Atender as nossas necessidades e às expectativas do
nosso cônjuge, e tudo isso harmoniosamente, tem sido um grande desafio através
dos séculos. O primeiro problema de comunicação surgiu no Éden, quando nossos
primeiros pais, Adão e Eva pecaram contra Deus. Como filhos de Adão, o pecado
também afetou todas as áreas da nossa vida, inclusive a comunicação.
Um casamento bem sucedido é construído e mantido
pela ponte da boa comunicação. Para lograrmos êxito precisamos de uma boa
comunicação. Para que nossa comunicação seja satisfatória é necessário que cada
um expresse seus pensamentos, sentimentos e desejos de modo que o outro ouça e
entenda.
Parece simples, mas não é. Pastores e conselheiros
afirmam que as queixas mais ouvidas são do tipo: “ele simplesmente não se
comunica. Há anos eu tento fazê-lo conversar comigo”. Ou então: “é impossível
entendê-la. Não há sintonia entre nós. Portanto, eu desisto, não quero mais
viver com ela”.
Surgem então os problemas. As dificuldades de
comunicação concebem intermináveis conflitos, provocados em sua grande maioria
por problemas comuns e básicos. Começamos a nos armar como se fôssemos travar
uma verdadeira briga contra um terrível inimigo. Mas espere aí! Ele é o nosso
próprio cônjuge! E por falar em brigas... Em sua opinião, quais são as
principais armas que temos levado à briga? Neste post gostaria de compartilhar
com você pelo menos algumas armas que considero extremamente letais para o
casamento:
Principais armas contra a comunicação eficaz
1. Memória rancorosa. Conhecida também como “síndrome do baú”, diz respeito às mágoas do
passado que guardamos por muito tempo e que trazemos à memória justamente no
momento de uma discussão, prejudicando o nosso relacionamento e destruindo a ponte
para o diálogo.
2. Frases duras e desnecessárias. Por que precisamos discutir algum assunto ou reclamar de alguma coisa
com raiva? Por que gritamos e usamos palavras tão duras? Você já notou que até
a expressão de nosso rosto muda quando somos grosseiros. O que ensinamos para
os nossos filhos quando agimos assim? O que você faria se alguém entrasse na
sua casa no exato momento em que você está brigando com seu cônjuge?
3. Comparações sem nenhum sentido. A esposa se desentendeu com o marido porque ele deixou mais uma vez os
sapatos na sala ou não abaixou a tampa do vaso sanitário, mas a discussão se
avoluma e sem nenhuma objetividade e inteligência vai parar nas comparações
entre as sogras. Pobres sogras, sempre sobra pra elas! As comparações sem sentido
são semelhantes à tentativa de se apagar um incêndio com gasolina.
4. Ataques pessoais. Esta é uma arma terrível. Não há coisa mais triste do que ferirmos
aquele que prometemos amar, honrar e respeitar com gozações, apelidos e
ridicularizações. Os maridos nunca devem rir ou fazer gozações quando estiverem
discutindo alguma coisa com sua esposa. Já as mulheres não podem usar o excesso
de lipídios abdominais de seu marido para ridicularizá-lo em meio a uma
discussão só porque ele é buchudinho[1].
5. Silêncio total. O casal briga e depois fica sem se falar na mesma casa por semanas
evitando o encontro. Os filhos percebem e acham tudo muito estranho. Parece que
seus pais não se conhecem. Nós, maridos, somos experts nisso, “matamos na unha”
quando ficamos chateados e ainda batemos no peito dizendo: “a nossa melhor arma
é o silêncio”. Mas onde fica o diálogo nisso tudo?
O que fazer e não fazer na comunicação?
1. Não levante o passado de seu cônjuge, mas
perdoe. O livro de Provérbios diz que “O que guarda a
boca e a língua guarda a sua alma das angústias” (Pv 21.23). O perdão
sincero constrói sólidas pontes para uma comunicação sincera e amorosa entre o
casal.
2. Não seja grosseiro, mas educado como se tratasse um estranho. Você já percebeu que dificilmente nós tratamos um estranho com grosserias? Por que deve ser diferente com quem tanto amamos? A Bíblia diz que “O homem iracundo suscita contendas, mas o longânimo apazigua a luta” (Pv 15.18). Quando usamos a Palavra de Deus em nossa comunicação transformamos uma briga em entendimento pacificador e cheio de perdão (Pv. 15.1).
2. Não seja grosseiro, mas educado como se tratasse um estranho. Você já percebeu que dificilmente nós tratamos um estranho com grosserias? Por que deve ser diferente com quem tanto amamos? A Bíblia diz que “O homem iracundo suscita contendas, mas o longânimo apazigua a luta” (Pv 15.18). Quando usamos a Palavra de Deus em nossa comunicação transformamos uma briga em entendimento pacificador e cheio de perdão (Pv. 15.1).
