maneiras na Bíblia. Paulo, tratando com a igreja de Corinto sobre o
sério pecado sexual de um de seus membros, ordena que eles sejam radicais e
duros, pois “um pouco de fermento leveda toda a massa” (I Co 5:6). Nos tempos
de Josué, o pecado de um homem chamado Acã trouxe derrota e vergonha para todo
o povo de Israel. Esse homem havia tomado para si e escondido em sua tenda
objetos condenados. Sabe o que Deus disse? “Israel pecou!”. Ele não disse somente:
"Acã pecou" (confira toda a história no capítulo 7 de Josué)... O
poder da impureza e muito mais terrível do que pensamos!
Estamos vivendo dias muito
peculiares em nossa história como Comunidade. Uma avalanche de gente tem se
convertido, quase que do dia para a noite. Em uma semana estabelecemos mais de
1600 novas casas de paz. Isso quer dizer que há centenas de pessoas chegando,
vindo do mundo, trazendo resquícios da velha vida (e muitas delas ainda nem
decidiram abandonar a velha vida). São costumes carnais, palavreados torpes,
roupas sensuais, enfim, elementos impuros do ponto de vista de um Deus Santo
como o nosso.
Temos que ser zelosos. No
Antigo Testamento, havia todo um processo minucioso de purificação para aquele
que se contaminasse com algo imundo. Não quero ressaltar os detalhes
cerimoniais da Lei (que foram abolidos em Cristo), mas seus princípios
espirituais (que permanecem válidos para nós).
O que isso significa, na
prática? Em primeiro lugar, significa que precisamos lutar por trazer as
pessoas a Cristo, mas uma vez que elas venham, temos que conduzi-las a uma
purificação completa da velha vida, cheia de impurezas. Isso começa na nossa
proclamação. Não temos um evangelho barato para oferecer, como se estivéssemos
à cata de adeptos. As pessoas precisam saber que a salvação implica em
arrependimento, sujeição ao governo de Deus e mudança radical de vida. Não
vamos baratear o preço para termos mais gente. Não vamos oferecer uma mensagem
sem cruz, só para não assustar o “cliente”.
O processo de consolidação dos
novos também tem que ser encarado como uma purificação. Quem não abandonou a
prostituição, o namoro imoral, as práticas desonestas, a mentira, o adultério,
a rebelião, o vício, não pode ainda ser enxertado na igreja. Deve, sim, ser bem
recebido como alguém a ser ministrado, mas precisa ser levado a entender que
para fazer parte da família de Deus é preciso tomar uma decisão pela santidade.
Portanto, esse é um cuidado que os consolidadores e líderes de célula precisam
ter. Mais do que acrescentar números as nossas estatísticas, temos formar vidas
segundo Cristo.
Em segundo lugar nós, os
crentes maduros, precisamos nos guardar e guardar o tabernáculo. O sacerdote
tinha que vigiar todo o tempo pela sua pureza e pela do ambiente. Corremos um
risco nesses dias de tanto movimento. À medida que vamos vendo a multidão chegando,
com posturas e hábitos às vezes inadequados, podemos relaxar o nosso padrão e
nos contaminar. Não demora, e assim toda a massa pode estar levedada.
Obviamente, temos que entender
que cada uma dessas pessoas preciosas que estão chegando precisam de tempo e
estão vivendo um processo de conhecerem a Deus e sua vontade. Não vamos exigir
delas a postura de alguém já maduro e convicto da fé. Mas também não vamos
deixá-las sem referência, achando que tudo é aceitável na casa do Senhor.
Antes, vamos ensiná-las com amor os princípios do reino e, acima de tudo, ser
bons modelos para elas. O nosso testemunho não pode ser transferido, mas pode
servir de inspiração. Se cada um desses novos convertidos vir em nós a
linguagem sadia, as vestimentas decorosas, a forma pura de nos relacionarmos, a
maneira como priorizamos nossa família e a reverência com que cultuamos Deus,
certamente serão motivados a moldarem suas vidas nesse mesmo padrão, santo e
comprometido com a Palavra Eterna.
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Danilo Figueira é um dos pais da Comunidade Cristã de
Ribeirão Preto onde tem exercido um ministério profético e de ensino, liderando
a equipe de pastores juntamente com sua esposa Mônica. Ele tem atuado como
conferencista pelo Brasil e exterior, com forte ênfase na formação de
liderança, e provido cobertura apostólica para muitos ministérios. Os escritos
do Pr. Danilo, especialmente a série de livros "LIDERANÇA PARA A ÚLTIMA
COLHEITA", têm sido ferramenta para inúmeras igrejas e suas Escolas de
Líderes, já tendo sido traduzidos para outros idiomas como o Inglês, o Francês
e o Espanhol.
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