É
correto continuar dizimando numa igreja que administra os dízimos para promover
o enriquecimento do pastor e o luxo abusivo?
Muitos
cristãos são ensinados que ainda que os pastores usem o dinheiro da igreja para
fins errados como o próprio enriquecimento ou a autopromoção, os crentes devem
continuar a dizimar. Em qual lugar da Bíblia se encontra qualquer respaldo a
isso? Ao contrário do que a maioria das igrejas ensina, o dízimo é algo sagrado
e consagrado a Deus e não a igreja, por isso, o crente que continua a dizimar
ou ofertar numa igreja onde o desvio dos recursos é visível e comprovado, não
está fazendo o que Deus quer, antes está desobedecendo ao que a Bíblia ensina,
senão vejamos.
É
justo os crentes patrocinarem a corrupção de certos pastores enquanto um número
cada vez crescente de pessoas perecem de fome do lado da casa destes crentes?
É
justo o clero evangélico gozar de luxo à custa de pessoas que não tem nem mesmo
o básico para si e para seus filhos?
É
justo que homens materialistas usem o dinheiro de Deus para satisfazerem seu
bel prazer enquanto missionários sinceros e que ama a causa de Cristo sofrem
sem ter o que comer ou onde morar por estarem evangelizando em lugares pobres?
É
este o alvo de Deus ao exigir a fidelidade dos crentes quanto aos dízimos e
ofertas?
Claro
que não. Nada disso é justo e como igreja de Deus nós precisamos abrir nossos
olhos para esta realidade funesta. “O que me preocupa não é grito dos maus,
mas sim o silêncio dos bons”. O silêncio da igreja faz com que os erros dos
homens que a si mesmos se declaram pastores, mas não são, (sendo antes lobos
devoradores) pareça correto.
Em
nome de Deus os profetas denunciaram os sacerdotes maus e pregaram ao povo que
Deus estava contra os ministros infiéis. Que em nome de Deus os verdadeiros
pastores façam o mesmo!
Escrevendo
aos Coríntios Paulo declara: “Mas agora estou lhes escrevendo que não
devem associar-se com qualquer que, dizendo-se irmão, seja imoral, avarento,
idólatra, caluniador, alcoólatra ou ladrão. Com tais pessoas vocês nem devem
comer” . 1 Coríntios 5.11.
Não
posso forçar a exegese e dizer que aqui o apóstolo está tratando de
administração financeira, entretanto julguemos pela razão lógica: entregar o
dízimo numa igreja onde há roubo não é se associar ao crime e ao pecado?
Dizimar
numa igreja onde a assistência aos pobres inexiste enquanto os lideres gozam de
luxo e esbanjam com o dinheiro de Deus não é se associar com ladrões?
Dizimar
numa igreja onde a liderança explora os fiéis usando a Bíblia por pura ganância
não é se associar com a mentira?
Dizimar
e ofertar numa igreja onde os recursos não são usados para o sustento dos
vocacionados, o amparo aos pobres e a manutenção decente do templo é ofertar a
Deus ou ofertar contra Deus?
Paulo
diz que os cristãos não devem manter associação com aqueles que alegam servir a
Deus, mas são na verdade ladrões, os pastores corruptos, avarentos,
desonestos e que exploram seus membros para manter um estilo de vida
repleto de luxo se enquadram neste contexto.
A
igreja é, de acordo com o respaldo bíblico, a instituição eleita por Deus para
administrar os recursos financeiros dos servos de Deus e essa administração
deve favorecer as áreas já mencionadas, mas quando a liderança da igreja falta
com seu papel, não dando ouvidos aos parâmetros estabelecidos pelas Escrituras
Sagradas, os crentes devem fazê-lo, pois a maior autoridade existente é Deus e
quando os líderes evangélicos se corrompem ou se desviam do foco divino, não
temos desculpas para deixar de fazer a nossa parte cumprindo com a fidelidade
devida a Deus. No Antigo Testamento apenas os sacerdotes podiam administrar os
recursos advindos dos dízimos e ofertas, no Novo Testamento todos os cristãos
são sacerdotes então quando os líderes constituídos não cumprem seu papel de
mordomo, despenseiro e ministro, os que ainda conservam sua fidelidade a Deus devem
fazê-lo.
Conclusão
Deus
tem abençoado grandiosamente as finanças do seu povo nestes últimos tempos. Não
podemos mais dizer que não temos prata e nem outro, pois Deus nos tem dado tais
recursos. Então que usemos do dinheiro de Deus para promover sua vontade e seu
reino. Que os crentes glorifiquem a Deus com seus dízimos e com suas ofertas e
que a liderança das igrejas glorifique a Deus administrando benéfica e
corretamente tais dízimos e tais ofertas.
É
imperativo que a igreja de Deus se posicione contra toda cultura eclesiástica
maliciosa que tem dominado as igrejas locais e erguido pastores
descompromissados com a Palavra de Deus e com o Deus da Palavra. É necessário
que se levantem os profetas de Deus que, assim como Lutero ponham sua cabeça a
prêmio (ainda que seja necessário) para que a palavra pura de Deus seja pregada
e ensinada tal como ela é.
Fonte: www.cristaoreformado.com.br
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