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sábado, 19 de março de 2011

Refutações sobre a guarda do sábado V


Refutação do cap. 31 do livro "Subtilezas do Erro" de Arnaldo Christianini
Por: Emerson de Oliveira
O texto de Arnaldo Christianini (A. B. Christianini, Subtilezas do Erro, 2.ª ed., 1981, pág. 201) está em preto e minhas respostas em azul.
Um opositor aos mandamentos de Deus afirma: "O primeiro dia da semana ou domingo tomou tanta importância, pelas coisas que se deram nele, especialmente pela ressurreição de Jesus, que se tornou comum entre os apóstolos e os cristãos primitivos chamá-lo 'dia do Senhor'. A linguagem de João 'Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor' (Apocalipse 1:10) revela o fato que qualquer pessoa no seu tempo, que lesse esse seu escrito saberia a que dia se referia, isto é, qual o dia que pertencia ao Senhor Jesus."

Há nesse trecho nada menos que três afirmações destituídas de qualquer fundamento:

a) "... o domingo tomou tanta importância..."

Não tomou importância nenhuma. Tanto assim que os evangelistas sinóticos, escrevendo seus evangelhos sempre depois do ano 60, mais de 30 anos após a ressurreição, referem-se ao dia meramente como "o primeiro dia da semana", sem nenhum título da santidade, sem nenhum caráter especial. Nos escritos apostólicos não se vê esta "tanta importância" que o opositor pretende. E o mesmo João, escrevendo seu evangelho, perto do ano 100 de nossa era, também refere ao dia como sendo "o primeiro dia da semana". Quer dizer que no fim do primeiro século, o dia não tinha a "tanta importância" que lhe atribuem.

É verdade que o livro de Apocalipse foi escrito antes do Evangelho de João. Aqui neste texto, como em outros, a resposta será dada mais no grego original de onde foi escrito. Ratificando, muitos usam de má exegese ao interpretar a Bíblia, quando o fazem ao pé-da-letra ou a entendendo somente no português. Isso é ledo engano. O NT não foi escrito em português mas em grego. Não se pode entender o NT, corretamente, se não se souber o grego em muitas passagens. Daí o erro de só se ler a Bíblia ao pé-da-letra e vamos provar, por este estudo, que esta é a falácia onde Christianini cai.
Para começarmos, vamos ver o que diz uma autoridade no grego, A. T. Robertson:
No Dia do Senhor (en te kuriake hemera). Deissmann provou (Estudos Bíblicos, pág. 217s.; Ligh, etc., pág. 357ss.) de inscrições e papiros, que a palavra kuriakov era comumente usada para a sentido de "imperial", como finanças imperiais e tesouro imperial, e de papiros e ostracas que hemera sebasto (Dia de Augusto) era o primeiro dia de cada mês, o Dia do Imperador, no qual eram feitos pagamentos em dinheiro (cf. ICo. 16.1). Era fácil, então, para os cristãos tomarem este termo, já em uso, e aplicá-lo para o primeiro dia da semana em honra da ressurreição do Senhor Jesus Cristo naquele dia (Didaquê 14, Inácio Mag. 9). No N.T. a palavra ocorre só aqui e 1Co 11.20 (kuriakon deipnon) na Ceia do Senhor. Não tem nenhuma referência a kuriou hemera (o dia do Juízo, IIPd. 3.10). (1)
De início sabemos, pela gramática grega, que este então não pode ser o Dia do Juízo. Robertson nos demonstra que não é o caso. Da mesma forma demonstra que o termo era comumente usado para denotar um dia específico, assim como o "dia do Imperador". Era uma prática comum na Ásia Menor e não deveria ter passado despercebido a João.
Vamos ver o testemunho de alguns léxicos e enciclopédias:
  • Webster: "Domingo, o primeiro dia da semana,; o sábado cristão; o Dia do Senhor."
  • Dicionário Bíblico Smith: "O Dia do Senhor. O primeiro dia da semana, ou domingo, de toda época da igreja."
  • Enciclopédia Schaff-Herzog: "O Dia do Senhor, a mais antiga e melhor designação do sábado cristão, usada pela primeira vez por S. João em Ap. 1.10."
  • Dicionário Teológico Buck, artigo sobre o sábado: "Este (o primeiro dia da semana) é chamado de Dia do Senhor. Ap. 1.10."
  • Nova Enciclopédia Universal de Johnson: "o Dia do Senhor, um nome do primeiro dia da semana, derivado de Ap. 1.10 "
Ass palavra gregas traduzidas como "Dia do Senhor" [Ap. 1.10] e Kuriake hemera. Kuriake, o adjetivo, vem do substantivo grego kurious, e é definido assim:
  • Kurikos - De, pertencente, relativo a um senhor ou mestre e especialmente pertencente ao Senhor (Cristo); conseqüentemente kuriake hemera, o "Dia do Senhor". Liddell & Scott.
  • "Este é o nome habitual para o domingo pelos Pais gregos". Parkhurst.
  • Kuriakos - Pertencente ao Senhor Jesus Cristo; o Senhor [1 Cor. 11.20; Ap. 1.10]. Léxico Analítico grego de Bagster.
Poderíamos passar por todos os léxicos e encontrarmos as mesmas definições em todos. Nenhum se refere com este termo para Deus Pai, mas sem exceção todos se referem para o Senhor Jesus. Deve haver alguma boa razão para este acordo universal.
D. M. Canright escreve:
Quem não pode ver que o "Dia do Senhor" e o "primeiro dia da semana" são mencionados da mesma maneira desde os apóstolos e os Pais e os reformadores até hoje? A toda pessoa imparcial a evidência deve ser conclusiva que o Dia do Senhor de Ap. 1.10, escrito em 96, é o mesmo dia da ressurreição como mencionado por todos os Pais da Igreja depois de João. Marque este fato: EM NENHUM ÚNICA OCORRÊNCIA, NA BÍBLIA OU EM TODA a HISTÓRIA pode ser achada uma passagem onde o termo DIA DO SENHOR é APLICADO ao sétimo dia, o SÁBADO JUDEU. Este fato deveria ser decisivo sobre o significado em Ap. 1.10. Os próprios sabatistas não chamam o sétimo dia de Dia do Senhor, mas sempre de "dia de Sábado". (2)
O domingo, para começar, não é um "sábado cristão" no sentido legalista de ser obrigatório se guardar para comemorar um pacto. É sim, para se comemorar um pacto, a Nova Aliança, mas em um contexto diferente do sábado da Torá (agora alguém deve estar perguntando: mas ONDE está essa ordem de mudança do sábado para o domingo?)
Isto não foi repentinamente. Em poucas linhas, podemos dizer que o primeiro dia da semana seguramente foi o dia em que Cristo ressuscitou (Mc.16.9) e que Paulo já afirmara que as obrigações legalistas da Torá haviam expirado (Cl.2.16). O sábado se encontra na Torá e em nenhum momento o vemos como algo separado do resto. Sim, não significa que pelas obrigações legalistas da Torá terem expirado em Cristo podemos desobedecer os princípios morais da Lei de Deus (que não são só os Dez Mandamentos), pois leis morais não tem início e o sábado teve início, no Sinai.
Se alguém insiste em alegar que em Gênesis se ensina a guarda do sábado, resta demonstrar ONDE em Gênesis fala disso, sendo que em seus 50 capítulos nada menciona de uma guarda rotineira do sábado. Nada. Isto só vemos mais tarde, com os judeus sendo pedidos a guardarem-no no Sinai, por causa da escravidão, e não por outra coisa (Dt. 5.2,3; Ex. 31.16,17).
Se Israel já estivesse guardando o sábado, este não poderia ter servido de lembrete da sua libertação do Egito por Deus, conforme mostra Deuteronômio 5:15. Saírem alguns israelitas para apanhar maná no sétimo dia, apesar da instrução direta ao contrário, indica que a observância do sábado era algo novo. (Ex. 16.11-30) Que havia incerteza de como tratar o primeiro caso registrado de um violador do sábado, depois de se ter dado a Lei no Sinai, também mostra que o sábado só fora instituído pouco antes. (Num. 15.32-36) Enquanto no Egito, os israelitas, como escravos, não podiam guardar o sábado, mesmo que tivessem estado sob tal lei naquele tempo. Faraó queixou-se que Moisés interferia mesmo já quando pediu um período de três dias para oferecer sacrifícios a Deus. Quanto mais se os israelitas tivessem tentado descansar num dia em cada sete. (Êx 5:1-5) Embora seja verdade que os patriarcas parecem ter medido o tempo em semanas de sete dias, não há nenhuma evidência de que diferenciassem o sétimo dia. O número sete tinha destaque, porém, por muitas vezes denotar inteireza. (Gn. 4.15, 23, 24; 21.28-32) A palavra hebraica para “jurar” (shavá‛) evidentemente deriva da mesma raiz que a palavra que significa “sete”.

