Creio em Deus Pai Todo Poderoso - O Peregrino

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segunda-feira, 6 de julho de 2015

Creio em Deus Pai Todo Poderoso


Credo Apostólico, segundo alguns estudiosos, é um dos documentos mais antigos que temos na história da igreja - datado do 2º século, e é de onde tiramos a frase que intitula este artigo.
Eu pretendo, de forma breve, analisar algumas doutrinas implícitas em cada parte que compõe o documento. O Credo pode ser dividido em três partes, que mostram uma confissão clara na doutrina da Trindade: Creio em Deus, Creio em Jesus e Creio no Espírito. 
Na primeira parte o Credo resume de forma simples e profunda quem é Deus.
• Deus é Pai
• Deus é Todo Poderoso
• Deus é criador do céu e da terra

1. Deus é Pai
Algumas pessoas influenciadas por teologias fracas, direta ou indiretamente, creem que Deus é Pai de todos (um tipo de Odim). A Bíblia mostra que Adão foi criado à imagem de Deus, logo toda a humanidade possui a imagem de Deus (Tg 3.9). Com a queda de nossos primeiros pais, toda a humanidade perdeu a comunhão com Deus, sendo Deus o nosso inimigo número um. Os textos abaixo mostram que, antes de sermos adotados, não éramos filhos de Deus:
Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência.” Ef 2.2 (ênfase acrescentada) 
“... éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.” Ef 2.3c (ênfase acrescentada)  
Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai.” Jo 8.44a (ênfase acrescentada) 

 Essas três passagens do Novo Testamento mostram enfaticamente de que todos quantos vivem debaixo do pecado não são filhos de Deus. Jesus em João 8.42 diz, “se estes que são filhos do Diabo, fossem filhos de Deus eles amariam a Cristo. Uma das provas que podemos ver se alguém é filho de Deus, é ver se esta pessoa vive a cada dia amando a Cristo. Amando não da boca para fora, mas sabendo quem Ele era e é, e o que Ele fez na cruz em favor de muitos. Uma vida de amor por Cristo, é uma vida de submissão, assim como a mulher é submissa ao seu marido.

Como o pecador pode se tornar filho de Deus?
 
Somente pela adoção. A adoção, segundo J.I Packer, é transformar o seu povo em seus filhos.[1] A adoção é o coroamento da justificação (o ato pelo qual Deus, o Juiz do Mundo, nos aceita). Por intermédio da morte de Cristo fomos resgatados para que recebêssemos a adoção de filhos (Gl 4.4,5). O termo adoção, descrito por Paulo em Gálatas 4, mostra claramente que nós não éramos filhos de Deus.

Aqueles que são adotados são os mesmos que são nascidos da vontade de Deus (Nasceram de novo – Regeneração), Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” (João 1.12-13). E assim, somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo (Rm 8.17).

As evidências da nossa filiação
Guiados pelo Espírito - “Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.” (Rm 8.14). 
Ser guiado pelo Espírito de Deus, neste caso, não quer dizer que Deus me levou a aceitar aquele emprego, ou aquele ou aquela namorada. Quando o Espírito nos guia, o caminho pelo qual Ele nos conduz é o caminho da justiça para a santificação. Ele inclina o nosso coração a servir a Deus, a ter fome e sede para obedecer a Cristo.

R.C. Sproul diz:
“Não é uma questão de biologia, mas de obediência. Somos filhos daquele a quem obedecemos e, se obedecemos à concupiscência da carne, se obedecemos às tendências de Satanás, então somos filhos do diabo, não de Abraão ou de Deus. É por isso que Paulo diz que aqueles cujas vidas são dirigidas pelo Espirito de Deus são filhos de Deus, eles seguem e obedecem àquele que os leva ao caminho de Deus.” [2]

Testemunho interno do Espírito
 - “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.” (Rm 8.16)

O meio pelo qual o Espírito testifica que somos filhos de Deus não é de modo místico ou algo sussurrado em nossos ouvidos: “Calma, você é um dos nossos”. O meio pelo qual o Espírito testifica é com, e através, da Palavra de Deus. Se quisermos ser guiados pelo Espírito de Deus, mergulhemos na Palavra dEle. Ela é a lâmpada para nossos pés e a luz do nosso caminho (Sl 119.105).
Fruto do Espírito – “Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão.” (1 Jo 3.10)

