“…haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina;
pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias
cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos” (2 Timóteo 4.3).
Parece que cada geração tem sua própria apostasia
específica e, em alguns casos, até mesmo depois de um avivamento espiritual. A
igreja do século 20 começou numa batalha pelos fundamentos da fé cristã.
Durante aquele período, os evangélicos (i.e., cristãos da atualidade que creem
na Bíblia e que se constituem de fundamentalistas, separatistas e outros
apaixonados amantes da Bíblia) experimentaram um crescimento sem precedentes.
Mas então, muitos dos principais seminários começaram a se comprometer, fazendo
concessões à filosofia pós-moderna do humanismo secular de nível superior. De
1920 a 1935, muitos líderes fundaram escolas cristãs, institutos bíblicos e
seminários que geraram fiéis expositores da Bíblia e igrejas evangelizadoras
que ganhavam almas para Cristo em todo o mundo. Infelizmente, vários jovens
educadores ingressaram nas universidades seculares a fim de obter seu grau de
PhD. Depois de se graduarem, tornaram-se professores de seminário no encargo de
ensinar os candidatos ao ministério pastoral a pregarem as Escrituras, sendo
que eles mesmos nunca tinham exercido o pastorado, nem haviam se dedicado à
pregação. Uma das máximas essenciais do processo educacional é a de que “não se
pode partilhar aquilo que não se possui”. O que se verifica com frequência, nos
dias atuais, é que pastores jovens se formam nos seminários, todavia conhecem
muito pouco sobre a pregação expositiva, sobre as doutrinas fundamentais, sobre
a evangelização e nem mesmo possuem as ferramentas necessárias para atuarem
como pastores. Hoje em dia, é comum ver pastores, recém-formados num seminário,
assumirem o ministério pastoral de uma igreja, sem nunca terem sido alunos de
um professor de seminário que realmente tenha exercido o pastorado de uma
igreja.
Além disso, a lavagem cerebral de nossos filhos
feita dentro das escolas públicas pelos humanistas seculares, desde a
pré-escola até o ensino superior (especialmente nos cursos de pós-graduação)
tem produzido uma geração pós-moderna que é avessa aos absolutos morais, ao
Evangelho que é o único caminho de salvação e à autoridade da Palavra de Deus.
Muitos jovens que estudaram em faculdades cristãs já foram influenciados por
essa moderna filosofia secular [N. do T.: Nos Estados Unidos há instituições de
ensino fundamental, médio e superior que são mantidas por denominações e
entidades evangélicas, cuja proposta de ensino e orientação educacional
baseia-se em princípios bíblicos cristãos]. Até mesmo em algumas escolas
cristãs de ensino fundamental e médio, é possível encontrar professores com
formação acadêmica de orientação humanista, que propõem o ensino de uma
filosofia secular dentro de um ambiente cristão. É espantoso verificar o grau
de desconhecimento da Bíblia que a maioria dos calouros demonstra ao entrar
numa faculdade cristã. O único antídoto para aqueles que sofreram essa lavagem
cerebral humanista por muitos anos é uma genuína conversão a Cristo, acrescida
de um tempo investido no estudo minucioso da Palavra de Deus.
A secularização da educação cristã fez com que
muitos pastores jovens e sinceros se tornassem vulneráveis aos ensinos da
igreja pós-moderna, ou como [seus membros] preferem se designar, “Igreja
Emergente”.
A secularização da educação cristã fez com que
muitos pastores jovens e sinceros se tornassem vulneráveis aos ensinos da
igreja pós-moderna, ou como [seus membros] preferem se designar, “Igreja
Emergente”. Esse movimento bebe da essência do antinomianismo, uma filosofia na
qual os adeptos questionam mais a Bíblia e os fundamentos da fé do que o ensino
e a influência anticristãs de sua formação educacional secular. Eles contam com
o apoio de Hollywood, da mídia esquerdista e da música “heavy beat” que
transmite mensagens antibíblicas num apelo às emoções, enquanto a mente é
deixada de lado. Tal música pode, muitas vezes, apelar aos impulsos da carne e
já invadiu as igrejas, onde muitos líderes eclesiásticos alegam que ela lhes
presta um auxílio no processo de “crescimento da igreja”, tentando provar, com
isso, que estão no “caminho certo”.
Entre os falsos ensinos que brotam da Igreja
Emergente encontra-se uma forma não tão sutil de ataque à autoridade da Bíblia
– um claro sinal de apostasia. Eles não mais afirmam: “Assim diz o Senhor”
(apesar do uso dessa expressão por mais de duas mil vezes na Bíblia), por
temerem que isso ofenda aquelas pessoas que apregoam a igualdade de todas as
opiniões quanto ao seu valor. A Palavra de Deus não é mais interpretada por
aquilo que realmente diz; em vez disso, é interpretada por aquilo que
diz para você, desconsiderando, assim, o fato de que a formação
educacional e a experiência de vida de uma pessoa podem influenciar a maneira
pela qual ela interpreta as Escrituras, a ponto de levá-la irrefletidamente a
um significado nunca planejado por Deus para aquele texto.
