“Venham
a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso.
Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de
coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é
suave e o meu fardo é leve”. Mateus 11:28-30
Venham
O
convite de Jesus não é para uma religião, mas para uma Pessoa e para um
processo de discipulado. Esse processo tem uma finalidade: Transformar pessoas
em discípulos. Tornar-se discípulo é um abandono de tudo o que nos deixa
cansados e sobrecarregados.
Warrem
Wiersbe sobre esse convite mostra que Jesus dizia: ““Vinde”. Os fariseus diziam “Façam!” e
tentavam obrigar o povo a seguir Moisés e as tradições. Mas a verdadeira
salvação só pode ser encontrada numa Pessoa: Jesus Cristo. Aceitar esse convite
significa crer nele. É um convite aberto a todos os que estão cansados e
sobrecarregados, exatamente como o povo se sentia sob o jugo do legalismo
fariseu (Mt 23:4; At 15:10)”.[1]
Uma
leitura superficial do evangelho levou algumas pessoas a entender que a
expressão “cansados e sobrecarregados” tem a ver com as decepções, frustrações
e perdas da vida. Porém, o que a expressão quer dizer é que existem pessoas
cansadas e sobrecarregadas de uma vida religiosa. A religião é uma luta e
sobrepeso desnecessário. E só pode ser aliviado quando a pessoa entra para a
escola de Jesus.
O
cansaço surge quando há uma luta religiosa para ser aceito por Deus. É uma
batalha interminável em fazer, cumprir e desempenhar para Deus. Quem quer fazer
sem ser, cansa. A religião é um convite ao fazer em detrimento do ser. E para
fazer, o religioso se coloca debaixo de leis e rituais que o sobrecarregam.
A
religião dos deveres e afazeres, sem espontaneidade, é um jugo pesado que só
atrapalha a caminhada com Deus. Existem muitas pessoas cansadas e
sobrecarregadas precisando descansar na revelação de Jesus.
Algumas
pessoas estão cansadas e sobrecarregadas de querer curar-se a si mesmas, com as
suas próprias forças. Algumas pessoas estão cansadas de trabalhar, com a força
do braço, para a santificar-se a si mesmas. Algumas pessoas estão cansadas e
sobrecarregadas de querer entrar, se apoderando, pela força violenta de seus
méritos e obras religiosas no Reino dos céus que é dado pela graça.
Outras
estão cansadas e sobrecarregadas de viver sob o jugo do pecado, e não ver a
possibilidade de arrependimento diante dos sinais do evangelho. Cansadas e
sobrecarregadas de, por sua sabedoria orgulhosa, não entender o humilde Filho
de Deus. Isso é jugo desgraçado, que nos cansa e nos sobrecarrega, a ponto
de nos paralisar na vida!
Jesus
está chamando pessoas para ir até Ele, e ser aliviado dessa carga. E, com isso,
encontrar descanso para as almas oprimidas. Tudo isso porque o jugo de Jesus é
suave e o seu fardo é leve. É apenas vir, e encontrar descanso.
Tomem.
A
lei de Moisés era rigorosa e aqueles que se colocavam debaixo dela. Se
colocavam sob o “jugo da lei”. Além da lei de Moisés, havia o “jugo do rabino”,
que as interpretações que os rabinos faziam da lei mosaica. Os escribas e
fariseus colocavam cargas difíceis de se levar sobre as pessoas. Era um
conjunto de regras que eram ditas com um sonoro: “Não farás”.
Jesus
relevou o jugo dos religiosos quando disse: “Eles atam fardos pesados e os
colocam sobre os ombros dos homens, mas eles mesmos não estão dispostos a
levantar um só dedo para movê-los”.
Se
o jugo da vida e da religião é pesadíssimo, o de Jesus é suave. A religiosidade
é passageira. A bondade do homem é como uma nuvem da manhã e um orvalho da
madrugada que logo passa. A religiosidade do homem não pode restaurá-lo, pois
não permanece como a sua vida.
O
jugo de Jesus é obediência, não religiosidade de sacrifícios e rituais para que
a comunhão com o Senhor seja restaurada. A religião anestesia o pecador para
não sentir mais culpas de seus pecados.