E isto nos vai ser confirmado pelo pastor Albert C. Pittman: "Primitivamente reuniam-se [os cristãos] no domingo de manhã, porque o domingo não era um dia feriado, mas sim um dia de trabalho normal como os demais... Partilhavam de uma merenda religiosa e em seguida retornavam ao seu trabalho, para os labores da semana." – The Watchman Examiner, 25 de outubro de 1956.

Só para lembrar ao senhor Christianini a função do domingo (daí sua origem em latim 'dies Dominica') é ser uma comemoração do Dia da Ressurreição. Se o senhor Christianini quer negar isto é outra coisa e vai de encontro à Bíblia e a História. Mas isto não anula o fato de que o primeiro dia da semana, gradualmente, foi sendo visto pela Igreja, que é a "coluna e sustentáculo da verdade" (ITm.3.15) como o dia a ser observado ao invés do sábado judaico.
O domingo não tem a função legalista de "parar de trabalhar". Sim, isto é recomendável, visto que é um dia de dedicação especial a Deus. Mas desde o NT ele já é visto de forma diferente (veja no grego At.20.7 e ICo.16.2).

b) "... se tornou comum entre os apóstolos... chamá-lo 'dia do Senhor'."

Aí está outra ficção. Quais apóstolos? Onde? Quando? Como se prova que tornou comum entre os apóstolos designar o domingo como o "dia do Senhor"? Apontem-se seus escritos, por favor! Queremos provas!

