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sábado, 18 de janeiro de 2025

Nas Sombras do Anticristo

Protesto contra a Intolerância e a Perseguição Religiosa

 

A intolerância e a perseguição motivadas por diferenças religiosas têm atravessado séculos, deixando um rastro de sofrimento e divisão. No entanto, é essencial lembrar que a mensagem central de Jesus Cristo é o amor as almas perdidas, e não a condenação ou violência. A crença por imposição é um anátema, Cristo ensinou a pregar o evangelho para que os ouvintes creiam, e isso é feito por amor como enfatizado no texto de João 3:16: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." Essa mensagem reflete o cerne do evangelho: acolher, amar e respeitar as pessoas, independentemente de suas crenças. Pregamos o evangelho, resistimos ao erro, combatemos de modo bíblico com as normas do Novo Testamento todo o tipo de heresias, mas isso não significa em hipótese alguma instituir uma inquisição. A liberdade é um bem sagrado que um verdadeiro cristão deve defender. Liberdade de crenças e separação entre igreja e estado.

 

1. A Base do Evangelho: Amor e Respeito

 

O ministério de Jesus é um testemunho de tolerância e empatia. Ele não apenas pregou sobre o amor, mas viveu essa verdade. Em nenhum momento ele perseguiu ou incentivou a violência contra aqueles que tinham crenças diferentes ou mesmo equivocadas. Ao contrário, ele se aproximou de pecadores, marginalizados e aqueles considerados "fora" da religião estabelecida, como forma de demonstrar a graça e a misericórdia divina.

 

2. Intolerância: Um Desvio da Mensagem Cristã

 

Paulo, apóstolo de Cristo, reforçou a necessidade de evitar o homem herege, mas não de condená-lo à morte (Tito 3:10). A ideia é clara: o objetivo é proteger a comunidade de influências nocivas, mas sem recorrer à violência. Em contraste, aqueles que praticavam execuções, como os sacrifícios humanos à divindade pagã Moloque, ou Nabucodonosor, que condenou três jovens judeus à fornalha ardente por se recusarem a adorar sua imagem, demonstram a intolerância dos regimes opressores. Esses exemplos não refletem a mensagem do evangelho.

 

3. A Influência das Leis e a Herança da Intolerância 


A Igreja Primitiva herdou leis romanas sobre "magia maléfica", que tratavam a bruxaria como crime. Santo Agostinho, no entanto, destacou que o problema fundamental com a magia residia na idolatria e na ilusão. De acordo com ele, as práticas associadas à bruxaria eram pecaminosas, mas não reais em essência. Seguindo essa orientação, o "Canon Episcopi" do século IX declarou que acreditar na realidade de bruxas voadoras era heresia, recomendando expulsão e penitência — não execução.

 

Com o tempo, no entanto, as interpretações e a aplicação das leis mudaram. A Inquisição Papal foi estabelecida no século XIII para lidar com a crescente onda de heresias. Sob o decreto "Ad abolendum" (1184) de Lúcio III e o apoio de Inocêncio III, a heresia foi tratada como traição contra Deus, justificando o uso de tortura e execuções. A bula "Ad extirpadam" (1252) de Inocêncio IV permitiu o uso de tortura para obter confissões, algo anteriormente excluído pela lei canônica. Longe de Cristo e manchando o Evangelho, a historia da intolerância, tortura e assassinato de pessoas, muitas vezes de forma inocente, manchou a cristandade, mas o cristão bíblico nunca se associou com essas demandas infernais travestidas de fé cristã.

 

4. A Inquisição Espanhola: Um Capítulo Sombrio 


No final do século XV, a Inquisição Espanhola, sob Fernando e Isabel, tornou-se um instrumento de intolerância extrema. Além de perseguir judeus convertidos sob suspeita de praticarem secretamente o judaísmo, a Inquisição usou a fé como justificativa para atos cruéis. Embora criada inicialmente para proteger a ortodoxia cristã, acabou por unir o poder espiritual e temporal em um regime tirânico. Assim, a devassidão espiritual promoveu toda sorte de horrores, a causa disso foi fomentar outro evangelho, longe de Cristo e longe dos ensinamentos de Cristo.

 

5. Resposta Cristã: Acolher, Não Perseguir 


Jesus é o modelo de como lidar com a diversidade de crenças e opiniões. Ele ouviu, dialogou e amou sem impor força. Da mesma forma, devemos, como seguidores de Cristo, ser embaixadores da paz e do respeito. Viver o Evangelho é respeitar o próximo, devemos sim pregar o evangelho e envolver-se na militância espiritual, mas a nossa luta não é contra a carne e o sangue, (Efésios 6:10 a 18) lutar contra  carne e o sangue não é ensino apostólico, é pagão e é herético.

 

6. Um Chamado à Reflexão 


Em tempos em que a polarização e os conflitos parecem crescer, somos chamados a refletir sobre nossas ações e palavras. A liberdade de consciência foi uma conquista que custou a vida de muitos. A liberdade de crer e também de não crer é de responsabilidade humana e nunca deve ser imposta pela espada, que muitas vezes culminou em coisas ainda piores como a “guerra justa” ou pela tortura. Cristo disse quem crer não é condenado, mas quem não crer já está condenado (João 3:36) a condenação e penalidades são de jurisdição divina, não da igreja. A comissão da igreja bíblica é pregar o evangelho, nunca  foi matar incrédulos. A rigor, revisionistas, principalmente católicos, apelam para argumentos de pena de morte no Antigo Testamento para de modo deliberado justificar os crimes contra a liberdade, quando deixam o exemplo de Cristo que vivendo debaixo da lei, não sentenciou de morte a mulher adultera (Veja João 8) os algozes queriam apedrejá-la Cristo perdoou e mandou ela mudar de vida e ainda argumentam que a inquisição era um tribunal de misericórdia. O único tribunal de misericórdia é o Calvário, pois lá Cristo inaugurou uma nova aliança para dar vida e salvar pessoas. Por causa dessa tendência apóstata, a intolerância e crimes tomaram conta do mundo séculos atrás. A teologia do renomado Padre Vieira, jesuíta, a fim de justificar a escravidão e o trafico negreiro, argumentava que a África era o inferno e o Brasil o purgatório. Os negros sentenciados tragicamente a escravidão humilhante que eram forçados ao batismo, tinham que sofrer a penalidade de seus pecados no regime escravocrata implantado no Brasil para depois serem merecedores do céu. Nada pode ser tão herético quanto isso, mas as heresias condenadas com penalidades severas eram aquelas que não estavam de acordo com a pauta teológica romanista.

 

7. Conclusão 


A intolerância e a perseguição religiosa são incompatíveis com a mensagem do evangelho. Como seguidores de Jesus, nosso protesto é contra qualquer ato que desonre o amor divino, substituindo-o por ódio e perseguição. É tempo de reafirmar que o verdadeiro cristianismo é baseado na graça, na paz e no profundo respeito pela dignidade humana. Que possamos ser conhecidos pelo nosso amor, e não por atitudes de perseguição e ódio injustificado.


Autor : C. J. Jacinto

 

Fonte: https://heresiolandia.blogspot.com/

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