Alguns dão a entender que Jesus foi um “bom homem,
até mesmo um bom exemplo, mas Deus?”. Disso eles não têm certeza. Outros
relutam em chegar a tal ponto de questionamento, porque se Jesus não é Deus que
“se fez carne”, então não temos um Salvador. Entretanto, há outros da Igreja
Emergente que põem em dúvida o milagre da concepção virginal de Cristo, Sua
morte substitutiva e expiatória, Sua ressurreição corporal e, obviamente,
questionam mais de mil profecias bíblicas, tanto as que já se cumpriram, quanto
as que ainda estão por se cumprir, as quais descrevem o maravilhoso plano de
Deus para o nosso futuro eterno. Uma indicação da situação em que eles
realmente se encontram é evidenciada pelas declarações de um dos seus
principais líderes (que é chamado de evangélico), “apesar dele agrupar a série
de livros Deixados Para Trás na mesma categoria de O
Código Da Vinci”.[1] Uma afirmação dessas, vinda de um dos líderes da
Igreja Emergente, revela o grau de confusão ou de dolo a que eles de fato
chegaram. Ou ele está confuso (iludido) quanto às mentiras gnósticas ocultistas
que dominam o enredo de O Código Da Vinci, ou rejeita,
intencionalmente, a interpretação literal da Bíblia que é o fundamento da
série Deixados Para Trás, baseada no livro de Apocalipse. Não
temos nenhuma dúvida ao afirmar que os líderes da “Igreja Emergente” não creem
no arrebatamento pré-tribulacionista, porque não aceitam a divina inspiração e
autoridade da Bíblia.
Os mestres pós-modernos que se denominam
“evangélicos”, embora neguem a “fé que uma vez por todas foi entregue
aos santos” (Judas 3), são bem rápidos em falar o que eles e outros
filósofos heréticos pensam, porém, raramente dizem o que Deus deixou registrado
por escrito em Sua biblioteca de sessenta e seis livros, a Bíblia. Eu,
particularmente, creio que eles, na verdade, são hereges, apóstatas e lobos
“disfarçados em ovelhas”. Devido ao fato do cristianismo liberal ter caído no
vácuo do descrédito e das igrejas liberais terem ficado vazias, eles agora
fazem uma tentativa de re-empacotar sua teologia sob a forma de pós-modernismo.
Na realidade, a maior parte desses conceitos não passa daquilo que costumava
ser chamado de modernismo ou liberalismo, ainda que expressos com uma
terminologia pós-moderna.
É difícil obter deles informações quanto ao que
realmente creem, mas eles sabem, muito bem, que não creem nos fundamentos da fé
bíblica. Já é hora de chamarmos a atenção das igrejas para o fato de que tais
pessoas são hereges e falsos mestres que “não deram crédito à verdade;
antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça” (2 Tessalonicenses 2.12), tal
como Judas escreveu nos versículos 17 e 18 de sua epístola: “Vós,
porém, amados, lembrai-vos das palavras anteriormente proferidas pelos
apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo, os quais vos diziam: No último tempo,
haverá escarnecedores, andando segundo as suas ímpias paixões”.
A mensagem do Espírito Santo dirigida à igreja de
Laodicéia se enquadra perfeitamente à realidade deles: “Ao anjo da
igreja de Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e
verdadeira, o princípio da criação de Deus. Conheço as tuas obras, que nem és
frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim porque és morno e nem
és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; pois dizes:
Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és
infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que de mim compres
outro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te
vestires, a fim de que não seja manifesta a tua nudez, e colírio para ungires
os olhos, a fim de que vejas. Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê,
pois, zeloso e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a
minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele,
comigo. Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como
também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono. Quem tem ouvidos, ouça o
que o Espírito diz às igrejas” (Apocalipse 3.14-22).
Minha expectativa de que a verdadeira igreja
evangélica assumisse sua posição “em alto e bom som” contra essa nova forma
pós-moderna de apostasia, concretizou-se, recentemente, num simpósio de
nosso Pré-Trib Study Group [Grupo de Pesquisas
Pré-Tribulacionistas], ocorrido no final de 2006. Foram proferidas várias
palestras excelentes que expuseram os erros desse novo movimento. Quase que
simultaneamente recebi um exemplar do periódicoThe Master’s Seminary Journal [Jornal
do Seminário Master’s] que também desmascarava esse movimento através de
artigos escritos pelo Dr. John MacArthur e pelo Dr. Richard Mayhue, dentre
outros articulistas. Em seguida, chegaram informações de que o Dr. John
MacArthur está escrevendo um livro sobre o assunto. Certamente será uma obra
completa, de modo que nos ajudará a confrontar essa heresia moderna pelas
Escrituras, tal como somos expressamente orientados a fazer nestes últimos dias
(i.e., “[provar] os espíritos se procedem de Deus”, 1 João 4.1). Pastores
inexperientes e mal alicerçados na Palavra de Deus estão sendo influenciados
por essa forma atual de apostasia. Se tais pastores, porventura, comprarem
essas ideias nitidamente heréticas, levarão suas igrejas ao desvio da verdade,
através de falsos ensinamentos. Se líderes cristãos proeminentes e bem conhecidos
não se opuserem abertamente a essa distorção apóstata, é muito provável que se
cumpram, negativamente, as palavras desta profecia: “Contudo, quando
vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?” (Lucas 18.8).
Ao procurar uma igreja para sua família,
certifique-se de avaliá-la pela importância que dá à Palavra de Deus. Você se
lembra daqueles judeus “de Beréia”? Eles pesquisavam diariamente nas Escrituras
para saber se os ensinamentos de Paulo e Silas eram legítimos e coerentes: “Ora,
estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a
palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se
as coisas eram, de fato, assim” (Atos 17.11). (Pre-Trib
Perspectives – http://www.chamada.com.br)
Fonte CACP
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