Podemos começar com: 1) Jesus ressuscitou dentre os mortos no primeiro dia da semana (Jo 20.1). Como a Igreja é "o Corpo Vivo de Cristo", isto é, a presença visível de Cristo aqui neste mundo, reunir-se no Domingo foi resultado da clara direção do Espírito Santo. Além do mais, era no Domingo que a Igreja celebrava a Ceia do Senhor - "o partir do pão". Era bem mais significativo celebrá-la neste dia, do que naquele em que Cristo esteve no túmulo. -
2) Jesus apareceu a dez de seus discípulos naquele primeiro dia da semana (Jo 20.19). - 3) Jesus esperou uma semana, e no outro primeiro dia da semana apareceu aos onze discípulos (Jo 20.26). - 4) A promessa da vinda do Espírito Santo cumpriu-se no primeiro dia da semana - no dia de Pentecostes, que pela lei caía no primeiro dia da semana (Levítico 23.16). - 5) No primeiro dia da semana foi pregado pelo apóstolo Pedro o primeiro sermão sobre a morte e ressurreição de Jesus (Atos 2.14). - 6) Nesse primeiro dia da semana os três mil conversos foram unidos à igreja pelo batismo (Atos 2.41). Aqui o batismo cristão em nome do Pai, Filho e Espírito Santo, foi administrado pela primeira vez (Atos 2.41). - 8) Em Trôade, Paulo pregou aos cristãos reunidos no primeiro dia da semana (Atos 20.6-7) Já por esse tempo, os cristãos se reuniam no primeiro dia da semana, e dedicavam o sétimo dia para a evangelização dos judeus. - 9) Paulo instruiu os cristãos em Corinto a fazer contribuições no primeiro dia da semana (1 Co 16.2). - 10) No primeiro dia da semana Cristo veio ao apóstolo João na Ilha de Patmos (Ap 1.10).

Aliás, cabe falar sobre Lv. 23.16, que é uma profecia sobre a ressurreição de Cristo e é muito profunda. Isto teve que recair sobre o domingo para que se cumprissem as exigências bíblicas. Foi no dia de Pentecostes que Jesus Cristo derramou o Espírito Santo sobre o grupo de cerca de 120 discípulos no quarto de andar superior em Jerusalém, no ano 33. (At 1.13-15) Jesus foi ressuscitado no dia 16 de nisã, o dia de o sumo sacerdote ofertar o molho de cevada.
Esta profética festividade das semanas, ou Pentecostes, cumpriu-se na Igreja dos discípulos de Jesus em Jerusalém, no 50.° dia contado a partir de sua ressurreição dentre os mortos. Portanto, a antitípica festividade das semanas, ou Pentecostes, entrou em vigor no sexto dia do terceiro mês lunar, quer dizer, em 6 de sivã do ano 33. Naquele tempo, o glorificado Jesus Cristo estava no Santíssimo do grande templo espiritual de Deus, a saber, na presença pessoal de Deus no céu, ao qual havia subido no 40.° dia após a sua ressurreição. Enquanto os judeus celebravam a típica festividade das semanas, ou Pentecostes, no templo de Herodes em Jerusalém, cerca de 120 discípulos do Sumo Sacerdote espiritual, Jesus Cristo, estavam reunidos numa sala de sobrado, naquela cidade. Daí, antes da terceira hora do dia (9 horas), o Senhor Jesus Cristo derramou Espírito Santo desde o Santíssimo do templo espiritual de Deus. Isto resultou em eles serem gerados pelo Espírito pelo seu Pai celestial, e em serem ungidos com Espírito Santo por meio de seu Sumo Sacerdote, Jesus Cristo. (Atos 2.1-36) Assim os dois pães simbólicos de flor de farinha obtiveram o reconhecimento de Deus no céu, no seu Santíssimo. — Heb. 9.24.
Também o Sl. 118. 22-26 é uma profecia do domingo! Vejamos:
A pedra que os construtores rejeitaram, a mesma se tornou a pedra angular. Isto vem do Senhor; e émaravilhoso aos nossos olhos. Este é o dia que o Senhor fez: exultemos e regozijemos nele. Ó, Senhor, salve-nos agora: ó, Senhor, envie-nos a prosperidade. Bendito o que vem no nome do Senhor:
nós vos abençoamos da casa do Senhor (Septuaginta, LXX)
- É óbvio que o dia da Ressurreição é o dia que o Senhor fez.
- O Dia da Ressurreição é o domingo.
- O Domingo é o dia que o Senhor fez!
- O primeiro dia (domingo) é o Dia do Senhor!

Deixe-me esclarecer: o NT não tem como objetivo trazer um novo dia, como o sábado, para adoração exclusiva. O sábado já estava sendo deixado com a Torá (Cl.2.16) mas gradualmente o primeiro dia foi sendo observado (não como dia de parar de trabalhar, etc, como o sábado) como comemorativo da Ressurreição do Senhor.
Também, como vamos ver, essa cavilosa falácia de Christianini em ir contra o primeiro dia da semana ser chamado de "dia do Senhor" vai exatamente contra ele e sua teoria do sábado ser chamado "dia do Senhor".

c) "A linguagem de João: Eu fui arrebatado no 'dia do Senhor' revela o fato..."

Primeiramente o arrebatamento nada prova em favor da guarda do dia, aliás a nova versão bíblica diz "achei-me em espírito", indicando apenas que o apóstolo teve as visões.

Só para notar, a observância de comemoração do domingo, assim como a Trindade, foi gradualmente sendo implantada. Seria desonesto para um adventista exigir que o domingo aparecesse já de repente sendo que a Trindade, o cânon e outros entendimentos doutrinários importantes só foram sendo desenvolvidos (entendidos) mais tarde.
Ignorando enormemente a importância do grego, Christianini comete se equivoca. Já se provou que no grego o termo significa "pertencente ao Senhor" ou "consagrado ao Senhor" (como a Ceia pertence ao Senhor em ICo.11.20).
João teve outras visões e, com relação a estas, não se menciona o dia em que ocorreram. A segunda visão se deu em dia não especificado (Apocalipse 4:2), e o fato de um profeta ter visão em determinado dia, não significa que tal dia deva ser guardado. A santidade de um dia repousa em base mais sólida, fundamenta-se num claro e insofismável "assim diz o Senhor".
É interessante ver como Christianini foge ao fato da importância do primeiro dia nas primeiras comunidades cristãs. Ainda assim é inegável e inescapável que S. João menciona um "dia do Senhor". Com a possibilidade descartada de ser um evento futuro, como o Dia do Juízo, restam apenas o domingo e o sábado. Mas pelo grego é o domingo.

