Traduzido por Juliana Pellicer Ruza –
Artigo original aqui.
Orar
é difícil. Quando o compositor de “Amazing Grace” John Newton, observou que
somos arrastados perante Deus como escravos e fugimos como ladrões, ele estava
falando sobre a oração. “Eu me percebo tão relutante para me dedicar a isso,”
lamentou. Quando Tim Keller escreveu “Não consigo pensar em nada grandioso que
seja, ao mesmo tempo, fácil,” ele estava escrevendo sobre oração.
Para mim, a oração constante
sempre foi uma batalha, uma luta. Uma das coisas mais difíceis para pessoas caídas
é virem a Deus de joelhos com mãos vazias; como alguém disse, “Fico relutante
para vir a orar, e quando estou orando, fico relutante em permanecer”.
Ainda
assim, algumas coisas não podem ser adiadas. Eu não posso fazer as orações de
hoje amanhã. O amanhã tem suas próprias necessidades. Discípulos seguem
disciplinas – tarefas com as quais eles lutam cada dia, todos os dias. Estar em
paz com este fato foi um passo em direção à minha constância. Uma vez que
conectar-se com Deus em uma amizade íntima é vital para a sobrevivência, eu
pensei que você poderia gostar de saber, brevemente, como eu oro, ainda que
debilmente, em meu próprio esforço para me conectar com Deus – não para me
colocar como um modelo, mas para oferecer uma ajuda, um pequeno guia, um encorajamento
para um companheiro de jornada. Aqui está o que eu faço. Aqui está como eu oro.
O
impulso, a princípio, é me apressar (tanta coisa para fazer), passar minha
lista de pedidos e seguir em frente. Mas eu resisto a isso. Eu me aproximo do
Senhor, quase sempre com as palavras “Pai, santificado seja o Teu nome.” É um
começo, um abraço, uma iniciação à intimidade – “Pai. Tu és santo. Eu não sou.
Eu preciso de Ti.”
A
razão pela qual eu decido que meu corpo e minha mente estarão focados em Cristo
– diariamente, de preferência – é ligar-me a Ele, devotar-me a Ele. Essa é a
minha necessidade. Eu nem sempre consigo me conectar profundamente, ainda
assim, eu primeiro me aproximo dele.
Este
é o começo. – “Aproximem-se de Deus e ele se aproximará de vocês.” (Tg 4:8).
Em
seguida eu canto um hino, uma canção doce para mim, com palavras que vêm do meu
coração, expressando meu apetite, meu desejo, meu amor, minha dependência – ou
talvez, exaltando uma virtude divina. Eu acho as músicas antigas mais
satisfatórias. Ultimamente, uma das favoritas é o refrão de ‘Tis So Sweet to
Trust in Jesus,” com letras alteradas para cantar para ele e não sobre ele:
“Jesus, Jesus, como confio em Ti, como preciso mais e mais de Ti…Oh de forças
para confiar mais em Ti.”
Em
seguida, abro minha cópia do Valley of Vision, uma coletânea de orações
puritanas curtas. Eu leio em voz alta, orando uma oração apenas – lentamente,
atentamente, intencionalmente – modificando as palavras aqui e ali para se
adequarem às minhas próprias intenções e teologia, tornando-a minha,
aplicando-a às minhas circunstâncias pessoais e expandindo-as conforme eu
queira.
Minha
próxima súplica começa com uma certa forma de “Venha Teu reino, seja feita a
Tua vontade na terra como é no céu.” Eu quero que Deus faça mudanças e o
primeiro lugar em que o reino precisa vir é na minha própria vida, e na minha
casa, com minha própria família.
Aqui
eu passo a ser mais específico, citando minhas próprias falhas e inadequações,
pedindo a Deus para transformar aquilo em que já está claro para mim que
preciso mudar. Se preciso admitir um erro, ou clamar por força, ou implorar por
santificação em mim, esta é a hora.
Em
seguida vem minha família – minha esposa, minhas filhas. Eu luto por minha
família, orando para que o reino de Deus venha para aqueles que são meus.
“Livra-nos do mal,” Jesus nos ensinou a orar. É isso o que eu peço para mim,
destacando áreas específicas onde eu percebo lutas ou necessidades específicas
que precisam ser atendidas – conflitos, escassez, desejos, esperanças – todas
por mim.
Dali
eu vou para os demais – as necessidades urgentes, prementes dos amigos,
normalmente – ou preocupações gerais das quais eu estou a par.
Finalmente,
oro por ajuda com as tarefas específicas que estão diante de mim – meu “pão de
cada dia”, por assim dizer.
Eu
saio simplesmente devotando a mim e ao meu dia a Deus, encerrando com a pequena
doxologia no final da oração do Senhor, ou com a benção da separação de Davi no
Salmo 19: “Que as palavras da minha boca e a meditação do meu coração sejam
agradáveis a ti, Senhor, minha Rocha e meu Resgatador”, ou com algo
significativo. Você decide.
Este
é o padrão básico. Eu não faço todas estas coisas todas as vezes que oro –
algumas vezes deixo alguns passos de lado – mas a sequência me conecta a Deus,
me coloca em movimento, e me mantém no caminho. Se algo parecer mecânico, eu
paro, me concentro novamente e então recomeço. Algumas vezes, porém, eu
abandono todo o plano. Algumas questões são tão urgentes que as orações saem de
forma espontânea, com sentimento e intensidade, e eu não quero que um padrão
imposto impeça minha conexão com Deus quando isso acontece. Eu deixo passar.
A
estrutura não é rígida, mas é uma ferramenta, um guia, uma abordagem. Ajuda
quando eu oro em voz alta, mas nem sempre. Algumas vezes, eu simplesmente
sussurro “Senhor Jesus, tem misericórdia de mim” sem parar, pois são as únicas
palavras que consigo formar.
Lembre-se
que a primeira regra da oração é orar – a ação sempre vence a intenção. Em segundo
lugar, conectar-se com Deus é o objetivo. É onde a vida está – nele, não em um
método.
FONTE: NAPEC
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