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sábado, 26 de maio de 2012

Predita a restauração do Evangelho? Uma resposta para Legrand Richards
Por: Emerson de Oliveira

Esta é uma refutação minha ao texto "Predita a restauração do Evangelho", do livro "Uma Obra Maravilhosa e um Assombro", de Legrand Richards, um autor mórmon. O texto do livro está em preto e minhas respostas em azul.

João não somente viu que o poder de Satanás seria universal por certo período, mas viu também a devolução do evangelho eterno à Terra, o qual deveria ser pregado a todo o povo:

E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo. Dizendo com grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas. (Apocalipse 14:6-7)

Assim Legrand Richards inicia sua tese da restauração do Evangelho (uma das maiores doutrinas mórmons). Vejam que ele cita Ap.14.6-7 como sua defesa (um trecho muito usado pelos mórmons neste sentido). Mas afinal, exegeticamente, do quê fala o trecho? Para começar, Legrand usa a KJV, que traduz errado o verso (a ARA, BJ, TEB traduzem correto). A palavra "Evangelho" aqui (ou boas-novas), não tem artigo no grego. Portanto, a melhor tradução seria "um evangelho eterno".
Ap. 14:6-7 diz que o evangelho do anjo voador era "para toda a nação, e tribo, e língua, e povo". Legrand afirma que este texto é uma profecia do anjo Morôni, quando ele deu para Joseph Smith as placas de ouro. Mas este texto não exclui ninguém, nem mesmo os negros, de quem o sacerdócio SUD foi retido até 1978. O evangelho na mão do anjo neste texto era "o Evangelho eterno", não um que estava perdido e então foi restaurado.
Se o Evangelho é verdadeiramente "eterno", não precisaria de ser restaurado! O anjo também declarou no versículo 7 que a "hora do juízo é vinda". Isso não aconteceu segundo a afirmação SUD quando o anjo Morôni visitou Joseph Smith nem aconteceu ainda! Em Ap. 14 mais cinco anjos seguiram o primeiro com mais mensagens de juízo, mas isso não aconteceu na História do anjo Morôni. Legrand ignora o contexto, o que resulta em uma interpretação distorcida. Veja o que diz o Robertson's NT Word Pictures (Quadros Verbais do Novo Testamento), do erudito de grego A.T.Robertson:

{um evangelho eterno} (euaggelion aionion). O único uso de euaggelion nos escritos de João, ainda que o verbo euaggelisai (primeiro aoristo  epexegético do infinitivo ativo com econta como Jo. 16:12) ocorre aqui e em Ap.10.7. Aqui não está to euaggelion (o Evangelho), mas só uma proclamação do propósito eterno de Deus (é a única vez que aparece aionios aqui no Apocalipse, ainda que foi comum no Quarto Evangelho e em I João). Orígenes igualmente tomou este "evangelho eterno" como outro livro a ser escrito! Note o uso duplo de epi (com o acusativo depois de euaggelisai e o genitivo con ghv)".

Que incrível declaração! Robertson nota que o versículo não fala DO EVANGELHO (com as doutrinas cristãs) mas só uma proclamação. E também que Orígenes o tomou por outro livro a ser escrito (como os mórmons fazem com o Livro de Mórmon?). Parafraseando um ditado corrido: "isto põe um prego no caixão do assunto de precisar de outro livro".

Uma refutação de um site mórmon também pode ser acessada aqui.

Se existisse uma nação, tribo, língua ou povo na Terra que ainda tivesse o evangelho eterno, não teria sido neces­sário que um anjo o trouxesse de volta à Terra.

Como o erudito A.T.Roberton apontou no grego aí em cima, não se trata DO EVANGELHO, mas de uma proclamação.

Esse anjo também deveria chamar os habitantes da Terra para adorarem novamente o Deus que "fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas". Já mencionamos que o evangelho deveria ser tirado da Terra, e agora testemunhamos que foi restaurado à Terra por um anjo por meio do Profeta Joseph Smith, e vindo de Deus nos céus.

Por "este anjo", Legrand se refere a Morôni. É preciso analisar o verso DENTRO DE SEU CONTEXTO, e tem algo a ver com a queda de Babilônia (a Roma pagã) e o anticristo, senão cai-se no mesmo erro dos adventistas, que alegaram que o Papa é o anticristo pela suposta inscrição em sua coroa. Aqui, o anjo pede para que os verdadeiros adoradores adorem a Deus e não ao anticristo. Parece um cenário diferente do retalho mórmon. Wesley diz aqui apropriadamente: "Tinha o evangelho eterno - Não o evangelho, corretamente assim chamado; mas um evangelho, ou boa nova, que teria uma grande influência em todas as épocas. Pregar a toda nação, e tribo, e língua, e as povos - Para os judeus e gentios, até mesmo até onde a autoridade da besta tinha se estendido."

Na visão de João, "a colheita da terra" é realizada em conjunto com mensagens vigorosas proclamadas por anjos. Um dos anjos declara uma mensagem de "boas novas eternas". Outro anuncia a queda de "Babilônia, a Grande". E um terceiro alerta contra a adoração da "fera", o sistema de coisas político de Satanás. (Ap. 14:6-10). Portanto, DENTRO do contexto, este trecho não fala nada de um evangelho precisando ser restaurado ou de que a Igreja entrou INTEIRA numa apostasia. Os mórmons usam este trecho ISOLADO (o que não é correto) para provar suas idéias.

O profeta Malaquias também viu esse dia prometido de restauração por intermédio de mensageiros enviados de Deus, descrevendo-o nas seguintes palavras:

Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais; e o mensageiro da aliança, a quem vós desejais, eis que ele vem, diz o Senhor dos Exércitos. (Malaquias 3: I )

Agora Legrand faz um malabarismo com interpretações. Parece que ele quer dizer que o "mensageiro" aí seria... Joseph Smith! Mas deixemos a explicação para o próprio Jesus Cristo dar:

"Este (João Batista) é de quem está escrito: Eis aí eu envio diante da tua face o meu mensageiro, o qual preparará o teu caminho diante de ti." (Mt 11:10).

Eis aí Jesus dizendo que Malaquias se referia a João Batista. A que interpretação prefere escolher: a de Legrand Richards, ou a de Jesus?

O exame desse versículo e daqueles que o seguem, leva à conclusão de que essa promessa se referia a segunda vinda de Jesus Cristo e não à primeira, visto que Ele deveria vir repentinamente ao Seu templo, o que não fez na primeira vinda.

Não fez? O "de repente virá ao seu templo" aqui se refere à Nova Dispensação do santuário de Deus: a primeira no jardim do Éden, depois no Tabernáculo e depois do Templo, seria a Igreja (1 Cor 3:16-17; Ef. 2:21; 1 Pd. 2:5).

Portanto, vemos por esta refutação, que Legrand não pode usar estes versos isolados como prova de que o Evangelho foi tirado da Terra e restaurado depois. Somente por uma versão que traduz errado o verso, tomando fora do contexto e tirando o sentido é que se chega a conclusão que ele quer.

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