O NT não dá nenhum dia de guarda para os cristãos. Em vão os sabatistas vão tentar provar isso. Ignorando o contexto, procuram ensinar que a guarda do sábado é vigente aos cristãos, sendo que Paulo já disse que isto pertencia a Antiga Lei (Cl.2.16). O primeiro dia, para os cristãos, não é um "dia de guarda" sabatista, mas um dia rememorando a Nova Criação.

O Catecismo diz:
"Devido à tradição apostólica que tem origem no próprio dia da ressurreição de Cristo, a Igreja celebra o mistério pascal a cada oitavo dia, no dia chamado com razão o dia do Senhor ou domingo".
O dia da ressurreição de Cristo é ao mesmo tempo "o primeiro dia da semana", memorial do primeiro dia da criação, e o "oitavo dia”, em que Cristo, depois de seu "repouso" do grande sábado, inaugura o dia "que O
Senhor fez", o "dia que não conhece ocaso". A "Ceia do Senhor" é seu centro, pois é aqui que toda a comunidade dos fiéis se encontra com o Senhor ressuscitado, que Os convida a seu banquete:

O dia do Senhor, o dia da ressurreição, o dia dos cristãos, é o nosso dia. E por isso que ele se chama dia do Senhor: pois foi nesse dia que o Senhor subiu vitorioso para junto do Pai. Se os pagãos o denominam dia
do sol, também nós o confessamos de bom grado: pois hoje levantou-se a luz do mundo, hoje apareceu o sol de justiça cujos raios trazem a salvação.(3)

A afirmação que o "dia do Senhor" nessa passagem se refira indiscutivelmente ao primeiro dia da semana é baseada em presunção sem nenhum valor probante.

Uma pretensiosa e vazia afirmação. Depois do que vimos, o grego, os léxicos e os comentários de abalizados eruditos, resta pouca ou nenhuma alternativa a Christianini.
O fato de em fins do segundo século da era cristã surgirem escritos aludindo ao primeiro dia da semana como sendo "dia do Senhor', não autoriza ao dogmatizar que João também se referia ao domingo.A Didaquê (escrito um pouco depois de Apocalipse, no ano 100) já menciona o "dia do Senhor". "O sábado" invariavelmente era o termo usado para o sétimo dia judaico. O próprio João sempre usou este termo quando falou do sétimo dia. Veja João 5:9,10,16,18; 7:22,23; 9:14,16; 19:31. Se ele quisesse dizer que foi o sábado o "dia do Senhor" em Ap. 1:10, ele certamente teria dito "dia de sábado" e não o dia do Senhor.(4) Isto foi um novo termo que descrevia uma nova instituição. A partir de agora, vamos ver que os argumentos de Christianini vão contra ele.
Como já vimos, o próprio grego prova que se trata do dia em questão em que João estava tendo a visão. Agora, resta-nos ver se era o primeiro ou o sétimo dia. Como demonstrado até aqui, pende-se que seja o primeiro dia.
Antes do ano 180 d.C., quando surgiu um falso Evangelho Segundo S. Pedro que afirmava ser o primeiro dia da semana o "dia do Senhor", nada, absolutamente nada se pode invocar para dizer que João de referia ao domingo.
S. Jerônimo traduz Ap. 1.10 corretamente na Vulgata como "dia de domingo", entendendo mais a sintaxe grega do que Christiniani.
O grego prova que o dia era "consagrado ao Senhor". Como vemos num debate:
A nenhum outro corpo senão o corpo de Jesus isto se refere. Em todas estas referências o termo "Senhor" seja de kuriakos ou kurios, significa nenhum outro senão Cristo. Por conseguinte, o "dia do Senhor" mostra um dia que tem uma referência especial a Jesus Cristo. E que dia poderia ser este?Certamente o dia no qual ele ressuscitou do sepulcro, o primeiro dia da semana. Foi neste dia que Jesus ressuscitou (Mc. 16:7). Nenhum outro dia tem tão grande associação com Cristo e o cristianismo como o dia de Sua ressurreição. A mesa do Senhor não significa o altar do Velho Testamento, mas é uma nova mesa introduzida na Nova Aliança; a ceia do Senhor não significa a ceia do Velho Testamento, mas mostra uma nova ceia na Nova Aliança; e o dia do Senhor não tem nenhuma referência ao dia do Velho Testamento, mas para um novo dia requerido na Nova Aliança.(5)
O próprio Justino Mártir que alude a um costume que se implantava entre os cristãos, de se reunirem no primeiro dia da semana, ao dia, refere como"o dia do Sol" e não como o "dia do Senhor".
S. Justino estava relatando como referência ao dia. E Christianini não menciona o fato de que S. Justino também disse:
Ele então fala dos gentios, isto é, nós, quem em todos os lugares Lhe oferecem sacrifícios, i.e., o pão da Eucaristia, e também o cálice da Eucaristia, afirmando que nós glorificamos Seu nome, e que vós profanais. A ordem da circuncisão, obrigando-os sempre circuncidar seus filhos no oitavo dia, foi um tipo da verdadeira circuncisão pela qual somos circuncidados do engano e iniqüidade por Ele, que ressuscitou dos mortos no primeiro dia depois do sábado, [isto é] nosso Senhor Jesus Cristo. Pois o primeiro dia depois do sábado, permanecendo o primeiro de todos os dias, é chamado, porém, o oitavo, segundo o número de todos os dias do ciclo, e [contudo] permanece o primeiro.(6)
A partir daqueles tempos, o título "dia do Senhor" aparece exuberantemente na literatura patrística. Mas é preciso provar que João tinha em mente o primeiro dia da semana quando escreveu "dia do Senhor". Autoridades evangélicas afirmam que João escreveu seu evangelho depois do Apocalipse, situando-se entre 96 a 99 d.C., tais como: Albert Barnes, em suas Notas Sobre os Evangelhos, John Beatty Howell em sua tabela de datas, W. W. Rand, em seu Dicionário Bíblico, e comentaristas Bloomfield, Dr. Hales, Horne, Nevinse Olshausen, Williston Walker e muitos outros.
Pelo menos Christianini não erra dizendo que o "dia do Senhor" aqui seria o Dia do Juízo. Este é o erro em que alguns caem e que o texto não aprova. Resta-nos só duas alternativas: ou é o domingo ou é o sábado. Então, como fica?
Esta frase ("dia do Senhor") ainda não tinha ficado comum em 57 d.C., como é mostrado nos escritos de S. Paulo, "no primeiro di da semana " (ICo. 16.2), a expressão habitual nos Evangelhos e Atos (Mt. 28:1; Mc. 16:2; Lucas 24:1; João 21:19; Atos 20:7; comp. Mc. 16:9). Lembremos que João estava escrevendo para um público específico, que conhecia o uso do termo.

