Essa heresia não é nova, podemos dizer que se trata de um tipo modalista de monarquianismo. Sendo assim os adeptos dessa crença defendem que a Divindade é composta de UMA PESSOA, que interage com a humanidade em “modos” diferentes: Às vezes como Pai, outras vezes como Filho, e ainda outras como Espírito Santo.
O proponente dessa heresia foi excomungado, e sua doutrina que passou a ser conhecida como sabelianismo foi oficialmente condenada ainda no terceiro século, cem anos antes do concílio de Niceia.
Minha referência ao concílio de Niceia aqui, se dá apenas para ancorar a história e evitar que defensores dessa heresia digam que a Trindade foi “inventada” nesse concílio, então fica claro aqui que Sabélio e sua doutrina modalista foram expulsos da Igreja mais de cem anos antes do concílio de Niceia.
Isso dito, gostaria de considerar apenas um de muitos textos que deixam claro a existência do conceito de pluralidade na Divindade.
Para isso gostaria de analisar dois versículos do Evangelho de João:
João 8.54 “Jesus respondeu: Se eu me glorifico a mim mesmo, a minha glória não é nada; quem me glorifica é meu Pai, o qual dizeis que é vosso Deus.”
No texto, Jesus deixa claro que se Ele glorificasse a Si mesmo, essa glória não seria nada.
O verbo “GLORIFICO” usado ali é flexão do verbo grego “doxa” que significa: Glória; sendo assim, Jesus está dizendo nesse texto que se Ele glorificasse a Si próprio, essa glória não teria validade alguma.
O segundo texto que eu gostaria de considerar ainda no mesmo Evangelho é:
Jo 17.5 “E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse.”
O verbo utilizado nesse texto, é exatamente o mesmo verbo grego “doxa” que ali tem outra flexão por conta da concordância com o sujeito na oração; obviamente por se tratar da mesma palavra Grega, temos então o mesmo significado. Nesse Texto, Jesus está falando com O Pai em oração e pedindo que O Pai O glorificasse com a Glória que Ele tinha com o Pai desde antes que houvesse mundo.
Feita uma análise básica nos verbos gregos repetidos por Jesus, entendemos as seguintes verdades:
1- Jesus Cristo entende que se Ele mesmo se glorificar diante dos homens, essa glória não teria valor algum, conforme Ele mesmo citou no Texto de Jo 8.54.
2- Jesus Cristo em oração, pedia ao Pai que O glorificasse, com a mesma glória que Ele já tinha junto com o Pai antes da fundação do mundo. Essa oração está clara em Jo 17.5.
Colocadas as questões e apresentados os textos, fica muito claro que Jesus e Pai não podem ser a mesma pessoa porque se fosse esse o caso, Jesus estaria orando a Ele mesmo em Jo 17.5 e pedindo a Ele mesmo que O Glorificasse; atitude condenada por Ele mesmo em Jo 8.54.
Sendo assim precisamos agora entender se Jesus estava orando a Ele mesmo, e pedindo a Ele mesmo que glorificasse a Ele mesmo, contrariando o que Ele mesmo disse… Ou podemos entender que Jesus e o Pai são pessoas distintas e que Ele estava orando ao Pai Pedindo que O Glorificasse, tornando assim sua glória Válida.
Existem muitos outros textos que mostram com clareza que Jesus não é o Pai, mas em outros estudos poderemos oportunamente abordar cada texto analisando com cuidado para assim crescermos cada vez mais na Fé.
Pr Sézar Cavalcante
Fonte: CACP
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