Um das virtudes do sábio
é conhecer a si mesmo. Mas conhecer a si mesmo, por vezes, é
desesperador. “Quantas paixões”! Nossos sentimentos e motivações depõem
contra nós. Neste mar revolto chamado mundo, somos penas movidas e
agitadas pelo vento. Quanta inconstância há em nós; quão vacilantes
nossos pés. Conhecer a si mesmo, sem dúvidas, é desesperador! A menos que você ignore quem realmente você seja ou se acovarde de contemplar a própria face do espelho.
Com efeito, há um jeito
de fugir disso; ou seja, olhar a face no espelho e logo se esquecer da
própria aparência, criando uma personagem para poder atuar. Aí já não é
você, se trata de outro. Alguém criado conforme a sua vontade. Uma
réplica mal feita e clandestina. Pior é que tem gente que acredita na
própria mentira que ele mesmo a criou. Como pode?
Disto nasce a hipocrisia
que nada mais é, segundo os gregos, “desempenhar um papel”
representando a si mesmo como outra pessoa e melhor do que realmente é.
Quem não tem um pouquinho disto, não é verdade!?
É duro encarar gênesis
3, a saber, a nossa derrota que ateus e filósofos não arrazoam. Caso não
houvesse gêneses 3, de fato, os acusadores estariam certos em dizer que
Deus é um ser tirano (responsável pelo mal do mundo), ou que Ele não é
Todo-Poderoso (por não refrear o mal), e que, portanto, Ele não existe.
Mas a Escritura traz uma teodicéia (tentativa de mostrar que Deus não é
responsável pelo mal). A culpa é nossa; toda nossa!, como está escrito:
“Por que, pois, se queixa o homem vivente? Queixa-se cada um dos seus
próprios pecados” (Lm 3.39).
O pecado afetou tudo, e
mesmo os que receberam o Espírito de adoção não sabem orar como convém
orar. O que seria da gente se o Espírito não gemesse em nós e por nós.
Somos fracos! Você pode ser um pregador poderoso em palavras; um
escritor habilidoso; um teólogo articulado – o seu carisma poderá
arrastar multidões. Mas a verdade é que somos pó.
Você pode até ter a lei
de Deus na sua mente; mas há outra lei em seus membros guerreando contra
o que é bom, santo e perfeito. “Ah, Senhor, se não fosse a Sua
Misericórdia ofertada em Cristo – para nos livrar do corpo desta morte”.
Se não fosse o Teu Espírito interceder por nós e dentro de nós.
Poderíamos fazer, no entanto, longas orações, porém, não como convém.
Ele está em nós, ora por nós ao Deus que é sobre nós. Tudo porque Ele
sabe: “Somos pó”!
Quem poderia, portanto,
surpreender Deus com a sua performance espiritual ou teológica? Quem
poderia dar sequer um conselho a Deus? Quem primeiro lhe deu alguma
coisa, para que lhe seja recompensado?
É sábio conhecer a si
mesmo, mas também é desesperador. Por essa razão, homens fogem (através
dos seus vícios, sejam quais forem: drogas, sexo, poder, trabalho) de
quem de fato são. Mas tudo muda quando este conhecimento se estende ao
conhecimento de Deus. Com efeito, a sua glória nos amedronta e o seu
juízo nos perturba. Mas o Cordeiro de Deus venceu o mundo por nós.
Por meio d’Ele temos
livre acesso apelo novo e vivo caminho, a fim de alcançamos graça e
misericórdia nas vezes que precisarmos. Mas quem não precisa de graça e
misericórdia? Há algum momento no qual não precisamos deste favor? Até
mesmo quando realizamos o que deve ser feito precisamos da graça de Deus
para não cairmos no orgulho e ser enquadrado na “virtude” no Diabo.
Nosso Sumo Sacerdote
conhece as nossas fraquezas. Ele é aquele que tem prazer na misericórdia
e a faz triunfar sobre o juízo. É graça! É sua bondade que nos conduz
ao arrependimento e o seu amor leal que nos constrange. Ele é a salvação
dos fracos e trôpegos, como está escrito: “Eu habito em lugar alto e
santo, mas estou junto do humilhado e desamparado, a fim de animar os
espíritos desamparados, a fim de animar os corações humilhados” (Is
57.15 BJ).
Tenha misericórdia de
nós, Senhor; ô Eterno! Lança fora os nossos pecados; afasta de nós as
nossas transgressões assim como o Oriente está para o Ocidente.
Purifique o nosso coração. Fortaleça os nossos joelhos vacilantes. Nos
dê animo para seguir a caminhada e acrescente a nossa fé.
Que Deus nos livre de nós mesmos, pois Ele é a Rocha que jamais foi abalada.
Em Teu Filho, lanço os
meus pecados e cuidados. Dê-me tão somente a sua paz para que contigo eu
possa vencer o mundo mesmo sendo quem sou. Que assim seja, amém!
Em Cristo Jesus, considere este artigo e arrazoe isto em seu coração,
Soli Deo Gloria!
Por Fabio Campos
Fonte: http://ministeriobbereia.blogspot.com


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