Isso é importante, pois se João, no Apocalipse, escrito antes, se refere ao domingo como o "dia do Senhor", como então no seu evangelho, escrito posteriormente, volta a referir-se simplesmente ao "primeiro dia da semana"? (João 20:1 e 19).

Simplesmente porque no contexto ele estava relatando quando o evento da Ressurreição se deu. Por isso importante o CONTEXTO. Assim como Lucas fez em Lc. 23.56 ao relatar a guarda do sábado pelas mulheres no tempo passado. É um relato. Não teria muito sentido aos leitores de João no tempo passado lerem 'No dia do Senhor, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada...' sendo que este dia foi gradualmente crescendo em importância.
João, em seu evangelho, se dirigia aos judeus enquanto em Apocalipse se dirigia às igrejas da Ásia Menor, onde o termpo "dia do Senhor" já ia se fazendo conhecido.

Temos fundadas razões para crer que S. João se referia ao sábado.

É aqui que Christianini erra. Passando por alto a gramática grega, ele usa de cavilação para alegar ser o sábado.
Porque, consoante a Bíblia, o único "dia do Senhor" que nela se menciona é o sábado. Leia-se cuidadosamente Isaías 58:13: "santo dia do Senhor". O quarto mandamento em Êxodo 20:10 diz: "o sétimo dia é o sábado do Senhor." Em Marcos 2:28 lemos: "O Filho do homem é Senhor até do sábado."
Essas são táticas comuns de Christianini, mas inválidas para um estudioso profundo das Escrituras. Para começarmos, Canright explica:
O sábado aqui não é o Dia do Senhor? Não, pois: 1) a palavra sábado é usada em cada um destes três textos mas não está em Ap. 1:10. 2) todos os três textos foram falados antes da cruz e sob a lei, mas Ap. 1:10, está sob o Evangelho. 3) o sábado judaico foi abolido na cruz, Cl. 2:16; Rm. 14:5; Gl. 4:10, sessenta anos antes de João escrever em Patmos, e por isso não poderia ter sido o dia do Senhor quando João escreveu. 5) O fato que o termo "dia do Senhor", imediatamente depois da época de João, sempre que usado pela igreja antiga, sempre foi aplicado ao domingo, e nunca para o sábado, estabelece seu significado em Ap. 1:10.(7)
Assim, primeiro a gramática grega anula a teoria sabatista (en te kuriake hemera é um termo técnico para um dia específico, o primeiro dia da semana, como nos provou Robertson)
E a Revista de Jovens e Adultos para Escola Dominical, editada pela Convenção Batista Brasileira, relativa ao 4.º trimestre de 1938, pág. 15, assim comenta este versículo: "... o 'Filho do homem é Senhor do sábado (Marcos 2:28)'; isto é... o sábado é o 'dia do Senhor', o dia em que Ele é Senhor e pelo Seu senhorio Ele restaura o Seu dia ao seu verdadeiro desígnio."
As duas passagens (Ap. 1.10 e Mc. 2.28) estão falando de coisas completamente diferentes. Em Marcos 2.28 Jesus está afirmando que TAMBÉM é o senhor do sábado. Eles o criticaram por permitir que seus discípulos descascassem grãos para comer no sábado. Eles agiram como se pensassem que o homem fosse criado para o sábado.
As passagens paralelas mostram que eles se opuseram a usar o sábado para curar e exercitar o poder de Deus. Ele lhes informou que estavam se intrometendo nos assuntos de Deus. Ele podia curar ou comer grãos em qualquer dia ele quisesse. Ele não diz que o Sábado é o dia do Senhor. Ele diz que o filho do homem também é o senhor do sábado.
Canright explica:
O uso sabatista deste texto está diretamente ao contrário de seu significado original. Jesus não estava dando uma história da origem do sábado, nem defendendo sua sacralidade contra a profanação, ou mostrando que ele foi feito para todas a raças. Este não é o objetivo de suas observações. Ele não está afirmando o sábado judaico como Seu dia, como o dia consagrado a ele. Não foi como Deus, o Criador, que ele afirmou ser seu Senhor; mas foi como o FILHO DO HOMEM, o representante do homem, que ele afirmou ser o senhor do Sábado.
Note suas premissas e conclusões: "o Sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado: ENTÃO o filho do homem também é o Senhor do sábado". Ele diz que como o sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado, ENTÃO ele, um filho do homem, era o Senhor dele. Por que Jesus foi o Senhor do sábado? Porque ele era o Filho de Deus e o havia feito? Não; mas porque ele era o Filho do homem, homem para quem o sábado foi feito. É como um HOMEM que ele afirma ser seu Senhor. E isto ele disse para defender seus discípulos contra a acusação de quebrar o sábado. Como aplicou? Por que, o sábado foi feito para eles e portanto era só seu servo. Eles eram superiores ao sábado. Note os casos que ele usa para ilustrar sua declaração. Mt. 12:3-12. (8)

