Dentro da unidade do
único Deus existem três pessoas distintas:
o Pai,
o Filho e o Espírito Santo; e estes três compartilham da mesma natureza
e
atributos; então, com efeito, estes três são o único Deus.
Há muitos cristãos
evangélicos que consideram o movimento Pentecostal Unicista (também conhecido
como “Só Jesus”) como um movimento cristão evangélico. A realidade é que este
movimento está muito longe de ser considerado como cristão; está mais para uma
seita. Uma das definições teológicas de seita é: Qualquer grupo que se desvia
das doutrinas fundamentais do cristianismo, como a Trindade, a divindade de
Jesus Cristo e a salvação pela graça, através somente da fé em Jesus Cristo.
Os mais conhecidos
grupos que compõem o movimento Pentecostal Unicista são:
• Igreja Apostólica da
Fé em Cristo Jesus
• Igreja Pentecostal
Unida
• Igreja Pentecostal da
Fé Apostólica
• Outros grupos independentes
que também crêem na unicidade de Deus (como por exemplo, a Igreja Voz da
Verdade, Igreja Pentecostal Unida do Brasil, Tabernáculo da Fé, Igreja de Deus
do Sétimo Dia)
Os Pentecostais
Unicistas negam uma doutrina fundamental do cristianismo: a doutrina da
Trindade.
Este artigo foi escrito
exclusivamente para alertar ao corpo de Cristo acerca deste movimento sectário
e demonstrar à luz das Escrituras como os Unicistas estão equivocados sobre a
verdadeira natureza de Deus. Seguimos a orientação de Judas 3, que nos exorta a
lutar ardentemente pela fé que uma vez por todas foi dada aos santos.
O ARGUMENTO UNICISTA
A doutrina Unicista está
baseada no entendimento de duas verdades bíblicas. Estas bases bíblicas são
usadas como fundamentos para sua visão de Deus e Jesus Cristo. A primeira
verdade bíblica é que há somente um Deus e que Jesus é Deus. Destas duas verdades,
os Unicistas deduzem que Jesus Cristo é Deus no sentido de ser a única pessoa
da Divindade – Jesus tem que ser o Pai, o Filho e o Espírito Santo, rechaçando
a doutrina da Trindade.
O ARGUMENTO TRINITÁRIO
A Igreja, através dos
séculos, sempre ensinou que dentro da unidade da essência do único Deus existem
três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; e estes três
compartilham da mesma natureza e atributos; então, com efeito, estes três são o
único Deus.
A teologia unicista ensina
que Jesus Cristo é o Pai encarnado, e que o Espírito Santo também é Jesus
Cristo. Estes ensinamentos são o pilar da teologia unicista. Vejamos se esta
noção está em harmonia com as Escrituras.
É
JESUS O PAI?
Versículos que os
Unicistas usam para provar que Jesus é o Pai:
Isaías 9:6 — o “Pai
Eterno”
Este versículo não
ensina que Jesus é o Pai. O título “Pai eterno” refere-se ao fato de que Jesus
é o Pai da eternidade; em outras palavras, Jesus sempre existiu (João 1:1); Ele
não foi criado, não teve princípio (João 17:5).
O termo “Pai” não era o título
que se costumava usar para dirigir-se a Deus no Antigo Testamento. Assim, este
versículo não ensina que Jesus é o “Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo”
(1ª Pedro 1:3); em outras palavras, Jesus não é seu próprio Pai.
João 10:30 — “Eu e o Pai
somos um”
Se Jesus houvesse
querido dizer que ele é o Pai, haveria dito: “Eu e o Pai sou um” ou “Eu sou o
Pai”, que seria a expressão gramatical correta. Jesus não pode ser acusado de
ter sido um mal comunicador.
“Somos” (gr. esmen), a
primeira pessoa do plural. Jesus e o Pai são um em natureza e em essência,
porque Jesus é Deus, como o Pai, mas não é o Pai.
João 14:8, 9 — “Disse
Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Jesus respondeu: “Você não
me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto
tempo? Quem me vê, vê ao Pai. Como você pode dizer: ‘Mostra-nos o Pai’?”
Jesus não disse a Filipe
que era o Pai.
Jesus veio como
representante do Pai; veio demonstrar-nos o caminho ao Pai (v. 6). Em João
5:43, Jesus disse: “Eu vim em nome de meu Pai [na autoridade do Pai, com as
credenciais do Pai], e vós não me recebeis; se outro viesse em seu próprio nome
[em sua própria autoridade, com suas próprias credenciais; como o anticristo],
a esse receberíeis”.
Quantas vezes temos
orado: “Pai, ajuda-me para que as pessoas te vejam em mim”. Acaso isso quer
dizer que quando as pessoas virem você, estarão vendo literalmente ao Pai?
Certamente que não, nem tampouco você estaria realmente pensando nisso, mas
sim, estaria pedindo que Deus o ajude a representá-lo corretamente diante das
pessoas para que possam ver a Deus através de sua vida. Por isso Jesus disse a
Filipe: “O que me viu, viu ao Pai”, porque ver a Jesus, quem representou ao Pai
foi como se estivesse vendo ao Pai. Mas Jesus não estava dizendo que ele era o
Pai.
QUE
DIZ A BÍBLIA ACERCA DE JESUS E O PAI?
Jesus é referido como
“Filho” mais de 200 vezes no Novo Testamento e nunca é chamado de “Pai”.
Jesus referiu-se ao Pai
mais de 200 vezes como alguém distinto dele.
Em mais de 50 versículos
podemos observar o Pai e a Jesus, o Filho, lado a lado.
