Tertuliano, nasceu em Cartago por volta de 150 e
155 d.C., filho de família pagã abastada. Estudou Direito e exerceu a profissão
em Roma. Tinha o domínio da língua grega e possuía grande erudição em filosofia
e história. Entre os anos 190 e 195 d.C. converteu-se ao cristianismo
provavelmente em Roma, e passou a dedicar-se ao estudo da literatura cristã,
tanto ortodoxa quanto herética. Pouco tempo depois voltou a Cartago, onde foi
ordenado presbítero e lá viveu até a sua morte que ocorreu entre os anos 222 e
225 d.C. Tertuliano esteve vinculado à Igreja de Roma, no período em que houve
uma grande perseguição contra os cristãos movida pelo Imperador Sétimo Severo
no Norte da África, em 202 d.C. que reacendeu o puritanismo natural em
Tertuliano, levando-o a simpatizar-se com o montanismo. O que mais chamava à
atenção neste movimento eram os seus aspectos ascético e anti-mundanos.
Em torno do ano 200
d.C. Tertuliano rompeu com a Igreja Católica, passando a criticá-la veemente,
em reiterados protestos. Alguns historiadores afirmam, que antes de sua
morte fundou uma seita própria.
Entre 197 e 220 d.C,
Tertuliano, dedicou-se a carreira literária de defesa e explicação do
cristianismo. Foi o primeiro escritor eclesiástico mais importante da língua
latina. Seu estilo era muito bom de ler, porque a sua escrita era vívida,
satírica e fácil de ler-se. Seu método era muito parecido com o de um advogado
expondo em um tribunal. O intenso fervor espiritual que demonstrava tornava-o
sempre admirável o que escrevia. Foi intitulado de o pai da teologia latina.
Tertuliano, não era um
teólogo especulativo. Seu pensamento se baseava no dos apologistas como Irineu
e também no de guardiães da tradição da Ásia Menor, tanto as ideias estoicas
como os conceitos jurídicos. Dava o sentido de ordem e de autoridade o que era
peculiar aos romanos. Todos os assuntos que escrevia eram formulados com
clareza e definição peculiar à mente jurídica. Por esse motivo ele foi
considerado mais do que qualquer outro escritor anterior, emprestando precisão
a muitos conceitos teológicos até então pouco compreendidos.
Para Tertuliano, o
cristianismo era uma grande loucura divina, porque era mais sábio do que a
sabedoria filosófica humana, difícil de ser equacionado por qualquer sistema
filosófico. Para ele o cristianismo consistia no conhecimento de Deus. Com base
na razão e na autoridade que está sediada na Igreja ortodoxa, que segundo ele a
única que possui a verdade, declarada no credo, bem como o direito de usar as
Escrituras.
Tertuliano, afirmava
que o cristianismo era uma nova lei pregada por Jesus Cristo com a nova
promessa de reino do céu. O seguidor de Jesus era admitido na igreja pelo
batismo, mediante o qual todos os seus pecados anteriores foram apagados.
Tertuliano conseguiu demonstrar para a igreja o profundo sentido de pecado e da
graça. Afirmava que embora a salvação se fundamente na graça, o homem tem muito
a fazer. Embora Deus perdoe no batismo os pecados passados, é necessário
oferecer satisfação pelos cometidos posteriormente, isso mediante os
sacrifícios voluntários.
Quanto mais o homem
punir-se a si mesmo, tanto menor será a punição que Deus lhe há de aplicar.
Tertuliano, como
ninguém o havia feito até então em seu trabalho principal chamado de “Contra
Práxeas”, define Divindade em termos que anteciparam a conclusão a que chegaria
o Concílio Niceno mais de um século depois. “Todos são de um, por unidade de
substância, embora ainda esteja oculto o mistério da dispensação que distribui
a unidade numa Trindade, colocando em sua ordem os três, Pai, Filho e Espírito
Santo; três, contudo... não em substância, mas em forma, não em poder, mas em
aparência, pois eles são de uma só substância e de uma só essência e de um
poder só, já que é dom de Deus que esses graus e formas e aspectos são
reconhecidos com o nome de Pai, Filho e Espírito Santo”. Tertuliano
descreveu estas distinções da Divindade como “pessoas”, termo que não tem a
conotação, que nos é familiar, de personalidades, mas de modos objetivos de
ser. Tertuliano deixou marcas significativas na teologia latina.
Fonte: www. http://vantuirsantos.blogspot.com
Imagem: Google
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