O discípulo amado conhecida muito bem as palavras do Decálogo (Êxodo 20:10) bem como as de Isaías (Isaías 58:13). À vista disso, não precisamos ter duvidas quanto ao dia a que ele quis referir-se quando no Apocalipse escreveu: "fui arrebatado em espírito no dia do Senhor". Só posteriormente, com a fermentação da apostasia na igreja primitiva, é que o domingo foi tomando corpo, e a designação "dia do Senhor" lhe foi dada deliberadamente.

É claro que Christianini vai de encontro a toda lógica grega aqui, pois vimos que en te kuriake hemera só podia se referir ao primeiro dia da semana, na época, pelo contexto e exegese. Se S. João quisesse dizer que era o sábado, ele claramente iria se referir assim para ele, pois os judeus nunca chamavam o sábado de "dia do Senhor", mas só de "dia de sábado".
A apostasia a que Christianini se refere é tão indigesta quanto ilógica. No começo, Ellen White, a fundadora do adventismo, sempre ensinou que a igreja primitiva sempre guardou o sábado até vir Constantino no séc. IV para mudar para o domingo. Nada mais mentiroso.
Mesmo o erudito adventista Samuele Bacchiocchi, discorda, como disse num e-mail:
Eu discordo de Ellen White, por exemplo, sobre a origem do domingo. Ela ensinou que nos primeiros séculos todos os cristãos observaram o sábado e foi devido em grande parte aos esforços de Constantino que a guarda do domingo foi adotada por muitos cristãos no quarto século. Minha pesquisa mostra o contrário. Se você ler meu artigo COMO COMEÇOU A OBSERVÂNCIA DO DOMINGO? que resume minha dissertação, você notará que eu coloco a origem da observância do domingo já no tempo do Imperador Adriano, em 135. (9)
Ou, seja, os próprios adventistas se contradizem e contradizem sua própria fundadora!

Heylin, erudito de projeção intelectual, da Igreja da Inglaterra, escritor bem informado, da o seguinte testemunho:

"Tomai o que quiserdes, ou os pais [da igreja] ou os modernos: e não encontraremos nenhum dia do Senhor instituído por mandamento apostólico: nenhum 'sabbath' [dia de repouso] por eles firmados sobre o primeiro dia da semana.

É, Heylin, isso porque esse não é o objetivo do NT. Os ASD usam deste sofisma de pedir provas para uma "mudança do sábado para o domingo", pensando que isto é o que o NT fala. Ele não diz isso, mas diz que o sábado já ia caducando no NT (Cl.2.16).
Vemos assim sobre que bases se assenta o dia do Senhor: primeiro sobre o costume e a consagração voluntária desse dia para reuniões religiosas; tal costume continuou favorecido pela autoridade da igreja de Deus, que tacitamente o aprovava; e finalmente foi confirmado e ratificado pelos príncipes cristãos em todos os seus impérios. E como dia de descanso dos trabalhos e abstenção dos negócios, recebeu sua maior força dos magistrados civis enquanto detinham o poder, e a seguir dos cânones, decretos de concílios, decretais dos papas, ordens de prelados de categoria quando a direção dos negócios eclesiásticos lhes era exclusivamente confiada.

Certo. Isto porque, como Christianini e demais protestantes negam a autoridade da Igreja, que foi dada a Pedro em Mt.16.18ss e ITm.3.15, não podem entender que a Igreja é Cristo e, portanto, tudo cabe a Ele e Ele pode fazer o que quiser. As leis não são duras e imutáveis e mesmo Deus pode mudar uma lei que ele disse que seria "perpétua", como a circuncisão.
Mas, não seria o sábado um sinal entre Deus e seu povo “para sempre”, ou “perpétuo”? (Êxo. 31:17, Al, CBC PIB) Não, porque a palavra hebraica aqui traduzida “para sempre” ou “perpétuo” é ‘oh.lam’, e significa simplesmente um período indefinido ou tempo incerto. Assim sendo, a tradução de ‘oh.lam’ pode significar “por tempo indefinido”. Assim, o sábado seria obrigatório por tempo indefinido; poderia ser para sempre mas também poderia não ser. Ser usada esta palavra em relação a tantas outras modalidades do arranjo da Lei que, obviamente, já deixaram de existir, mostra que não significa necessariamente para sempre. — Êxo. 12:14, 17, 24; 27:21; 28:43; 29:28.

Como nos explica o prof. Felipe Aquino:
Cristo concedeu parte da sua infalibilidade à Igreja, como veremos, porque lhe deu a missão de ser a "luz do mundo': sem poder se enganar no essencial.
De que valeria Cristo deixar a Igreja como guia dos homens neste mundo, se não lhe garantisse o domínio da verdade no campo da fé? Nada adiantaria, o seu legado se dissolveria pelo subjetivismo dos homens, como aliás acontece fora da Igreja Católica. (...)

