“Vinde a mim, todos os que estais cansados e
sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de
mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa
alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mt 11.28-30).
“Deus é mais simples que as religiões”, disse o poeta
Mário Quintana, que não se considerava um religioso, embora fosse criado nos
moldes do catolicismo. Eu particularmente acho que ele poderia ser agnóstico,
não um ateu propriamente dito. Agnóstico é aquele que pode até acreditar na
existência de Deus, embora não tenha certeza que de fato Ele exista.
Literalmente falando um agnóstico é aquele que não tem o conhecimento
necessário sobre a certeza da existência de uma divindade superior (um não
conhecimento), pois “gnose” significa conhecimento. Em certo sentido eu
concordo com a frase. Geralmente as religiões complicam tudo.
Deus
é simples, não no sentindo de ser simplista ou cuja constituição se pode
conhecer plenamente. Não dá para dissecarmos a Deus como se faz com um cadáver
humano para que se conheça seus pormenores. Deus é infinitamente Ele. Só Ele é
o que é. Nesse sentido Ele é altamente complexo. Impossível a concepção pela
mente humana. Como disse Santo Agostinho: “O
finito não pode conhecer o infinito”.
Deus
é simples no sentido de se deixar conhecer. E nesse “deixar-se conhecer”, que
conhecemos dEle já nos é suficiente. Sem barganhas, sem sacrifícios e sem
teorizações filosóficas. Em contrapartida a religião exige normas, regras
sobre-humanas, leis impraticáveis. É preciso cumprir exaustivamente os
sacrifícios, oferendas e exigências das divindades mal-humoradas.
Em
Jesus tudo isso fica em segundo plano. As exigências do Deus-Pai foram
cumpridas pelo Deus-Filho. É coisa de Deus não de homens. Nenhum homem poderia
cumprir as exigências do Deus Eterno. E Cristo o nosso substituto pede pouca
coisa, aliás, uma só coisa: que se creia nEle. Por isso o seu jugo é suave e
seu fardo é leve.
Um
jugo, se você não sabe, é tipo uma peça de madeira que se colocava no pescoço
dos animais. Geralmente eram dois bois ou outros animais fortes. Se fazia assim
para que se controlasse o arado onde se fazia os sulcos no terreno,
preparando-o para a plantação. O jugo desigual seria colocar a peça em dois
animais de espécies diferente. Um boi e um cavalo, por exemplo. O que era
proibido pela Lei (Deuteronômio
22.10).
O
jugo de Jesus é suave porque não carregamos o fardo da vida sozinhos. Ele
sempre está conosco para nos ajudar. O alivio vem dEle. Todo descanso para a
alma cansada só pode vir dEle. A religião nua e crua ao invés de aliviar a
carga, aumenta o sofrimento do ser humano porque ela é quase sempre desumana.
Essa é a diferença de Jesus e da religião.
O
fardo da religião é pesado. E como é pesado. O apóstolo Paulo sabia disso. Ele
era um fariseu insensível. Um religioso que matava em nome de Deus. Um líder
religioso que não conhecia a Graça, o amor e o perdão de Deus. Até que teve um
encontro com o Mestre dos mestres. No caminho de Damasco (Atos 9) ele descobriu
que servir a Jesus é uma coisa, servir a religião é outra totalmente diferente.
Ele tentava viver perfeitamente. Era sincero no que fazia. Tantas exigências
para que se viva uma vida intocável, pura e perfeita. Mas como um imperfeito
pode viver perfeitamente?
A
religião sufoca, mata, oprime… A religião escraviza, Cristo liberta. A religião
entristece, Cristo dá alegria. A religião reprime, Cristo dá paz. A maioria das
pessoas têm fé em algo, mas é preciso ter fé em alguém. É nisso que as
religiões erram. O algo é efêmero, o alguém tem que ser Eterno. O algo é fraco,
frágil, pueril. O alguém deve ser Todo-poderoso e imortal.
Mas
também não podemos colocar nossa fé em qualquer alguém. Esse alguém tem que ser
Deus-Cristo, do contrário, colocar a fé em homens ou na religião vazia é outro
grande erro que não se deve cometer. Hoje as pessoas estão crendo em falsos
apóstolos, profetas, bispos e líderes falíveis. Colocar a fé na religião é
colocar a fé em algo. Crer em Jesus é colocar a fé em alguém que não pode
mentir. É esse alguém que merece ser adorado e amado com todas as nossas
forças. Você está colocando sua fé em algo ou em alguém? Lembre-se do que Ele
disse: “Quem crê no Filho tem a vida eterna; aquele que não crê no Filho não
verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele”. João 3.36 (KJV).
Fonte: Napec.org
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