“Recebidos na pátria celeste e vivendo junto do
Senhor (cfr. 2 Cor. 5,8), não cessam de interceder, por Ele, com Ele e n’Ele, a
nosso favor diante do Pai, apresentando os méritos que na terra alcançaram,
graças ao mediador único entre Deus e os homens, Jesus Cristo (cfr. 1 Tim.,
2,5), servindo ao Senhor em todas as coisas e completando o que falta aos
sofrimentos de Cristo, em favor do Seu corpo que é a Igreja (cfr. Col. 1,24).”
Concílio
Vaticano II, Lumen Gentium, parágrafo 49
O texto citado (Cl 1:24) está
totalmente fora do contexto. Completar o que resta das aflições de Cristo
não tem nada a ver com o que os Padres do Vaticano II sugerem acima. Basta ler
o versículo para se certificar disto.
A questão é: Por que não existia um “São Noé”, “São
Moisés”, “São Enoque”? Por que Paulo, João, ou mesmo Pedro não pediam
intercessão de “São Elias”? Não estavam todos eles (Noé, Moisés e Elias) mais
perto de Deus?
Um caso ainda mais interessante é o de Abraão. Os
Judeus tinham tanta reverência com Abraão que lhe chamavam de pai (Jo 8:53; At
7:2; Rm 4:12; Tg 2:2). Por que não “rezavam” a Abraão? Será que Abraão não
poderia ajudá-los? Certamente não poderia, visto que Abraão sequer conhece os
que viveram depois dele (veja Is 63:16).
A Bíblia nos ensina a orar a Deus e somente a Ele
(Mt 6:9-13; At 1:24-25 , 7.59-60, 4,24-30; 2 Co 12.8; Ap 22.20; Jo 15.16;
14.14; e etc). Deus exige devoção singular: “Então me invocareis, e ireis e
orareis a mim, e eu vos ouvirei.” (Jr 29:12); poderia Deus ter sido
mais claro?
A pergunta que fica é a seguinte: A Bíblia não fala
de santos intercessores no céu, então de onde o Clero Católico retirou esta
doutrina? Sabemos, baseados na Palavra viva de Deus (Hb 4:12), que esta
doutrina não procede das Sagradas Escrituras inspiradas e portanto deve ser
rejeitada.
Conclusão
Esta é uma das doutrinas mais conhecidas do
Catolicismo, pois o número de Santos canonizados pela Igreja Católica sobe a
cada ano. No ano de 375 d.C. os santos começam a serem cultuados. Mais tarde,
em 609 d.C. a “invocação dos Santos e dos anjos” passa a ser doutrina da
igreja. Já no ano de 884 d.C. o Papa Adriano III aconselha a canonização dos
santos. A doutrina da Comunhão dos Santos foi se formando ao longo dos séculos
e claramente não vinha dos ensinamentos apostólicos, pois se fosse desta
maneira, não necessitaria de ser “ajustada” ao longo dos anos.
Sobre a Comunhão dos Santos, a Igreja Católica
afirma que:
- Os Santos no céu são parte do corpo de Cristo
e nos ajudam
- Os Santos no céu podem interceder por nós
A doutrina Católica vai muito além do que vimos
aqui. Esta oração aos Santos, clamando por sua intercessão, é uma prática
muitíssimo semelhante à comunicação com os mortos – chamada necromancia –
proibida por Deus (Dt 18:11). Temos todos os motivos para orar somente a Deus
(Fp 4:6), e sabemos que ele nos ouve (2Cr 7:14; Jr 29:12) e responde nossas
orações (Mt 7:8; Jo 15:16, 16:23-26; Tg 5:16). Para que precisamos inventar
santos para interceder por nós? Jesus intercede por nós (Hb 7:25), o Espírito
Santo intercede por nós (Rm 8:26), e a igreja (corpo de Cristo) intercede por
nós (Rm 15:30). Para que precisaríamos inventar mais intercessores?
Sabemos que “É com ciúme que por nós anseia o
Espírito,” (Tg 4:5), isto por que as doutrinas obscuras do Catolicismo têm
traído ao Espírito Santo, trocando-o por santos. Nossas orações são devidas
somente a Deus e ele vela por este princípio. Deus abomina a oração direcionada
a ídolos (Is 44:17), como diz Paulo: “trocaram a verdade de Deus pela
mentira, e adoraram e serviram à criatura antes que ao Criador,” (Rm 1:25).
A doutrina do catolicismo da Comunhão dos Santos não é Bíblica e não tem bases
nas sagradas Escrituras. Devemos então dar crédito a tal ensinamento? Será que
tal doutrina procede de Deus?
Perguntas para meditação:
1. Como os mortos continuam a fazer parte do corpo de Cristo, uma vez que o
corpo de Cristo são os Cristãos que estão sobre a terra agindo em favor do
Evangelho?
2. Onde a Bíblia ensina que os que morrem no Senhor podem interceder por
nós?
3. Se a Bíblia diz que eles não têm mais parte no que se faz debaixo do
sol, como podemos dizer que os mortos podem nos ajudar?
4. Se os mortos podem interceder pelos vivos, porque Paulo nunca pediu a
intercessão de Estêvão? Ou de João Batista? Ou de Tiago? Eles já não haviam
morrido (At 7:60; Mt 14:10-11; At 12:2) e estavam mais perto de Deus?
5. Não estaria o Catolicismo usando de argumentos muito mais duvidosos do
que verdadeiros quando afirmam que os que estão mortos podem interceder pelos
vivos?
6. Na Bíblia não se registra nenhuma oração feita a algum “santo”. Por que
então a Igreja Católica afirma que isso é Bíblico?
7. A única base “Bíblica” de que se serve a Igreja Católica para provar a
intercessão dos santos é proveniente de um livro cuja inspiração é altamente
duvidosa. Pode-se, portanto, crer nisto?
8. Merece crédito o dogma da Comunhão dos Santos?
Extraído do livro “O Catolicismo e a Bíblia”
de Rafael Nogueira
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