Como poderia, então, a Igreja errar, ao indicar-nos o caminho da salvação? Seria necessário que primeiro Jesus a tivesse abandonado. Mas isto, nunca! Ele cumpre fielmente a Sua Promessa. Deus não pode errar.
Se Jesus garantiu a Pedro (Mt 16,18) e aos Apóstolos (Mt 18,18), que tudo o que eles ligassem ou desligassem na terra, Ele confirmaria no céu, é porque, estando na Igreja, pelo Espírito Santo, Ele não permitiria que a Igreja ligasse ou desligasse na terra, algo errado, que comprometesse a salvação dos homens.
Veja, Deus não pode ligar nada errado no céu, então, em face da promessa feita a Pedro e aos Apóstolos, Ele não permite que eles liguem algo errado na terra; é claro, em termos de doutrina apenas.
Esta é a marca da infalibilidade.(10)

Estou certo de que assim não foi com o antigo sábado, o qual nem teve origem no costume – e o povo não se adiantara a ponto de dar um dia a Deus – nem exigiu qualquer favorecimento ou autoridade dos reis de Israel para ser confirmado ou ratificado.

O que Gn. 2.1-3 menciona, de Deus ter "descansado" no sábado, 1º a palavra aqui para "sábado" no hebraico significa "cessar, desistir", não "descansar". Assim, a Septuaginta reza: "E Deus terminou no sexto dia as obras que ele fez, e ele cessou no sétimo dia de todas as obras que fizera"; 2º Não há, em todo o Gênesis, relato ou ordem alguma de alguém guardando o sábado. Isto peremptoriamente foi só conhecido no Êxodo.
Quem diz o contrário, está indo contra a própria Escritura, pois ela diz que ninguém guardava este pacto antes do Êxodo. Deuteronômio 5 esclarece-nos muitas coisas. Vejamos. Leiamos Dt. 5.1,2:

"Chamou Moisés a todo o Israel e disse-lhe: Ouvi, ó Israel, os estatutos e juízos que hoje vos falo aos ouvidos, para que os aprendais e cuideis em os cumprirdes. O SENHOR, nosso Deus, fez aliança conosco em Horebe."

Que estatutos e juízos? Que ALIANÇA é esta? Os estatutos e juízos (ou ordenanças) são toda a TORÁ e a ALIANÇA é o DECÁLOGO, que é um resumo (e não uma lei à parte) da Torá.
Que a guarda do sábado foi conhecida nesta dispensação vemos em Dt. 5.3:
"Não foi com nossos pais que fez o SENHOR esta aliança, e sim conosco, todos os que, hoje, aqui estamos vivos".

Nenhum dos patriarcas conhecia o sábado. Ele foi dado como ordem no Sinai. Não é uma lei moral, porque foi criado no tempo. Os patriarcas não precisaram do Decálogo para saber que não deveriam roubar ou assassinar mas os israelitas precisaram dele para saber que dia era para se descansar.

O Senhor falou que Ele queria ter um dia em sete, exatamente o sétimo dia da criação do mundo, para ser dia de repouso para todo Seu povo, e este nada mais tinha a fazer senão de boa vontade submeter-se à Sua vontade e obedecer-lhe...
Pena que ignorando a exegese, Christianini falha em entender que o sábado foi um sinal só entre Deus e os israelitas (Ex. 31.17).
A circuncisão tinha sido dada como um sinal da Aliança para com Abraão e seus descendentes (Gn 17.9-13) mas sua adoção por muitas das nações pagãs deixou de torná-la um sinal distintivo pela qual o povo de Deus poderia ser certamente reconhecido dos outros. Foi preciso um novo "sinal". A observância de um dia em sete como um dia de descanso sagrado se tornou o sinal distintivo daqui em diante, e provou-se eficaz. Não era provável que fosse adotado, e de fato não foi adotado, por qualquer povo pagão. Nós só o vemos aplicado à nação judaica, considerado a marca especial e distinta de um judeu. (Juv. Sat. 4.159, 14.96 Epig 4.4, 50.7 etc.). grifo nosso (11)
Assim, porém, não ocorreu no caso em tela. O dia do Senhor [domingo] não tem nenhuma ordem para que deva ser santificado:
Não tem segundo a fraca exegese adventista, que não vê o Sl. 118. 24. O "dia que o Senhor nos fez" é o primeiro dia da semana, o dia em que Ele ressuscitou. A "pedra que os construtores rejeitaram" é Cristo, como Ele mesmo explicou (Mt. 21.42-43).
Só para lembrar: os cristãos não "guardam" o domingo como o sábado foi para os judeus. O domingo é um dia de alegria de celebração da Ressurreição de Cristo. É um "dia de guarda" no sentido de ser um marco da semana para nos encontrarmos na Igreja com Deus (mas é claro que todo dia é dia de se encontrar com Deus, seja onde for).
Canright dá um interessante conspícuo do caso:
Atanásio de Alexandria (326 d.C.) nos dá um bom exemplo. É dito que o sexto salmo está no Sheminith(o oitavo) instrumento para a oitava chave. Atanásio afirma isto como uma prova para o domingo. "A que outro esta oitava poderia ser senão a ressurreição de Cristo"? Falando sobre o salmo 118:24, "que dia pode ser este senão o dia da ressurreição do Senhor, que recebeu seu nome dEle, isto é, o Dia do Senhor?" (páginas 418, 419).(12)
mas foi evidentemente deixado ao povo de Deus determinar este ou outro dia qualquer, para uso notório. E assim foi adotado por eles, e tornado um dia de reunião da congregação para práticas religiosas; contudo, por trezentos anos não houve lei alguma que o impusesse aos crentes e tampouco se exigia a cessação do trabalho ou de negócios seculares nesse dia." – Dr. Peter Heylin, em History of the Sabbath, 2.ª parte, capítulos I e III, seção 12.E isto não tinha que ser imposto. Quem disse isso? Vivemos no legalismo? Não, mas sob a lei de Cristo (ICo.9.21). Quem, senão Deus, poderia produzir algo melhor do que uma Lei perfeita? A Aliança da Lei mosaica era perfeita. (Salmo 19:7) Apesar disso, Deus prometeu: “Eis que vêm dias . . . e eu vou concluir um novo aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá; não um igual a aliança que concluí com os seus antepassados.” Os Dez Mandamentos — o núcleo da Lei mosaica — foram escritos em tábuas de pedra. Mas Deus disse a respeito da nova aliança: “Vou pôr a minha lei no seu íntimo e a escreverei no seu coração.” — Jeremias 31:31-34.
“O relato . . ., feito por um escritor cristão que teve nomeada por volta dos meados do segundo século, é extremamente instrutivo. ‘No dia que se chama domingo’, diz Justino, o Mártir, ‘há uma reunião, em um só lugar, de todos os que moram quer na cidade, quer no campo; e lêem-se as memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas, tanto quanto o tempo permite. Ao cessar a leitura, o presidente profere um discurso no qual ele faz uma aplicação e exorta à imitação destas coisas boas. Então nos levantamos todos juntos e oramos.’” (13)