3. Não conte histórias sem fim, antes seja conciso
e objetivo. As diferenças ou divergências sempre existirão, e
nós precisaremos sempre enfrentá-las com objetividade. Em meio a uma discussão
nunca fuja do foco. Esteja pronto para ouvir, tardio para falar e se irar (Tg
1.19). “A discrição do homem o torna longânimo, e sua glória é perdoar as
injúrias.” (Pv 19.11).
4. Não pague na mesma moeda, antes seja positivo, amável, altruísta (ainda que não sinta vontade). “Não
digas: Como ele me fez a mim, assim lhe farei a ele; pagarei a cada um segundo
a sua obra.” (Pv 24.29). As palavras sábias em meio a uma discussão
promovem a cura das feridas porque são cheias de amor e de encorajamento (Pv
12.18; 16.24). Nunca demore para perdoar ou pedir perdão.
5. Não fique emburrado, nem dê tratamento silencioso, mas seja cooperador e edifique ao seu cônjuge com suas palavras. Se usarmos a Bíblia como o fundamento da nossa comunicação nós edificaremos quem mais amamos com nossas próprias palavras. O silêncio não pode ser utilizado pelo casal como uma arma da carne. Devemos falar a verdade em amor (Pv 27.5) e sempre ouvir também, pois isso faz muito bem para o relacionamento (Pv 19.20).
Como melhorar a minha comunicação?
5. Não fique emburrado, nem dê tratamento silencioso, mas seja cooperador e edifique ao seu cônjuge com suas palavras. Se usarmos a Bíblia como o fundamento da nossa comunicação nós edificaremos quem mais amamos com nossas próprias palavras. O silêncio não pode ser utilizado pelo casal como uma arma da carne. Devemos falar a verdade em amor (Pv 27.5) e sempre ouvir também, pois isso faz muito bem para o relacionamento (Pv 19.20).
Como melhorar a minha comunicação?
1. Seja dedicado. Se você
deseja que o seu cônjuge mude, que ele se comunique, converse com você, tome a
iniciativa e mude primeiro. Para essa tarefa duas coisas serão extremamente
importantes: esforço e boa vontade. Deus pode realizar por meio de você algo
que você nunca imaginou.
2. Seja humilde, reconheça suas limitações e ore. Deus, em sua soberania, planejou tudo de maneira tão sábia que a nossa
santificação ou aperfeiçoamento em santidade de vida só acontecerá se antes de
nos comunicarmos com o nosso cônjuge exercitamos a nossa comunicação com Deus.
A realidade é que temos orado muito pouco. A pergunta é: Quanto tempo você tem
gastado em oração por seu marido ou esposa? A oração nos faz mais humildes,
mais dependentes de Deus e da sua graça. O exercício da humildade nos leva à
submissão, quebra o nosso orgulho, nos transforma em servos uns dos outros.
3. Busque sempre bons conselhos. Não fique ilhado. Todos nós precisamos de conselheiros bíblicos,
classes de casais, conferências e reuniões para sermos supridos. Os casais mais
velhos devem ajudar os casais mais novos. Lembre-se: isso é bíblico.
4. Estude a Palavra e leia bons livros. Leia e estude a Bíblia. Nela encontramos o padrão divino para a
comunicação eficaz no casamento. Utilize bons livros e torne-se um pesquisador
do assunto. Muita coisa boa tem sido publicada sobre comunicação em livros
cristãos para casais.
Conclusão
Não existe casamento perfeito, e isto é fato. A razão pura e simples é porque nós não somos perfeitos! Contudo, a Bíblia nos diz que Deus é perfeito e misericordioso. Ele nos revelou em sua Palavra a graça abundante e maravilhosa do nosso Senhor Jesus Cristo, a qual redime e restaura os pecadores e seus casamentos. Ele sempre nos leva novamente ao início de tudo.
Não existe casamento perfeito, e isto é fato. A razão pura e simples é porque nós não somos perfeitos! Contudo, a Bíblia nos diz que Deus é perfeito e misericordioso. Ele nos revelou em sua Palavra a graça abundante e maravilhosa do nosso Senhor Jesus Cristo, a qual redime e restaura os pecadores e seus casamentos. Ele sempre nos leva novamente ao início de tudo.
Notas:
[1] No Nordeste, barrigudinho.
Autor: Rev. Alan Kleber Alves Rocha é
sergipano, graduado em teologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte
(Recife-PE) e mestrando pelo Centro Presbiteriano de Pós-graduação Andrew
Jumper. É casado com Adriana e pai da Ester. Pastoreia a Igreja
Presbiteriana de Aracaju desde 2009.
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