Paulo exorta em Gálatas 5.25 de que devemos andar no Espírito, e versos antes mostra que o Espírito produz fruto. Logo, a nossa vida, constantemente, deve ter como amostra de que andamos no Espírito e somos filhos de Deus, o fruto descrito em Gálatas 5.22,23.
Obediência - “Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai celeste, esse é meu irmão, irmã e mãe.” (Mt 12.50)
Aqueles que obedecem a Deus, estes, segundo Jesus Cristo, fazem parte da família de Cristo. Porque no último dia muitos dirão que “profetizaram, expulsaram demônios e que fizeram várias maravilhas”. E Cristo lhes dirá abertamente “nunca vos conheci, apartem-vos de mim, os que praticais a iniqüidade.” (Mt 7.22,23). A vontade de Deus está revelada em Sua própria Palavra, obedeçamos.
Comunhão integral – “o que temos visto e ouvido anunciaram também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo”. (1 Jo 1.3)
Se somos filhos de Deus então somos irmãos de Cristo, o nosso Senhor. Logo, todos quantos foram comprados por Cristo são nossos irmãos. Portanto, temos que desenvolver essa comunhão com Deus e Cristo em nossa união fraterna como igreja, corpo de Cristo. Pois não há sentido de que um membro viva fora do seu corpo, que é Cristo.
São disciplinados por Deus - “porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe”. (Hb 12.6)
Os filhos de Deus, quando pecam, são disciplinados por Deus para que abandonem os seus pecados e se arrependam, para que se tornem participantes de sua santidade (Hb 12.10). Todas as vezes que Deus nos corrige, não nos corrige porque Ele é sádico ou vingativo, mas porque Ele quer que sejamos recuperados. O fato de Deus nos corrigir mostra o quanto Ele nos ama, pois se não nos amasse Ele não corrigiria os nossos pecados, mas nos lançaria no inferno após pecarmos contra Ele.

Que o nosso entendimento da disciplina de Deus seja como a do salmista: “Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos” (Sl 119.71).
E assim podemos entender o que diz a pergunta 33 do Catecismo de Heidelberg:
“Por que é Ele chamado Filho UNIGÊNITO DE DEUS, se nós também somos filhos de Deus?” 
Resposta: “Porque só Cristo é o Filho eterno de Deus, ao passo que nós, por sua causa, e pela graça, somos recebidos como filhos de Deus”. 

2. Deus é Todo Poderoso
Ao invés de tratar do título “Todo Poderoso”, tentarei tratar de um tema muito complicado: o problema do mal.
Sei que é difícil tratar deste tema, mas creio que vale algumas reflexões sobre o assunto.
O famoso dilema se mostra assim:

1. Se Deus é onipotente, ele pode impedir o mal.
2. Se Deus é bom, ele quer impedir o mal.
3. Mas o mal existe.
Conclusão: Ou Deus não é onipotente, ou não é bom.[3]