A
religião é um anestésico que você encontra nas mais diversas manifestações
humanas, que tentam pelos seus dogmas religar o homem a Deus, anestesiando-o no
cumprimento de rituais, doutrinas e tradições humanas.
O
jugo de Jesus, por outro lado, é o antídoto que cura o homem, pois quem o
reconciliou e o religou a Deus foi o próprio Deus em Cristo e Sua obra na Cruz,
não lhes imputando o seu pecado. Portanto, não se anestesie com a
religião, mas beba do antídoto de Jesus, pois é o único caminho para a completa
restauração e reconciliação com Deus.
O
que Jesus faz em relação a esses jugos é chamar os cansados e sobrecarregados
tomar sobre suas costas, um “jugo adequado”, que seria uma melhor tradução para
“meu jugo”. Um jugo tamanho certo. O jugo da cura, o jugo da graça, o jugo do
perdão, o jugo do Reino dos Céus, o jugo da humildade. O jugo de Jesus é
para o processo de discipulado. De ser formado no ensino Dele e à semelhança
Dele. Tomar o jugo é se torna discípulo de Jesus.
Aprendam
Jesus
está nos chamando para aprender com Ele a ser manso e humilde de coração. Pois,
os mansos herdarão a terra, para viver em humildade, em cura, com e como Reino
dos céus no coração. E perdoados, e como pequeninos, que tem a revelação do
conhecimento de Deus na face de Jesus Cristo.
Aprender
é entrar para a escola de Jesus. É se matricular no curso de discipulado. É
viver todas as matérias da vida de Jesus. É viver como ele viveu e passar pelas
provas que Ele passou e ser aprovado como Ele foi. O professor desta escola é o
mestre Jesus e o livro texto é a Bíblia Sagrada. A diferença da escola de Jesus
para as outras é que na dele, enquanto estivermos nessa existência, nunca nos
formaremos. A formatura será quando Jesus completar a obra nos discípulos
naquele Dia.
Mansidão
e humildade são as duas características de Jesus. Em contraste ao orgulho e a
imposição dos líderes religiosos, Jesus é manso e humilde de coração. Enquanto
os religiosos ensinavam com a força da mente, Jesus revelava com a força do
coração. É que chamamos de transmissão de vida. Discipulado é vida na vida.
Coração ao coração. Se tornar malhetes de Jesus é se tornar manso e humilde
como ele.
Descanso
O
descanso da religiosidade é dado e encontrado em Jesus. Não é para que o
discípulo entre em letargia. Fique parado descansando, mas que caminhando
encontre alívio das cargas da religião.
“Certamente
Jesus não promete a seus discípulos uma vida de inatividade ou repouso, nem
isenção de tristezas ou lutas, mas sim lhes assegura que, se se mantiverem bem
unidos a Ele, acharão alívio de esmagadores fardos, como os da angústia
arrasadora, do sentimento de frustração e de futilidade, e da desgraça de uma
consciência sobrecarregada de pecados”.[2]
O
descanso que Jesus concede aos seus discípulos é uma oferta da graça. Não é
conquistado por méritos. É uma doação em amor. Se a religião exige trabalho
árduo, Jesus exige apenas que se aceite aquilo que aceite pela fé o alívio que
é oferecido. Quando há esse entendimento dessa dádiva, o descanso é encontrado
é aí ocorre a libertação completa da religiosidade.
O
fazer religioso cansa a alma. Desfalece o interior. A segurança da alma se estriba
em produção humana. E toda produção humana passa. Por isso é uma
pseudo-segurança. Algo falso. Então, quando o descanso em Jesus é encontrado a
firmeza interior se torna verdadeira e pode-se descansar em um relacionamento
real e verdadeiro com Jesus.
NOTAS
[1] WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico
Expositivo: Novo Testamento: volume 1. Santo André: Geográfica editora, 2006.
[2] TASKER, R. V. G. O Evangelho Segundo Mateus –
Introdução e Comentário. São Paulo: Edições Vida Nova, 2007, p. 98.
FONTE: NAPEC
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