Fato é que o mencionado de Constantino não teve nada a ver com um "decreto" que mudou o sábado para o domingo, como falsamente se ensina. Isso é mentira! O que ele fez foi emitir um decreto civil para proteger e ajudar os cristãos que desde muito já observavam o domingo!

"Quando os antigos pais da Igreja falam do dia do Senhor, eles, às vezes, talvez por comparação, o liguem ao dia de repouso; porém jamais encontramos, anterior à conversação de Constantino, uma citação proibitória de qualquer trabalho ou ocupação no mencionado dia; e se houve alguma, em grande medida se trata de coisas sem importância, pelas razões que apresentavam." - Smith's Dictionary of the Bible, pág. 593.

Pois é. Como eu disse acima, os adventistas distorcem o que aconteceu. Mesmo Bacchiocchi discordou de Ellen White sobre ela ter dito que "todos os cristãos guardavam o sábado até Constantino mudar a guarda para o domingo". Bacchiocchi provou que os cristãos desde cedo o observavam, e ele cita o ano 135 como desde essa observância.
Mas e quando ao "decreto de Constantino"? Com a palavra, Canright:
Esta lei, então, não fez nenhuma mudança na observância do domingo por parte dos cristãos; mas assegurou àquele dia uma observância melhor em requerer a todo o mundo, pagãos e todos, cessarem de trabalhar neste dia. Mas dizem que esta lei de Constantino, em 321, foi a primeira lei em proibir o trabalho no domingo. Verdade, mas por que? Porque ninguém exceto os cristãos acreditaram que era errado trabalhar neste dia; e até aquela Constantino não tinha nenhum poder para fazer leis e, portanto, não poderia ter feito uma lei para guardar o domingo mesmo se quisessem. É notável que o primeiro imperador que favoreceu o cristianismo fez, entre outras leis que favoreceram os cristãos, uma lei civil que proibia o trabalho no domingo.(14)
Depois de tudo isto, ainda que se pudesse provar (o que é absolutamente impossível) que João tivera a visão num primeiro dia da semana, isto em nada altera a observância do sétimo dia da semana, pois não tem relação alguma com o dia do repouso do cristão, e muito menos se destina a abolir o sábado do Decálogo.
É impossível para a visão míope de Christianini ou de quem não quer ver o grego por trás de Ap. 1.10. Isto é irrefutável. Somente sofismas podem sustentar uma visão contrária.
Lendo Cl.2.16 e outros textos, vemos que o sábado havia passado e a Igreja gradualmente foi observando o primeiro dia como honra à Ressurreição de Cristo.


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Notas
1 - Quadros Verbais do Novo Testamento, de A. T. Robertson.
2 - Adventismo do Sétimo-Dia Renunciado, D. M. Canright. 1914.
3 - Catecismo da Igreja Católica - 1166.
4 - Adventismo do Sétimo-Dia Renunciado, D. M. Canright. 1914.
5 - THE PORTER-DUGGER DEBATE, pg.145
6 - Justino, Diálogo - 41:4)
7 - Adventismo do Sétimo-Dia Renunciado, D. M. Canright. 1914.
8 - Adventismo do Sétimo-Dia Renunciado, D. M. Canright. 1914.
9 - Samuele Bacchiocchi em um e-mail para a "Free Catholic Mailing List" de 8 fev. 1997
10 - Por que sou católico, prof. Felipe Aquino, ed. Cleófas, pg. 56-57.
11 - A Bible Commentary, de Rawlinson G Ellicott C.J. Marshall Bros London
n. d.

12 - The Lord's Day From Neither Catholics nor Pagans, de D. M. Canright.
13 - The Ancient Church (New York; 1859), William D. Killen, págs. 465, 466.
14 - Adventismo do Sétimo-Dia Renunciado, D. M. Canright. 1914.

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