Por Juber Donizete Gonçalves.
A igreja evangélica brasileira está doente. É uma
situação paradoxal, pois ela cresce e nunca teve tanto poder político,
midiático e financeiro como agora. Porém, assim como a igreja de Laodicéia,
está pobre, nu e cega do ponto de vista espiritual. Mas alguém diria: "Que
exagero! Nós temos rádios, canais de televisão, representantes políticos,
construímos grandes e lindas catedrais!"
Quem já leu o livro “O Bispo”, a biografia de Edir
Macedo, percebe que o padrão estabelecido hoje como um líder religioso de
sucesso é o do “manda-chuva” da IURD. Nesse livro, se vê Macedo como um líder
denominacional, que comanda não uma igreja, mas sim uma grande empresa multinacional.
Ele é o modelo de líder de sucesso. Aviões particulares caros, motoristas,
seguranças, mansões, como a da cidade de São José dos Campos em São Paulo,
mostrada na Revista Veja no ano de 2007.
Isto se estabeleceu de tal modo, que o sonho de muitos
pastores é ser Bispo, Apóstolo, Pastor-Presidente e andar acompanhado de vários
seguranças. Nos últimos anos, o tom das denúncias contra as lideranças
evangélicas vem subindo de forma assustadora, com acusações fortíssimas, tais
como: aquisição de imóveis luxuosos em outros países, casamentos de fachada,
casos extra-conjugais, lavagem de dinheiro, líder que manda bater e até matar
quem vê como rival.
A verdade é que os católicos tem um papa no mundo,
mas os evangélicos têm vários papas e candidatos a papa. Por falar em papa,
conta-se que o papa Inocêncio IV mandou chamar São Tomás de Aquino para lhe
mostrar todos os tesouros da igreja romana. Após a exposição de sua riqueza,
disse-lhe o papa: “Já não podemos dizer como o apóstolo Pedro, que não temos ouro
e nem prata”, ao que lhe replicou o teólogo: “Também já não podemos ordenar ao
paralítico para que se levante e ande”.
De vez em quando ouço alguém perguntar: O que Jesus
diria hoje, com respeito à situação da igreja? Esta pergunta já está respondida
no livro do Apocalipse! É só observar o que Ele diz às igrejas da Ásia,
que assim foram repreendidas: “Estou a
ponto de vomitar-te da minha boca” (Ap 3.16); “Tirarei o seu castiçal do lugar,
caso não voltes ao primeiro amor” (Ap 2.5); “Combaterei os que assim procedem,
com a espada da minha boca” (Ap 2.16).
Fonte Cristianismo Radical.
Imagem: Google
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