Como um Deus Todo Poderoso, como mostra a Escritura e testifica o Credo, pode permitir que o mal moral exista? Estas são algumas das posições mais defendidas por alguns sobre este dilema:
Defesa da não realidade do mal
Essa defesa, em sua maioria, parte de religiões orientais (p.e. budismo e ciência cristã). Eles pregam que o mal é uma ilusão. Mas, biblicamente e logicamente, não podemos sustentar esse argumento. Pois, se o mal é uma ilusão, logo, será uma ilusão problemática, que porta dor, sofrimento e morte. Se o mal é uma ilusão, logo, o que diz Isaias sobre a morte de Cristo, o qual sofreria por nossos pecados, é uma ilusão. Sendo assim, não temos nenhuma confiança em Cristo, mas não é isso que a Bíblia mostra.
Defesa da fraqueza divina
Essa posição, atualmente, pode ser vista pelos teólogos do processo ou teísmo aberto. Tais teólogos defendem que Deus não é onipotente, onisciente e/ou soberano. Então, partindo deste ponto de vista, eles entendem que Deus se esforça para bloquear o mal, mas não consegue. Porém, biblicamente, não é esse o testemunho. A Bíblia mostra que Deus é onisciente (Sl 139; Hb 4.11-13; Is 46.10; 1Jo 3.20), onipotente (Sl 115.3; Is 14.24,27; 46.10; 55.11; Lc 18.27); e soberano (Rm 11.33-36; 1Tm 6.15-16). Então, usar tal argumento para resolver o problema é irônico. Como crer que um deus fraco, pode fazer com que resolva este problema?
Defesa do melhor mundo possível
Alguns filósofos têm argumentado que o mal neste mundo é nada menos  que o mundo melhor que Deus poderia criar. Para esta visão o mal seria necessário para atingir certos fins bons. Por exemplo, o fato de haver o sofrimento é para que haja compaixões pelos sofredores. O problema é que Deus é eterno e seus atributos sempre o acompanharam, logo, Deus, mesmo sem o mal, seria compassível. Outro problema é que o texto sagrado nos relata que a criação era boa mesmo sem a presença do mal. Portanto, a presença do mal não tornaria nada perfeito, até porque, no novo Céu e nova Terra não haverá a presença do sofrimento e será um estado eterno de gozo na presença do nosso Senhor.
Defesa do livre arbítrio
A defesa do livre arbítrio é a mais comum que você já ouviu ou ouvirá. Os defensores desta posição dizem que o mal veio pela livre escolha das criaturas racionais, onde que, em nenhum momento a escolha era pré-ordenada por Deus. Em certo sentido, o homem pode fazer suas escolhas. Mas essas escolhas são de acordo com os desejos e circunstâncias de cada um, quer sejam santos ou ímpios. Portanto essa liberdade não é libertária, mas causada por algo que a influenciou, até mesmo sendo determinada por Deus.

Esse é o testemunho da Escritura, ela mostra com frequência Deus determinando nossas livres escolhas e até mesmo más escolhas (cf. Gn 50.20; 2Sm 24.1; Pv 16.9; Lc 24.45; Jo 6.44, 65; At 2.23,47; 11.18; 13.48; 16.14; Rm 8.28 – 9; Ef 1.11; 2.8-10; Fp 1.29).
Defesa da construção de caráter
A quinta defesa trabalha o argumento de que o homem foi criado em um estado de imaturidade moral e que tais sofrimentos fariam com que ele desenvolvesse tal maturidade. É bem verdade que o sofrimento pode ser um modo de aperfeiçoamento, como mostra Hebreus 12. Mas o texto trabalha com pecadores redimidos – uma situação um tanto diferente. Segundo as escrituras mostram, quando Deus criou o ser humano, Ele conclui o sexto dia dizendo que “era MUITO bom”, portanto, não havia imaturidade nisso, mas a imperfeição veio com a queda (Gn 3.17). E, por fim, é bem claro na Escritura que nem todo sofrimento irá construir caráter, a nossa santificação é por intermédio da ação do Espirito Santo juntamente com os meios de graça.

Essas foram algumas respostas a este problema. Mas, será que existe uma resposta que podemos utilizar? Na verdade, eu não conheço uma resposta satisfatória, porém, a partir de minhas leituras, entendo que podemos ver o mal da seguinte forma.

Confissão de Fé de Westminster, diz:
“Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho da sua própria vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece, porém de modo que nem Deus é o autor do pecado, nem violentada é a vontade da criatura, nem é tirada a liberdade ou contingência das causas secundárias, antes estabelecidas”. (III.I)

Ou seja, mesmo que Deus tenha ordenado tudo quanto existe, Deus não é o autor do mal e é isso que diz a Escritura, quando diz o profeta que “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal” (Hc 1.13). E assim podemos formar um silogismo cristão:
• Premissa 1: Deus é todo-bom (onibenevolente)
• Premissa 2: Deus é todo-poderoso (onipotente)
• Premissa 3: Sofrimento e mal existem

Conclusão: Deus deve ter tido boas razões para permitir o mal e o sofrimento. Pois, é visto pelo testemunho escriturístico que Deus usa o mal e o sofrimento para alcançar um bem maior, mesmo que não saibamos qual é a razão. E assim a denominamos de a Defesa do Bem Maior.

