Os grandes avivamentos
da história aconteceram em tempos de crise. Não nasceram do útero da
bonança, mas foram gestados com dores e lágrimas em tempos de sequidão. A
crise nunca foi impedimento para a ação soberana de Deus. É quando os
recursos dos homens se esgotam que Deus mais visivelmente manifesta o
seu poder. É quando todas as portas da terra se fecham é que Deus abre
as janelas do céu. É quando o homem decreta sua falência, que o braço do
onipotente mais se manifesta.
O Brasil está vivendo,
possivelmente, a sua mais aguda e agônica crise desde o seu
descobrimento. A nação está rubra de vergonha, diante da desfaçatez de
políticos e empresários que domesticaram os poderes constituídos, para
assaltarem a nação e sonegarem ao povo o direito de viver dignamente. O
profeta Miquéias, já no seu tempo, identificou esse conluio do crime,
quando escreveu: “As suas mãos estão sobre o mal e o fazem
diligentemente; o príncipe exige condenação, o juiz aceita suborno, o
grande fala dos maus desejos de sua alma, e, assim, todos eles
juntamente urdem a trama” (Mq 7.3). A corrupção chegou ao palácio, ao
parlamento, às cortes e em setores importantes do empresariado. Um
terremoto devastador atingiu as instituições, abalou a economia e
enfraqueceu a indústria e o comércio. A carranca da crise é vista na
desesperança dos mais de oito milhões de desempregados em nosso
país. A morte se apressa para aqueles que não têm direito a uma
assistência digna nos hospitais, sempre lotados e desprovidos de
recursos. Os acidentes trágicos se multiplicam porque nossas estradas
estão sucateadas. A educação se enfraquece porque as escolas públicas,
em muitos lugares, estão entregues ao descaso. Líderes com muito poder e
apequenado caráter, favorecem os poderosos e tiram o pão da boca dos
famintos, fazendo amargar a vida de um povo já combalido pela pobreza e
desesperança.
Nesse cenário cinzento,
muitas igrejas, por terem se afastado da sã doutrina e por terem
tergiversado com a ética, perderam a capacidade de exercer voz
profética. Não confrontam os pecados da nação, como consciência do
Estado, porque primeiro precisam embocar a trombeta para dentro de seus
próprios muros. Há um silêncio gelado, um conformismo covarde, um torpor
anestésico. Há igrejas cheias de pessoas vazias de Deus. Há igrejas
onde os púlpitos já baniram a pregação fiel da palavra de Deus. Há
igrejas onde o antropocentrismo idolátrico substituiu a centralidade de
Cristo. Há igrejas mornas, apáticas, amando o mundo, sendo amigas do
mundo e conformando-se com o mundo. Há igrejas que parecem um vale de
ossos secos. Perdeu-se a vitalidade. Perdeu-se o vigor. Falta um sopro
de vida!
É nesse momento de
prognósticos sombrios, que devemos nos humilhar sob a poderosa mão de
Deus. É imperativo converter-nos dos nossos maus caminhos e orarmos,
buscando a face do Senhor, a fim de que ele perdoe nossos pecados,
restaure a nossa sorte e sare a nossa terra. O avivamento começa com a
igreja e partir dela reverbera para o mundo. O avivamento é uma obra
soberana do Espírito Santo que vem, como torrentes do céu, sobre a terra
seca. A água é derramada sobre o sedento e as torrentes sobre a terra
seca. O Espírito Santo é derramado sobre um povo que anseia por Deus
mais do que pelas bênçãos de Deus. É quando decretamos nossa falência,
nos convertemos dos nossos maus caminhos e nos prostramos diante de
Deus, para desejarmos ardentemente sua presença manifesta, é que ele
traz sobre nós o seu renovo. Então, a igreja florescerá como salgueiros
junto às correntes das águas. Então, os crentes se levantarão para
dizer: “Eu sou do Senhor”. Então, não haverá mais abismo entre o que se
prega e o que se vive, porque os crentes escreverão na própria mão: “Eu
sou do Senhor”. Oh, que Deus levante sua igreja e restaure a nossa
nação! Oh, que nesse tempo de crise e sequidão caia sobre nós as
torrentes abundantes do Espírito Santo!
Por Rev. Hernandes Dias Lopes
Fonte: http://ministeriobbereia.blogspot.com
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