No Novo Testamento
repetidamente encontramos expressões como estas:
Romanos 15:5–6 — “O Deus
que concede perseverança e ânimo lhes dê um espírito de unidade, segundo Cristo
Jesus, para que com um só coração e uma só boca vocês glorifiquem ao Deus e Pai
de nosso Senhor Jesus Cristo”.
2ª Coríntios 1:3 —
“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai das misericórdias
e Deus de toda consolação...”
Filipenses 2:10–11 —
“...Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo
da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de
Deus Pai”.
1ª João 1:3b — “Nossa
comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo”.
1ª João 2:1 — “Meus
filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Se, porém,
alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo”.
2ª João 3 — Graça,
misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, o Filho do Pai,
estarão conosco em verdade e amor”.
No Evangelho de João,
Jesus se diz ter sido enviado pelo Pai, mas nunca se referiu a si mesmo como o
Pai que enviou ao Filho.
O Pai enviou a alguém
separado dele, chamado Filho.
1ª João 4:9–10,14 — “Foi
assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao
mundo, para que pudéssemos viver por meio dele. Nisto consiste o amor: não em
que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho
como propiciação por nossos pecados. (...) E vimos e testemunhamos que o Pai
enviou seu Filho para ser o Salvador do mundo”.
É
JESUS O ESPÍRITO SANTO?
Versículos que os
Unicistas usam para provar que Jesus é o Espírito Santo:
2ª Coríntios 3:17 —
“Ora, o Senhor é o Espírito e, onde está o Espírito do Senhor, ali há
liberdade”.
O texto não diz que
“Jesus é o Espírito”. Se a passagem dissesse isto, talvez os Unicistas tivessem
um ponto forte, mas como não diz isto, eles assumem que a palavra “Senhor” se
refere a Jesus Cristo.
O “Espírito” aqui é
chamado de Senhor no sentido de identificá-lo com Iavé (Jeová) ou Deus, e não
com Jesus, já que o versículo 16 diz: “Mas quando alguém se converte ao Senhor,
o véu é retirado”. Trata-se de uma referência a Êxodo 34:34: “Porém, vindo Moisés
perante o Senhor [Iavé] para falar-lhe, removia o véu até sair; e, saindo,
dizia aos filhos de Israel tudo o que lhe tinha sido ordenado”.
O contexto sempre é que
determina a quem se está referindo quando a palavra “Senhor” é usada. No versículo
17 a palavra “Senhor” está referindo-se a Iavé e não a Jesus, já que o
versículo 16 e todo o contexto assim demonstra.
Se os Unicistas
estivessem sempre corretos ao interpretar “Senhor” como “Jesus”, como ficaria
Filipenses 2:11? O texto diz: “E toda língua confesse que Jesus Cristo é o
Senhor, para a glória de Deus Pai”. Seguindo a linha de raciocínio dos
Unicistas, teríamos de concluir erroneamente que: “E toda língua confesse que
Jesus Cristo é o Jesus...”. Isto não é o que este versículo está dizendo, mas o
que está ensinando é que: “E toda língua confesse que Jesus Cristo é Deus.
Porém, não Deus, o Pai, porque no mesmo versículo diz que isso será feito ”para
a glória de Deus Pai”.
Romanos 8:9 —
“Entretanto, vocês não estão sob o domínio da carne, mas do Espírito, se de
fato o Espírito de Deus habita em vocês. E, se alguém não tem o Espírito de
Cristo, não pertence a Cristo”.
Este versículo não
mostra que Jesus é o Espírito Santo. A única coisa que está dizendo é que se alguém
não tem o Espírito que produz fé em Cristo e demonstra o caráter de Cristo, ou
seja, “o Espírito de Cristo”, ele não é parte do corpo daquele que morreu por
nossos pecados. Ele é todavia controlado pela “natureza pecaminosa”.
O versículo 11 faz
distinção bem clara entre o Pai que levantou a Jesus dos mortos, o Espírito
pelo qual Jesus foi levantado e Jesus, quem foi levantado. Não se pode ignorar
a distinção de pessoas apresentada neste versículo.
QUE
DIZ A BÍBLIA SOBRE JESUS E O ESPÍRITO SANTO?
Mateus 12:31–32 — O
texto fala da blasfêmia contra o Espírito Santo. A conclusão lógica que é
extraída deste texto é que se a blasfêmia contra o Espírito Santo não vai ser
perdoada, mas a blasfêmia contra o Filho vai ser perdoada, então o Filho não é
o Espírito Santo.
João 14:16 — O Espírito
Santo é o “outro Consolador”.
João 15:26 — Jesus
enviou o Espírito Santo.
João 16:13 — O Espírito
Santo demonstra humildade e busca glorificar a Jesus.
Depois de termos visto
que Jesus não é o Pai nem tampouco o Espírito Santo, podemos nos dar conta de
que os Unicistas têm um conceito equivocado da verdadeira natureza de Deus.
Se Jesus não é o Pai,
mas é Deus, e o Pai não é Jesus e é Deus, e o Espírito Santo não é Jesus e é
Deus e a Bíblia diz que somente há um Deus, então isto significa que dentro da
unidade do único Deus existem três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o
Espírito Santo; e estas três compartilham a mesma natureza e atributos; então,
com efeito, estas três pessoas são o único Deus.
Uma coisa é dizer “Eu não entendo a doutrina da
Trindade” e outra coisa é dizer que “a doutrina da Trindade é falsa”, “pagã”,
“diabólica”, “antibíblica”. A Bíblia faz uma advertência muito forte para esta
classe de pessoas quando nos diz: “...Este é o anticristo: aquele que nega o
Pai e o Filho. Todo o que nega o Filho também não tem o Pai; quem confessa
publicamente o Filho tem também o Pai” (1ª João 2:22b–23).
FONTE: http://www.agirbrasil.org
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