O texto paulino diz que “tudo coopera para o bem de quem ama a Deus” (Rm 8.28). Então, alegar que a presença do mal no mundo é boa,  pode ser válido. Porque até mesmo algumas vezes, temos que passar por algum mal, sermos afligidos com dor por um bom propósito: cirurgia para uma cura, punições em crianças para discipliná-las. Portanto, talvez Deus tenha um bom propósito em permitir o mal.
A defesa do bem maior parte da nossa base sólida de argumentação, as Escrituras. E as Escrituras nos mostram que Deus usa o mal de forma positiva, como nos mostra John Frame:
Para provar os seus servos (Jó; 1Pe 1.7; Tg 1.13), para discipliná-los (Hb 12.7-11), para preservar a vida deles (Gn 50.20), para ensinar paciência e perseverança (Tg 1.3-4), para redirecionar a sua atenção para o que é mais importante (Sl 37), para capacitá-los a consolar e fortalecer outras pessoas (2Co 1.3-7), para habilitá-los a dar vigoroso testemunho da verdade (At 7), para dar-lhes maior alegria quando o sofrimento é substituído pela glória (1Pe 4.13), para julgar os ímpios tanto no decorrer da história (Dt 28.15-68), como na vida por vir (Mt 27.41-46), para recompensar os crentes perseguidos (Mt 5.10-12) e para manifestar a obra de Deus (Jo 9.3; cf. Êx 9.16; Rm 9.17). [4]

As Escrituras lidam com o problema do mal de forma teocêntrica, porque todas as vezes que a objeção do mal no mundo é levantada, é devido a questão que a humanidade supostamente ser boa. O propósito primário e último da nossa existência é “glorificar a Deus e gozá-lo para sempre”. Claro que a Bíblia não proíbe a felicidade humana, mas esta felicidade deve ser para a glória de Deus.
E, por que é teocêntrica? Porque o único inocente que existiu e existe foi tratado como pecador, mesmo sem cometer nenhum pecado, e o mesmo morreu no lugar dos filhos de Deus. Em Cristo, a ira de Deus, por causa da maldade humana é derramada na cruz.
Deus rege este mundo em seus padrões e temos que definir o que seria o nosso conceito de bondade. Nisso, cremos que Deus é o absoluto moral, e se o incrédulo trata o problema do mal, nós tratamos do problema do bem. Primeiro como um incrédulo, que não crê em Deus, sabe o que é o bem e o mal? Se não há absolutos, ele não saberá o que é realmente bem e mal. E esse é o problema que o incrédulo pode enfrentar, pois mesmo com o mal existente há pessoas que desenvolvem habilidades e dons maravilhosos, os quais foram concedidos por Deus, o que chamamos de graça comum. “O Senhor é bom para todos, e as suas misericórdias são sobre todas as suas obras” e “Abres a mão e satisfazes de benevolência a todo vivente” (Sl 145.9,16). Ou seja, como pode haver pessoas com dons, talentos e aptidões em um mundo mal?
Então, a minha conclusão sobre a defesa do bem maior é que, certamente, o bem que Deus dá e tem a revelar no último dia é bem maior e maravilhoso do que os males que temos visto, porque “a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação” (2Co 4.7). De modo maravilhoso na vida de José, Deus agiu providencialmente para extrair o bem do mal, quando isso parecia uma impossibilidade total, nós não poderíamos confiar que Deus extrairá bem dos restantes de males que vivenciamos?
3. Deus é criador dos céus e da terra
A minha explicação aqui não é sobre como surgiu o mundo, criacionismo ou evolucionismo. Mas para que Deus criou este mundo, e tal descrição será pelo viés bíblico, partindo do Senhor como um Senhor pactual.
A Escritura revela que todas as coisas foram criadas em Cristo e para Cristo. Deus estabeleceu formas de como a humanidade deveria se portar diante do seu Criador.

No livro de Gênesis temos o que chamamos de mandatos pactuais, assim como a criação nos mostra que devemos adorar a Deus somente, Deus nos criou para um relacionamento pactual cúltico com Ele (Mandato Espiritual), um relacionamento entre a família que glorifique a Deus (Mandato Social) e que a nossa cultura, arte e trabalho sejam para a glória de Deus (Mandato Cultural).

Mandato Espiritual - Deus criou Adão e Eva como nossos primeiros pais, à sua imagem e semelhança. Este mandato envolve um relacionamento com o Deus que nos fez a Sua imagem (Gn 1.26). Uma paz entre Ele e suas criaturas, o qual, também, estabeleceu um dia de descanso de nossas obras para dedicarmos inteiramente a Ele em santidade.

