Existe uma certa linguagem que cristãos costumam
usar, o tal “evangeliquês”. Usamos certas palavras com tanta frequência que, as
vezes, nem sabemos exatamente o que queremos dizer por elas.
Um exemplo disso é aquela pergunta
bem-intencionada, “Como está seu andar com Deus?” O que queremos dizer
exatamente sobre “andar” com Deus?
Sempre entendi que meu ‘andar’ era a minha vida
devocional. Quem pergunta acerca do meu andar quer saber se estou lendo minha
Bíblia todo dia, e orando. O que é um ótimo e necessário hábito, claro.
Mas pense nos cristãos do 1º século após Cristo.
Poucos tiveram uma Bíblia. Nem todos, inclusive, sabiam ler! As poucas cópias
dos Evangelhos, ou, talvez, de alguns capítulos do Novo Testamento, eram lidas
nas reuniões semanais e repassadas entre as famílias.
Imagine, por um momento, que estamos no 1º século.
Estamos visitando uma família cristã, que mantém suas reuniões em secreto
devido a perseguição. Pergunte ao marido, um fazendeiro analfabeto, ou aos seus
filhos de 7 e 15 anos: “Como está seu andar com Deus?”
Qual resposta eles dariam?
Aos poucos descubro que a parte mais difícil da
caminhada cristã não são os hábitos em si: as leituras, as orações antes das refeições,
ou os cultos. A parte mais difícil é descansar na providencia de Deus. É crer
que Ele suprirá toda necessidade. É fugir da ganância e consumismo da nossa
cultura que sugere, assim como o serpente insinuou no Jardim do Éden, que Deus
não sabe de todas as coisas.
É obedecer as palavras de Cristo: “Não andeis
ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos
diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças; e a paz de Deus, que
excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos
pensamentos.”
Parece ironia, mas descansar em Deus é difícil.
Minha natureza se revolta contra essa dependência nEle. Só descansamos quando
confiamos, plenamente, que Ele é todo-poderoso. Que estamos escondidos na sua
grandeza. Protegidos no seu amor. Aceitos no seu Filho. Capacitados pelo seu
Espírito. Chamados para uma viva esperança. Recebidos perante teu Trono.
Os cristãos do 1º século, um povo simples,
dolorosamente perseguido, tiveram um testemunho que impactou o mundo. Por quê?
Porque andaram com Deus. Ou, dito de outra forma, andaram com profunda
consciência de quem Deus é.
Que possamos assim andar em 2018.
Fonte: Daniel.gardner.nom.br
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