Por Josemar Bessa.
Por que foi tão difícil para Paulo e os outros
apóstolos combaterem os falsos mestres em seus dias?
Muitas pessoas esperam
que aqueles que deturpam e torcem as verdades bíblicas sejam pessoas não
amáveis, sem simpatia, sem carisma... Paulo disse aos coríntios: “E não é
maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz” (Coríntios
11:14). “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua
astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e
se apartem da simplicidade que há em Cristo” (2 Coríntios 11:3).
Em toda a história da
igreja homens que propagaram heresias destruidoras eram amáveis, simpáticos, falavam
em amor ao próximo, se empenhavam em caridade... Hoje é assim como sempre foi.
Podemos ensinar doutrinas antibíblicas enquanto falamos em ajuda aos pobres,
missão integral, igreja relevante... Na verdade, todas as religiões podem falar
sobre temas simpáticos, agradáveis, caridosos, sendo mesmo assim o oposto
da revelação bíblica. Podemos passar horas lendo Confúcio, Budismo... Mas nossa
questão aqui são heresias que saem da igreja, de líderes na igreja, simpáticos,
caridosos... Paulo quando fala sobre líderes que ensinam doutrinas heréticas e
desviam homens da verdade, diz: “e com suaves palavras e lisonjas (bajulações)
enganam os corações dos simples” (Romanos 16:18).
Falsos mestres são
simpáticos, amáveis e adoram falar sobre amor. Mas o amor que é proposto é um
tipo de amor completamente diferente do que a Bíblia ensina. É um
sentimentalismo que põe a verdade de lado em nome do que chamam amor. Qualquer
amor que é destrutivo para a verdade total do evangelho (com todo seu lado
ofensivo ao homem natural), qualquer amor que ignora a verdade e a vê como um
obstáculo, chamando-a de dogmatismo, qualquer amor que é tolerante com o
erro ou propaga o erro, tem que ser completamente evitado e
combatido, porque isso não está nem próximo da essência daquilo que a
Bíblia chama de amor. Toda conversa sobre amor, caridade, missão,
união, que põe a verdade de lado é exatamente o trabalho dos falsos
mestres, falsos profetas... Como é doce ouvir “paz, paz...” – “E curam
superficialmente a ferida da filha do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não
há paz” (Jeremias 6:14). É isso que Paulo enfatiza: “e com suaves palavras
e lisonjas (bajulações) enganam os corações dos simples” (Romanos 16:18).
Na história da igreja
homens que ensinaram doutrinas terríveis eram homens simpáticos e amáveis. Ário
(Arius 256-336) negava a divindade de Cristo. Ele defendia que o Logos e
o Pai não eram da mesma essência, que o Filho era uma criação do Pai, que houve
um tempo em que o Filho ainda não existia. Era um líder cristão em Alexandria.
Mas é dito sobre ele que era um homem simpático, amável. Era descrito como
- brilhante, companheiro, atraente, um tipo de cidadão que todos
gostariam de ter ao seu lado em causas nobres. Um tipo de homem que todos
gostavam de ver ensinando a Bíblia. Ele foi imensamente popular nos seus
dias... Exatamente o que Paulo disse: “e com suaves palavras e lisonjas
(bajulações) enganam os corações dos simples” (Romanos 16:18).
Outro homem que ensinou
as mesmas heresias foi Socino (Fausto Socinus 1539-1604). Seu ensino rejeitou
os pontos de vista ortodoxos da teologia cristã no conhecimento de Deus, sobre
a doutrina da Trindade, divindade de Cristo, e na soteriologia. Mas ele
em si era um cara legal e simpático, amável... Ele é descrito como um verdadeiro
cavaleiro. Sua moral estava acima de qualquer suspeita e era conhecido por sua
cortesia infalível. É descrito como muito mais cortês do que os Reformadores
que viveram na mesma época, Calvino, Lutero... Enfim, Socino é descrito como
homem exemplar.
Eis o motivo porque
raramente é ou será popular combater e resistir os falsos mestres. Eis o motivo
porque Paulo teve grandes problemas para combatê-los em Corinto, na igreja dos
Gálatas, e em todas as outras igrejas. Falsos mestres, hereges, são
amáveis, falam muito sobre o amor, em ajuda aos necessitados, são
simpáticos, falam sobre “paz, paz”. Então eles quase sempre são
vistos como uma benção para a igreja. Eles sempre tem palavras cativantes. Eles
são atenciosos. Eles falam o que muitos querem ouvir. Eles estão prontos a
adaptar a verdade. Eles são cavaleiros... Então Paulo diz: “e com suaves
palavras e lisonjas (bajulações) enganam os corações dos simples” (Romanos
16:18).
“Suaves palavras” –
A frase significa discurso suave. Eles sabem falar de forma inteligente. O
diabo coloca os erros mais devastadores não na boca de hereges óbvios... Ele
não coloca esses erros na boca de homens que são um desastre para o objetivo
dele. Palavra suaves e lisonjas. A palavra é eulogia, como elogio. É a ideia de
uma eloquência falsa, mentiras bem escolhidas e que tem um som atraente e
enganam o coração dos ingênuos, é o que Paulo diz. Inteligente,
eloquente, polido, de fala suave, elogiando, lisonjeiro, abraçando causas
nobres... Ele ganha o ouvido e engana o coração.
Nunca, nunca será
popular resistir falsos mestres na igreja, eles são vistos como benção e não
tragédia!
Imagem: Google
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