Mandato Social – Deus ordena aos nossos primeiros pais que eles deveriam ser fecundos, que o homem deve ser a cabeça e que a mulher seria a auxiliadora.[5] Este mandato que envolve um relacionamento não só com Deus, envolve também a família que por Deus fora criada - a liderança dos pais em saber guiar as suas famílias, segundo a ordem de Deus.

Mandato Cultural – A palavra “cultura” tem a mesma raiz de “cultivar”, a qual aparece em Gn 2.15 na ordem dada por Deus à Adão que ele deveria “cultivar a terra”. Este mandato tem como sentido tirar da terra o seu cultivo, não só na forma de trabalho braçal, mas nas artes, ciência, música e etc.. Ou seja, tudo aquilo que envolve cultura.
Mas, com a queda de nossos primeiros pais, este relacionamento é quebrado, fazendo com que todos estes mandatos fossem danificados. O homem já não consegue adorar a Deus realmente, porque passou a ser idólatra, criando para si deuses, vivendo em guerra com sua família, fazendo que pais matem os filhos e os filhos matem os pais, e seu trabalho juntamente com sua cultura, foi danificado e penoso, a terra foi amaldiçoada por causa dele.
Assim como em Cristo e para Cristo o mundo é criado, o é também na nova criação, o qual eu chamo de parte um. Paulo usa o exemplo da criação em Gn 1.3 para falar da luz que Deus fez aparecer em nossos corações enegrecidos pelo pecado: “Porque Deus, disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo” (2 Co 4.6). Assim, podemos ver que a nossa salvação é parte do ato criativo de Deus, pois somos chamados de “nova criatura” (2 Co 5.17). E, da mesma forma que Deus criou o homem (humanidade) à sua imagem, recria os crentes à imagem de Cristo (Rm 8.29). Assim como por sua Palavra Ele criou e sustenta todas as coisas (Sl 33.6,9), também, por sua Palavra, doa-nos a fé para cremos em Cristo (Rm 10.17; Ef 1.13).

A nossa transformação pela graça de Deus é apenas o começo dos novos céus e nova terra (parte dois e última) (Is 65.17-18; 66.22; 2Pe 3.10-13; Ap 21.1-4) nos quais habita a justiça de Deus. Os crentes são o princípio da obra redentora de Deus (Cl 1.20) que resultará na consumação final, porque a presente criação como demonstrou acima, foi amaldiçoada pela queda do homem (Gn 3.16-19),
Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Rm 8.19-21).

Crer que Deus é o criador dos céus e da terra é crer que o mesmo Deus nos fez novas criaturas, por intermédio de Seu Filho, para que vivamos nos Novos Céus e Nova Terra. Pois, de forma pactual, Cristo derrama seu sangue, o sangue da nova aliança, para fazer de dois um só povo.

Conclusão

O Credo dos Apóstolos é um documento muito importante para a instrução da fé cristã e um documento que permanece atualizado, do qual podemos tirar várias lições. Ele começa de forma maravilhosa, mostrando e exaltando a Deus, nos dando o exemplo de como deve ser a nossa vida – crendo que Deus é Soberano sobre tudo e todos; um Deus amoroso que criou todas as coisas para o louvor de Sua glória. Mundo este o qual Deus tem total controle e, misericordiosamente, age graciosamente com todos os seres humanos, mesmo que alguns não façam parte de Seu rebanho, Deus é misericordioso.

Coloquemos a nossa confiança neste Deus e Pai Todo Poderoso que criou os céus e a terra.

Notas:
[1] PACKER, J.I., Teologia Concisa. 2.ed. – São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p. 147.
[2] SPROUL, R.C., Estudos expositivos em Romanos – São Paulo: Cultura Cristã, 2011, p.243
[3] FRAME, John. A doutrina de Deus. – São Paulo: Cultura Cristã, 2013, p.136
[4] Ibid., 143
[5] Algumas cristãs feministas criticam o termo auxiliadora, alegando que tal título menospreza a mulher. Mas o que elas não sabem que o titulo “auxiliadora” é aplicado à mulher e depois a Deus (cf. Sl 33.22; 38.33). Ou seja, quando a mulher cumpre o seu papel de auxiliadora ela cumpre um papel que se refere à imagem de Deus. 



Fonte: Bereianos

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